Carta da Terra

"Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade deve escolher o seu futuro. À medida que o mundo torna-se cada vez mais interdependente e frágil, o futuro enfrenta, ao mesmo tempo, grandes perigos e grandes promessas. Para seguir adiante, devemos reconhecer que, no meio da uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino comum. Devemos somar forças para gerar uma sociedade sustentável global baseada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade da vida, e com as futuras gerações." (da CARTA DA TERRA)
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Países em desenvolvimento formalizam compromissos para reduzir emissões

A China afirmou que vai diminuir a emissão de carbono por unidade de produção entre 40% e 45% até 2020. A Índia usou medida similar, prometendo cortar emissões entre 20% e 25% no mesmo período. Já o Brasil quer mitigar a emissão de seus GEEs (gases do efeito estufa) em mais de um terço em relação aos níveis projetados para 2020, e o México, em 30%.

Mais um passo foi dado para combater as alterações climáticas, que já afetam tantos países ao redor do mundo. Nas últimas semanas, dezenas de nações em desenvolvimento submeteram seus projetos de redução de emissões de gases do efeito estufa (GEEs) a um inventário da ONU, decidido na Conferência de Cancún, no México, em dezembro de 2010.

Após a Conferência, os países subdesenvolvidos decidiram se juntar para criar seus próprios planos de mitigação das emissões de carbono. A lista dessas ações segue um inventário com os planos de redução das nações industrializadas, que já vinham sendo reunidos desde o dia 10 de março. Até poucas semanas atrás, essa relação continha os planos dos 27 países da União Europeia e mais 15 de outras nações desenvolvidas, como os Estados Unidos o Japão, o Canadá e a Austrália.

Agora, unem-se a estas propostas os planos dos países em desenvolvimento. Essas promessas de redução são voluntárias, e a maioria das nações subdesenvolvidas vai precisar do auxílio dos países industrializados para colocar em prática seus projetos.

Muitas dessas propostas já haviam sido anunciadas antes, mas a listagem formaliza o compromisso dos países com a redução de emissões de dióxido de carbono. Esse documento é base para um sistema de “responsabilidade mútua”, mecanismo que permitirá aos países saber o que as outras partes do acordo estão fazendo para mitigar as mudanças climáticas.

Alguns países criaram propostas vagas e curtas. A China, por exemplo, afirmou apenas que vai diminuir a emissão de carbono por unidade de produção entre 40% e 45% até 2020. A Índia usou medida similar, prometendo cortar emissões entre 20% e 25% no mesmo período. Já o Brasil quer mitigar a emissão de seus GEEs em mais de um terço em relação aos níveis projetados para 2020, e o México, em 30%.

Outras propostas são detalhadas ao extremo. A Etiópia, por exemplo, listou 75 projetos, incluindo cada nova linha de trem que utilizará energia renovável. Já a Argentina, que baniu o uso de lâmpadas incandescentes, especificou subsídios para a energia eólica e solar. A Costa do Marfim listou um plano para mais hidrelétricas, energia renovável e administração florestal.

A Mongólia, além de instalar usinas solares no deserto, quer dar a criadores e agricultores nômades turbinas eólias portáteis. O país afirmou que ainda precisará utilizar carvão para sistemas de aquecimento doméstico, mas quer instalar boilers mais eficientes. A República Centro-Africana quer expandir suas florestas para cobrir um quarto de seu território.

O Himalaia e o Butão prometeram não emitir mais carbono do que suas florestas possam absorver. A Costa Rica e as Maldivas pretendem neutralizar suas emissões de carbono, e até o Afeganistão promete implementar planos contra as mudanças climáticas.

Além do inventário, 194 países concordaram, em Cancún, em criar o “Fundo Verde do Clima”, que reunirá cerca de US$10 bilhões dos países industrializados a serem investidos nos países em desenvolvimento, com objetivo de ajudar essas nações a se adaptarem às alterações climáticas e reduzirem suas emissões.

No entanto, as ações para definir mais detalhes do fundo foram adiadas, pois os países da América Latina e Ásia ainda não tinham definido quais seriam os seus representantes do comitê transitório, que ficará responsável por administrar o fundo.

O próximo fórum para discutir ações contra as mudanças climáticas se reunirá em Bancoc, na Tailândia, entre 3 e 8 de abril. Em seguida, Bonn, na Alemanha, sediará uma reunião, entre 6 e 17 de junho, e outro encontro acontecerá em Durban, na África do Sul, entre 9 e 28 de novembro. Neste último, espera-se que o comitê transitório apresente um plano completo para o “Fundo Verde do Clima”. (Instituto CarbonoBrasil)

Trendspotting: the next big sustainability issues

James Goodman and Martin Wright track the trends which will influence the coming year's sustainability debates


Transparency: no place to hide
There will be nowhere to hide, as the open society finally arrives. Wikileaks is just the start. When anyone can tweet and be tweeted, keeping the lid on is no longer an option.

2011 will see transparency become the new normal, thanks to the unprecedented rush of digital empowerment. Three in every four people on the planet have a mobile phone, and the use of Twitter is growing at over 1,000 percent a year.

In the last few months alone, we've seen consumers able to monitor working conditions in one of Asda's Bangladeshi clothes factories via a live cam feed; compel Gap to abandon ditching its new logo; and use their mobiles to pull sustainability information from a product's barcode and then add their own subversive messages saying "this product's rubbish", or "cheaper in the shop across the road", using Stickybits software.

Command and control won't cut it any more. The result will at times be messy, barely manageable: think Wikileaks again. Scared companies will try, and fail, to stuff the genie back in the bottle. Smart ones, by contrast, will seize it as a golden opportunity to get close to their market and learn from their customers.

Africa: from basket case to boomtime?
It may still be wracked with civil war and failed states, but Africa is fast emerging as the world's unlikeliest opportunity. Rich in resources and people, its economies are set to grow by 6% next year, pulling in record levels of investment. By 2020, McKinsey says, there will be 128m Africans with discretionary spend. And the continent is on track to have the lowest dependency ratio in the world by 2030 – something associated with rapid development. Around that time, too, the Sahara could be the powerhouse of Europe, thanks to concentrated solar power.

By then, of course, China – which has already grasped Africa's potential both as a market and for resources – could well be the world's largest economy. And if present trends continue, its biggest investor in green technology, too. If you'd made that prediction a couple of decades ago, you'd have been cast as a hopless Maoist dreamer. It's a salutary reminder of the speed with which a settled world can shift.
So 2011 will surely see new markets, new influences – and new competition for resources.

Biodiversity: it's a business issue
Business is used to counting carbon; now it may have to start counting bees.
Biodiversity is shrinking fast, and the economic consequences are just starting to bite. According to a study by TEEB (The Economics of Ecosystems and Biodiversity), natural pollinators like bees are worth over $200bn a year to the world economy. (If that sounds a lot, imagine pollinating crops by hand, as some Chinese farmers had to when bee populations were wiped out by chemicals.)

Against a backdrop of growing uncertainty and rising fuel costs, meanwhile, food prices soared in 2010. Although volatility is increasingly the rule, they seem set to rise further this year, triggering concerns about commodity speculation and wider food security – not to mention fears of food riots.

So how are we responding to these twin, related threats? So far, so slow. Take one example: ICCAT – which in any sane world should stand for the International Commission for the Collapse of Atlantic Tunas. It's agreed a catch quota for 2011 that scientists say gives the species a 1 in 3 chance of commerical collapse. It's an all too typical example of our governance systems' failure to manage ecosystems. Of us reaching environmental limits, and not knowing what to do about it.

One thing is for sure: we certainly can't tackle it in isolation. Burning forests to grow more food would boost the global warming which will lead to less food in future. And some misguided efforts to tackle climate change – such as the mass conversion of cropland to biofuels – means more food insecurity in the here and now. We are facing the acid test of our ability to tackle threats at a systemic level, rather than try to pick them off one by one.

