Carta da Terra

"Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade deve escolher o seu futuro. À medida que o mundo torna-se cada vez mais interdependente e frágil, o futuro enfrenta, ao mesmo tempo, grandes perigos e grandes promessas. Para seguir adiante, devemos reconhecer que, no meio da uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino comum. Devemos somar forças para gerar uma sociedade sustentável global baseada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade da vida, e com as futuras gerações." (da CARTA DA TERRA)
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Novo envelhecimento

1/4/2011
Por Fábio de Castro
Agência FAPESP – O envelhecimento e a urbanização são tendências demográficas importantes no século 21. A população urbana, que já corresponde à metade da humanidade, dobrará até 2050, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU). Por outro lado, se hoje existem cerca de 600 milhões de pessoas com mais de 60 anos, em 2050 a população nessa faixa etária será de quase 2 bilhões.
A consequência disso é que a sociedade precisará repensar o lugar dos idosos nas cidades e implantar uma nova cultura do envelhecimento. Essa é uma das principais conclusões dos especialistas que participaram, no dia 29 de março, em São Paulo, da mesa-redonda "Aspectos urbanos e habitacionais em uma sociedade que envelhece".
O evento integrou a programação do ciclo "Idosos no Brasil: Estado da Arte e Desafios", promovido pelo Institutos de Estudos Avançados (IEA) da Universidade de São Paulo (USP), pelo Grupo Mais-Hospital Premier e pela Oboré Projetos Especiais de Comunicação e Artes.
Coordenada por David Braga Jr., do Grupo Modelo de Atenção Integral à Saúde (Mais), a mesa-redonda – a terceira do ciclo – teve a participação de Alexandre Kalache, da Academia de Medicina de Nova York (Estados Unidos), e de Guita Grin Debert, professora do Departamento de Antropologia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
De acordo com Kalache, carioca que dirigiu por 13 anos o Programa Global de Envelhecimento e Saúde da Organização Mundial da Saúde (OMS), os dados da ONU mostram que a população mundial crescerá cerca de 50% (para 9 bilhões) até 2050. No mesmo período, a população acima de 60 anos terá aumentado 350%, sendo que a maior parte desse aumento ocorrerá nos países em desenvolvimento, cada vez mais urbanizados.
Essa perspectiva de futuro, segundo ele, deverá ser compreendida pela sociedade, que precisará desenvolver com urgência uma “cultura do envelhecimento” – o que inclui mudanças nas cidades e no comportamento ao longo da vida.
“É importante destacar que 2050 não é uma data distante. Os idosos de quem estamos falando são as pessoas que hoje já são adultas, que podem ter 20 ou 40 anos. Por isso, é fundamental personalizar a mensagem”, disse à Agência FAPESP.
Com os avanços da medicina e da própria sociedade urbana, a parcela da vida que um indivíduo passa na condição de idoso será cada vez maior, apontou o especialista. Com essa tendência, já ocorre uma mudança de paradigmas em relação ao que significa envelhecer. “A ideia da vovó fazendo tricô e do vovô de pijama, lendo jornal, é um estereótipo do envelhecimento que não nos serve mais”, disse.
Segundo Kalache, quando o prussiano Otto Von Bismarck implementou pela primeira vez a aposentadoria, no século 19, a expectativa de vida na Alemanha era de 45 anos e os idosos tinham muito menos acesso à saúde. Se continuassem trabalhando, teriam produtividade baixíssima e criariam muitas dificuldades no ambiente de trabalho.
“Era plausível dar um dinheirinho para que o idoso ficasse em casa pelos poucos anos que lhe restavam. É óbvio que isso não pode dar certo nas condições atuais, muito menos nas condições que teremos até 2050. É preciso que os jovens reinventem seu planejamento de vida”, afirmou.
No modelo convencional, a primeira etapa da vida era dedicada ao aprendizado, enquanto a segunda etapa era voltada para a produção e a aplicação do aprendizado no trabalho. A etapa final seria dedicada ao descanso e ao ócio.
“Não podemos mais pensar assim. A expectativa de vida é cada vez mais longa e as pessoas serão idosas por um período cada vez maior de suas vidas. Elas terão condições de produzir até uma idade bem mais avançada. Por outro lado, a pessoa não pode mais parar de adquirir conhecimento aos 25 anos de idade, pois o aprendizado fica obsoleto cada vez mais cedo”, disse.
Se a produção e o trabalho serão uma realidade cada vez mais presente na velhice, em contrapartida a aquisição de conhecimento não poderá mais ficar confinada apenas às primeiras décadas. “É do interesse da sociedade que a pessoa mantenha o aprendizado e que produza ao longo de toda a vida. As pessoas terão oportunidades – que a sociedade vai precisar oferecer – para se reciclar, estudar e se reavaliar”, afirmou.
De acordo com Kalache, a capacidade funcional dos indivíduos será preservada, cada vez mais, para além dos 65 anos. Com isso, espera-se que a aposentadoria compulsória possa ser revista. “Isso é saudável, porque o passado idealizado do idílio do pijama e do tricô é algo que talvez nunca tenha existido. Na maior parte dos casos, sob esse estereótipo se escondia um idoso sem autonomia, sofrendo abusos e deprimido”, disse.
O envelhecimento e a urbanização, segundo Kalache, são as duas principais tendências demográficas do século 21. O Brasil, segundo ele, é um modelo adequado para se observar essa realidade.
“Somos um país emergente já urbanizado, que envelhecerá mais do que qualquer outro. Mas temos que fazer nossa própria discussão sobre o envelhecimento. Os modelos do Japão, da Dinamarca ou da França não nos interessam. Esses países enriqueceram primeiro, depois envelheceram. Não teremos essa oportunidade. Se imitarmos esses modelos, vamos apenas perpetuar a desigualdade”, disse.
No Brasil, segundo Kalache, a população de mais de 60 anos passou de 8% para 12% nos últimos 30 anos. Na França, foram necessários 115 anos para que a proporção de idosos passasse de 7% para 14%.
“Por outro lado, a concentração urbana também foi vertiginosa no Brasil. Um terço da população vivia em cidades em 1945 e hoje essa proporção passou para 87%. Vamos precisar mudar a realidade do idoso no contexto urbano – e para isso é fundamental ouvi-lo e fazê-lo contar como é a experiência de ser idoso na cidade”, afirmou.
Kalache foi responsável pela publicação, em 2007, do Guia da OMS das Cidades Amigas dos Idosos, produzido com base em pesquisas em 35 cidades em todo o mundo, fundamentadas em entrevistas com grupos focais de idosos durante seis meses.
Uma das experiências do programa foi feita no bairro de Copacabana, no Rio de Janeiro, onde Kalache nasceu. Em 33 anos na Europa, o pesquisador fundou o Departamento de Epidemiologia do Envelhecimento da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, no Reino Unido. Hoje, trabalha na criação de um Centro Internacional de Políticas para o Envelhecimento.

