Meio Ambiente
Danilo Macedo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Após três anos de pesquisas sobre impactos da produção de bioenergia, a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) divulgou hoje (16) o “Marco analítico da bioenergia e segurança alimentar”. O estudo, segundo a instituição, apresenta uma nova metodologia que pode ajudar governos a avaliar os prós e contras de investimentos no setor. O Brasil é citado como exemplo de como um país pode usar a bioenergia para suprir suas necessidades energéticas.
Segundo a FAO, o estudo consiste em uma série de avaliações e respostas sobre questões importantes relacionadas com a viabilidade de desenvolvimento da bioenergia e seu impacto na oferta de alimentos e segurança alimentar das famílias. Também foram levadas em conta as dimensões social e ambiental.
"Nosso objetivo é ajudar as autoridades a tomar decisões, se o desenvolvimento da bioenergia é uma opção viável e, nesse caso, identificar as políticas que permitem maximizar os benefícios e minimizar os riscos”, afirmou o coordenador do projeto, Heiner Thofern.
Entre os fatores de incentivo que levam ao aumento da produção de bioenergia apresentados pela FAO, destacam-se as altas no preço do petróleo e a preocupação com a segurança energética, além das emissões de gases de efeito estufa dos combustíveis fósseis. A organização ressalta também que o investimento em bioenergia pode trazer melhorias à infraestrutura agrícola e ao transportes nas áreas rurais, criando empregos e aumentando a renda familiar.
A FAO cita o Brasil como exemplo de economia que usa a bioenergia para suprir as necessidades energéticas. “O país é o segundo produtor mundial de bioetanol e tem cerca de 1 milhão de veículos movidos pelo combustível procedente da cana-de-açúcar”, informa a instituição.
De acordo com a FAO, a Europa deve ser um mercado importante para as exportações dos produtos bioenergéticos, oferecendo novas oportunidades aos camponeses dos países em desenvolvimento. A instituição informa ainda que os estudos mostraram que os projetos de bioenergia de pequena escala, não voltados à exportação, também podem melhorar a segurança alimentar e ajudam a impulsionar as economias rurais.
Entre as desvantagens e preocupações sobre o setor estão o risco da expansão dos cultivos energéticos vir às custas de uma diminuição da produção de alimentos e aumento de seus preços, além de possíveis desmatamentos causadas pela conversão de novas terras e o impacto em populações indígenas.
Edição: João Carlos Rodrigues
Carta da Terra
"Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade deve escolher o seu futuro. À medida que o mundo torna-se cada vez mais interdependente e frágil, o futuro enfrenta, ao mesmo tempo, grandes perigos e grandes promessas. Para seguir adiante, devemos reconhecer que, no meio da uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino comum. Devemos somar forças para gerar uma sociedade sustentável global baseada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade da vida, e com as futuras gerações." (da CARTA DA TERRA)
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Combate à inflação dos alimentos deve ser de longo prazo e focar pequeno produtor, dizem entidades
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3/04/2011 03:19:00 AM
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alta de preços dos alimentos,
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Publicado em março 4, 2011 por HC
Diante da volatilidade dos preços dos alimentos, a tendência dos países da América Latina é adotar medidas de curto prazo para conter a inflação e deixar de lado ações com foco no produtor e na estrutura agrícola. É o que constatou um estudo da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (Iica).
“As respostas dos países da região à volatilidade dos preços agrícolas têm traços em comum: os governos tendem a intervir mais quando os preços sobem do que quando baixam, ou seja, dão relativamente mais importância à inflação e ao consumidor que ao produtor e à estrutura produtiva agrícola. Em termos gerais, as medidas têm se concentrado a curto prazo e com menos atenção aos problemas estruturais”, disse o boletim sobre volatilidade de preços nos mercados agrícolas da região, divulgado ontem (2).
De acordo com o estudo, as ações mais adotadas para conter alta dos preços dos alimentos são restringir as exportações, fixar preços, eliminar tarifas, intervenções governamentais nos mercados e acordos entre governo e o setor privado.
As três organizações recomendam que os latino-americanos e caribenhos adotem planos de longo prazo que visem a resolver problemas estruturais e com foco nos pequenos produtores, pois essas iniciativas “reduzem significativamente a vulnerabilidade dos países à volatilidade dos preços”.
“Para lidar com a volatilidade dos preços não existem fórmulas universais. Sugere-se, no entanto, encontrar um equilíbrio entre as medidas de emergência tomadas no curto prazo e os cuidados com possíveis problemas estruturais no longo prazo, aumentar a produção agrícola nacional, com ênfase nos pequenos produtores, uma vez que têm grande potencial para incrementar a produção de alimentos e melhorar a segurança alimentar nos níveis familiar, local e, inclusive, nacional”, afirmou o boletim.
A FAO informou que os preços globais dos alimentos alcançaram patamar recorde desde 1990, quando a organização iniciou a série histórica. O índice da FAO registrou 236 pontos em fevereiro, 2,2% maior em comparação à janeiro. Foi a oitava subida consecutiva dos preços mundiais das commodities alimentícias. Com exceção do açúcar, todos os outros grupos de alimentos apresentaram aumento de preço.
Reportagem de Carolina Pimentel, da Agência Brasil, publicada pelo EcoDebate, 04/03/2011
Diante da volatilidade dos preços dos alimentos, a tendência dos países da América Latina é adotar medidas de curto prazo para conter a inflação e deixar de lado ações com foco no produtor e na estrutura agrícola. É o que constatou um estudo da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (Iica).
“As respostas dos países da região à volatilidade dos preços agrícolas têm traços em comum: os governos tendem a intervir mais quando os preços sobem do que quando baixam, ou seja, dão relativamente mais importância à inflação e ao consumidor que ao produtor e à estrutura produtiva agrícola. Em termos gerais, as medidas têm se concentrado a curto prazo e com menos atenção aos problemas estruturais”, disse o boletim sobre volatilidade de preços nos mercados agrícolas da região, divulgado ontem (2).
De acordo com o estudo, as ações mais adotadas para conter alta dos preços dos alimentos são restringir as exportações, fixar preços, eliminar tarifas, intervenções governamentais nos mercados e acordos entre governo e o setor privado.
As três organizações recomendam que os latino-americanos e caribenhos adotem planos de longo prazo que visem a resolver problemas estruturais e com foco nos pequenos produtores, pois essas iniciativas “reduzem significativamente a vulnerabilidade dos países à volatilidade dos preços”.
“Para lidar com a volatilidade dos preços não existem fórmulas universais. Sugere-se, no entanto, encontrar um equilíbrio entre as medidas de emergência tomadas no curto prazo e os cuidados com possíveis problemas estruturais no longo prazo, aumentar a produção agrícola nacional, com ênfase nos pequenos produtores, uma vez que têm grande potencial para incrementar a produção de alimentos e melhorar a segurança alimentar nos níveis familiar, local e, inclusive, nacional”, afirmou o boletim.
A FAO informou que os preços globais dos alimentos alcançaram patamar recorde desde 1990, quando a organização iniciou a série histórica. O índice da FAO registrou 236 pontos em fevereiro, 2,2% maior em comparação à janeiro. Foi a oitava subida consecutiva dos preços mundiais das commodities alimentícias. Com exceção do açúcar, todos os outros grupos de alimentos apresentaram aumento de preço.
