Carta da Terra

"Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade deve escolher o seu futuro. À medida que o mundo torna-se cada vez mais interdependente e frágil, o futuro enfrenta, ao mesmo tempo, grandes perigos e grandes promessas. Para seguir adiante, devemos reconhecer que, no meio da uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino comum. Devemos somar forças para gerar uma sociedade sustentável global baseada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade da vida, e com as futuras gerações." (da CARTA DA TERRA)
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Entenda o Índice de Sustentabilidade Empresarial da Bolsa

Mais de 50 empresas disputam vaga no ISE, que reúne companhias com boas práticas ambientais, sociais, econômicas e de governança
Olívia Alonso, iG São Paulo
28/09/2010 05:14

 Estar em um grupo seleto reconhecido por suas práticas sustentáveis pode trazer visibilidade e melhorar a imagem de uma empresa, aumentando sua atratividade para consumidores e acionistas. Mas muitas companhias ainda não incluíram o tema em suas estratégias este ano, e apenas 10% das listadas na BM&FBovespa estão participando da seleção para o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), que a Bolsa criou para reunir as empresas que priorizam questões ambientais, sociais e de governança corporativa, além das econômicas.

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A baixa adesão pode ter sido consequência da crise financeira de 2008, que teria levado o foco das empresas para outros assuntos, segundo Roberta Simonetti, coordenadora executiva do ISE. “É difícil precisar porque esse número é pequeno, Tivemos a crise e um pouco de falta de visão, de estratégia e de comunicação por parte das companhias”, diz.

De um universo de 531 empresas listadas na Bolsa de Valores de São Paulo, as 183 emissoras das 200 ações mais líquidas foram convidadas para a seleção do ISE. Apenas 55 aceitaram o convite como elegíveis e cinco como “treineiras”, para conhecerem o processo.
Mas Roberta afirma que muitas empresas novas estão querendo entender como o índice funciona e estão se preparando para “participar para valer em 2011”.

Oferta de produtos cresce, e brasileiro já pode ser cliente bancário 'sustentável' /// estadao.com.br

Fundos de investimento, empréstimos, seguros e até planos de previdência são algumas das opções disponíveis nas prateleiras das instituições financeiras
Roberta Scrivano, de O Estado de S. Paulo


- Já é possível ser um cliente bancário sustentável no Brasil. Fundos de ações, CDBs, seguros, financiamentos e até planos de previdência com viés social ou ecológico já estão disponíveis para pessoas físicas nas gôndolas das instituições financeiras.

Escolher entre um financiamento de automóvel comum ou um que, pelo mesmo preço, plante árvores para compensar a emissão de carbono do carro adquirido só depende do conhecimento do cliente - ou da boa vontade do gerente em apresentar a alternativa.

Fundo de ações que, em vez de ter uma carteira aleatória, aplique somente em empresas consideradas sustentáveis pelo mercado é outra opção para o clientel.

A demanda espontânea pelos produtos que englobam o conceito das 'finanças sustentáveis' ainda é pequena, sobretudo pelo desconhecimento do público, já que custos e taxas são iguais ou até menores que os tradicionais, segundo observam especialistas.

Todos os bancos de varejo têm, ao menos, dois tipos de produtos dentro do quesito sustentabilidade. Os fundos de investimentos são a maioria, impulsionados pelo surgimento, em 2005, do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da BM&FBovespa.

Segundo a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), o mercado conta hoje com 29 fundos de ações com viés sustentável. Mesmo com o crescimento das finanças sustentáveis para outras linhas de produtos, a Anbima, por enquanto, só compila dados dos fundos.

Sonia Favaretto, diretora de Sustentabilidade da Bovespa, lembra que, antes da criação do ISE, existiam apenas dois fundos de ações sustentáveis. "O investidor vai perceber a vantagem de investir em empresas sustentáveis e, dessa forma, nascerão cada vez mais produtos nessa linha."

Luiz Maia, diretor da Anbima, afirma que "já há a percepção de que empresas com visão socioambiental têm menos risco no longo prazo, o que pode gerar rendimentos melhores ao investidor".

Bradesco, Itaú Unibanco, HSBC, Santander Real, Banco do Brasil e Caixa oferecem fundos que, ou são lastreados no ISE, ou têm uma carteira própria embasada em empresas consideradas sustentáveis pelo mercado.

O Itaú Unibanco tem ainda um fundo DI que reverte 50% da taxa de administração a entidades sem fins lucrativos e um outro fundo de investimentos lastreado no índice de carbono da Bolsa de Nova York. "Não há muita demanda espontânea para esses produtos, mas estamos falando de assuntos simpáticos que, ao serem apresentados, têm boa aceitação do público", diz Paulo Corchaki, diretor de gestão de recursos do banco.

O Bradesco é um pouco mais ousado e, além dos fundos de investimentos semelhantes aos que os concorrentes disponibilizam, oferece quase 20 linhas de crédito com o cunho socioambiental. "Nós percebemos que as pessoas que têm esses princípios nos procuram para ter um crédito social ou ambientalmente correto", afirma José Ramos Rocha Neto, diretor de crédito do Bradesco.

Árvores
A linha de financiamento de maior sucesso, conta, é a de automóveis, fruto de parceria com a SOS Mata Atlântica, que planta árvores para compensar a emissão de carbono. "Também temos CDC para a compra de material didático, linhas que financiam telefones para deficientes auditivos e CDC aquecedor solar" exemplifica. "Todos têm condições especiais."