If you're looking for a silver lining, try this. The threat of climate change helped spark the cleantech boom; could business take a similarly entrepreneurial response to the conservation crisis? The UN thinks so. It estimates that the battle to avert ecosystem collapse could generate a $5tn industry. And McKinsey's reports that leading CEOs are now thinking of biodiversity in the same way they thought of climate change in 2007: a worrying issue on the horizon that they ought to start planning for now.

Climate change scepticism: will science strike back?
2010 was the Year of the Sceptics. By contrast, 2011 could just see the triumph of science, for two reasons.
First, the facts are increasingly stark. 2010 looks set to equal or exceed 1998 as the warmest year on record. And it doesn't stop there. 1998 hit record levels in part because it coincided with the warming impacts of 'El Nino'. By contrast, 2010's highs have happened despite the cooling influence of 'La Nina'.

Second, in the wake of Climategate, scientists are realising that pure research ain't enough: they need to communicate much better, too – and engage openly with their adversaries. The more that happens, the more threadbare the rhetoric of denial will appear. The grudging agreement reached at Cancun will help; all the more so because both China and India have come on board as never before.

Thist doesn't mean scepticism will melt away overnight. With the impacts of global warming, as ever, lagging behind the rise in temperatures, the sceptics will still find a hearing. And they'll be fired up by a new kind of energy. For years, advocates of bold action on carbon cuts have argued that energy insecurity strengthens their case. That'll be harder to maintain now that shale gas has entered the mix. Not only is it relatively cheap, but there is a truly humungous amount of it in the USA.
The science may be settled, but the coming year will show that the debate is far from over.

They've finally got it – now what?
As the year turned, there was growing evidence that virtually every CEO worth their salt saw sustainability vital to future business success. Ninety-three percent of those surveyed by Accenture agreed with that statement. Other polls reported similar results.

More intriguingly, nine out of ten CEOs questioned by the Echo consultancy on behalf of the International Business Leaders Forum believed their companies would have to employ new sustainable technologies to remain competitive five years from now.

James Goodman is head of futures at Forum for the Future and Martin Wright is editor in chief of Green Futures at Forum for the Future

5 países que mais investem em energia renovável no mundo

Postado por SEMEIA JAHU 

O ser humano não vive mais sem energia, porém, isso não significa que para utilizá-la ou fabricá-la seja necessário poluir. Energias limpas são alternativas sustentáveis que podem suprir e movimentar a economia.

De acordo com o Instituto para Diversificação da Energia (IDEA), em 2020, cerca de 42,3% do total da geração de eletricidade virá de fontes renováveis. Leia, abaixo, a lista dos cinco países que mais investem em energias alternativas do mundo:

Espanha
O país se tornou o maior produtor mundial de energia solar térmica em meados de 2010, com 432 MW instalados. Ele é o segundo na Europa com maior capacidade de geração energética com placas fotovoltaicas, podendo produzir mais de 3.400 MW.

A Espanha também dá largos passos na produção de energia eólica. Atualmente, possui projetos que produzem 727 MW e a capacidade instalada de geração eólica ultrapassa os 19.000 MW.

Portugal
A capacidade instalada de geração de energia limpa no país cresceu mais de três vezes de 2004 a 2009 com o Pelamis Wave Power, primeiro parque de geração energética a partir das ondas do mar – de 1,220 MW para 4,307MW.

As fontes renováveis são responsáveis por 17% de toda a energia produzida em Portugal. Desse percentual, 56,6% provém das hidroelétricas, 33% das eólicas, 7,5% da biomassa e o restante da a produção fotovoltaica, biogás e resíduos sólidos urbanos.

China
A China possui a maior quantidade de turbinas eólicas em operação do mundo (50%) e o responsável por isso foram os altos investimentos para projetos internos. No primeiro semestre de 2010, Pequim chegou a investir 10 bilhões de dólares no setor; a metade do que o resto do mundo junto investiu (20,5 bilhões de dólares).

A previsão é que o país chegue a produzir mais 375 GW em 2020, com o investimento acumulado de 620 bilhões de dólares.

Índia
O governo indiano lançou no início de 2010 um plano de 19 bilhões de dólares para gerar 20.000 MW de energia solar até 2022. Para que a chamada Missão Solar Nacional funcionasse, a Índia criou um sistema que obriga às empresas distribuidoras de energia a comprar uma quantidade determinada de energias renováveis, o Renewable Purchase Obligation (POR).

Alemanha
A energia renovável na Alemanha representa 16% da produção total. O governo alemão pretende que esse percentual chegue a 80% em 2050, e os incentivos fiscais para alcançar essa meta não são poucos. Nos próximos anos o país deve receber um investimento de cerca de 6,62 bilhões de dólares, que deverão servir para projetos de parques eólicos off-shore (fora da costa). Além disso, outros 1 bilhão de dólares devem sair do bolso da Vattenfal, produtora de aerogeradores, para construir uma fazenda com capacidade instalada de 288 MW, em 2012.

Leia mais: Eco4Planet

Comércio, desindustrialização e violência, artigo de Newton Figueiredo

Publicado em dezembro 23, 2010 por HC [Ecodebate] Pesquisa produzida pela agência Voltage, recentemente divulgada, mostra que o consumidor brasileiro busca valores humanos nas marcas e tem a expectativa de construir um relacionamento pautado na transparência, honestidade, confiança, integridade, respeito e ética. De outro lado, a pesquisa mostra que 62% dos consumidores brasileiros entrevistados pela pesquisa afirmam estarem insatisfeitos com a falta de honestidade das marcas.

Muitas empresas parecem estar na contra mão destas expectativas. A cada dia que passa temos visto o nosso comércio cada vez mais inundado de produtos chineses, indianos e de outros países asiáticos menos desenvolvidos. Essa avalanche de importação de produtos que poderiam ser fabricados em nosso país, de forma honesta e competitiva, tem levado ao desemprego e estimulado a miséria e a violência em nossas cidades. Esse fenômeno pode ser identificado com conseqüência em três níveis: nas nossas populações mais carentes, nas pequenas indústrias e nas médias e grandes indústrias.

Temos no país um das mais rigorosas legislações trabalhistas e ambientais, que prezam pelo respeito aos cidadãos e pela preservação da biodiversidade. Mas, com esta transferência de local de produção, importamos não apenas produtos mais baratos, mas, principalmente, fome e violência. Ao dispensarmos mão de obra nacional, contribuímos para o aumento das taxas de desemprego, com isso, não é difícil imaginar o crescimento também da miséria e da violência.

Chega a ser desrespeitosa com a nossa sociedade a importação de artesanatos primários desses países ao invés de serem comprados de comunidades carentes aqui. Estamos importando, certamente, trabalho escravo, infantil, falta de compromisso com os direitos humanos…

Certamente, várias pequenas indústrias de cerâmica têm fechado suas portas haja vista a importação maciça de potes e artefatos que estavam sendo produzidos aqui gerando emprego e renda.

Um processo de desindustrialização também preocupante se dá nas médias e grandes indústrias. Já há, no momento, um importante contingente de empresas brasileiras que já fecharam linhas de produção para mandar produzir seus produtos em terras asiáticas. Tais produtos estão sendo comercializados, por exemplo, em lojas de material de construção, nem sempre com a atenção do comprador, pois a marca é a mesma tradicional que ele conhece.

O que imaginar para o futuro neste cenário? As indústrias se transformando em traders e reduzindo suas atuações à venda e à distribuição. Não é impossível imaginar que com o avanço desta prática, não tenhamos aqui no futuro, também varejistas chineses dominando a cadeia, da produção com baixos custos até a própria comercialização. Com certeza, este será um tiro no pé da indústria e do comércio brasileiros.

