Carta da Terra

"Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade deve escolher o seu futuro. À medida que o mundo torna-se cada vez mais interdependente e frágil, o futuro enfrenta, ao mesmo tempo, grandes perigos e grandes promessas. Para seguir adiante, devemos reconhecer que, no meio da uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino comum. Devemos somar forças para gerar uma sociedade sustentável global baseada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade da vida, e com as futuras gerações." (da CARTA DA TERRA)
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Desenvolvimento sustentável: "É importante mudar comportamentos"

Carolina Reis (www.expresso.pt)
A Conferência Anual do Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável trouxe a Portugal Bruno Berthon, especialista na área da sustentabilidade empresarial. No dia do evento falou ao Expresso.

Bruno Berthon é responsável mundial da linha de serviço de sustentabilidade da Accenture e lidera uma prática global com mais de 1.500 consultores. Nos últimos 15 anos, tem colaborado com CEOs de inúmeras empresas multinacionais e de diferentes sectores de actividade, para a definição e implementação de estratégias de sustentabilidade. É hoje um dos maiores especialistas do mundo em estratégia de sustentabilidade empresarial.

Veja a entrevista/filme: http://aeiou.expresso.pt/brunoberthon

O Brasil na liderança de uma nova economia global >>> Fundação Universidade Regional de Blumenau


quinta-feira, 17 de junho de 2010
Entrevista Jim Garrison, Presidente da ONG State of World.

O Brasil tem todas as condições para se tornar uma liderança da economia mundial climática – baseada em tecnologias limpas e em energias de fonte renovável. Resta apenas decidir se o país irá mesmo se comprometer com o desenvolvimento dessa nova sociedade. Esse foi o tom dos debates no 8º Fórum Mundial de Liderança Climática Brasil 2020, realizado em maio, na Bahia. O encontro faz parte da Campanha Global de Liderança Climática Brasil 2020. Além desse, haverá outros 10 nos próximos 10 anos. Jim Garrison, fundador, ao lado de Mikhail Gorbachev, da ONG State of the World Forum, promotora da campanha, defende que não há país mais habilitado do que o Brasil para mudar a forma como nos relacionamos com o planeta. Garrison formou-se em História Mundial na Universidade de Santa Clara (EUA) e vem atuando, desde 1995, na organização. O estudioso se empenha em reunir líderes para debater temas globais que transformem discussões em ações que façam a diferença. Veja, ao lado, trechos da entrevista de Garrison ao Nosso Mundo:

Nosso Mundo Sustentável – Como o Brasil pode se tornar líder na discussão climática mundial?

Jim Garrison – O Brasil pode se tornar um líder nas discussões climáticas se demonstrar que está comprometido em abordar a questão do aquecimento global de forma séria. Isso já está sendo feito com o compromisso de reduzir o deflorestamento da Amazônia em 80% e as emissões de CO2 em 36% até 2020. Isso é muito maior do que qualquer outra nação importante tem feito. Nunca antes houve uma geração tão chamada a liderar em face de uma crise que cresce dia após dia. Esta crise representa uma oportunidade única para o Brasil porque, se existe um país no mundo que pode liderá-la, é o Brasil.

Nosso Mundo – Qual o papel do Brasil na economia climática mundial?

Garrison – O maior desafio mundial é a transição de uma economia baseada em combustível fóssil para uma economia baseada em tecnologia limpa e energia renovável. O Brasil é um líder natural. O país gera 52% de sua energia a partir de fontes renováveis, a maioria hidrelétrica, em comparação com 12% da União Europeia e 10% dos EUA. O Brasil também tem a maior taxa de utilização de etanol em carros. Contudo, o país carece de uma economia de energia limpa completamente desenvolvida, no que a China se destaca. A China gasta mais com o desenvolvimento de tecnologia limpa do que com a sua segurança militar. Em meio à liderança do Brasil em energia renovável e redução de CO2 e à liderança chinesa no desenvolvimento de tecnologia limpa, o mundo começa a mostrar o caminho para desenvolver uma próspera economia climática.

Nosso Mundo – Como funcionam as finanças climáticas? Como aproximar esse conceito da população?