Reportagem de Carolina Pimentel, da Agência Brasil, publicada pelo EcoDebate, 04/03/2011
"É grave a situação dos ecossistemas marinhos, o quadro brasileiro precisa ser repensado"
Não terá sido por falta de informações sobre a gravidade da situação dos recursos naturais no mundo que foram tão difíceis as negociações no Japão, desde a semana passada, no âmbito da Convenção da Diversidade Biológica.
Enquanto ali se sucediam os impasses, na Assembleia-Geral da ONU era apresentado um relatório sobre o direito à alimentação em que se afirma que a cada ano são perdidos no mundo 30 milhões de hectares cultivados, ou 300 mil quilômetros quadrados, área equivalente à da Itália, mais que o Estado de São Paulo – por causa de degradação ambiental e urbanização. "500 milhões de pequenos agricultores sofrem de fome porque seu direito à terra é atacado", diz o documento (France Presse, 22/10).
A redução da biodiversidade significa perdas anuais entre US$ 2 trilhões e US$ 4,5 trilhões, confirma o relatório Economia de Ecossistemas e Biodiversidade, do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma). O relatório da Global Footprint Network diz que a sobrecarga já imposta aos recursos naturais pela atividade humana exigirá (ou exigiria) que em 2030 precisemos de mais um planeta como a Terra para mantermos os formatos e o ritmo. Em 40 anos se perderam 30% da biodiversidade global. E 71 países já enfrentam déficits na área dos recursos hídricos.
Enquanto ali se sucediam os impasses, na Assembleia-Geral da ONU era apresentado um relatório sobre o direito à alimentação em que se afirma que a cada ano são perdidos no mundo 30 milhões de hectares cultivados, ou 300 mil quilômetros quadrados, área equivalente à da Itália, mais que o Estado de São Paulo – por causa de degradação ambiental e urbanização. "500 milhões de pequenos agricultores sofrem de fome porque seu direito à terra é atacado", diz o documento (France Presse, 22/10).
A redução da biodiversidade significa perdas anuais entre US$ 2 trilhões e US$ 4,5 trilhões, confirma o relatório Economia de Ecossistemas e Biodiversidade, do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma). O relatório da Global Footprint Network diz que a sobrecarga já imposta aos recursos naturais pela atividade humana exigirá (ou exigiria) que em 2030 precisemos de mais um planeta como a Terra para mantermos os formatos e o ritmo. Em 40 anos se perderam 30% da biodiversidade global. E 71 países já enfrentam déficits na área dos recursos hídricos.
A Reserva Legal no Brasil e o Mercado de Carbono >>> Administradores.com
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7/26/2010 07:31:00 AM
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codigo florestal,
desmatamento;Protocolo de Quioto,
emissões de gee,
FAO,
manejo legal,
mdl; MP 4771/1965,
MP 2166/67,
reserva legal
Para enfrentar os desafios impostos pelas mudanças climáticas globais e aproveitar os benefícios que o mercado de carbono oferece para os produtores rurais, essa revisão do Código Florestal ganha tons de urgência. A exigência da Reserva Legal e de sua reposição pelo Código Florestal implica na inelegibilidade dos projetos de recomposição dessas áreas nos termos do protocolo de Quioto, e,portanto, determina que essa atividade não receba créditos de carbono no Brasil, enquanto já remunera o setor rural, por exemplo, na China.
Los precios medios de los alimentos subirán en la próxima década: persiste la preocupación sobre la seguridad alimentaria >>> ONU
15-06-2010
La FAO y la OCDE lanzan su último informe sobre "Perspectivas agrícolas"
El alza de precios de los alimentos y la crisis económica han llevado a un aumento del hambre y la inseguridad alimentaria15 de junio de 2010, Roma - Los precios de los productos básicos agrícolas han descendido con respecto a sus máximos de dos años atrás, pero no parece que vayan a volver a sus niveles medios de la pasada década, según el informe anual que publican de forma conjunta la Organización para la Cooperación y el Desarrollo Económicos (OCDE) y la Organización de las Naciones Unidas para la Agricultura y la Alimentación (FAO).
El informe Perspectivas agrícolas OCDE-FAO 2010-19 sitúa los precios medios del trigo y de los cereales secundarios durante los próximos diez años entre el 15-40 por ciento por encima en términos reales (ajustados a la inflación) de sus niveles medios durante el período 1997-2006. Se prevé que los precios reales de los aceites vegetales sean un 40 por ciento más altos, y entre el 16-45 por ciento los de lácteos.
Las subidas en los precios del ganado en la próxima década serán en general menos marcadas, amortiguadas por los aumentos de productividad, aunque la demanda mundial de carne avanza más rápido que la de otros productos agrícolas a medida que el aumento de la riqueza en algunos sectores de población de los países emergentes lleva a cambios en su hábitos alimentarios.
El crecimiento económico sostenido en los mercados emergentes es un factor importante que apuntala una demanda creciente y precios más altos. La continua expansión de la producción de biocombustibles -a menudo para cumplir los objetivos fijados por los gobiernos- supondrá también una demanda adicional de trigo, cereales secundarios, aceites vegetales y azúcar. El aumento de los costes de producción añade presión alcista a los precios, en particular en los sectores que requieren un uso intensivo de energía.
El aumento de la producción alimentaria cubrirá la demanda futura
El informe apunta a un crecimiento de la producción agrícola mundial más lento durante la próxima década que en los últimos diez años. Sin embargo sigue el ritmo anunciado en estimaciones previas para cubrir el aumento del 70 por ciento en la producción mundial de alimentos requerido para satisfacer la demanda de los niveles de población previstos en 2050. Brasil es con diferencia el productor agrícola con un crecimiento más rápido, con un aumento previsto del 40 por ciento de aquí al 2019. Este aumento también será superior al 20 por ciento en Rusia, Ucrania, China e India.
El informe añade que aunque el mundo produce lo suficiente para alimentar a su población, los recientes aumentos de precios y la crisis económica han contribuido al incremento del hambre y la inseguridad alimentaria. Se estima que hoy en día que cerca de mil millones de personas sufren desnutrición. El informe indica que será necesario aumentar la producción y la productividad agrícolas, al tiempo que un sistema comercial reglamentado y que funcione correctamente será crucial para que se pueda competir de forma equitativa y garantizar que los alimentos pueden llegar desde las zonas con excedentes a aquellas deficitarias.
Los precios de los alimentos al por menor permanecieron inicialmente altos en muchos países, incluso después de que los precios de los productos básicos cayeran tras las subidas de 2007-08. Como fenómeno asociado a este descenso cayó la contribución de los precios alimentarios a la inflación en los países de la OCDE en 2009, pero siguió siendo un factor clave en algunos países emergentes y en desarrollo. Si los precios alimentarios continúan altos de forma sostenida, seguirán afectando negativamente a la seguridad alimentaria, en especial entre la población pobre que destina una parte importante de sus ingresos a comprar alimentos.
Precios volátiles
La volatilidad de los precios representa una grave preocupación para los responsables de las políticas, ya que los recientes vaivenes -déficit/superávits de producción, reservas nutridas o escasas, fluctuaciones de los precios del petróleo y la recesión económica mundial- han perturbado los mercados de productos básicos agrícolas.