Precisamos interromper esse processo de desindustrialização, de lucro fácil pela importação de desrespeito às legislações brasileiras sociais e ambientais. Precisamos cobrar das lideranças empresariais medidas eficientes para inibir esse caminho predatório ao nosso desenvolvimento sustentável. É preciso neste momento um pacto entre indústria e comércio para re-estimular a compra de produtos nacionais e garantir um futuro mais consistente e responsável para todos.

Newton Figueiredo é fundador e presidente do Grupo SustentaX, que desenvolve, de forma integrada, o conceito de sustentabilidade ajudando as corporações a terem seus negócios mais competitivos e sustentáveis, identificando para os consumidores produtos e serviços sustentáveis e desenvolvendo projetos de sustentabilidade para empreendimentos imobiliários.


* Colaboração de Janaína S. e Silva para o EcoDebate, 23/12/2010

O problema de saber quantos já somos

WASHINGTON NOVAES -

Um dos temas mais discutidos na reunião da Convenção da Diversidade Biológica (CDB) em Nagoya foi o do aumento da população mundial e consequente pressão por mais recursos e serviços naturais, quando vários relatórios já acusam a insustentabilidade do panorama - alguns chegam a situar em 50% o excesso de consumo, comparado com a capacidade de reposição do planeta, e em 30% a perda da biodiversidade global registrada em 40 anos. Soluções propostas não escaparam dos caminhos que até aqui têm ficado no terreno das boas intenções - reduzir o consumo global, baixar o consumo nos países industrializados (os maiores consumidores), baixar as taxas de crescimento da população.

Os números sobre população ali discutidos são, de fato, inquietantes: dos quase 7 bilhões de pessoas que já somos no mundo, chegaremos a 7,67 bilhões em 2020, a 8,3 bilhões uma década mais tarde, a 8,8 bilhões em 2040 e a 9,15 bilhões na metade do século - e tudo isso com as taxas de fertilidade (número de filhos por mulher em idade fértil) em declínio no mundo todo, já abaixo da taxa de reposição, de dois filhos (que substituem pai e mãe, sem aumentar a população). Embora essa taxa de fertilidade continue em declínio, o "estoque" de mulheres em idade fértil ainda é alto, por causa da alta natalidade nas últimas décadas do século 20 e início deste.

Mas quando se entra no terreno das propostas a discussão é complicada. Há quase 20 anos o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) vem mostrando que os países industrializados, com menos de 20% da população mundial, consomem quase 80% dos recursos, com sua produção e as importações. Se todos os países consumissem como eles, diz o Pnud, seriam desnecessários mais dois ou três planetas. Por isso, quando se discute, como em Nagoya, a necessidade de países como a China e a Índia reduzirem a pressão sobre os recursos naturais, ambos respondem que sua taxa média de consumo de recursos ou de energia por habitante (a China tem perto de 1,4 bilhão de pessoas; a Índia, cerca de 1,1 bilhão) é muitas vezes menor que a da Europa, dos Estados Unidos e do Japão. Na média, o que se mostrou na CDB no Japão é que os 33 países mais desenvolvidos têm uma "pegada de carbono" cinco vezes mais alta que a dos países mais pobres.

Nesse quadro, suscita curiosidade a notícia deste jornal (4/11) de que 6 milhões de pesquisadores (mais que a população de muitos países) começaram a visitar 400 milhões de residências para realizar em dez dias o censo demográfico na China, que tem cerca de 20% da população mundial. E um dos obstáculos será a população flutuante, perto de 200 milhões de "migrantes rurais" (mais que toda a população brasileira), que vagam pelo país, sem residência fixa, em busca de emprego. Mas não é só. Ninguém sabe quantas são as crianças "clandestinas", não registradas para não violar a lei do filho único (perde o equivalente a um ano de rendimentos e outros benefícios sociais quem tenha mais de um filho e não o registre; funcionários públicos podem perder o emprego; agora as penalidades estão sendo reduzidas, até para facilitar o censo).

Por aqui, o primeiro levantamento divulgado pelo IBGE sobre nosso censo aponta 185 milhões de pessoas. Mas ainda faltam números (o autor destas linhas, em mais de 70 anos de vida, só em um censo teve sua residência visitada - e não foi neste). De qualquer forma, há dados relevantes. A taxa de fertilidade continua em baixa, inferior à taxa de reposição. Também caiu a média de pessoas por domicílio (de 3,79 para 3,37). E a projeção é de que cheguemos a 216,4 milhões de pessoas em 2030, quando a população começará a declinar, para chegar a 215,3 milhões em 2050. Números um pouco mais altos que os da análise feita pelo Ipea em outubro, de estatísticas da Pnad e do IBGE (Agência Brasil, 14/10), que apontou 206,8 milhões para 2030 e 204,7 milhões para 2040.

Relacionada com esses números, há uma interpretação curiosa do ex-ministro Pedro Malan, que atribui a elevação da produtividade e da renda no País à redução do número de dependentes por pessoa produtiva, que em uma década caiu de oito para cinco (Correio Braziliense, 22/8).

Sempre que o tema demográfico entra em discussão, emerge a questão dos custos previdenciários, já que tende a crescer a proporção de pessoas idosas (mais de 60 anos) na população. Elas eram 9,1% em 1999 e chegaram a 11,3% em 2009. As pessoas com mais de 70 anos eram 6,4 milhões (3,9%) e passaram a 9,7 milhões (5,1%). A esperança média de vida subiu para 73,1 anos. As análises pessimistas têm enfatizado que haverá um número cada vez maior de pessoas que dependerão, em suas aposentadorias, de uma quantidade menor de contribuintes. E sugerem revisões imediatas nos critérios de rendimentos de aposentados, para não agravar o "déficit da Previdência" - esquecendo-se de vários fatores, como o de que a maior parte do déficit da Previdência se deve ao pagamento de aposentadorias no setor público, muito mais altas, e não ao custo da aposentadoria no setor privado, em que os pagamentos de valor acima do salário mínimo têm declinado (em termos reais), por serem os reajustes inferiores aos índices do salário mínimo, que reajustam as aposentadorias até o valor máximo destes. É preciso lembrar ainda que os aposentados do setor privado contribuíram durante parte de sua vida sobre o máximo de 20 salários mínimos (para terem direito a aposentadorias de até 18 salários mínimos) e, do dia para a noite, viram o teto cair para 10 salários mínimos. Além de a aposentadoria inicial ser calculada sobre a média das contribuições nos últimos 36 meses, sem correção monetária - o que levou o valor a cair brutalmente nos tempos de inflação acentuada.

O censo é muito útil, revela muitas coisas. Mas é preciso que seja interpretado corretamente por quem legisla e/ou administra. E gere consequências justas.

Perspectivas para 2011 a 2014 _ Estado de S. Paulo

07 de novembro de 2010
Amir Khair - O Estado de S.Paulo

Nos próximos anos, o desenvolvimento mundial será puxado pelos países emergentes, com destaque para a China e o Brasil. Os países desenvolvidos ainda deverão continuar em ritmo lento de crescimento econômico. Os Estados Unidos ainda deverão sofrer as consequências dos seus déficits gêmeos, dos elevados níveis de desemprego, endividamento público e das pessoas. Os países da zona do euro terão de resolver os graves problemas fiscais e de perda de competitividade externa para a agressividade comercial chinesa. O Japão deverá continuar patinando, fugindo da ameaça da deflação.

O comércio internacional deve crescer em ritmo lento e ser caracterizado por forte disputa para ampliação e conquista de mercados, especialmente devido às novas camadas da população incluídas no mercado de consumo dos países emergentes. Todos precisando exportar e conter importações. É uma equação que não fecha e que pode trazer como consequência elevação do protecionismo, guerra cambial e estabilização e/ou redução dos preços em escala global.