Garrison – Existem muitos aspectos das finanças climáticas. Elas são necessárias porque muitos governos estão presos pelo dinheiro e precisam de novos recursos. Isso pode ser obtido de diversas formas. A mais fácil é mudar os impostos e dar início à taxação das emissões de carbono enquanto se fornece isenções para o desenvolvimento de tecnologia limpa e energia renovável. Isso já está sendo feito com sucesso na Europa. Na Alemanha, o governo passou a ter a Feed In Tarriff, por meio da qual qualquer um pode investir em células fotovoltáicas e vender a energia para as empresas de serviço público com um contrato de 20 anos. Como resultado, a Alemanha agora produz mais energia solar por meio dessas células do que o resto do mundo. Na Califórnia, o Estado não gasta mais em energia hoje do que gastava em 1973, devido à regulamentação criada para aumentar a eficiência energética de edifícios e casas e para fornecer incentivos aos consumidores para que usem menos energia. O resultado são bilhões de dólares economizados e mais de 1,5 milhão de empregos criados. O paradoxo do aquecimento global é que não estamos numa crise porque não temos as soluções. Estamos em crise porque não estamos implementando as soluções que já temos.

Nosso Mundo – Você diz que o Brasil pode ser um modelo de como alinhar propósitos individuais com propósitos governamentais. Por quê?

Garrison – Esse é o momento do Brasil na liderança global. Por muitas razões, os EUA, líder mundial nos últimos cem anos, não é capaz de liderar da forma como precisamos. O Brasil está muito à frente do resto do mundo no uso de energia renovável e etanol e no compromisso de redução de emissões de CO2. É um grande país, com muitos recursos, cuja população é um microcosmo do mundo. Se o país estiver comprometido consigo mesmo no desenvolvimento da economia climática de baixo carbono, salvará muito dinheiro, criará milhões de empregos e extraordinárias oportunidades para os jovens em novas e limpas profissões. A urgência do aquecimento global demanda que cada um e todos nos tornemos líderes. Pela primeira vez em nossas vidas, talvez pela primeira vez na história, todos devemos nos responsabilizar por nosso clima. A mudança climática é a grande crise da humanidade. Ao mesmo tempo, também é a grande oportunidade. Entendendo isso, o Brasil pode guiar o caminho

Classi Imóveis - CERTIFICAÇÃO SUSTENTÁVEL /// Gazeta de Piracicaba

Sindicato da Habitação Secovi quer disseminar iniciativas de práticas sustentáveis
O Secovi-SP (Sindicato da Habitação) realiza na manhã da próxima quarta-feira (7), o plantio simbólico de mudas de espécies nativas da Mata Atlântica como etapa final do processo de certificação sustentável de dois eventos: Convenção Secovi e Encontro das Administradoras de Condomínios (Enacon), realizados em setembro de 2009. Esta é a fase conclusiva para eventos com o selo "Evento Sustentável", conferido pela Reclicagem, empresa de gestão e marketing ambiental, que prestou toda a assessoria ao Secovi-SP.

Esta é a primeira vez que eventos do Sindicato farão a neutralização do total de carbono gerado. O plantio total será de 75 mudas no IPÊ - Instituto de Pesquisas Ecológicas, em Nazaré Paulista, a 70 km da Capital.

Comprometido em implantar e disseminar iniciativas e práticas sustentáveis em sua própria estrutura e no mercado imobiliário, o Secovi-SP criou há pouco mais de um ano a Vice-Presidência de Sustentabilidade para tratar exclusivamente do tema. Como fruto do empenho da área, o Sindicato assinou o Pacto Global, da ONU, e o Programa Estadual "Madeira é Legal", cujo objetivo é incentivar e promover o uso da madeira de origem legal e certificada na construção civil no Estado e no município de São Paulo.

Uma de suas ações mais recentes foi a assinatura, no dia 31/3, do Termo de Cooperação Técnica, junto com a Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida, com objetivo de disseminar conceitos e práticas para ampliar as condições de acessibilidade.

MULTIPLICAÇÃO. “O processo de certificação sustentável de um evento trabalha com a conscientização das pessoas, tanto das envolvidas na organização quanto das participantes. São checados diversos itens, desde o uso de madeira certificada até a coleta seletiva do lixo gerado pela atividade, passando pela iluminação e uso adequado de água", explica Sandra Santos, gerente do departamento de Eventos e Cerimonial do Secovi-SP.