Sin embargo, Perspectivas agrícolas señala que mientras la volatilidad de los precios a corto plazo es ahora elevada, no hay evidencias concluyentes sobre su comportamiento a largo plazo para los principales cultivos alimentarios. El grado en que las fluctuaciones de los precios mundiales se transmiten a los mercados domésticos varía mucho de un país a otro, según el informe. La trasmisión de precios depende de la forma en que un país está integrado en el mercado mundial, sus infraestructuras y lo que es a menudo más importante: su política agrícola y comercial.
En la presentación del informe en Roma junto al Director General de la FAO, Jacques Diouf, el Secretario General de la OCDE, Angel Gurría, aseguró que "el sector agrícola ha mostrado su capacidad de resistencia a los recientes vaivenes de precios y la crisis económica. En conjunto, las perspectivas de este año son moderadamente más positivas que en años recientes. Pero en adelante, los gobiernos deben poner en práctica medidas para garantizar que los campesinos cuentan con las herramientas para hacer frente a los riesgos futuros, como contratos de producción, sistemas de seguros y mercados de futuros".
Por su parte, Jacques Diouf advirtió que "el papel de los países en desarrollo en los mercados internacionales crece de forma rápida, y al aumentar su impacto, sus políticas condicionan cada vez más al mercado mundial". "Ello conlleva -añadió- que su papel y contribución a las cuestiones políticas globales es de gran importancia. El debate de las políticas debe realizarse con objetivos globales, y debemos mejorar el marco para estos intercambios de opiniones". Diouf apuntó en este sentido a la reforma en curso del Comité sobre Seguridad Alimentaria Mundial (CFS), que pretende reforzarlo considerablemente y convertirlo en una plataforma global para la convergencia de políticas y la coordinación de conocimientos y actividades en la lucha contra el hambre y la desnutrición en el mundo.
La FAO y la OCDE lanzan su último informe sobre "Perspectivas agrícolas"
El alza de precios de los alimentos y la crisis económica han llevado a un aumento del hambre y la inseguridad alimentaria15 de junio de 2010, Roma - Los precios de los productos básicos agrícolas han descendido con respecto a sus máximos de dos años atrás, pero no parece que vayan a volver a sus niveles medios de la pasada década, según el informe anual que publican de forma conjunta la Organización para la Cooperación y el Desarrollo Económicos (OCDE) y la Organización de las Naciones Unidas para la Agricultura y la Alimentación (FAO).
El informe Perspectivas agrícolas OCDE-FAO 2010-19 sitúa los precios medios del trigo y de los cereales secundarios durante los próximos diez años entre el 15-40 por ciento por encima en términos reales (ajustados a la inflación) de sus niveles medios durante el período 1997-2006. Se prevé que los precios reales de los aceites vegetales sean un 40 por ciento más altos, y entre el 16-45 por ciento los de lácteos.
Las subidas en los precios del ganado en la próxima década serán en general menos marcadas, amortiguadas por los aumentos de productividad, aunque la demanda mundial de carne avanza más rápido que la de otros productos agrícolas a medida que el aumento de la riqueza en algunos sectores de población de los países emergentes lleva a cambios en su hábitos alimentarios.
El crecimiento económico sostenido en los mercados emergentes es un factor importante que apuntala una demanda creciente y precios más altos. La continua expansión de la producción de biocombustibles -a menudo para cumplir los objetivos fijados por los gobiernos- supondrá también una demanda adicional de trigo, cereales secundarios, aceites vegetales y azúcar. El aumento de los costes de producción añade presión alcista a los precios, en particular en los sectores que requieren un uso intensivo de energía.
El aumento de la producción alimentaria cubrirá la demanda futura
El informe apunta a un crecimiento de la producción agrícola mundial más lento durante la próxima década que en los últimos diez años. Sin embargo sigue el ritmo anunciado en estimaciones previas para cubrir el aumento del 70 por ciento en la producción mundial de alimentos requerido para satisfacer la demanda de los niveles de población previstos en 2050. Brasil es con diferencia el productor agrícola con un crecimiento más rápido, con un aumento previsto del 40 por ciento de aquí al 2019. Este aumento también será superior al 20 por ciento en Rusia, Ucrania, China e India.
El informe añade que aunque el mundo produce lo suficiente para alimentar a su población, los recientes aumentos de precios y la crisis económica han contribuido al incremento del hambre y la inseguridad alimentaria. Se estima que hoy en día que cerca de mil millones de personas sufren desnutrición. El informe indica que será necesario aumentar la producción y la productividad agrícolas, al tiempo que un sistema comercial reglamentado y que funcione correctamente será crucial para que se pueda competir de forma equitativa y garantizar que los alimentos pueden llegar desde las zonas con excedentes a aquellas deficitarias.
Los precios de los alimentos al por menor permanecieron inicialmente altos en muchos países, incluso después de que los precios de los productos básicos cayeran tras las subidas de 2007-08. Como fenómeno asociado a este descenso cayó la contribución de los precios alimentarios a la inflación en los países de la OCDE en 2009, pero siguió siendo un factor clave en algunos países emergentes y en desarrollo. Si los precios alimentarios continúan altos de forma sostenida, seguirán afectando negativamente a la seguridad alimentaria, en especial entre la población pobre que destina una parte importante de sus ingresos a comprar alimentos.
Precios volátiles
La volatilidad de los precios representa una grave preocupación para los responsables de las políticas, ya que los recientes vaivenes -déficit/superávits de producción, reservas nutridas o escasas, fluctuaciones de los precios del petróleo y la recesión económica mundial- han perturbado los mercados de productos básicos agrícolas.
Sin embargo, Perspectivas agrícolas señala que mientras la volatilidad de los precios a corto plazo es ahora elevada, no hay evidencias concluyentes sobre su comportamiento a largo plazo para los principales cultivos alimentarios. El grado en que las fluctuaciones de los precios mundiales se transmiten a los mercados domésticos varía mucho de un país a otro, según el informe. La trasmisión de precios depende de la forma en que un país está integrado en el mercado mundial, sus infraestructuras y lo que es a menudo más importante: su política agrícola y comercial.
En la presentación del informe en Roma junto al Director General de la FAO, Jacques Diouf, el Secretario General de la OCDE, Angel Gurría, aseguró que "el sector agrícola ha mostrado su capacidad de resistencia a los recientes vaivenes de precios y la crisis económica. En conjunto, las perspectivas de este año son moderadamente más positivas que en años recientes. Pero en adelante, los gobiernos deben poner en práctica medidas para garantizar que los campesinos cuentan con las herramientas para hacer frente a los riesgos futuros, como contratos de producción, sistemas de seguros y mercados de futuros".
Por su parte, Jacques Diouf advirtió que "el papel de los países en desarrollo en los mercados internacionales crece de forma rápida, y al aumentar su impacto, sus políticas condicionan cada vez más al mercado mundial". "Ello conlleva -añadió- que su papel y contribución a las cuestiones políticas globales es de gran importancia. El debate de las políticas debe realizarse con objetivos globales, y debemos mejorar el marco para estos intercambios de opiniones". Diouf apuntó en este sentido a la reforma en curso del Comité sobre Seguridad Alimentaria Mundial (CFS), que pretende reforzarlo considerablemente y convertirlo en una plataforma global para la convergencia de políticas y la coordinación de conocimientos y actividades en la lucha contra el hambre y la desnutrición en el mundo.