Dentro deste cenário, será difícil ampliar as exportações, especialmente de produtos industrializados. Devem ser exceção as commodities e os alimentos, também puxados pelo aumento do consumo interno dos países emergentes.

Esse é o cenário externo que considero mais provável para os próximos quatro anos. Face a esse cenário, o que deveríamos fazer? Como prioridades absolutas, continuar a desenvolver o mercado interno e procurar reduzir o custo Brasil.

Mercado interno. O Brasil possui um imenso potencial ainda inexplorado no seu mercado interno, fruto da má distribuição de renda, que impede que amplas camadas da população participem do mercado de consumo e/ou ampliem o consumo de bens e serviços cujo consumo é restrito devido à baixa renda. Para isso, várias políticas já implantadas devem ser ampliadas nos seus alcances. A mais importante é a regra de correção do salário mínimo, que deveria continuar crescendo acompanhando o crescimento do PIB. Em seguida, considero necessário ampliar o valor a ser destinado ao Bolsa Família. Atualmente, a despesa deste programa é de R$ 13 bilhões, que corresponde a 0,4% do PIB, ou 1,4% da receita do governo federal. Existem vários outros programas de redistribuição de renda, que devem ser ampliados.

China offers to buy Greek debt/AlJazeera

AlJazeera
Prime minister Wen Jiabao says his country will support Greece and rest of euro zone to overcome financial crisis.

Last Modified: 03 Oct 2010 16:23 GMT
erald Tan reports on the significance of China's proposal to buyout Greece's debt

China has offered to buy Greek government bonds, in a show of support for the country whose debt burden pushed the euro zone into a crisis.

Wen Jiabao, the Chinese prime minister, made the offer on Saturday at the start of a two-day visit to Greece, his first stop in a European tour.

During talks with George Papandreou, the Greek prime minister, Wen said China would double its trade ties with Greece over the next five years, underscoring Beijing's use of economic strength to win friends.

"China will undertake a great effort to support euro zone countries and Greece to overcome the crisis," Wen said.

Africa May Become Next Big Market for Carbon Projects, Emission Group Says

By Dinakar Sethuraman - Aug 26, 2010 3:28 AM GMT-0300

Business ExchangeTwitterDeliciousDiggFacebookLinkedInNewsvinePropellerYahoo! BuzzPrint Africa may be the next major market for carbon-reduction ventures amid investigations into Chinese certification and as the European Union imposes new regulations, the International Emissions Trading Association said.

“Africa is turning into a major source of premium Clean Development Mechanism projects,” Henry Derwent, chief executive officer and president of the Geneva-based group, said in an interview before the Carbon Forum Asia conference in October.

Sustentabilidade versus crescimento: limites do atual modelo econômico

DW-WORLD.DE


Especialistas veem como ultrapassado o modelo econômico baseado só no crescimento do PIB e defendem formas de desenvolvimento e medição de riqueza que levem em conta a distribuição de renda e o uso de recursos naturais.

O debate está em pauta há mais de 30 anos, mas a crise econômica mundial e as alterações climáticas deram um novo impulso às discussões sobre o modelo econômico tradicional, que só valoriza o crescimento da economia.

Clima descontrolado >>> IPS/Envolverde

por Julio Godoy*
O clima planetário mostra perturbações graves enquanto as discussões políticas para adotar um acordo contra o aquecimento global navegam à deriva, alertam especialistas.

Bonn, Alemanha, 9 de agosto (Terramérica).- Calor incomum, inundações, secas e furacões cada vez mais frequentes e intensos. Já ouvimos estas notícias? Quando se estreitam as opções para negociar um pacto mundial contra a mudança climática, a Organização das Nações Unidas (ONU) insiste em assinalar a emergência de “condições extremas”. Um olhar sobre o clima global dá sinais dessas “condições extremas”.

Aquisição por estrangeiro precisará de aval do Incra >>> IHU Unisinios/Valor

O governo decidiu alguns critérios para impedir o avanço do capital estrangeiro sobre as terras do país. As aquisições de áreas por investidores do exterior terão que passar por um processo de aprovação prévia no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). E os cartórios terão que informar a compra dessas terras por pessoas físicas e jurídicas estrangeiras antes de emitir qualquer tipo de registro oficial.

"Expansão chinesa não é sustentável" >>> PNUD

Relatório afirma que padrão de crescimento das últimas décadas terá de se tornar mais 'verde' para que país mantenha ganhos sociais
pnud.org.br
Por PrimaPagina

Impulsionada por um crescimento anual de quase 10% desde a década de 80, a China foi o país que mais ganhos obteve no IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), tornou-se a terceira maior economia do mundo e tirou quase meio bilhão de pessoas da pobreza. No entanto, esse processo significou aumento da poluição num nível que torna insustentável o desenvolvimento chinês no longo prazo, avalia um relatório do PNUD sobre o país.

“O crescimento econômico sustentado foi instrumento fundamental no rápido ganho de desenvolvimento humano da Chia, e terá de continuar para atender as necessidades de emprego, serviços sociais e infraestrutura social. No entanto, o modelo de crescimento econômico baseado no uso intensivo de energia e de outros recursos e uma alta dependência de combustíveis fósseis teve seu preço em termos de degradação e poluição. No longo prazo, ele é insustentável”, avalia a edição de 2009/2010 do Relatório de Desenvolvimento Humano da China, encomendado pelo PNUD e coordenado pela universidade chinesa de Renmin.

Desde 1979, com a introdução de reformas, o sistema regidamente planificado e centralizado deu lugar a uma economia de mercado dinâmica que atrai a atenção do mundo. Nas últimas três décadas, o Produto Interno Bruto (PIB) da China tem crescido a uma média de 9,8% ao ano. Entre 1991 e 2004, a proporção de pobres caiu de 65,2% para 10,4% da população. “Os chineses estão agora mais ricos, mais bem educados e mais saudáveis do que nunca”, observa o estudo.

Ao mesmo tempo, a rápida expansão gerou desigualdades sociais e degradou o meio ambiente. “A emissão total de gases-estufa da China cresceu rapidamente com a industrialização e a urbanização ao longo das últimas décadas. Desde 1970 a 2007, o volume total subiu sete vezes. Em 2007, as emissões de CO2 da China ultrapassaram as dos Estados Unidos e são hoje as maiores do mundo”, aponta o texto.


Os chineses lançam 6 bilhões de toneladas de gases-estufa ao ano, contra 1 bilhão no início dos anos 70. Isso está em parte ligado ao fato de o país ser muito grande e ter uma população numerosa. As emissões per capita são menores que as dos países desenvolvidos — mas cresceram 381% no período, bem mais que as do planeta como um todo (17%), segundo dados da Agência Internacional de Energia citados no relatório. O problema pode se agravar, pois, ao longo das próximas duas décadas, 350 milhões de pessoas devem migrar das zonas rurais chinesas para áreas urbanas.

A indústria do país é setor que mais contribui para a emissão (84% do total). O setor de energia e aquecimento, em especial, impulsiona o problema — é responsável por 49,5% da poluição, seguido por manufatura e construção (31,2%). Já o transporte (6,8%) e o consumo residencial (4,2%) têm pequena participação.

O relatório salienta que há grande disparidade entre as indústrias da China. De um lado, empresas modernas —especialmente as estatais— adotam tecnologia avançada, com baixo consumo de energia por unidade de produção. Em contraste, um grande número de pequenas e médias empresas ainda usam equipamentos ultrapassados e tecnologias que desperdiçam energia e produzem níveis elevados de emissões.