Questão pública
Guita Debert, que integra a coordenação da área de Ciências Humanas e Sociais da FAPESP e coordena o Núcleo de Estudos de Gênero Pagu da Unicamp, destacou que trabalhar com a velhice representa um enorme desafio, já que a questão passou por muitas modificações recentes.
Um dos principais panos de fundo dessa mudança é que a velhice, que historicamente dizia respeito à esfera privada, vem se tornando cada vez mais uma questão pública.
“A velhice passou a fazer parte da geografia social, por assim dizer. À medida que a gerontologia se consolidou como saber específico, criado para identificar necessidades do idoso, ela se tornou um ator político e também um agente do mercado de consumo”, afirmou.
Inicialmente focada na ideia do idoso como um indivíduo que perde os papéis que tem na sociedade, a gerontologia passou a mudar seu enfoque a partir da década de 1980.
“Em vez de um momento de perdas, a velhice passou a ser considerada um momento de lazer, de novas experiências e projetos. A velhice foi deixando de ter o sentido de uma perda do papel na sociedade e se tornou o momento de direito ao não-trabalho, na qual o lazer se torna central.”
Segundo Guita, o Brasil adquiriu know-how e sofisticação nas opções de lazer e atividades para os idosos. Mas isso se limita aos “jovens idosos”, isto é, aquela parcela que preserva sua autonomia funcional. “Há um grande contraste. Para os idosos que têm a autonomia funcional comprometida, estamos em estágio precário, não oferecemos nada”, afirmou.
Para integrar o idoso à cidade, segundo a pesquisadora, não basta levar em conta apenas a diversidade de poder aquisitivo, raça e local de moradia, entre outros fatores. É necessário também pensar nas diferenças de autonomia e capacidade.
“É preciso avaliar sobretudo as diferenças de custos de políticas públicas para os idosos ‘jovens’ e para os outros. É hipocrisia dizer que existe uma política para idosos, se ela só está beneficiando justamente a parcela que tem menos dificuldades. São boas iniciativas, mas têm foco apenas em uma parcela privilegiada dos idosos”, disse.
A antropóloga destacou também que as mudanças ocorridas no espaço urbano recentemente podem permitir um aprimoramento da autonomia do idoso. “Devemos fugir da confusão entre morar só e estar submetido à solidão. Principalmente porque hoje é possível operar com a ideia da intimidade a distância, viabilizada pelos meios de comunicação, sobretudo eletrônicos. E isso pode ocorrer até mesmo fora das relações familiares.”
Segundo ela, a gerontologia ainda valoriza profundamente a ideia de manter o idoso junto à família, fechado no universo privado. “É importante rever essa ideia, quando pensamos na cidade que acolhe o idoso”, afirmou.
Estudos realizados em ciências sociais, em especial na antropologia, mostram que se tinha pouca informação sobre a vida do idoso há 100 ou 200 anos, segundo Guita. Ainda assim, é provável, segundo ela, que a vida no seio da família tenha sido a preferência do idoso apenas quando ele não tinha a opção de ser autônomo.
A antropóloga sugeriu também que seja repensada a oposição entre integração e segregação. Segundo ela, os trabalhos sobre envelhecimento não confirmam a ideia de que a integração com sociedade multigeracional garante o bem-estar do idoso.
“Muitas vezes, nos ambientes onde todos são idosos, a velhice deixa de ser uma marca identitária e a satisfação passa a ser maior. Há uma busca de independência e de estar entre os iguais, de forma similar aos adolescentes. É importante não ter uma visão binária de segregação e integração”, afirmou.
A preservação da vida na comunidade é outra ideia predominante no senso comum, segundo Guita. Para preservar a qualidade de vida do idoso, nessa concepção, o indivíduo deveria permanecer sempre na mesma casa, ou bairro.
“Mas isso nem sempre é verdade, porque a dinâmica urbana é muito intensa. Os bairros podem passar por rápidos processos de degradação. Ou podem passar por um súbito enriquecimento, fazendo com que os antigos moradores desapareçam. Nesses casos, as perdas da coletividade estão muito presentes. A ideia de que a comunidade é sempre boa e deve permanecer deve ser revista”, disse.
A pesquisadora destacou também a importância de se dar voz aos idosos. “Essa já é uma ideia muito presente, mas é preciso valorizar a pluralidade de vozes. Não se pode ouvir representantes, mas os protagonistas, em toda sua diversidade. É preciso que haja vozes dissonantes”, disse.
Guita criticou ainda as políticas públicas brasileiras em relação ao novo papel assumido pela família quanto à responsabilidade pelo idoso. “Há uma hipocrisia nas políticas de distribuição de renda que têm enfoque familiar. Elas concentram as responsabilidades na família e, em especial nas mulheres, que acabam assumindo essas obrigações”, afirmou.

