Carta da Terra

"Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade deve escolher o seu futuro. À medida que o mundo torna-se cada vez mais interdependente e frágil, o futuro enfrenta, ao mesmo tempo, grandes perigos e grandes promessas. Para seguir adiante, devemos reconhecer que, no meio da uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino comum. Devemos somar forças para gerar uma sociedade sustentável global baseada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade da vida, e com as futuras gerações." (da CARTA DA TERRA)

Wobben crescerá 40% em dois anos >>> Jornal Cruzeiro do Sul


Carolina Santana - Redação Cruzeiro do Sul

Instalada em Sorocaba há 15 anos, a Wobben Windepower, conseguiu a contratação de 486 megawatts (MW) no primeiro leilão de energia eólica realizado no país em dezembro do ano passado. Este valor corresponde a 27% do total de 1.800 MW contratados pelo governo e aumentou a demanda da empresa em 40%, aproximadamente. O diretor presidente da empresa, Pedro Ângelo Vial, revela que em 15 anos no país a empresa instalou 337 MW e, somando com os projetos externos, as usinas instaladas pela Wobben somam 406,7 MW de potência.

As empresas vencedoras do leilão devem estar prontas para o fornecimento de energia em 2012. “Teremos de fazer em dois anos, 40% a mais do que se fez em 15 anos. Era tudo o que a gente queria”, brincou Vial. Ele explica que grupos de investidores participam diretamente do leilão apresentando projetos submetidos à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e à Empresa de Pesquisa Energética (EPE).

Esses grupos, por sua vez, devem fazem parcerias com fabricantes para a construção das usinas, que é o caso da Wobben. “Serão 71 usinas (contratadas pela praça). Muitos investidores entraram no leilão com os fabricantes já escolhidos, mas ainda há 300 MW contratados que ainda não têm fabricantes definidos”, explica. Os investidores ainda estão dentro do prazo para fazer a escolha das empresas.

A Wobben é fabricante de aerogeradores, ou seja, turbinas eólicas de grande porte. Instalada em Sorocaba, atualmente conta com 800 funcionários. A empresa chegou a ter 1.200 colaboradores mas o quadro foi diminuído por conta da baixa demanda do setor. O diretor presidente, no entanto, afirma que com esta nova demanda a recontratação é necessária. Ele espera que pelo menos novos 300 postos de serviços sejam criados neste segundo semestre de 2010.

Além da produção de componentes e aerogeradores para o mercado interno e externo, a empresa projeta, instala, opera e presta serviço de assistência técnica para Usinas Eólicas. É subsidiária da Enercon GmbH e, desde 2002, conta com uma segunda unidade fabril em Pecém, no Ceará.



Projetos contratados


A participação da Wobben neste primeiro leilão aconteceu por meio de projetos apresentados pela Petrobrás (104 MW no Rio Grande do Norte), CPFL (188 MW também no Rio Grande do Norte), Eletrosul (90 MW no Rio Grande do Sul) e o grupo espanhol Elecnor que fará usinas no Rio Grande do Sul. Fora do leilão a fabricante de aerogeradores já tem contratados outros 78 MW no Rio Grande do Sul, sendo 70 para a Eletricidade de Portugal (EDP) e mais 8 para a própria Elecnor. Ainda há 15 MW contratados na Costa Rica.



Expectativa para o segundo leilão


O segundo leilão de energia eólica do Brasil está marcado para agosto. De acordo com Pedro Vial, o diretor presidente da Wobben, as expectativas são boas. Segundo ele é esperado que o governo contrate outros 1.800 megawatts (MW). Esta contratação daria fôlego às empresas do setor para o período de 2012 a 2014. “A nossa luta agora é para conseguir um número de MW de vendas semelhante para termos uma projeção de pelo menos quatro ou cinco anos a frente, aí trabalhamos com tranquilidade”, diz Vial.

A iniciativa governamental de realizar os leilões de energia eólica, para o diretor presidente da Wobben, é uma alternativa para que o setor decole e se mantenha voando no país. “Esses leilões têm que se manter anualmente. Parece existir um espaço de 10 mil MW até 2020”, diz. Este valor é alto se comparado com os patamares atuais mas, segundo Vial, é pouco quando é avaliado o potencial de produção brasileira de energia através dos ventos. “O Brasil tem um potencial de produzir, pelo menos 300 mil MW em eólica. Isto é quase três vezes tudo que o Brasil tem instalado de energia eólica, térmica a gás, a carvão e hidrelétrica que é aproximada de 104 mil MW”, pondera. A energia hidrelétrica corresponde a 75% deste total.

O primeiro leilão foi realizado em dezembro do ano passado e foram inscritos cerca de 14 mil MW em projetos, dos quais foram selecionados 12 mil MW. A seleção ficou a cargo da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e da Empresa de Pesquisa Energética (EPE). A contratação efetiva feita com a praça foi de 1.800 MW. Foram contratadas a construção de 71 usinas eólicas dos investidores que ofereceram as tarifas mais baixas. Segundo o edital, os contratos serão de 20 anos e o preço máximo inicial era de R$ 189 por megawatts/hora (MW/h).

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