A área da gerente realiza, em média, 130 eventos por ano. "São inúmeras as ações feitas em um evento que podem ser multiplicadas pelas pessoas no seu dia a dia", diz Sandra. "Um evento tem o grande poder de sensibilizar as pessoas porque as coisas acontecem ao vivo e em cores. É uma ótima ferramenta para aplicar os conceitos de sustentabilidade".

Sandra pretende implementar novas práticas sustentáveis nos eventos realizados exclusivamente por sua equipe dentro do Secovi e nas regionais no interior do Estado.

Selo orienta desempenho de eventos
O selo "Evento Sustentável" atesta, por meio de relatório, o atendimento de requisitos de sustentabilidade prioritários e específicos aos aspectos socioambientais mais significativos envolvidos na realização de eventos. É um selo evolutivo, que permite e orienta um aperfeiçoamento gradativo do desempenho de cada edição dos eventos a ele submetidos.

Segundo a Reclicagem, o objetivo da iniciativa é implementar conceitos de ecoeficiência em eventos, aliando, na promoção do evento, satisfação, bem-estar do frequentador, redução e controle de recursos e resíduos gerados à associação da imagem do evento à ideia do desenvolvimento sustentável.

Sara Lee lança café sustentável e neutraliza emissões de CO2 em cafeterias /// Globo Rural

(31/03/2010) Globo Rural Online
A marca Café do Ponto, pertencente ao grupo Sara Lee, está lançando um projeto de neutralização de carbono em suas 92 cafeterias e em toda a cadeia de produção dos grãos que são oferecidos aos seus consumidores.

Segundo Ricardo Souza, diretor de marketing da empresa, o projeto vai monitorar, pelos próximos dois anos, a emissão de gases do efeito estufa decorrentes de todas as atividades da marca, desde o plantio do café até sua comercialização nas cafeterias.

O projeto abrange todas as operações das cafeterias Café do Ponto e o produto ícone da campanha é o Café do Ponto Safra Social (100% arábica, embalado em papel cartão reciclado), um grão torrado e moído, que é comercializado no varejo. “Com esse monitoramento, vamos compensar o impacto causado no meio ambiente com o plantio de mudas de árvores”, explica o executivo.

Como a iniciativa, a Sara Lee fez o inventário das emissões de todas as etapas da cadeia produtiva dos grãos consumidos nas cafeterias, de suas atividades e do Safra Social. Com isso, a companhia se responsabilizou pelo plantio de aproximadamente 7 mil mudas de árvores, em uma área de 4,6 hectares, em duas etapas.

Na primeira fase, em dezembro de 2009, foram plantadas 5 mil mudas, em Serra Negra, no interior de São Paulo. A cidade foi escolhida por já ser palco do projeto “Qualidade do Café”, no qual a Sara Lee, por meio da Douwe Egberts Foundation, presta assistência técnica e agronômica à agricultores.

Exemplo latino-americano /// Agencia Fapesp

26/3/2010 Por Fábio de Castro e Fábio Reynol

Agência FAPESP – Encerrada nesta quinta-feira (25/3), a Convenção Latino-Americana do projeto Global Sustainable Bioenergy (GSB) destacou, entre outras conclusões, que a produção de bioenergia na América Latina é especialmente eficaz em termos de sustentabilidade e tem grande potencial de expansão sem implicar no comprometimento da segurança alimentar, do meio ambiente ou da biodiversidade.

O evento, realizado na sede da FAPESP, em São Paulo, foi a terceira convenção realizada pelo Projeto GSB, depois de reuniões ocorridas na Holanda e na África do Sul. Mais duas convenções estão marcadas, para junho, na Malásia, e julho, nos Estados Unidos. O objetivo principal é fornecer uma plataforma para oportunidades, desafios e preocupações regionais e transnacionais relacionados à bioenergia.

Na sessão de encerramento, os organizadores manifestaram que o continente latino-americano provou ter potencial para assumir um importante papel no fornecimento de biocombustíveis para a crescente demanda local e global. A produção de etanol no Brasil e de biodiesel na Argentina foram apontadas como experiências bem-sucedidas de uso da bioenergia para um desenvolvimento sustentável.