Wal-Mart vai reduzir sal e açúcar nos EUA .Artigo Comentarios .

Miguel Bustillo
The Wall Street Journal

O Wal-Mart Stores Inc. anunciou ontem que planeja reduzir gradualmente o preço das frutas e legumes e baixar o teor de gordura, açúcar e sal dos alimentos que vende nos Estados Unidos, numa campanha para melhorar a saúde pública.

A rede varejista divulgou a iniciativa sem dar muitos detalhes num evento em Washington que contou com a primeira-dama Michelle Obama e o presidente do Wal-Mart nos EUA, Bill Simon. Mas o Wal-Mart afirmou que sua meta é reformular milhares de produtos da marca própria Great Value nos próximos cinco anos e cortar o sódio em 25% e o açúcar em 10%, além de pressionar os maiores fabricantes de alimentos a fazer o mesmo.

."No Wal-Mart, apoiamos a escolha dos clientes. Não estamos dizendo às pessoas o que elas devem comer", disse Andrea Thomas, vice-presidente sênior de sustentabilidade do Wal-Mart, durante o evento de ontem, acrescentando: "As pessoas nem sabem que estão ingerindo sal ou açúcar quando colocam molho na salada, por exemplo".

Muitos grandes fabricantes de alimentos como Kraft Foods Inc. e ConAgra Foods Inc. já estão reduzindo o sódio e eliminando a gordura trans, sob pressão das autoridades e de defensores da boa nutrição. Michelle Obama também começou a defender publicamente o consumo de alimentos saudáveis e o exercício, como parte de uma campanha para combater a obesidade infantil.

O anúncio do programa ocorre ao mesmo tempo em que o Wal-Mart, lutando para inverter seis trimestres consecutivos de declínio nas vendas nas lojas americanas abertas há pelo menos um ano, inicia uma agressiva expansão para as cidades maiores, onde enfrenta a oposição dos sindicatos, com o argumento de que pode oferecer alimentos mais saudáveis para as massas urbanas, entre outras coisas.

Dieta do Mediterraneo /// H Science

A Dieta Mediterrânea ou Dieta do Mediterrâneo tem sido intensamente estudada nos últimos anos e várias conclusões indicam que ela pode propiciar a melhor alimentação para a sua saúde.


 DIETA PARA SAÚDE

Um dos primeiros estudos publicado no New England Journal of Medicine em 2003 mostrou, em voluntários gregos, que a Dieta do Mediterrâneo reduziu a mortalidade por todas as causas. Cientistas chegaram à mesma conclusão no ano seguinte em um estudo publicado no Journal of American Medical Association que utilizou grupos de voluntários com mais de setenta anos, de dez países da Europa, e que fizeram à Dieta do Mediterrâneo, combinada com atividade física.

Outra pesquisa de 2005 demonstrou que um grupo de indivíduos com doença cardíaca que utilizaram a Dieta Mediterrânea, diminuíram muito a taxa de mortalidade em um período de quatro anos, quando comparados com cardíacos que não utilizaram a dieta. Este estudo foi publicado na revista científica Archives of Internal Medicine.

DIETA PARA DIABÉTICOS

Um estudo publicado em 2008 indica que a dieta do mediterrâneoo é a melhor para a saúde dos diabéticos e a que leva à maior perda de peso entre as mulheres.