Fisheries Are A Disaster /// Planet Green
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5/28/2010 03:21:00 AM
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FAO,
fisheries,
food
-- Where Does Your Supermarket Rank?
If you're still buying fish, how does all this translate to what you buy at your local supermarket? Check out a supermarket scorecard from Greenpeace [PDF] for a start to answering that question. The latest version was just released last month and gives most of the big major chain supermarkets a ranking for how well they score in terms of supplying sustainably-sourced seafood.
By Rachel Cernansky
Thu May 27, 2010 11:04
Greenpeace helps you find out. .
We all know that the world's fisheries are a disaster—poorly managed, illegal fishing is rampant, and stocks that are not already near full depletion are declining rapidly.
If you're still buying fish, how does all this translate to what you buy at your local supermarket? Check out a supermarket scorecard from Greenpeace [PDF] for a start to answering that question. The latest version was just released last month and gives most of the big major chain supermarkets a ranking for how well they score in terms of supplying sustainably-sourced seafood.
Some stores are taking a more proactive approach and might be a little more forthcoming about their specific course of action to sourcing sustainable seafood, like Publix, a big chain in the south. The Miami Herald reports, "More than 300 seafood items sold at Publix stores will soon come under a new grading scale based on sustainability and other environmental standards." However, the story continues, "rather than boycott any suppliers in the lower categories, Publix officials said they'll apply pressure on the fishery to improve their practices. If the fishery doesn't improve over time, Publix will stop buying a given stock from them."
Abstaining from an industry that is wholesale unsustainable is probably the safest choice in terms of the environment, but if you're going to eat fish, it's worth your time to look a little more in-depth at where your own supplies come from.
Mitos e subsídios /// O Globo
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5/06/2010 02:15:00 PM
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biocombustivel,
ETANOL,
FAO
Publicada em 06/05/2010 às 17h00m
O caso brasileiro é exemplo contundente de que os biocombustíveis podem contribuir para a segurança alimentar. No Brasil, a produção de biocombustíveis aumenta a produtividade da agricultura, ao tornar mais competitiva a cadeia produtiva e impulsionar a criação de infraestrutura adequada (portos, estradas, ferrovias etc.). A aplicação de tecnologias corretas, a avaliação criteriosa da disponibilidade de solos, o oferecimento de assistência, os planos de zoneamento agroecológico, entre outros, são fundamentais para a produção sustentável de biocombustíveis e beneficiam a produção de alimentos. Mesmo a eventual expansão da área de produção de biocombustíveis pode ocorrer em terras degradadas ou em antigas pastagens, receita que passa pelo aumento da produtividade na agricultura e na pecuária.
O caso brasileiro não precisa ser o único. Mais de 100 países têm potencial para produzir bioenergia. A produção e o uso de biocombustíveis têm tudo para servir de base ao progresso de países de menor desenvolvimento relativo. A construção de um setor agrícola moderno e eficiente poderá produzir alimentos e bioenergia de maneira sustentável. O Prêmio Nobel de Economia Amartya Sen argumenta que a fome e a desnutrição têm menos a ver com a escassez de alimentos e mais com a falta de "poder de acesso" por parte das populações mais pobres. Isto é, o principal obstáculo à superação da fome coletiva é a falta de acesso à renda e ao desenvolvimento econômico.
O Brasil orgulha-se do seu programa e de poder compartilhar seus êxitos com outros países em desenvolvimento. Como argumenta o presidente Lula, os biocombustíveis estão entre os mais promissores vetores do desenvolvimento sustentável. Nossa expectativa é que os críticos possam perceber que os projetos de bioenergia têm como vocação maior, justamente, a de integrar a produção de energia à produção de alimentos. Para tanto, é preciso derrubar as barreiras e os subsídios, aplicados pelos países do Norte, que impedem o desenvolvimento do setor agrícola dos países mais pobres.
ANDRÉ AMADO é diplomata.
ANDRÉ AMADO
Comentários..Apesar das evidências em contrário, algumas vozes ainda se elevam para acusar os biocombustíveis de ameaçar a segurança alimentar, sobretudo dos países mais pobres. A argumentação baseia-se na premissa equivocada de que a área de plantação dos biocombustíveis subtrairia terras ao cultivo de alimentos e agravaria o cenário já preocupante de fome nas regiões menos favorecidas do mundo. Ignoram que, segundo a FAO, apenas 1% da terra utilizada para agricultura é destinada à produção de biocombustíveis. Mesmo na hipótese de aumento exponencial da área de cultivo de matérias-primas para biocombustíveis, sua produção não teria escala para ameaçar a segurança alimentar do planeta. O caso brasileiro é exemplo contundente de que os biocombustíveis podem contribuir para a segurança alimentar. No Brasil, a produção de biocombustíveis aumenta a produtividade da agricultura, ao tornar mais competitiva a cadeia produtiva e impulsionar a criação de infraestrutura adequada (portos, estradas, ferrovias etc.). A aplicação de tecnologias corretas, a avaliação criteriosa da disponibilidade de solos, o oferecimento de assistência, os planos de zoneamento agroecológico, entre outros, são fundamentais para a produção sustentável de biocombustíveis e beneficiam a produção de alimentos. Mesmo a eventual expansão da área de produção de biocombustíveis pode ocorrer em terras degradadas ou em antigas pastagens, receita que passa pelo aumento da produtividade na agricultura e na pecuária.
O caso brasileiro não precisa ser o único. Mais de 100 países têm potencial para produzir bioenergia. A produção e o uso de biocombustíveis têm tudo para servir de base ao progresso de países de menor desenvolvimento relativo. A construção de um setor agrícola moderno e eficiente poderá produzir alimentos e bioenergia de maneira sustentável. O Prêmio Nobel de Economia Amartya Sen argumenta que a fome e a desnutrição têm menos a ver com a escassez de alimentos e mais com a falta de "poder de acesso" por parte das populações mais pobres. Isto é, o principal obstáculo à superação da fome coletiva é a falta de acesso à renda e ao desenvolvimento econômico.
O Brasil orgulha-se do seu programa e de poder compartilhar seus êxitos com outros países em desenvolvimento. Como argumenta o presidente Lula, os biocombustíveis estão entre os mais promissores vetores do desenvolvimento sustentável. Nossa expectativa é que os críticos possam perceber que os projetos de bioenergia têm como vocação maior, justamente, a de integrar a produção de energia à produção de alimentos. Para tanto, é preciso derrubar as barreiras e os subsídios, aplicados pelos países do Norte, que impedem o desenvolvimento do setor agrícola dos países mais pobres.
ANDRÉ AMADO é diplomata.