Um exemplo disso é a usina termelétrica de Zhejiang, considerada a maior e mais eficiente do mundo, com quatro geradores de 1 mil megawatts e um nível de consumo de carvão de 282,6 gramas por quilowatt-hora. Ao mesmo tempo, um grande número de geradores ultrapassados opera no país abaixo de 200 mil quilowatts — para cada quilowatt-hora de eletricidade gerado, estes aparelhos lançam entre 250 e 350 gramas a mais de CO2 na atmosfera do que os mais modelos mais avançados.

A simultaneidade entre rápido avanço no IDH e degradação ambiental não significam que os dois fenômenos necessariamente andam juntos, diz o relatório. Os autores identificam dois padrões gerais nos países desenvolvidos: Um, dos países europeus e do Japão, onde as emissões per capita são relativamente pequenas, e outro de Austrália, Canadá e Estados Unidos, onde são altas.

O estudo menciona também o caso mexicano e o brasileiro. Entre 1980 e 2006, Brasil e México avançaram no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), enquanto o crescimento per capita de emissões de CO2 nos dois países foi considerado pequeno (de 3,4 toneladas para 4,2 e de 1,6 para 1,9, respectivamente). “Essas experiências confirmam que modelos de desenvolvimento humano sustentáveis são possíveis.”

O texto destaca que a China tem dados vários passos em relação a uma economia mais verde. Em dezembro de 2009, durante a Cúpula da ONU em Copenhague, o país se comprometeu a reduzir suas emissões de CO2 per capita entre 40% e 45% até 2020. Para isso, o relatório afirma que as empresas chinesas devem investir na redução das emissões, adotar tecnologias mais limpas e promover melhorias para alcançar maior eficiência.

Além disso, o governo central deve ser responsável pela criação de metas nacionais e pelo desenvolvimento de marcos regulatórios. O texto ainda sugere a introdução de um imposto sobre o carbono no país.
PNUD - EcoAgência

Deloitte aponta 7 desafios para Turismo até 2015 >>> OpcaoTurismo/Portugal

 Mercados emergentes, população, marca, talento, tecnologia, sustentabilidade e gestão de crises. São estes os sete desafios a que o Turismo mundial terá de responder, nos próximos cinco anos, para inverter a recente tendência de queda e atingir o crescimento no futuro.

A conclusão resulta do relatório Hospitality 2015, da Deloitte, que determina que a China e a Índia como os mercados emergentes, que alcançarão um crescimento anual superior ao Reino Unido, França e Japão num prazo de cinco anos.

O envelhecimento da geração “baby boomer” e o aparecimento de classes médias na China e na Índia vão ser determinantes na mudança do sector turístico mundial. Estes dois factores demográficos vão criar novos padrões de viagem, acentuar a procura pelo Ocidente e gerar uma importante fonte de rendimento para os mercados do Oriente.

As classes médias da China e da Índia vão gerar ciclos de mudança com impactos futuros e duradouros, com incidência a nível da evolução dos padrões de viagem no sentido de domésticos para regionais para, finalmente, internacionais. Em 2020, só a Índia deverá ter cerca de 50 milhões de turistas.

Com o crescimento e aposta em redes sociais, que permitiram uma maior aproximação com o consumidor quer na divulgação de informação, podem, inversamente expor as inconsistências de serviço das marcas. As marcas mais bem sucedidas serão aquelas que adoptem e utilizem as novas formas de comunicação sem subestimar ou lutar contra a sua influência.

Apesar de o sector ter uma elevada rotatividade de funcionários (31%), um empresário da hotelaria gasta, em média, 33 por cento das suas receitas com a área dos recursos humanos. Este factor vai continuar a ter uma incidência preponderante e os operadores vão ter de criar planos estratégicos que acautelem a manutenção de recursos humanos essenciais e a gestão eficiente do volume de negócios.

O investimento em tecnologia poderá ser um factor crítico para o sucesso das empresas do sector do turismo em 2015. A batalha entre as unidades hoteleiras e os operadores pelas marcações online vai continuar. Os operadores já estão a trabalhar na resposta às necessidades dos consumidores através da criação de novas aplicações e páginas para os dispositivos móveis.

Devido ao crescente aumento da população e à escassez de recursos naturais, a sustentabilidade será um factor determinante até 2015.

Esta conjugação vai gerar um ambiente de negócio muito desafiante e a necessidade de incorporar a questão da sustentabilidade em todas as facetas da indústria do turismo.

O estudo, conclui que a única forma da indústria do turismo sobreviver a choques imprevisíveis e minimizar o seu impacto é ter uma resposta organizada e adequada, através da criação de protocolos e programas de gestão de risco. Os operadores terão de rentabilizar as alturas mais difíceis e aproveitar possíveis novas oportunidades.

Developing Countries Lead Recovery, But High-Income Country Debt Clouds /// UN World Bank

 Available in: Français, Español, русский, Português
Press Release No:2010/466/GEP
Contacts:
In Washington: Merrell Tuck +1 (202) 473-9516, mtuckprimdahl@worldbank.org
Rebecca Ong +1 (202) 458-0434, rong@worldbank.org

TV/Broadcast: Cynthia Case, +1 (202) 473-6287, ccase@worldbank.org

Washington, DC, June 9, 2010—The global economic recovery continues to advance, but Europe’s debt crisis has created new hurdles on the road to sustainable medium term growth, cautions the World Bank’s latest Global Economic Prospects 2010, released today online.

The World Bank projects global GDP to expand between 2.9 and 3.3 percent in 2010 and 2011, strengthening to between 3.2 and 3.5 percent in 2012, reversing the 2.1 percent decline in 2009. Developing economies are expected to grow between 5.7 and 6.2 percent each year from 2010-2012. High-income countries, however, are projected to grow by between 2.1 and 2.3 percent in 2010—not enough to undo the 3.3 percent contraction in 2009—followed by between 1.9 and 2.4 percent growth in 2011.

“The better performance of developing countries in today’s world of multipolar growth is reassuring,” said Justin Yifu Lin, the World Bank’s Chief Economist and Senior Vice President, Development Economics. “But, for the rebound to endure, high-income countries need to seize opportunities offered by stronger growth in developing countries.”

The recovery faces several important headwinds over the medium term, including reduced international capital flows, high unemployment, and spare capacity exceeding 10 percent in many countries. According to the report, while the impact of the European debt crisis has so far been contained, prolonged rising sovereign debt could make credit more expensive and curtail investment and growth in developing countries.

On the upside, world merchandise trade has rebounded sharply and is expected to increase by about 21 percent this year, before growth rates taper down to around 8 percent in 2011-2012. Almost half of the rise in global demand in 2010-2012 will come from developing countries.

The World Bank’s projections assume that efforts by the IMF and European institutions will stave off a default or major European sovereign debt restructuring. But even so, developing countries and regions with close trade and financial connections to highly-indebted high-income countries may feel serious ripple effects.

“Demand stimulus in high-income countries is increasingly part of the problem instead of the solution,” said Hans Timmer, director of the Prospects Group at the World Bank. “A more rapid reining in of spending could reduce borrowing costs and boost growth in both high-income and developing countries in the longer run.”

Regardless of how the debt situation in high-income Europe evolves, a second round financial crisis cannot be ruled out in certain countries of developing Europe and Central Asia, where rising non-performing loans, due to slow recovery and significant levels of short-term debt, may threaten banking-sector solvency.

“Developing countries are not immune to the effects of a high-income sovereign debt crisis,” said Andrew Burns, manager of global macroeconomics at the World Bank. “But we expect many economies to continue to do well if they focus on growth strategies, make it easier to do business, or make spending more efficient. Their goal will be to ensure that investors continue to distinguish between their risks and those of these high-income countries.”

Many developing countries will continue to face serious financing gaps. Private capital flows to developing countries are forecast to recover only modestly from $454 billion (2.7 percent of the developing world’s GDP) in 2009 to $771 billion (3.2 percent of GDP) by 2012, still far below the $1.2 trillion (8.5 percent of GDP) in 2007. Overall, the financing gap of developing countries is projected to be $210 billion in 2010, declining to $180 billion in 2011—down from an estimated $352 billion in 2009.