O QUE É A DIETA MEDITERRÂNEA

Dieta do Mediterrâneo é um tipo de alimentação específica de países da região do mar Mediterrâneo (Portugal, França, Itália, Grécia, Espanha, etc.). Este padrão de alimentação é formado de vegetais, legumes, tomate, alho, frutas e, principalmente, óleo de oliva, óleo de canola, cereais pouco moídos, nozes e sementes, queijo branco e iogurte, além de vinho.

Vários estudos continuam confirmamdo estas observações. A conclusão é de que quanto mais a pessoa pratica a dieta mediterrânea tradicional, menor a chance de morrer por qualquer causa, incluindo câncer (risco menor de 24%) e doenças cardíacas (risco menor de 33%).

Alimentos bons, limpos e justos. /// IHU

 Entrevista com Carlo Petrini


Na opinião de Carlo Petrini vivemos um momento de crise econômica, energética e agrícola e o futuro da alimentação exige mudanças nos hábitos de consumo pois a maior parte dos danos que a nossa terra sofreu até agora se deve à produção de alimentos

O poder que o consumidor possui simplesmente pelo fato de escolher diariamente o próprio alimento é inacreditável: exercitá-lo com consciência e responsabilidade e um dever, um ato de civilidade, em relação a si próprios, às próprias famílias, às próprias comunidades e aos próprios povos”; afirma Carlo Petrini, presidente do movimento Slow Food.

Na entrevista abaixo, ele considera que "estamos vivendo tempos muito difíceis" e que "é necessário redefinir todo o sistema atual, baseado no consumo”: Afirma ainda que "o bom, o limpo e o justo são os três adjetivos que definem em modo elementar as características que deve ter um alimento para responder a exigências de nós, ecogastrônomos" e que a principal via pela qual realiza "um percurso em relação ao bom, Iimpo e justo é aquela da economia para o re-posicionamento dos consumos e das produções agrícolas”.

Carlo Petrini é italiano, estudou sociologia na Universidade de Trento e logo se envolveu com a política local e com o trabalho associativo. Entre suas muitas criações está a Universidade de Ciências Gastronômicas, em Pollenzo e Colorno, a primeira instituição acadêmica a oferecer um acesso multidisciplinar nos estudos da alimentação; e ele também que está por trás do Terra Madre, fabuloso encontro de 5.000 produtores de todo o mundo, ocorrido em Turim, para discutir problemas comuns e suas possíveis soluções.

O seu último trabalho Buono, Pulito e Giusto. Principi di uma Nuova Gastronomia (Bom, Limpo e Justo. Princípio de uma Nova Gastronomia) foi publicado em 2005 pela editora Einaudi e em 2009 foi traduzido para o português pela Editora SENAC de São Paulo (Brasil) com o título "Slow Food, princípios da nova gastronomia”. No livro, Petrini descreve o desenvolvimento da teoria da "ecogastronomia". O livro também foi traduzido para o inglês, francês, espanhol, alemão e polonês. Em 2001, seu Iivro Le ragioni del gusto (As razões do gosto) foi publicado pela Laterza e em 2003 foi traduzido para o inglês como The Case for Taste pela Columbia University Press. Em janeiro de 2008 foi o único italiano a aparecer na Iista das '50 People Who Could Save the World' (50 pessoas que poderiam salvar a mundo) realizada pelo prestigiado jornal Inglês The Guardian.

A entrevista é da revista Camponesa. Revista da Associação de Apoio às Comunidades do Campo do Rio Grande do Norte - AACC/RN, ano 1, no. 1, novembro de 2009.


Eis a entrevista.

O que é o movimento Slow Food? Como surgiu?
Na metade dos anos 80, o frenesi consumista tinha invadido totalmente a Itália, de tal forma que se estava perdendo o contato com a terra, as tradições, as próprias receitas, em poucas palavras, as raízes da identidade de cada um de nós. Quisemos iniciar da mesa, do alimento não visto simplesmente como nutrimento, mas como elemento de prazer decorrente da possibilidade de apreciar as diversas receitas e sabores, reconhecer as variedades dos locais de produção e dos artesãos, respeitar os ritmos das estações e a convivência. Hoje estamos convencidos da necessidade de associar um novo sentido de sensibilidade ao prazer e à reivindicação do direito de todos a beneficiar-se deste prazer: uma atitude que chamamos de ecogastronomia, capaz de unir o respeito e o estudo da cultura enogastronômica sustentando aqueles que atuam em todo o mundo para defender a biodiversidade agroalimentar. Partimos de 1986 do Piemonte, na Itália, para nos tornarmos em 1989 uma associação internacional que conta hoje com 100 mil sócios em 130 países.