De acordo com o diretor científico da FAPESP, Carlos Henrique de Brito Cruz, a convenção realizada no Brasil obteve sucesso ao levar à comunidade científica internacional envolvida com o Projeto GSB a visão dos brasileiros e latino-americanos sobre as grandes oportunidades que os biocombustíveis podem representar.

“O Brasil tem uma posição muito especial – tanto no grupo envolvido com o Projeto GSB como no mundo – no debate internacional sobre biocombustíveis, já que é o único país que realizou a substituição em larga escala da gasolina por biocombustíveis. Por outro lado, o GSB cria uma caixa de ressonância para as ideias brasileiras nessa área”, disse à Agência FAPESP.

O presidente do comitê diretor do projeto GSB, Lee Lynd, professor de biologia do Dartmouth College (Estados Unidos), lembrou que o Brasil representa metade da bioenergia produzida na América Latina.

“E o mais impressionante é que o país ainda tem muito a crescer nesse setor. Mas talvez fosse melhor que alguns de seus vizinhos também mantivessem a produção de biocombustíveis para trocar produtos e tecnologias”, afirmou.

Segundo ele, o país tem um papel de liderança na pesquisa, na produção e na implementação de sistemas de bioenergia. “O uso de bioenergia no Brasil e nos Estados Unidos não têm paralelo no mundo. Mas os Estados Unidos são mais defensivos ao analisar mecanismos de sustentabilidade”, disse Lynd.

O comitê responsável pela organização da convenção latino-americana do GSB prepara uma resolução a respeito da importância, do papel e do desenvolvimento da bioenergia sustentável no continente, que será divulgada na próxima semana.

Sustentabilidade estratégica
Segundo os organizadores, o evento em São Paulo foi particularmente enriquecedor para os participantes de outros continentes. Por meio das apresentações, feitas por cientistas respeitados na área, o público presente teve a oportunidade de obter um “raio X do estado da ciência sobre os biocombustíveis no Brasil”, apontou Brito Cruz.

“Membros do comitê organizador do GSB, que são cientistas muito importantes no contexto dos biocombustíveis, manifestaram que aprenderam muito sobre a maneira como o Brasil tem lidado com a questão da bioenergia. Em especial, destacaram a importância e a positividade da sustentabilidade como elemento realmente estratégico do desenvolvimento dos biocombustíveis. Fato que não é comum no mundo dos biocombustíveis, por exemplo, nos Estados Unidos”, disse.

Lynd ressaltou que as reuniões do Projeto GSB estão formando rapidamente uma integração entre os cientistas envolvidos no esforço internacional pela produção de bioenergia em larga escala.

“Há pouco tempo, todo esse projeto era apenas a menina dos olhos de algumas pessoas. Esse círculo crescente de pessoas vai sendo expandido a cada encontro e isso é extremamente gratificante. Não somos uma maioria, em nenhum aspecto, mas as principais mudanças no mundo surgem de um pequeno grupo de pessoas”, disse.

Para Brito Cruz, a reunião contribuiu para responder ao principal desafio proposto pelo GSB: confirmar a hipótese de que é possível substituir 25% do petróleo utilizado no setor de transportes por biocombustíveis, sem comprometer a produção de alimentos e os habitats naturais.

“Isso continuará sendo trabalhado nas próximas reuniões. Em seguida, na segunda fase, vamos organizar o projeto de pesquisa propriamente dito, que fundamentará o oferecimento de respostas para o desafio inicial levantado pelo projeto GSB, a respeito da possibilidade de substituição de 25% da energia que move o transporte no mundo por biocombustíveis sem prejudicar o meio ambiente, a sociedade e a produção de alimentos”, afirmou.

Nas três reuniões já realizadas, a resposta preliminar é positiva, segundo Brito Cruz. “Ao mesmo tempo, as discussões determinaram que essa resposta só será um ‘sim’ definitivo se estudarmos adequadamente a questão da sustentabilidade e criarmos as soluções positivas para isso”, disse.

Dados e análises
De acordo com Marcos Buckeridge, professor do Departamento de Botânica do Instituto de Biociências (IB) da USP e um dos coordenadores do Programa FAPESP de Pesquisa em Bioenergia (BIOEN), uma das conclusões da convenção latino-americana do GSB é que será preciso executar uma meta-análise para fazer o levantamento de quanta bioenergia a América Latina consegue produzir.