Over the next 20 years, the fight against poverty could be hampered if countries are forced to cut productive and human capital investments because of lower development aid and reduced tax revenues, the report says. If bilateral aid flows decline, as they have in the past, this could affect long-term growth rates in developing countries—potentially increasing the number of extremely poor in 2020 by as much as 26 million.

Note to journalists:
The World Bank will now update its short-term growth forecasts twice a year via Global Economic Prospects.

For the full report and data on global outlook, inflation, financial flows and commodity markets, visit:

www.worldbank.org/globaloutlook


Journalists can access the report under embargo through the World Bank Online Media Briefing Center at: http://media.worldbank.org/secure. Accredited journalists who do not have a password may request one by completing the registration form at: http://media.worldbank.org/

Fact Sheet: Global Economic Prospects 2010 (June) Regional Outlook:

The East Asia and Pacific region is expected to grow by 8.7 percent in 2010 and 7.8 percent in 2011. The region has benefitted from close links with China, which led the recovery. However, the earlier strong momentum in regional exports and production is waning and output gaps are closing rapidly, and supply constraints are becoming an increasingly binding constraint on growth. Coupled with strong capital inflows and rising liquidity, this may put pressure on both goods and asset inflation. Reflecting these factors, regional and Chinese growth are forecast to slow to an average 7.8 and 8.4 percent respectively over the next two years.

The recovery in Europe and Central Asia is projected at 4.1 percent in 2010, 3.0 percentage points slower than the region’s pre-crisis five-year average. The rebound reflects strong growth in the region’s two largest economies (Russia and Turkey), which account for three-fourths of regional GDP. Growth in most other regional economies is expected to be relatively weak or remains negative, continuing to be constrained by the pronounced adjustments that some countries have had to undergo as a consequence of large pre-crisis current account deficits. Heightened uncertainty tied to the sovereign-debt crisis in some of high-income European countries (Greece, Ireland, Italy, Portugal, and Spain) has created additional headwinds for the region.

The recovery in Latin America and the Caribbean region—dominated by middle-income countries and commodity exporters—has benefitted from a limited revival in commodity prices, strong export demand, and a rebound in the inventory cycle. After contracting by an estimated 2.3 percent in 2009, output in the region is forecast to expand by around 4.3 percent each year over 2010-2012, just somewhat slower than during the boom period. Strong trade and financial ties to Europe make the region especially sensitive to developments in highly-indebted European economies.


The outlook for the Middle East and North Africa region will continue to be driven by oil prices and economic activity in the European Union (the region’s main trade partner). The oil price collapse at the onset of the financial crisis together with OPEC production restraints significantly reduced oil revenues, cutting into intra-regional foreign direct investment flows, remittances, and tourism receipts. However, export volumes and values are forecast to rebound, rising by 2.0 and 13.5 percent respectively in 2010. Moreover, the regional recovery is projected to strengthen, with growth firming from 4.0 percent in 2010 to 4.3 and 4.5 percent in 2011 and 2012, respectively.

GDP in South Asia has benefitted from stimulus measures (notably in India, and to a lesser extent in Bangladesh and Sri Lanka), relatively robust remittance inflows, which continued to expand (in contrast to declines elsewhere), and the recovery in global demand. The region also benefitted from relatively resilient capital inflows, which rose in level terms and as a share of GDP—from 3.6 percent in 2008 to 3.9 percent in 2009—and was supported by long-standing capital account restrictions. A combination of slower global growth, tighter financial conditions, and a consolidation of fiscal policy in some countries in the region is expected to cause growth to average 7.7 percent over 2010-2012, compared with the pre-crisis rate of 9.2 percent in 2007 (calendar year basis).

The outlook for the Sub-Saharan Africa region—dominated by low-income and commodity-exporting countries—is expected to continue to strengthen slowly, driven by historically high commodity prices and stronger external demand. Overall the region is forecast to grow by 4.5, 5.1, and 5.4 percent respectively over 2010–2012, up from an estimated 1.6 percent in 2009. The recent depreciation of the Euro should help the competitiveness of countries whose currencies are tied to the Euro

Gazprom to buy first Chinese post-2012 CERs /// Point Carbon

07 Jun 2010 11:23 CET Last updated: 08 Jun 2010 09:35 CET


Gazprom will buy 1.5 million CERs per year from two post-2012 CDM projects approved by China.

The National Development and Reform Commission (NDRC) has confirmed on its website that it has approved two programmatic clean development mechanism (CDM) projects for the period after the Kyoto protocol expires.

This is the first time applications have been made for post-2012 approvals in China and Russian gas company Gazprom is believed to have paid at least €8 per certified emission reduction (CER), as this is the official minimum price accepted by the Chinese government.

The price and conditions are in line with government policy for pre-2012 credits, which sets a floor price for CERs to protect Chinese enterprises.

Uncertainty

Investors have so far shied away from buying post-2012 credits in China due to uncertainty over what will happen to the CDM in the country after 2012.

The lack of an international climate treaty to replace or prolong the Kyoto protocol means there is doubt over whether the scheme will continue to exist.

Meanwhile, developed countries are calling on China to take on some form of carbon emission obligation in a future treaty, casting doubt over its eligibility to host CDM projects.

Rich nations are also trying to reform the CDM, seeking to limit it to the poorest countries.

In addition, the lack of firm targets post-2012 has made most market participants pessimistic in terms of CER demand over the next decade.

“With regard to the Chinese post-2012 market, this is something developers have been waiting for for quite some time and we are delighted to have been the first to receive an approval from the NDRC for post-2012,” said Dan Berry, deputy director global carbon at Gazprom Marketing and Trading.

“What will happen in terms of treatment of certain sectors in a future mechanism is still of course unclear, but we are positive about the continuation of the world’s largest CDM market, and a positive consideration of PoAs such as these that are providing households with a renewable energy source for cooking,” he said.

Programmatic biogas

The credits will be sourced from programmes of activities (PoAs), meaning they will be implemented at a number of facilities instead of only at one location, which is normal for the CDM.

The two programmatic activities, the first-ever of their kind to be okayed by China, will install biogas digesters to supply gas to over 800,000 households in two rural areas in the Henan province, cutting emissions by almost 1.5 million tonnes of CO2 equivalent annually.

“This is very encouraging for both project owners and buyers,” said Kou Weiwei with Accord Global Environmental Technology, a sister company of the project developer OCCDM.

She said a number of companies in the market are interested in applying for post-2012 approvals, but have so far been uncertain whether the government would give any project the thumbs-up.

“There has been a lot of wait-and-see, but no they can go ahead,” she said.

All of the more than 2,500 projects that have been approved by China so far must also reapply if they want to keep the projects running beyond 31 December 2012.

Both projects will start during the current Kyoto commitment period and will run for 10 years.
By Stian Reklev – sr@pointcarbon.com and Kathy Chen – kach@pointcarbon.com
Beijing

China carbon market prospects not optimistic - official /// Reuters

BEIJING
Sun Jun 6, 2010 9:49pm

BEIJING (Reuters) - Although China has supplied massive volumes of carbon credits to the global market, prospects for CO2 trade within the country itself are not optimistic, a senior climate official said on Sunday.

Business
Lu Xuedu, influential vice-head of China's National Climate Centre and former member of the United Nations Executive Board responsible for approving clean development mechanism (CDM) projects, told a conference in Beijing that carbon transaction volumes within China were likely to remain low.

"The domestic market will probably remain small, because you just need to ask the simple question -- Who will buy emissions in China?" he said.

Under the UN's Kyoto Protocol, China has been under no obligation to cut its own carbon emissions, and Lu said the only potential domestic buyers were big enterprises or high-income celebrities trying to improve their reputations.