Efeito pecuária no clima /// aAlor Economico
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4/06/2010 07:21:00 AM
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agribusiness,
carnes,
FAO,
pecuaria sustentavel,
redução de GEE
A Agência das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) está usando em novo estudo sobre o efeito da pecuária no clima a mesma metodologia que apontou a produção de carnes como responsável por 18% das emissões de gases de efeito estufa no planeta, mais do que o setor de transportes, apurou o Valor. Usando a mesma "metodologia vertical", o estudo tende a inflar de novo o resultado que alimentou campanhas contra o consumo de carnes e causa inquietação nos exportadores.
Num estudo de 2006, autoridades no debate climático, como o presidente do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas das ONU (IPCC, na sigla em inglês), Rajendra Pachauri, e Lord Nicholas Stern, passaram a citar a cifra de 18% como uma razão para se consumir menos carne e proteger o ambiente.
Mas foram levantadas dúvidas sobre a validade científica do relatório. Uma análise feita por cientistas nos EUA considerou a conclusão "desequilibrada". Frank Miloehner, pesquisador da Universidade de Califórnia-Davis, mostrou que a FAO não calculou emissões oriundas do transporte da mesma forma, usando dados do IPCC que só incluíam a queima de combustível fóssil.
Ele exemplificou que nos EUA e em outros países desenvolvidos, as emissões de transportes representam 26% do total nacional, comparado a apenas 3% para emissões de suínos, por exemplo. "Podemos reduzir sem dúvida as emissões de gases de efeito estufa, mas não é consumindo menos carne ou leite", afirmou em recentes entrevistas.
A FAO aceitou a reclamação e começou um novo estudo sobre o impacto da produção de alimentos na mudança climática, que completará até o fim do ano. Diz que será mais abrangente. Permitirá, por exemplo, comparação entre dietas, incluindo as que usam carne e as exclusivamente vegetarianas.
Mas o Valor apurou que a entidade utiliza a mesma "metodologia vertical" do primeiro estudo, que leva em conta tudo que está embutido na produção de carnes, desde a criação do animal até quando o bife chega ao prato do consumidor.
Contabiliza tanto as emissões de metano dos animais quanto o desmatamento, passando pelas emissões de carbono do transporte, da construção dos frigoríficos, pelas emissões na produção da soja que vai alimentar o gado.
Usando essa metodologia, a soma das emissões por causa da produção de carnes, transportes, eletricidade, e outros, passaria dos 500% pela mutiplificação dos mesmos elementos em cada setor, dizem técnicos.
A FAO tentará agora evitar fazer comparação com outros setores. A mudança do novo estudo, conforme uma fonte, é que se focará no número de emissões por regiões geográficas e subsetores (carne, leite, ovos).
A questão para produtores e exportadores é que, quando o estudo for divulgado, o que atrairá atenção será o número total das emissões geradas pela produção de carne - e número inflado, pelo andar da carruagem. A FAO planeja usar a mesma metodologia para outros produtos agrícolas. Por exemplo, algo específico sobre as emissões de carbono na produção de soja.
A entidade tem sido acusada de ter desviado a atenção da sociedade, com suas conclusões de 2006, sem procurar as causas reais na origem da mudança do clima. A tese de que consumir menos carne ajuda a reduzir o aquecimento está na origem de campanhas como "Segunda-feira sem carne" ou "Menos carne, menos aquecimento", como notam jornais europeus.
Valor Econômico
Num estudo de 2006, autoridades no debate climático, como o presidente do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas das ONU (IPCC, na sigla em inglês), Rajendra Pachauri, e Lord Nicholas Stern, passaram a citar a cifra de 18% como uma razão para se consumir menos carne e proteger o ambiente.
Mas foram levantadas dúvidas sobre a validade científica do relatório. Uma análise feita por cientistas nos EUA considerou a conclusão "desequilibrada". Frank Miloehner, pesquisador da Universidade de Califórnia-Davis, mostrou que a FAO não calculou emissões oriundas do transporte da mesma forma, usando dados do IPCC que só incluíam a queima de combustível fóssil.
Ele exemplificou que nos EUA e em outros países desenvolvidos, as emissões de transportes representam 26% do total nacional, comparado a apenas 3% para emissões de suínos, por exemplo. "Podemos reduzir sem dúvida as emissões de gases de efeito estufa, mas não é consumindo menos carne ou leite", afirmou em recentes entrevistas.
A FAO aceitou a reclamação e começou um novo estudo sobre o impacto da produção de alimentos na mudança climática, que completará até o fim do ano. Diz que será mais abrangente. Permitirá, por exemplo, comparação entre dietas, incluindo as que usam carne e as exclusivamente vegetarianas.
Mas o Valor apurou que a entidade utiliza a mesma "metodologia vertical" do primeiro estudo, que leva em conta tudo que está embutido na produção de carnes, desde a criação do animal até quando o bife chega ao prato do consumidor.
Contabiliza tanto as emissões de metano dos animais quanto o desmatamento, passando pelas emissões de carbono do transporte, da construção dos frigoríficos, pelas emissões na produção da soja que vai alimentar o gado.
Usando essa metodologia, a soma das emissões por causa da produção de carnes, transportes, eletricidade, e outros, passaria dos 500% pela mutiplificação dos mesmos elementos em cada setor, dizem técnicos.
A FAO tentará agora evitar fazer comparação com outros setores. A mudança do novo estudo, conforme uma fonte, é que se focará no número de emissões por regiões geográficas e subsetores (carne, leite, ovos).
A questão para produtores e exportadores é que, quando o estudo for divulgado, o que atrairá atenção será o número total das emissões geradas pela produção de carne - e número inflado, pelo andar da carruagem. A FAO planeja usar a mesma metodologia para outros produtos agrícolas. Por exemplo, algo específico sobre as emissões de carbono na produção de soja.
A entidade tem sido acusada de ter desviado a atenção da sociedade, com suas conclusões de 2006, sem procurar as causas reais na origem da mudança do clima. A tese de que consumir menos carne ajuda a reduzir o aquecimento está na origem de campanhas como "Segunda-feira sem carne" ou "Menos carne, menos aquecimento", como notam jornais europeus.
Valor Econômico
Global deforestation : Wood through the trees /// The Economist
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3/26/2010 01:52:00 PM
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Global deforestation decreases, but still remains high
Mar 25th 2010
From The Economist online
THE pace at which the world’s forests are vanishing has slackened over the past decade but it is still alarming, according to the Food and Agriculture Organisation, a UN agency. Between 2000 and 2010, the net loss of forest was 5.2m hectares per year, compared with 8.3m in the previous decade. South America and Africa had the biggest net annual decrease over the past decade—at 4m and 3.4m hectares respectively. But tree-planting programmes in China, India, Vietnam and the United States helped to offset this. Most of these programmes are due to end in 2020, and the current situation is at best a “short window of opportunity” to stop the disappearance of forests, says the co-ordinator of this year's quin-annual assessment.
Mar 25th 2010
From The Economist online
THE pace at which the world’s forests are vanishing has slackened over the past decade but it is still alarming, according to the Food and Agriculture Organisation, a UN agency. Between 2000 and 2010, the net loss of forest was 5.2m hectares per year, compared with 8.3m in the previous decade. South America and Africa had the biggest net annual decrease over the past decade—at 4m and 3.4m hectares respectively. But tree-planting programmes in China, India, Vietnam and the United States helped to offset this. Most of these programmes are due to end in 2020, and the current situation is at best a “short window of opportunity” to stop the disappearance of forests, says the co-ordinator of this year's quin-annual assessment.