Como tem sido a aceitação no Brasil e, ern particular, no Nordeste?
O Brasil - um pais que possui uma extraordinária biodiversidade agrícola, gastronômica, cultural e lingüística - há diversos anos tornou-se um interlocutor fundamental do Slow Food. Em 2003 o Prêmio Slow Food para a Biodiversidade foi concedido à tribo indígena Krahô, na Amazônia nasceu uma das primeiras Fortalezas internacionais (o Guaraná Nativo dos Sateré-Mawé) e em 2004 o Ministério do Desenvolvimento Agrário do Brasil assinou um acordo que oficializou uma longa relação de amizade e colaboração. Mas o grande desafio do Slow Food no Brasil é a mobilização de todos os setores da sociedade, e temos conseguido superar este desafio com a criação de novos Convivia, os núcleos locais de sócios, e o envolvimento cada vez maior de chefs, jovens e acadêmicos que juntos poderão permitir a inserção do pequeno produtor na própria comunidade. Hoje temos no Brasil cerca de 600 sócios e este numero vem crescendo exponen¬cialmente. No Nordeste, temos importantes projetos para a defesa da sua biodiversidade ambiental e cultural, como a Fortalezas do Arroz Vermelho do Vale do Piancó na Paraíba e do Umbu no sertão baiano. Chefs de Fortaleza e Salvador estão se unindo a acadêmicos do Maranhão e sócios espalhados ao longo de estados do Nordeste brasileiro promovendo uma área com uma riqueza ainda pouco reconhecida e valorizada.

Na visão do movimento Slow Food, qual o futuro da alimentação?
Estamos vivendo tempos muito difíceis, a crise que estamos atravessando é ao mesmo tempo econômica, energética e agrícola. Não podemos considerá-la e enfrentá-la como se fosse um momento de passagem. E necessário redefinir todo o sistema atual, baseado no consumo. É muito recente a notícia do Global Footprint Network1 de que o overshoot day2 aconteceu no dia 25 setembro, ou seja, o dia que teremos terminado de consumir as reservas que a natureza nos disponibilizou para o ano em curso. A cada ano, o dia no qual entramos em débito ecológico e de excesso de consumo antecipa-se no calendário. Em 1986, ano do primeiro alarme, o overshoot aconteceu em 31 de dezembro. Em 1995 a falência ecológica aconteceu no dia 21 de novembro. Dez anos depois as contas com a natureza entraram no vermelho já no dia 2 de outubro. Agora retrocedemos ate o dia 25 de setembro: consumimos 40% a mais do que a terra pode gerar. Em 2050, se a crise energética não nos tiver obrigado a adotar a sabedoria ecológica para manter as contas em paridade, teremos necessidade de um planeta gêmeo para usar como supermercado e retirar as matérias-primas, água, florestas e energia.

Se pensarmos ainda que a maior parte dos danos que a nossa terra sofreu ate agora se deve à produção de alimento, como se nota no relatório da ONU Millennium Ecosystem Assesment3, entendemos que a forma como nos relacionamos com a gastronomia e central para o nosso futuro.

Comer torna-se um "ato agrário”, e selecionando alimentos de boa qualidade, produtos com critérios de respeito pelo ambiente e pelas tradições locais, podemos favorecer a biodiversidade e uma agricultura igualitária e sustentável. Bom, Iimpo e justo são os três adjetivos que definem em modo elementar as características que deve ter um alimento para responder às exigências de nós, eco-gastrônomos. Bom, relaciona-se com as sensações de prazer derivadas das qualidades sensoriais de um alimento, mas também à complexa esfera de sentimentos, recorda¬ções e aspectos determinantes de identidade, decorrentes do valor afetivo do alimento; limpo, ou seja, produzido sem estressar a terra, respeitando os ecossistemas e o ambiente; justo, que quer dizer conforme com os conceitos de justiça social nos ambientes de produção e de comercialização.

Como se vinculam os conceitos de soberania alimentar e economia solidaria? De que forma o movimento Slow Food se relaciona com eles?
A principal via pela qual realizar um percurso em relação ao bom, limpo e justo é aquela da economia para o re-posicionamento dos consumos e das produções agrícolas. A economia de mercado, assim como a conhecemos e como está organizada graças também às dinâmicas da globalização, está revelando enormes limites econômicos. Seja do ponto de vista da sustentabilidade das suas atividades, seja por seu modo de gerar riqueza. Os seus maiores expoentes são conscientes que "anti-ecologia" começa evidenciar-se cada vez mais como uma "anti-economia”.

Em um quadro deste tipo - cujas causas devem ser identificadas também nas mudanças que sofreram o sistema agrícola mundial, na industrialização, na centralização dos sistemas produtivos agroalimentares - as comunidades do alimento representam um exemplo brilhante do que poderia significar pronunciar as palavras "economia local" ou "economia da natureza".

Trata-se de pequenos produtores, criadores, pescadores, coletores de produtos silvestres, artesãos do mundo agroalimentar que a cada dois anos apresentam os seus trabalhos em nível local na grande sede mundial de Terra Madre4, em Turim (www.terramadre.org). As comunidades do alimento geralmente atual na cadeia curta, ou em cadeias longas altamente sustentáveis e baseadas no conhecimento recíproco dos envolvidos. A comunidade é o local, o contexto, no qual pode-se realizar o conceito de "adaptação local" que teorizou Wendell Berry5. É necessário pressionar o quanto for possível para re-posicionar produções e consumos, vida social e tradições sem renunciar ao comércio e à troca que nos garantem a rede, mas fortalecendo as comunidades locais e as suas características de funcionamento.