Buckeridge, que também é diretor científico do Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE), explicou que a meta-análise é uma ferramenta estatística muito utilizada na medicina e trata-se de uma grande reunião de dados levantados por pesquisas diferentes.

“Podemos, por exemplo, reunir 10 mil artigos sobre a soja e ter uma perspectiva muito boa sobre seu potencial energético,” comentou o professor. Segundo ele a meta-análise é capaz de economizar um tempo precioso de levantamento de dados necessários para o encaminhamento das pesquisas em biocombustíveis.

Os participantes da convenção latino-americana do GSB também enfatizaram a importância da coleta de dados sobre a produção de bioenergia na América Latina.

“Há muito mais dados sobre o hemisfério Norte do que sobre o hemisfério Sul. O Brasil produz cerca de 50% do etanol mundial e não tem dados precisos sobre quanto dióxido de carbono essa cadeia produtiva produz. Nós temos apenas estimativas”, afirmou Buckeridge.

A convenção destacou também a agricultura de precisão, que pode ter um papel importante na redução da área plantada por meio da melhoria na fisiologia das plantas, por exemplo.

Outro item enfatizado foram as melhorias nas práticas de informação e de educação a fim de evitar mal-entendidos. “A agricultura brasileira sofreu alguns questionamentos internacionais a respeito do uso da terra, isso ocorreu por falta de informações no exterior sobre as características locais”, disse Buckeridge.

A convenção do GSB também concluiu que é necessário investir na transferência de tecnologia e patentes de países ricos aos demais, de modo a auxiliar na mitigação do aquecimento global. Procurar novas fontes de bioenergia foi outro tópico recomendado.

“Se utilizarmos plantas da Amazônia para produzir biocombustível, não precisaremos levar a cana-de-açúcar até lá e ainda vamos ajudar no desenvolvimento econômico e social local”, disse Buckeridge.

As apresentações realizadas na convenção do GSB e mais informações sobre o projeto estão em: www.fapesp.br/gsbt

AmBev investe R$ 44 mi em sustentabilidade /// Portal Exame

Em parceria com a ONG WWF, a companhia brasileira adotará a Bacia de Corumbá, no Distrito Federal
Fábrica da AmBev: a companhia utilizou em média 3,9 litros de água por litro de cerveja ou refrigerante em 2009, ante 4,11 litros em 2008



São Paulo - A AmBev investirá R$ 44 milhões na área ambiental em 2010, de um total de até R$ 2 bilhões que a companhia pode destinar ao País este ano. A informação é do diretor de Relações Institucionais da fabricante de bebidas, Milton Seligman, que participou hoje pela manhã de evento de apresentação de uma ampla campanha de mobilização para o uso consciente da água, lançada pela empresa, batizada de "Movimento CYAN", em referência à cor que representa esse recurso natural. A água representa 95% da matéria-prima utilizada pela indústria e, logo, é fundamental para a sustentabilidade do negócio da AmBev, ressaltou o executivo.

"A gestão ambiental não é um custo para a empresa. Pelo contrário, ela gera um resultado positivo para a companhia", disse. No ano passado, de acordo com Seligman, a AmBev teve um ganho de R$ 79 milhões com a comercialização de subprodutos como bagaço de malte, vidro e alumínio. Em 2009, segundo Seligman, o nível de reaproveitamento de subprodutos atingiu 98,2%.

Também no ano passado, a companhia bateu seu recorde de economia no uso de água para a produção de bebidas, utilizando em média 3,9 litros de água por litro de cerveja ou refrigerante, ante 4,11 litros em 2008. Nos últimos sete anos, a AmBev economizou 14,2 bilhões de litros de água, o suficiente para abastecer por um mês uma cidade como Belo Horizonte.

O Movimento CYAN compreende, basicamente, duas ações da fabricante de bebidas. Em uma parceria com a organização não governamental WWF, a companhia adotará a Bacia de Corumbá, no Distrito Federal, que abastece uma fábrica da AmBev localizada em Brasília, a Filial Gama. O objetivo é proteger cinco nascentes, além da mobilização da comunidade e apoio para a formação de um comitê gestor da bacia hidrográfica.