FAO: taxação à pecuária pode reduzir impacto ambiental /// MNP
A pecuária deveria ser taxada para reduzir os estragos ao ambiente causados pela produção de carnes.
Polêmica, a proposta da Agência das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) afeta grandes exportadores de carnes como o Brasil e pode ser considerada o "contrapeso" do cenário de crescimento contínuo da demanda internacional sinalizado em amplo estudo divulgado na quinta-feira (18).
A agência da ONU estima que a produção mundial de carnes dobrará até 2050 para atender a uma demanda que cresce de maneira vertiginosa. E alerta que a elevação constante da produção animal "se traduzirá em enormes pressões sobre a saúde dos ecossistemas, a biodiversidade, os recursos em terras e florestas e na qualidade da água, além de contribuir de maneira significativa para o aquecimento do planeta".
Nesse cenário, a FAO sugere que os governos adotem medidas para reduzir o custo ambiental da expansão da pecuária, e uma dessa medidas poderia ser a imposição de "taxas ou direito de utilização de recursos naturais" pelos pecuaristas, para levá-los a "internalizar os custos dos estragos ambientais causados pela produção animal". Segundo a agência, impor taxações é necessário sobretudo porque "os preços atuais das terras, da água e dos alimentos usados na produção dos rebanhos frequentemente não refletem o verdadeiro valor desses recursos, o que provoca seu excesso de consumo".
A FAO sugere, também, políticas que favoreçam o consumo de carnes suína ou de frango em vez de carne bovina - isso porque são necessárias menos calorias vegetais para produzir uma caloria animal. A FAO, na prática, incorpora uma posição de vários países desenvolvidos nos últimos tempos, que visa a frear a produção de carne bovina. A instituição igualmente defende que os governos estimulem os pecuaristas a melhorarem a alimentação dos rebanhos para reduzir as emissões de metano. Isso poderia ser feito, por exemplo, com mais aditivos.
Para a FAO, todo o custo "externo" deve ser incorporado nas políticas pecuárias "para levar em conta o custo integral da poluição e outros aspectos ambientais negativos". Com isso, acredita o braço da ONU, os produtores serão impelidos "a fazer escolhas de gestões menos custosas para o meio ambiente e para a sociedade como um todo". Por sua vez, os pecuaristas que protegem o ambiente devem ser indenizados através de "benefício imediato" - como ajuda para melhorar a quantidade e qualidade da água, por exemplo.
Se a proposta de taxação avançar junto aos governos, o impacto sobre o Brasil será evidente. O país é o maior exportador mundial de carne bovina, e é brasileira a maior empresa de proteínas do mundo, a JBS.
Polêmica, a proposta da Agência das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) afeta grandes exportadores de carnes como o Brasil e pode ser considerada o "contrapeso" do cenário de crescimento contínuo da demanda internacional sinalizado em amplo estudo divulgado na quinta-feira (18).
A agência da ONU estima que a produção mundial de carnes dobrará até 2050 para atender a uma demanda que cresce de maneira vertiginosa. E alerta que a elevação constante da produção animal "se traduzirá em enormes pressões sobre a saúde dos ecossistemas, a biodiversidade, os recursos em terras e florestas e na qualidade da água, além de contribuir de maneira significativa para o aquecimento do planeta".
Nesse cenário, a FAO sugere que os governos adotem medidas para reduzir o custo ambiental da expansão da pecuária, e uma dessa medidas poderia ser a imposição de "taxas ou direito de utilização de recursos naturais" pelos pecuaristas, para levá-los a "internalizar os custos dos estragos ambientais causados pela produção animal". Segundo a agência, impor taxações é necessário sobretudo porque "os preços atuais das terras, da água e dos alimentos usados na produção dos rebanhos frequentemente não refletem o verdadeiro valor desses recursos, o que provoca seu excesso de consumo".
A FAO sugere, também, políticas que favoreçam o consumo de carnes suína ou de frango em vez de carne bovina - isso porque são necessárias menos calorias vegetais para produzir uma caloria animal. A FAO, na prática, incorpora uma posição de vários países desenvolvidos nos últimos tempos, que visa a frear a produção de carne bovina. A instituição igualmente defende que os governos estimulem os pecuaristas a melhorarem a alimentação dos rebanhos para reduzir as emissões de metano. Isso poderia ser feito, por exemplo, com mais aditivos.
Para a FAO, todo o custo "externo" deve ser incorporado nas políticas pecuárias "para levar em conta o custo integral da poluição e outros aspectos ambientais negativos". Com isso, acredita o braço da ONU, os produtores serão impelidos "a fazer escolhas de gestões menos custosas para o meio ambiente e para a sociedade como um todo". Por sua vez, os pecuaristas que protegem o ambiente devem ser indenizados através de "benefício imediato" - como ajuda para melhorar a quantidade e qualidade da água, por exemplo.
Se a proposta de taxação avançar junto aos governos, o impacto sobre o Brasil será evidente. O país é o maior exportador mundial de carne bovina, e é brasileira a maior empresa de proteínas do mundo, a JBS.
ALIMENTAÇÃO NO MUNDO: A PESCA COM SUSTENTABILIDADE
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11/11/2009 12:51:00 PM
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Pesca Industrial
Recentemente abordamos a questão da alimentação em escala global, apontando alguns pontos críticos de estrangulamento, como por exemplo o fato da demanda ser muito superior á oferta atual como decorrência do encarecimento em nível mundial do alimento básico. Fator que prejudica principalmente os países de pobreza extrema do continente africano.
Apresentamos ainda um foco especifico sobre as externalidades da pesca industrial e da Aquacultura.
Estudos relatam que para cada 1 Kg de peixe "nobre"(salmão, truta) produzido nas "fazendas de peixes" são necessários outros 4/5 kgs de peixes capturados no mar, considerados menos "nobres", e destinandos para fabricação de ração para as tais fazendas.
Este ciclo, entre outros,torna a atividade pesqueira insustentável a médio prazo.
Os estoques de pescados estão se exaurindo em todos os oceanos.
Abaixo seguem alguns links deste artigo, que postamos em outubro.
http://sendosustentavel.blogspot.com/2009/10/aquacultura-fazendas-de-peixes.html
http://sendosustentavel.blogspot.com/2009/10/fish-farming.html
http://sendosustentavel.blogspot.com/2009/10/problem-with-salmon-farming-in-bc.html
Hoje trazemos um importante artigo sobre a pesca industrial que está sendo discutida na reunião da Comissão Internacional para a Conservação do Atum Atlântico (Iccat), que acontece em Porto de Galinhas, Pernambuco.
"A captura comercial do atum nasceu, em Pernambuco, há mais de 50 anos. Nesta semana, o estado tem nova chance de entrar para a história da pesca. E, desta vez, deixar um saldo positivo. É que a posição brasileira na reunião da Comissão Internacional para a Conservação do Atum Atlântico (Iccat), que acontece até domingo em Porto de Galinhas, segue a tendência da sustentabilidade. Nessa linha, a delegação brasileira deixará uma marca se conseguir um acordo pela redução das cotas de espécies como espadarte, albacora bandolim e atum azul. Mas, para bater o martelo e garantir a sobrevivência de peixes já ameaçados de extinção, será preciso convencer os 50 países membros, inclusive líderes no setor, como Japão e Espanha. Uma batalha polida que pode definir o futuro dos oceanos.