Qual o papel do consumidor na promoção de uma cultura do gosto e da convivência?
A esfera sensorial do homem contemporâneo claramente empobreceu. O tato, o gosto e o odor sofreram uma profunda regressão. O tempo cada vez mais escasso e a velocidade das nossas vidas nos estão privan¬do dos instrumentos que nos podem consentir um conhecimento mais profundo, variado e autêntico do mundo que está à nossa volta. Por isso, treinar novamente os nossos sentidos e aguçar a percepção, são os principais instrumentos que pequenos e grandes consumidores devem possuir para se re-apropriar da própria capacidade de decidir com qual ali¬mento nutrir-se. Destas considerações, nasce o projeto de Educação do Gosto, destinado a educar as crianças para desenvolver a sensorialidade, fazendo-as compreender a importância dos produtos alimentares como parte integrante da cultura das sociedades.

Com relação ao grande público, a melhor ideia foi sem dúvida a dos Laboratórios do Gosto, que recolhem exigências do consumidor contemporâneo: o desejo do contato direto, da prova em uma degustação guiada, enfim, a recuperação da sensorialidade; a aproximação do alimento como diversão e ato gratificante mais do que necessidade ou obrigação nutricional; o suprimento da curiosidade em relação aos alimentos, às vezes rara e preciosa, unido à gratificação intelectual de conhecer a história e a particularidade.

Para garantir alimentos bons, limpos e justos, o consumidor deve começar a se sentir co-produtor. O tempo do consumidor terminou: ele literalmente consome o mundo e é figura chave da sociedade baseada na economia de mercado resultando, para sua infelicidade, em ser o cúmplice principal do massacre que a terra esta sofrendo. Educando-nos, conhecendo os produtos, os próprios produtores, as técnicas para alimentar-se melhor e poluir menos, o co-produtor, inserido em sua comunidade, torna-se concretamente e individualmente o motor de uma verdadeira mudança. O poder que o consumidor possui simplesmente pelo fato de escolher diariamente o próprio alimento e inacreditável: exercitá-lo com consciência e responsabilidade é um dever, um ato de civilidade, em relação a si próprios, às próprias famílias, às próprias comunidades e aos próprios povos.

Há quem diga que as raízes da fome e da desnutrição no Brasil associam-se a duas dimensões interdependentes de uma mesma crise de nosso modelo de desenvolvimento: baixo poder aquisitivo da população e insuficiência de produção de alimentos para o consumo interno. À luz da experiência do movimento Slow Food, como enfrentar essas questões?
O respeito pelo meio ambiente, a tutela dos territórios, a pureza das águas, a defesa das variedades vegetais e das raças animais estão na base do nosso futuro-produtivo se quisermos frear as mudanças climáticas. As notícias que nos chegam são, no entanto muito mais preocupantes e, sobretudo, relacionam-se menos com este simples compartimento mas com a modalidade abrangente de produção e de fluidez das reservas. Deve-se então não reiniciar como se nada acontecesse, não insistir no relançamento de consumos que não podem ser a solução para esta crise. É necessário repensar o modelo de produção que todos nós escolhemos e que acreditamos ser único e indiscutível e ter a coragem de confiar novamente nas economias de pequena escala, as únicas em condição de dar uma resposta eficaz e radical à situação atual, as únicas em condição de serem auto-suficientes porque mantêm uma estreita relação com a própria terra, as próprias tradições, os próprios alimentos.

Como as pessoas podem participar do movimento Slow Food?
Slow Food é uma associação, então o primeiro passo é tornar-se sócio, desta forma cada um pode participar das iniciativas do próprio Convivium, os grupos locais nos quais a associação está organizada em todo o mundo. Conferências, laboratórios, degustações, atividades de educação do gosto para crianças e adultos e, sobretudo a possibilidade de ir a fundo nos argumentos ligados ao alimento ''que hoje se encontram nos discursos de todo o mundo mas somente em nível superficial, sem aprofundamento. No entanto, o movimento de ideias que lançamos não se limita somente à estrutura associativa, com Terra Madre nasceu uma rede mundial de pessoas que valorizam a diversidade do nosso planeta e que atuam para preservá-lo, para nós e para as gerações futuras. No dia 10 de dezembro (de 2009), para celebrar os 20 anos do nascimento do Slow Food, uma grande jornada de mobilização acontecerá em todo o mundo envolvendo sócios e Iíderes de todos os convivia, pequenos produtores, criadores e pescadores de todas as comunidades do alimento e das Fortalezas, professores e estudantes de hortas escolares. Cada um poderá promover o tema central da filosofia do Slow Food: o acesso a um alimento bom, limpo e justo; a biodiversidade; a produção em pequena escala; a so¬berania alimentar; o conhecimento das Iínguas, das culturas e das tradições; a produção que respeita o meio ambiente; o comércio équo e sustentável. Em programa haverá pequenos encontros e grandes eventos: degustações e jantares, filmes e concertos que ressaltam a im¬portância de um alimento bom, limpo e justo; visita a produtores de Terra Madre, campanhas de sensibilização, atividades de educação ali¬mentar e do gosto; encontros entre produtores, cozinheiros, jovens e outros.