Na outra ação, a AmBev tem como parceiros a ONG holandesa Water Footprint Network e a Universidade de São Paulo (USP). A empresa vai calcular o consumo de água em toda a cadeia produtiva, a fim de estimular o uso consciente da água também em fornecedores. A AmBev promoverá ainda ciclo de debates com especialistas, exposições interativas e uma campanha publicitária para promover o uso responsável da água.

O Movimento CYAN será lançado oficialmente em 22 de março, no próximo Dia Mundial da Água, em um evento no Parque do Ibirapuera, em São Paulo.

Equlibrando Crescimento e Meio Ambiente /// Unilever

Prseidente da Unilever mostra como crescer o dobro de seu tamenho de forma sustentavel

http://www.green.tv/cantos_paul_polman

Copa da Sustentabilidade /// A Voz do Cidadão

Por: Cristovam Buarque, Professor da Universidade de Brasília e Senador (DF)

Em: 19/2/2010

Quando a ECO-92 foi realizada no Rio de Janeiro, não tínhamos consciência da dimensão da crise ecológica: havia um clima de euforia econômica no mundo capitalista, com o fim do império soviético e o crescimento propiciado pelo neoliberalismo. A reunião estava contra a corrente. Hoje, o mundo se encontra empobrecido pelos efeitos da crise econômica de 2008, indignado com o fracasso do sistema financeiro, com a convicção de que o liberalismo não é capaz de administrar a economia e, acima de tudo, assustado diante do risco da destruição ecológica.

E será nesse cenário que, em 2012, o Rio voltará a sediar o maior evento político deste início de século: a RIO+20, vinte anos depois da grande cúpula de 1992. Os chefes de Estado e de Governo do mundo inteiro debaterão o futuro da humanidade. A RIO+20 será um momento especial, e a cidade pode ser o ponto de partida para um novo rumo civilizatório.

Por isso, como país sede da reunião, deveríamos incentivar propostas para orientar o debate, apresentar rumos, conduzir negociações, formular um projeto alternativo para desenvolvimento no mundo. Enquanto estamos presos na euforia de sediarmos a Copa em 2014 e as os Jogos Olímpicos em 2016, muitas pessoas no mundo já estão pensando nisso. Infelizmente, ainda não vemos no Brasil um movimento nesse sentido - os intelectuais não se mostram ligados, os políticos da oposição e da situação não falam no assunto, os candidatos à Presidência talvez nem tenham tomado conhecimento da cúpula.

Os presidentes e primeiros-ministros podem definir como o mundo trocará a civilização do alto consumo energético, movido a combustível fóssil, por uma civilização de menor uso de energia, com base em combustíveis não fósseis. O caminho para essa troca seria uma política fiscal que penalizasse o consumo de petróleo e gás e incentivasse as novas fontes alternativas de energia.

Com os recursos originários desta política fiscal mundial, seria possível criar um Fundo para gerar empregos e abolir a pobreza. Ainda mais empregos podem ser criados para gerar combustível e energias alternativas do que aqueles criados pela indústria petrolífera.

As soluções deverão ser locais, mas orientadas por regras ético-jurídicas internacionais, definidas a partir da RIO+20, para que o desenvolvimento entre em um novo rumo. Além disso, os governantes podem refazer, para o século XXI, o que foi feito por seus antecessores depois da II Guerra. Aquele foi o momento de reconstruir a economia destroçada; agora é o momento de enfrentar a destruição ambiental, a desigualdade social crescente e a ineficiência do sistema econômico e social. No lugar do Plano Marshall, o mundo precisa de uma revolução de mentalidade, para orientar os propósitos civilizatórios, os padrões de consumo e de energia, e assegurar igualdade de oportunidades a todos os habitantes do planeta. A garantia de uma escola de qualidade para toda criança – não importando a nacionalidade, a renda dos pais, o PIB do país, com conteúdo libertário, que respeite de todas as culturas, dê conhecimento eficiente para produzir e obter emprego – levará a uma reorientação que permitirá enfrentar os problemas da modernidade: desemprego, baixa renda, pobreza, terrorismo internacional, desequilíbrio ecológico.

Isso demandará um esforço muito mais amplo e menos custoso do que aquele de hospedar a Copa e as Olimpíadas. Será também um evento de consequências muito maiores do que foi Copenhague, no ano passado, e será o México, no próximo ano.