A reunião acontece a portas fechadas, em um cenário semelhante ao de grandes encontros da ONU: cada participante tem na mesa à sua frente uma placa indicando o país que representa e todos usam fones para ouvir a tradução dos discursos. “O encontro não é do Brasil e estamos seguindo normas internacionais. Algumas delegações não querem expor suas posições antes do resultado final”, esclareceu o assessor para assuntos internacionais do Ministério da Pesca, Osvaldo Barbosa. O ponto que tem causado maior repercussão é a revisão e redução da cota do atum azul, posicionamento que não foi aprovado no ano passado e despertou grande polêmica entre as entidades ambientais. Neste ano, a expectativa é que o limite passe de 19,5 mil toneladas para 15 mil.
A redução foi recomendada pelo comitê científico da Iccat desde o ano passado, mas a comissão cedeu à pressão industrial. A medida, de acordo com entidades ambientais, agravou o quadro da espécie que já não é encontrada no Brasil. O presidente da Iccat, o pesquisador e professor da Universidade Federal Rural de Pernambuco Fábio Hazin, informou que o Brasil é favorável à revisão.
Mas as entidades ambientais temem que as decisões entorno do atum azul sirvam para despistar o resto do debate. Ou a ausência dele.”Ouvir o comitê científico é o mínimo. Queremos que a pesca do atum azul seja proibida, assim como a de outras espécies”, destacou a coordenadora de Oceanos do Greenpeace, Leandra Gonçalves.
Ela também defende que o Iccat deveria pressionar os governos a criar métodos de fiscalização e controle da pesca rigorosos.
“Não adianta reduzir as cotas e não garantir o cumprimento dos países. As espécies são migratórias e precisam ser protegidas em toda a extensão. É preciso garantir espaço e tempo para elas se reproduzirem”, disse Leandra, referindo-se as mais de 30 espécies de atuns, agulhões, dourados e tubarões que estão sob a gestão da Iccat. De acordo com Hazin, a pesca brasileira deverá sofrer interferência diante da nova cota para o espadarte. O limite atual é de 17 mil toneladas capturadas em todos os países membros, sendo 4.720 toneladas no Brasil. A expectativa é que a redução total seja de 2 mil toneladas. “Precisamos de cotas novas se quisermos garantir a sustentabilidade da pesca brasileira, que está começando a crescer”, afirmou. A pesca em todo o país é de um milhão de toneladas, sendo 25 mil toneladas em Pernambuco. Mas as novas cotas poderão traçar um novo rumo para o setor pesqueiro e os cardápios de cada país.
A ordem no mar
O que é a ICCAT?
É a Comissão Internacional para a Conservação do Atum Atlântico que tem a responsabilidade de avaliar os estoques pesqueiros e controlar a pesca de espécies migratórias no Oceano Atlântico e Mar Mediterrâneo. São consideradas espécies de atuns e espadartes, agulhões, tubarões e outras.
O que a reunião vai discutir?
Os principais pontos da reunião discutirão a redução da cota de pesca válida para o atum azul e outras espécies, entre elas o espadarte, a albacora bandolim e a albacora do Norte. Além disso, os participantes discutirão estratégias para tornar a comissão mais rigorosa no cumprimento às medidas
Quem participa das delegações?
Membros do governo de 50 países da região, além de empresários, ONGs, organismos multilaterais como a FAO, representantes das universidades e associações diversas
Qual a posição do Brasil?
O Brasil é favorável à redução da cota de 19.500 toneladas de atum azul para 15 mil toneladas, além da redução de 17 para 15 mil toneladas na cota do espadarte e da limitação das albacoras. Outros países, como a União Européia, ainda não se manifestaram."
Fonte: Ministério da Pesca, UFRPE, ICCAT
Fonte: Diario de Pernambuco Caderno Vida Urbana 11/nov/09
Veja o filme sobre pesca predatória e suas consquencias:
Apresentamos ainda um foco especifico sobre as externalidades da pesca industrial e da Aquacultura.
Estudos relatam que para cada 1 Kg de peixe "nobre"(salmão, truta) produzido nas "fazendas de peixes" são necessários outros 4/5 kgs de peixes capturados no mar, considerados menos "nobres", e destinandos para fabricação de ração para as tais fazendas.
Este ciclo, entre outros,torna a atividade pesqueira insustentável a médio prazo.
Os estoques de pescados estão se exaurindo em todos os oceanos.
Abaixo seguem alguns links deste artigo, que postamos em outubro.
http://sendosustentavel.blogspot.com/2009/10/aquacultura-fazendas-de-peixes.html
http://sendosustentavel.blogspot.com/2009/10/fish-farming.html
http://sendosustentavel.blogspot.com/2009/10/problem-with-salmon-farming-in-bc.html
Hoje trazemos um importante artigo sobre a pesca industrial que está sendo discutida na reunião da Comissão Internacional para a Conservação do Atum Atlântico (Iccat), que acontece em Porto de Galinhas, Pernambuco.
"A captura comercial do atum nasceu, em Pernambuco, há mais de 50 anos. Nesta semana, o estado tem nova chance de entrar para a história da pesca. E, desta vez, deixar um saldo positivo. É que a posição brasileira na reunião da Comissão Internacional para a Conservação do Atum Atlântico (Iccat), que acontece até domingo em Porto de Galinhas, segue a tendência da sustentabilidade. Nessa linha, a delegação brasileira deixará uma marca se conseguir um acordo pela redução das cotas de espécies como espadarte, albacora bandolim e atum azul. Mas, para bater o martelo e garantir a sobrevivência de peixes já ameaçados de extinção, será preciso convencer os 50 países membros, inclusive líderes no setor, como Japão e Espanha. Uma batalha polida que pode definir o futuro dos oceanos.
A reunião acontece a portas fechadas, em um cenário semelhante ao de grandes encontros da ONU: cada participante tem na mesa à sua frente uma placa indicando o país que representa e todos usam fones para ouvir a tradução dos discursos. “O encontro não é do Brasil e estamos seguindo normas internacionais. Algumas delegações não querem expor suas posições antes do resultado final”, esclareceu o assessor para assuntos internacionais do Ministério da Pesca, Osvaldo Barbosa. O ponto que tem causado maior repercussão é a revisão e redução da cota do atum azul, posicionamento que não foi aprovado no ano passado e despertou grande polêmica entre as entidades ambientais. Neste ano, a expectativa é que o limite passe de 19,5 mil toneladas para 15 mil.
A redução foi recomendada pelo comitê científico da Iccat desde o ano passado, mas a comissão cedeu à pressão industrial. A medida, de acordo com entidades ambientais, agravou o quadro da espécie que já não é encontrada no Brasil. O presidente da Iccat, o pesquisador e professor da Universidade Federal Rural de Pernambuco Fábio Hazin, informou que o Brasil é favorável à revisão.