Notas:
1. A Global Footprint Network foi criada em 2003 e dedica-se a estimular o surgimento de um mundo no qual todas as pessoas tenham oportunidade de viver satisfeitas, dentro das possibilidades da capacidade ecológica da Terra. É responsável pela “Pegada Ecológica”, que mede o grau em que as demandas ecológicas das economias humanas respeitam ou ultrapassam a capacidade da biosfera de fornecer bens e serviços.

2. Uma semana após o estouro da bolha econômico-financeira no dia 23 de setembro, ocorreu o assim chamado Earth Overshoot Day, quer dizer, “o dia da ultrapassagem da Terra". Grandes institutos que acompanham sistematicamente o estado da Terra anunciaram: a partir deste dia o consumo da humanidade, em 2008, ultrapassou em 40% a capacidade de suporte e regeneração do sistema-Terra. Ou seja, a humanidade esta consumindo um planeta inteiro e mais 40% dele que não existe.

3. O Millennium Ecosystem Assessment (Avaliação do Milênio de Ecossistemas, MA) foi pensado para fornecer parte da informação científica necessária para a implementação da Convenção da Diversidade Biológica, da Concenção do Combate à Desertificação e da Convenção das Áreas Húmidas. O MA foi lançado a nível mundial pelo Secretário Geral das Nações Unidas em Junho de 2001. É uma avaliação multi-escala, consistindo em avaliações interligadas aos níveis global, sub-global e local. Existem cerca de 15 avaliações sub-globais aprovadas, entre as quais as da Noruega, do Sul de África, da America Central e da China. A Avaliação Portuguesa foi iniciada em Maio passado e irá decorrer até meados de 2005. É liderada pelo Centro de Biologia Ambiental da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL).

4. A rede Terra Madre é constituída por todos aqueles que querem agir para preservar, encorajar e promover métodos de produção alirnentar sustentáveis, em harmonia com a natureza, a paisagem e a tradição.

5. Wendell Berry e um ensaísta americano, autor de Iivros como Know That What You Eat You Are ("Saiba que o que Você Come, Você É) e Life is a Miracle ("A Vida é um Milagre").


Link para o  site IHU: http://www.ihu.unisinos.br/index.php

Hábito Alimentar : Fator Crítico do Sucesso de Uma Nação

por Laércio Bruno Filho

O conceito de Piramide Alimentar apresenta os padrões referentes a uma alimentação balanceada e saudavel.
São padrões estabelecidos e recomendados pelas organizações de saúde como sendo uma dieta equilibrada que ao ser adotada proporciona e contribui para a boa saúde.

Na ilustração acima são apresentados os modelos conceituais propostos nos EUA e no Brasil sendo possivel observar que ambos são praticamente iguais.
No entanto, os habitos alimentares nos dois países são bem distintos por conta de diversos fatores.Por exemplo; condições climáticas, cultura, renda per capita e estilo de vida.

Considerando tais premissas, pergunta-se:

1- Por que nos EUA, de um modo geral, observamos um padrão alimentar tão desbalanceado, quando comparado com o proposto em sua piramide?

2- Porque nos importamos e como isto nos atinge ?

Resposta 1: por que nos EUA existe uma gigantesca indústria alimentícia, conhecida por "Big Food", que pratica forte atividade de lobby junto ao congresso em busca de proteger seus interesses. Além disso investe bilhões em campanhas de marketing com o objetivo de direcionar a sociedade para o consumo de seus produtos, concorrendo assim com o sistema educação e saúde que deveria "ensinar" o cidadão a se alimentar da forma adequada.
Fatores complementares: total acessibilidade aos produtos por conta de uma excelente rede de logistica capilar; preço muito barato; sociedade com ritmo de vida muito acelerado nos grandes centros urbanos.
Big Food movimenta assim boa parte do PIB americano.

Resposta 2 : por que os EUA exportam para todo o mundo o "way of eating". Um modelo persuasivo, ancorado pelo conceito de que "refeição prática tem que ser rápida", que redesenhou o modo de se alimentar e de produzir alimentos.

O recente debate que acontece nos EUA sobre a questão do Sistema de Saúde estabelece uma ligação direta entre alimentação e saude.
Uma das questões centrais do debate é o quanto e como se gasta.

O Sistema de Saude Publica adotado nos EUA tem alguma similaridade ao modelo brasileiro, no sentido de que existe um sistema estatal de assistencia à saúde que é ineficaz e mal gastador fazendo-se então necessária uma alternativa, que é representada pelos seguros-saúde privados.
De forma geral, no sistema estatal americano as“filas” existem mas são menores, o atendimento é muito mais eficaz que o nosso e o paciente é atendido de forma efetiva, sem ter que esperar tanto tempo por uma consulta com o especialista.

A rede de atendimento é mais distribuida, oferecendo mais pontos de atendimento. A tecnologia é abundante,acessivel e otimiza sobremaneira os resultados tecnicos/médicos reduzindo custos operacionais.Medicamentos são distribuídos gratuitamente e não costumam faltar.
A industria de fármacos também possui um influente e atuante lobby.