Educação Ambiental e Mudanças Climáticas /// ABDL

Entrevista com Patrícia Otero (fellow)


Nesta entrevista a fellow Patricia Otero fala sobre a importância da Educação Ambiental para uma sociedade mais sustentável.

Patrícia Otero é pedagoga formada pela PUC-SP, especialista em Meio Ambiente pelo ISER-RJ. Atua no movimento ambientalista desde 1987, especificamente no campo da educação ambiental. É fundadora e coordenadora do 5 Elementos-Instituto de Educação e Pesquisa Ambiental. Nos últimos anos vem se especializando na área de redes e tecnologias da comunicação para Educação Ambiental. É membro do Conselho Municipal de Meio Ambiente de Itu, do Comitê de Bacias Hidrográficas dos rios Sorocaba e Médio Tietê e elo articulador da REPEA - Rede Paulista de Educação Ambiental.

1. Qual a relevância da temática de Educação Ambiental na transição para a Sustentabilidade?

A Educação ambiental que sensibiliza, reaproxima as pessoas da natureza e revela dados tem unido as pessoas por causas comuns. E assim, através do diálogo é mais fácil encontrar e escolher soluções para os complexos problemas socioambientais e intervir por um mundo com sustentabilidade.

O Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e de Responsabilidade Global e a Carta da Terra tem princípios que expressão esta relevância e é sempre bom revisitar.

2 - Quais são as maiores dificuldades de trabalhar com Educação Ambiental no Brasil?

A EA deveria ser prioridade de governos e gestores da educação, mas não é o que se tem instituído!

3 - Qual o principal projeto em que você esta envolvida no momento? Fale um pouco sobre ele.

As Oficinas: Um retrato socioambiental da Bacia Hidrográfica dos rios Sorocaba e Médio Tietê é o projeto que tenho me dedicado aqui na bacia onde moro. Para este ano, serão 12 oficinas em diversos municípios. Serão tratados os temas: gestão das águas no Brasil e local, vegetação, situação das águas, geomorfologia, sociedade e cultura. Os participantes receberão o Atlas Socioambiental: Um retrato da bacia hidrográfica dos rios SMT.

Também estou entusiasmada com uma nova publicação sobre Mudanças Climáticas que estou organizando e, em março na semana da água a II Jornada pelo Tietê evento que reunirá mais de 2000 pessoas na Estrada Parque em Itu.

4 - Qual a relação do seu trabalho com a questão das Mudanças Climáticas?

Na Eco92, foi quando ouvi pela primeira vez e comecei a me interessar pelo tema. Também há muitos anos vi o Fabio Feldmann lutar pela Operação Rodízio no Estado de SP, foram estes alertas e ações práticas que me aproximaram do tema. Aquelas imagens: cataratas do Iguaçu com um fio d´água, peixe seco num rio que secou no Acre, o Katrina.... Daí para frente tenho incluído este conteúdos e ampliado o dialogo entre os programas e projetos do 5 Elementos.

5 - Dada sua ampla experiência na temática ambiental, qual a importância da sua formação no Lead para a iniciativa que você desenvolveu durante o programa (Atlas e Oficinas de Educação Ambiental na Bacia Hidrográfica dos Rios Sorocaba e Médio Tietê)?

A qualidade do programa que a ABDL montou, a começar pelo Centro de Desenvolvimento Humano Vista Alegre, que permitiu um contato verdadeiro com a natureza. Os conteúdos e contato com os professores, perceber e internalizar as características da liderança foram muito importantes e motivadores para eu tocar os meus trabalhos com mais conhecimento e responsabilidade. O Atlas tem um capitulo especial sobre MC e nas oficinas também levaremos esta discussão. Ah....a lista de coisas importantes é grande mas resumindo: ganhei amig@s e aprendizagens para a vida toda...

6 - Quais os principais desafios na transição para uma sociedade mais sustentável?

Para mim é continuar entusiasmada e trabalhar arduamente protagonizando em colaboração, esta transição, no trabalho e em casa.
Para as pessoas, buscar inspiração na natureza, inovação na economia e praticar o bem querer.
E por fim, que a campanha da Marina Silva surpreenda a sociedade brasileira e seja por si a transição para uma sociedade mais sustentável.

Informação & Conhecimento