Mas as entidades ambientais temem que as decisões entorno do atum azul sirvam para despistar o resto do debate. Ou a ausência dele.”Ouvir o comitê científico é o mínimo. Queremos que a pesca do atum azul seja proibida, assim como a de outras espécies”, destacou a coordenadora de Oceanos do Greenpeace, Leandra Gonçalves.

Ela também defende que o Iccat deveria pressionar os governos a criar métodos de fiscalização e controle da pesca rigorosos.
“Não adianta reduzir as cotas e não garantir o cumprimento dos países. As espécies são migratórias e precisam ser protegidas em toda a extensão. É preciso garantir espaço e tempo para elas se reproduzirem”, disse Leandra, referindo-se as mais de 30 espécies de atuns, agulhões, dourados e tubarões que estão sob a gestão da Iccat. De acordo com Hazin, a pesca brasileira deverá sofrer interferência diante da nova cota para o espadarte. O limite atual é de 17 mil toneladas capturadas em todos os países membros, sendo 4.720 toneladas no Brasil. A expectativa é que a redução total seja de 2 mil toneladas. “Precisamos de cotas novas se quisermos garantir a sustentabilidade da pesca brasileira, que está começando a crescer”, afirmou. A pesca em todo o país é de um milhão de toneladas, sendo 25 mil toneladas em Pernambuco. Mas as novas cotas poderão traçar um novo rumo para o setor pesqueiro e os cardápios de cada país.
A ordem no mar
O que é a ICCAT?
É a Comissão Internacional para a Conservação do Atum Atlântico que tem a responsabilidade de avaliar os estoques pesqueiros e controlar a pesca de espécies migratórias no Oceano Atlântico e Mar Mediterrâneo. São consideradas espécies de atuns e espadartes, agulhões, tubarões e outras.
O que a reunião vai discutir?
Os principais pontos da reunião discutirão a redução da cota de pesca válida para o atum azul e outras espécies, entre elas o espadarte, a albacora bandolim e a albacora do Norte. Além disso, os participantes discutirão estratégias para tornar a comissão mais rigorosa no cumprimento às medidas
Quem participa das delegações?
Membros do governo de 50 países da região, além de empresários, ONGs, organismos multilaterais como a FAO, representantes das universidades e associações diversas
Qual a posição do Brasil?
O Brasil é favorável à redução da cota de 19.500 toneladas de atum azul para 15 mil toneladas, além da redução de 17 para 15 mil toneladas na cota do espadarte e da limitação das albacoras. Outros países, como a União Européia, ainda não se manifestaram."
Fonte: Ministério da Pesca, UFRPE, ICCAT
Fonte: Diario de Pernambuco Caderno Vida Urbana 11/nov/09
Veja o filme sobre pesca predatória e suas consquencias:
AGRICULTURA FAMILIAR E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

Como expressa a Profa. Nazareth Wanderley “A agricultura familiar não é uma categoria social recente, nem a ela corresponde uma categoria analítica nova na sociologia rural. No entanto, sua utilização, com o significado e abrangência que lhe tem sido atribuído nos últimos anos, no Brasil, assume ares de novidade e renovação” (WANDERLEY, 2001: 21).
Muitas terminologias foram empregadas historicamente para se referir ao mesmo sujeito: camponês, pequeno produtor, lavrador, agricultor de subsistência, agricultor familiar. A substituição de termos obedece, em parte, à própria evolução do contexto social e às transformações sofridas por esta categoria, mas é resultado também de novas percepções sobre o mesmo sujeito social.
A partir dos anos 90 vem se observando um crescente interesse pela agricultura familiar no Brasil. Este interesse se materializou em políticas públicas, como o PRONAF (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar) e na criação do MDA (Ministério do Desenvolvimento Agrário), além do revigoramento da Reforma Agrária. A formulação das políticas favoráveis à agricultura familiar e à Reforma Agrária obedeceu, em boa medida, às reivindicações das organizações de trabalhadores rurais e à pressão dos movimentos sociais organizados, mas está fundamentada também em formulações conceituais desenvolvidas pela comunidade acadêmica nacional e apoiada em modelos de interpretação de agências multilaterais, como a FAO, o IICA e o Banco Mundial.
Contudo, não se pode afirmar que este segmento tenha sido reconhecido como prioridade pelos governos, haja vista que a agricultura patronal tem concentrado, nos últimos anos, mais de 70% do crédito disponibilizado para financiar a agricultura nacional. Assim, há hoje dois projetos em pugna os para o campo no Brasil. O primeiro é um enfoque setorial, cuja preocupação central está na expansão da produção e da produtividade agropecuária, na incorporação de tecnologia e na competitividade do chamado agribusiness. Este enfoque se articula em torno dos interesses empresariais dos diversos segmentos que compõem o agronegócio e está claramente representado no Ministério da Agricultura.
Em contraposição, o segundo enfoque enfatiza os aspectos sociais e ambientais do processo de desenvolvimento, de acordo com o que vem se denominando a sustentabilidade do desenvolvimento rural, que procura equilibrar a dimensão econômica, social e ambiental do desenvolvimento.
Este segundo enfoque tem escolhido a agricultura familiar como um dos seus pilares chaves. Uma pesquisa realizada pela FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação) e pelo INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), cujo objetivo principal era estabelecer as diretrizes para um “modelo de desenvolvimento sustentável”, escolheu-se como forma de classificar os estabelecimentos agropecuários brasileiros a separação entre dois modelos: “patronal” e “familiar”. Os primeiros teriam como característica a completa separação entre gestão e trabalho, a organização descentralizada e ênfase na especialização.
O modelo familiar teria como característica a relação íntima entre trabalho e gestão, a direção do processo produtivo conduzido pelos proprietários, a ênfase na diversificação produtiva e na durabilidade dos recursos e na qualidade de vida, a utilização do trabalho assalariado em caráter complementar e a tomada de decisões imediatas, ligadas ao alto grau de imprevisibilidade do processo produtivo (FAO/INCRA, 1994).
A escolha da agricultura familiar está relacionada com multifuncionalidade da agricultura familiar, que além de produzir alimentos e matérias-primas, gera mais de 80% da ocupação no setor rural e favorece o emprego de práticas produtivas ecologicamente mais equilibradas, como a diversificação de cultivos, o menor uso de insumos industriais e a preservação do patrimônio genético.
Assim, o meio rural, sempre visto como fonte de problemas, hoje aparece também como portador de soluções, vinculadas à melhoria do emprego e da qualidade de vida (WANDERLEY, 2002). Este enfoque é representado também pelo Prof. José Eli da Veiga e colaboradores no documento “O Brasil Rural precisa de uma Estratégia de Desenvolvimento”, onde os autores sugerem que o projeto de desenvolvimento para o Brasil rural deve visar a maximização das oportunidades de desenvolvimento humano em todas as regiões do país diversificando as economias locais a começar pela própria agropecuária. Em reportagem publicada pela Revista Rumos em novembro-dezembro de 2003, o mesmo Prof. José Eli da Veiga observa o brutal poder devorador de postos de trabalho da atual modernização das grandes lavouras, exemplificado no caso da cana-de-açúcar, onde a demanda de força de trabalho foi cortada pela metade nos anos 90, apesar da expansão de 10% da área cultivada.
Leia o artigo completo escrito por Alicia Ruiz Olaldeo aqui
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