China has been a supplier rather than a buyer of carbon credits and remains a key player in the CDM, a part of the Kyoto Protocol that allows industrialised nations to invest in clean projects in the developing world in exchange for offsets known as certified emission reductions (CERs), which can either be traded or used to comply with mandatory national CO2 targets.

China has been by far the biggest supplier of CERs on the world market, but developers have not been allowed to trade the credits domestically. Instead, a plethora of new environmental exchanges in Beijing, Shanghai and elsewhere have expressed hope that voluntary emissions markets will emerge to fill the gap. However, voluntary volumes have so far remained negligible.

There have been around 3,000 trades of voluntary emission reductions (VER) in China so far, exchange officials said, involving a total volume of 10,000 tonnes. The global total stood at 93 million tonnes last year, down 27 percent compared to 2008, according to research released on Sunday by Bloomberg New Energy Finance.
U.S. KEY IN NEW DEAL

The first phase of Kyoto ends in 2012 and negotiations are still continuing on a new global pact after the world community failed to reach a binding deal in the Danish capital of Copenhagen at the end of last year.

Lu said if the United States failed to pass its own climate legislation by the end of July, it was unlikely that a new binding agreement could be sealed during the meetings in the Mexican resort of Cancun at the end of this year.

Out of the total 2,214 CDM projects approved by the Executive Board by the middle of May, 851 originated in China, making it the "most successful" CDM country, Lu said, but there is a backlog of more than 1,600 Chinese projects still awaiting approval.

China's dominant position in the CDM sector has been criticised, with many accusing the country of producing large amounts of low-quality offsets from environmentally dubious projects involving the abatement of industrial gases like hydrofluorocarbons and nitrous oxide.

The Executive Board has been preoccupied with quality control. After turning its fire on the large number of wind power projects being submitted from China -- which it said had been given favourable power prices and were therefore ineligible for CDM support -- there are now indications that it is eyeing Chinese hydropower plants.

But the biggest problem with the current CDM market is demand, which remains uncertain as potential investors and project developers wait for clarity about what will happens after 2012, Lu said.

(Reporting by David Stanway; editing by Karen Foster)

China in South America: Strategic Investment policies looking for a safety future

Apenas um bloco continental cresce no mundo: America Latina. Os chineses já perceberam isto. E aqui estão entre  nós. Sua presença tende a aumentar e começa a alterar o mapa geopolitico da região. Os EUA já perceberam, mas com a economia em crise pouco podem fazer.
Veja a materia abaixo.

Start the Chinese or the domestic carbon market by 2014 /// FrFRy-China

Tagged with: 2014 Carbon Chinese coercive Domestic half market Measures start Taken

China will likely start no later than 2014 domestic carbon emissions trading market, and for Chinese companies to set up a "semi-mandatory" (half-mandatory) 的 targets to limit their greenhouse gas emissions. National Energy Research Institute, deputy director of CDM project management Feng Sheng waves on May 27 interview with the media in Cologne, Germany, made the statements.

Feng Sheng Bo said the government is drafting rules to develop the carbon market; carbon market will be under the supervision of the government by the "related units" (associations, which means carbon exchange) to run. "The government does not directly control the market. But if the unit developed a misguided policy, the Government will make a guide."

Feng said that the Government may every dollar of profits for Chinese companies to limit carbon emissions. "I do not think that those goals will be high, but if they are too loose, we can make changes."

Feng Sheng Bo said, in order to help these companies achieve targets, companies can reduce emissions, industrial or urban self-reduction of carbon intensity, the purchase of carbon offset credits (to balance the carbon emissions). He added that initially, only the Chinese companies will be allowed to trade in the carbon market.

But Von did not specify the companies involved in the carbon market, voluntary or mandatory emissions reduction.

International environmental organization Greenpeace (China), Climate and Energy Project Manager, both Yang on May 30 on the newspaper, said more may be caused by a large central enterprises (such as the five major power groups) to participate in the carbon market, for small-scale pilot.

Both Yang said the Chinese Government's efforts by Greenpeace to try the carbon trading market welcomed. First carbon trading within a certain range, can help China in the future to assume a greater responsibility to prepare mitigation.

National Development and Reform Commission earlier this year during two sessions that are working on guidance for a low carbon economy, and consider a number of specific industries and regions small-scale carbon trading pilot. Sources revealed that the power, oil and chemical industries and other industries more likely selected.

Huang Jiefu, vice president of the Chicago Climate Exchange on May 30 newspaper was also introduced from the international carbon market development experience, both the European Union or the United States, carbon emissions are from large electric power industry to find a breakthrough.

EU 90 in the last century trying to launch from the electric power sector carbon trading, first select the appropriate power plant started several simulated trading, and gradually improve the trading rules. To January 2005, the EU carbon emissions trading system in EU-ETS began formal trading.

Northeastern United States in 10 states in the state government level, but also the power industry's carbon emissions trading as a breakthrough in the establishment of a regional carbon trading market RGGI. Voluntarily join the participating enterprises, including the largest U.S. power plant American Electric Power (AEP). Transactions carried out so far, the auction more than 580 million U.S. dollars of total revenue. Latest emissions auction will be conducted this year on June 9.

At this point, the electric power industry is in turmoil, a new round of emission reduction. Following the completion of the "Eleventh Five-Year" shutting down 50 million kilowatts of small thermal power missions, the National Energy Board requirements "determined to ensure the third quarter of this year completed before shutting down 10 million kilowatts of small thermal power of the target."

Huang Jiefu told this newspaper that, unlike the United States and Europe, China De electricity companies start carbon-trading past, coal, electricity, natural gas and oil, the market actually trading Huan Meiyouchuxian. Therefore, the transaction itself, but also a large number of capacity-building.

"Transactions of the ultimate aim is to enable enterprises (including power companies) to 45% of the lowest cost (carbon intensity) indicators." Huang Jiefu said.

Interview the market responded positively to this news. Shanghai Environment and Energy Exchange, Hui Bin, head of research said to the newspaper, whether to start the domestic carbon market will depend on the national policy considerations; and exchanges, and trading system from a technology a complete ready to do a good job.

Carbon Consultancy Company Beijing Yi Cheng Lin Wei, general manager of CIGNA, said the news of the domestic launch carbon trading is not unexpected, is "imperative" to do.

The Development and Reform Commission by the energy system and energy market analysis director Jiang says to the newspaper said, to establish (sufficient) domestic carbon market is not easy, provided that "should (Emission) total control", now "wants to become a domestic (carbon credits) seller, but not (appropriate) the buyer. "

Says Jiang said, adding that energy is currently studying how to carry out industry-wide emission reduction (including the power industry), to promote industry emissions (carbon credits generated) to enter the international carbon market.

Feng Sheng Bo said that day: "From the government point of view, the absolute emission reduction at this stage of China, is unrealistic." November 26 last year, China formally announced the action to control greenhouse gas emissions targets, decided in 2020 carbon dioxide emissions per unit of GDP than in 2005 40% -45% decline.

Both Yang also think that the domestic carbon trading pilot launch more of a big order to clarify the carbon emissions statistics, enhance the internal, the greenhouse gas measurement, statistical analysis and verification of capacity-building; while the carbon market "semi-mandatory" nature is likely to means that no punitive measures, which will result in reduction of its short-term nor will it form a real push.

Emissões globais de CO2 vão subir 43% até 2035, diz governo dos EUA /// Reuters-Uol

Em Washington
As emissões mundiais de dióxido de carbono resultantes da queima de carvão, petróleo e gás natural devem subir 43 por cento até 2035, disse na terça-feira o principal órgão dos EUA que faz previsões sobre consumo de energia, a não ser que sejam selados acordos globais para reduzir a emissão dos gases responsáveis pelo aquecimento do planeta.