Mesmo assim há muita insatisfação, por parte de quem paga impostos, não recebe o retorno desejado tendo que optar pelo sistema privado e seu elevado custo.

Way of Life
Mas, o que mais chama a atenção neste momento é o “way of eating” exportado pelos EUA para o mundo todo que comprovadamente conduz em medio e longo prazos ao desequilíbrio da saúde, gerando doenças e altíssimos custos de tratamento. (Veja o estudo realizado e acessivel pelo link logo abaixo).
Doenças como diabetes, câncer, hipertensão, hoje incidem com maior freqüência sobre a população e alguns cientistas endereçam a causa diretamente ao habito alimentar.

Artigo do NYTimes
Um artigo publicado em 10/set, aborda a questão da saúde publica nos EUA sob uma ótica realista e esclarecedora, apontando as correlações entre grandes conglomerados industriais e governo. Sua leitura leva a uma reflexão direta sobre como isto impacta em toda uma nação.

O argumento central do artigo é que o fator determinante da "quebra" do sistema de saúde americano não está unicamente ligado ao fato de que o gigantesco orçamento dedicado à saúde é mal utilizado, mas também: (i) aos hábitos alimentares inadequados da população que foram modelados e estabelecidos pela indústria de alimentos nas últimas décadas; (ii) nos resultados de ações exercidas pelo lobbies da industria de fármacos e (iii)pela complexidade socio-economica, o que incluiria grandes impactos no agrobusiness.

Trechos do artigo:
- “_ Os EUA gastam mais de $2,3 trilhões de dólares (...com saúde), de forma inadequada (...) o norte-americano gasta o mesmo que um cidadão europeu (em alguns países da europa ocidental), no entanto tem uma qualidade de vida inferior, por contas de doenças como diabetes, hipertensão,cancer (...) e pelo fato da obesidade ser um mal que acomete cada vez mais a população”.

- “_ (...) mesmo um sistema de saúde muito eficaz enfrentaria grandes dificuldades quando se defrontasse com uma população que tem uma dieta alimentar inadequada...”

-“_ (...) três quartos do orçamento da saúde são destinados ao tratamento preventivo de doenças crônicas, quase todas ligadas à alimentação e tabagismo”.


-“_ São gastos $147 bilhões para tratar da obesidade,$116 bilhões para diabetes, outras centenas de bilhões para moléstias cardiovasculares e diversos tipos de câncer, tudo atribuído ao modelo alimentar. Estudo recente aponta que 30% dos aumentos dos gastos em saúde, nos últimos 20 anos, pode ser atribuído à taxa de aumento da obesidade, uma condição que já responde por quase um décimo de todos os gastos em cuidados de saúde.”


Mesa do Brasileiro.
O artigo é muito pertinente quando trazido á realidade brasileira porque cada vez mais o fast-food e o junk food ganham espaço, principalmente para o individuo que vive nas médias e grandes cidades, . Observe que não são apenas os "hambúrgueres com batata-frita+ refrigerante", ícones do movimento junk, mas toda uma variedade de alimentos e bebidas, produtos,contendo elevados níveis calóricos; com açucares, gorduras trans, conservantes, estabilizantes, soluções químicas para preservar e realçar sabor, cor, etc.

Fatores como distancia entre trabalho e residencia,dificuldade de transporte,tempo de lazer extremamente limitado,sedentarismo, dificultam o ato de “comer em casa”.

Para completar o quadro, a publicidade persuasiva e sedutora contribui negativamente para a mudança no habito alimentar.

O que é mais grave, atingindo principalmente as novas gerações.
Os produtos são livremente comercializados,para crianças e adolescentes em fase de desenvolvimento,amparados por ampla e sofisticada publicidade, de forma legal e confortavel para a industria "Big Food".

Recentemente algumas medidas coibitivas foram aplicadas pelo Ministério Publico à industria,mas ainda de forma muito tímida. A publicidade, por exemplo, continua á vontade. Algumas poucas instituições educacionais também tem se manifestado nesta direção.
São"gotas no oceano", mas já é um começo.

De volta aos EUA.
Estudos desenvolvidos pelo CDC (Centers for Disease Control and Prevention/EUA) apontam que um em cada três americanos nascidos a partir do ano 2000 sofrerá de alguma forma com aspectos correlatos ao Diabetes tipo 2. Alarmante!

Numeros:
Aproximadamente 24 milhões de Americanos tem diabetes.
• Destes, 18 milhões são diagnosticados.
• Diagnosticados com diabetes tipo 1 : 5% to 10%.
• Pessoas com pre-diabetes: 56 milhões.
• Custo para tratar o diabetes: $174 bilhões/ano.
fonte: American Diabetes Association and Centers for Disease Control and Prevention

Benchmarking?




Não deixe de ler na íntegra o artigo de Michael Pollan; Big Health x Big Insurance.
Acesse o link abaixo e leia o artigo.
link:http://www.nytimes.com/2009/09/10/opinion/10pollan.html?_r=1&th&emc=th
Acesse os links abaixo e leia o estudo completo mencionado no artigo .


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