As emissões globais de dióxido de carbono de fontes combustíveis fósseis devem subir de 29,7 bilhões de toneladas em 2007 para 42,4 bilhões de toneladas em 2035, disse a Administração de Informações sobre Energia (órgão ligado ao Departamento de Energia dos EUA; EIA, na sigla em inglês) em seu relatório anual sobre as perspectivas energéticas de longo prazo.

Boa parte desse aumento vai ocorrer em países em processo acelerado de desenvolvimento, como China e Índia, onde se prevê que a demanda por eletricidade suba vertiginosamente.

"Com crescimento econômico forte e forte dependência contínua de combustíveis fósseis previstos para a maioria dás economias não integrantes da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico), dentro das políticas vigentes, boa parte do aumento projetado das emissões de dióxido de carbono ocorre entre" esses países em desenvolvimento, diz o relatório da EIA.

Na ausência de políticas nacionais para emissões e de acordos internacionais com força de lei para combater as mudanças climáticas, o consumo global de carvão está previsto para subir de 132 quatrilhões de unidades térmicas britânicas (BTUs) em 2007 para 206 quatrilhões de BTUs em 2035, disse a

EIA.
Os países ricos e os países em desenvolvimento vêm encontrando dificuldade em acordar um pacto que reduza as emissões de gases estufa o suficiente para prevenir as estiagens, ondas de calor e enchentes previstas para ocorrer em função do aquecimento global.

A lei ambiental norte-americana, que se encontra paralisada e que, se for aprovada, poderá ajudar a unir os países, enfrenta futuro incerto, já que tem a oposição de parlamentares de Estados produtores de carvão e petróleo. O país é o segundo maior emissor de gases-estufa no mundo, sendo o primeiro a China.

(Reportagem de Timothy Gardner)

A chave do clima nas mãos do Brasil, artigo de Washington Novaes /// Estadão-Ecodebate

[O Estado de S.Paulo] Por mais que se queira deixar de lado o tema, não se consegue. O agravamento quase diário dos “eventos climáticos extremos” e o impasse na área das negociações internacionais exigem que se volte à questão.
Vive-se um momento crítico, às vésperas de mais uma reunião preparatória (começo de abril, em Bonn, na Alemanha) da próxima assembleia da Convenção do Clima, esta programada para dezembro, no México. Cientistas de 27 países, que durante 15 meses se revezaram em expedições ao Ártico, informam que as previsões pessimistas para degelo até 2100 podem acontecer entre 2013 e 2030. A Organização Meteorológica Mundial avalia que os furacões, até o fim do século, serão menos frequentes, porém mais intensos (O Globo, 23/2). E o Sul-Sudeste e o Centro-Oeste brasileiros continuam às voltas com inundações frequentes, deslizamentos e mortes.

Mesmo com tudo isso, não se consegue avançar nas negociações. As comunicações feitas até o fim de janeiro à convenção pelos países, sobre suas metas (não compromissos) de redução de emissões, deixam claro que não se chegará à redução global mínima para impedir que a temperatura planetária suba mais do que 2 graus, o que terá consequências muito graves. O embaixador chinês na convenção, Yu Qingtai, já deixou claro (Reuters, 25/2) que não será possível superar, este ano, as divergências entre os países industrializados, a China e os demais membros do bloco de emergentes (Índia, Brasil, África do Sul), juntando-se à opinião do secretário-geral da convenção, Yvo de Bôer, que, para complicar ainda mais as coisas, anunciou que em julho renunciará ao cargo e que não vê possibilidade de acordo antes de dois anos.

Quando se olha para os EUA, vê-se que o presidente Obama, para conseguir apoio do Congresso à sua política do clima, contraditoriamente assegura que permitirá mais explorações de petróleo e de gás no fundo do mar. E a Agência de Proteção Ambiental garante que ali só grandes fontes de emissões sofrerão limitações antes de 2013. As fontes menores, só em 2016. Enquanto isso, avançam os prejuízos. As 3 mil maiores empresas do mundo geram custo de US$ 2,2 bilhões anuais com problemas ambientais, diz o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma). E o renomado consultor britânico para a área do clima Sir Nicholas Stern revê de novo seus cálculos e diz que enfrentar os problemas na área terá um custo anual de 2% do produto bruto mundial (US$ 1,2 trilhão), e não de 1%, como calculara.

Já a Agência Internacional de Energia (AIE) adverte que, sem acordo, as emissões de carbono tenderão a se elevar em 40% até 2030, porque a demanda por energia crescerá muito com a Índia tentando prover 400 milhões de pessoas que não têm energia – e fará isso recorrendo ao carvão -, enquanto a China urbanizará mais de 100 milhões de pessoas e ainda utilizará muito carvão. Com tudo isso, diz a AIE, a demanda mundial por petróleo continuará a subir (para 100 milhões de barris/dia) e o carvão passará de 42% para 44% do total.

Nessas condições, reacende-se a discussão que vem desde a Cúpula do Desenvolvimento Sustentável, em 2002, em Johannesburgo: como superar o problema, se a Convenção do Clima exige consenso para qualquer decisão e este parece inalcançável, com as divergências entre países industrializados, emergentes, G-77, países insulares e nações mais pobres? Naquele momento, chegou-se a pensar na criação de uma Organização Mundial do Meio Ambiente, mas concluiu-se que ela enfrentaria os mesmos problemas da ONU. Agora, numa reunião em Bali, ministros de meio ambiente de 135 países decidiram (Reuters, 26/2) retomar esse tema e promover novos estudos, tomando como base o formato da Organização Mundial do Comércio (OMC).

Há quem pense que “só o mercado resolverá”. Mas com que regras, que ninguém consegue explicitar, pois as divergências entre empresas não serão diferentes das que opõem países? Há quem creia num caminho baseado em acordos bilaterais ou multilaterais entre governos, mas o que se fará com as emissões dos que ficarem de fora? E ainda que se consigam acordos, como estendê-los a cada empresa e a cada pessoa? Se o caminho for a criação de uma taxa sobre as emissões de carbono, ela será paga no país da produção ou do consumo (os EUA consomem 35% da produção industrial chinesa e os países ricos detêm 80% do consumo total no mundo)?

Talvez a chave possa estar nas mãos do Brasil. Em 1997, quando se negociou o Protocolo de Kyoto, o Brasil apresentou proposta de que a contribuição de cada país para a redução de emissões deveria tomar por base suas emissões históricas e as emissões atuais. Considerados os dois números, verifica-se a que porcentagem dos gases poluentes acumulados na atmosfera (onde permanecem séculos) essas cifras correspondem. Em seguida calcula-se em quanto essas emissões totais de um país respondem pelo aumento da temperatura planetária. Obtido esse número, ele deve ser transformado na porcentagem das emissões globais que caberá a cada país reduzir. Essa proposta brasileira foi aprovada, em princípio, com a recomendação de ser submetida a estudos mais aprofundados. Mas nada aconteceu desde então.

Mas pode ser o único caminho justo que leve todos os países a um acordo, porque cada um responderá pelo que fez e faz, proporcionalmente ao todo. E se poderá escapar ao poço sem fundo da discussão entre países industrializados e os demais, em que um lado argumenta com a responsabilidade de quem emitiu mais ao longo do tempo (industrializados) ou emite mais hoje (emergentes, principalmente). Mas, para avançar por esse caminho, o Brasil precisará superar a limitação que tem no âmbito da política externa, de manter em qualquer circunstância uma posição conjunta com o G-77 ou os outros emergentes.

Mas é uma oportunidade histórica e decisiva. Não se deve nem se pode perdê-la.

Washington Novaes é jornalista. E-mail: wlrnovaes{at}uol.com.br
Artigo originalmente publicado no O Estado de S.Paulo.
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