Produtos parecidos são oferecidos pelo Santander Real. "Pensamos sempre em novos produtos. A sociedade vai cobrar cada vez mais esse tipo de ação", diz Linda Murasawa, superintendente de Desenvolvimento Sustentável do grupo.

Para Graziella Comini, professora da Universidade de São Paulo (USP), o conceito 'finanças sustentáveis', com o tempo, estará cada vez mais presente. (Ver mais na página ao lado) "Acredito que, em algum momento, teremos apenas produtos financeiros sustentáveis", afirma.

Correntista tem várias opções para escolher

SEGUROS ÀS PESSOAS DE BAIXA RENDA: Bradesco, por exemplo, tem um seguro de vida com custo mensal a partir de R$ 5,98, para pessoas entre 16 a 80 anos.

CDB SUSTENTÁVEL: para o cliente, na prática, é uma aplicação tradicional oferecida pelo Santander Real. No entanto, três quartos dos recursos captados apoiam, por meio de crédito, entidades filantrópicas de saúde e educação.

PREVIDÊNCIA:planos que mesclam renda fixa com ações de companhias consideradas sustentáveis.

CRÉDITO PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA: Itaú Unibanco, Santander Real e Bradesco têm linhas específicas para reformas em residências de pessoas com deficiência. As taxas de juros, segundo as instituições, são mais vantajosas do que as de linhas tradicionais.

CARTÃO DE CRÉDITO: quanto mais o cliente gasta, mais árvores serão plantadas pelos bancos para compensar a emissão de carbono.

Investe SP firma acordo para reduzir poluição do ar /// Secretaria de Desenvolvimento de SP

Acordo firmado entre Investe São Paulo, Cetesb, Fiesp e Bovespa possibilita a criação do mercado de créditos de emissões de poluentes atmosféricos no Estado

Fonte: Secretaria de Desenvolvimento

Investe SP terá o papel de divulgar o mecanismo de utilização dos créditos A Agência Paulista de Promoção de Investimentos e Competitividade - Investe São Paulo assinou, no último dia 29 de abril, um termo de cooperação técnica, com a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), a Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros (BM&F Bovespa) e a Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), para a realização de ações visando à implementação do mercado pioneiro de créditos de emissões de poluentes atmosféricos no Estado.

Com a assinatura do termo, os quatro participantes trabalharão em conjunto para encontrar o melhor modelo de mercado de créditos de poluentes para o Estado de São Paulo, além de definir as regras e as funções de cada organização para a implantação desse mecanismo. Os mecanismos de geração de créditos de emissões de poluentes foram criados por meio do Decreto Estadual nº 50.753/06, com o objetivo de reduzir a desconformidade da qualidade do ar em regiões comprometidas, pois os créditos são obtidos a partir de ações e medidas que reduzem as emissões de poluentes atmosféricos.

A Investe São Paulo terá o papel de explicar às empresas que pretendem se instalar no Estado de São Paulo, como funciona a utilização de créditos de poluentes atmosféricos. De acordo com o decreto, as indústrias que quiserem se implantar em áreas saturadas ou em vias de saturação por poluentes atmosféricos, têm que compensar suas emissões, garantindo a melhoria contínua da qualidade ambiental. No processo de licenciamento, a indústria deve obter créditos de emissão de poluentes equivalentes à sua carga de poluentes atmosféricos, por meio da aquisição ou transferência desses créditos.

O modelo de mercado que se pretende criar em São Paulo é inspirado no mercado nacional que já existe nos Estados Unidos. No Estado, se a iniciativa der certo, o mercado será pioneiro no Brasil. O termo de cooperação técnica assinado entre as organizações para a criação do novo mercado tem validade de um ano, podendo ser estendido se necessário. Neste momento, as instituições estão avaliando as funções de cada uma. Haverá a realização de seminários com especialistas dos Estados Unidos e de outros países para compartilhar experiências nessa atividade.

Conselho poderá explicar motivos da saída de uma empresa do ISE /// Ag Estado

A BM&FBovespa anunciou hoje as novidades na metodologia do Índice de Sustentabilidade de Empresas (ISE). A principal delas é a possibilidade do conselho deliberativo do indicador dar explicações sobre os motivos que levaram uma empresa a entrar ou a deixar o ISE.
O pronunciamento será feito quando o conteúdo das respostas enviadas às empresas não for suficiente para justificar essa movimentação. "Isso irá ocorrer quando houver uma decisão extraordinária do conselho, isto é, numa questão que vá além do que diz o relatório existente hoje", disse o coordenador do Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getúlio Vargas, Mario Monzoni, que ajudou a desenvolver a metodologia do ISE.

O ISE completa cinco anos e durante esse período o conselho nunca se pronunciou sobre as movimentações. As companhias são escolhidas com base em um questionário que aborda as práticas de sustentabilidade e governança. Depois da avaliação das respostas, o conselho envia o resultado à empresa dizendo se ela fará ou não parte do índice. Além disso, indica em quais áreas a companhia não teve um desempenho favorável. No entanto, é possível que a empresa cumpra todos os requisitos e mesmo assim fique de fora. Isso pode acontecer, por exemplo, caso algum administrador esteja envolvido em uma situação considerada inadequada, ou seja, um fator fora do alcance do questionário. As companhias que farão parte do ISE 2009/2010 serão conhecidas no dia 25 de novembro. A nova carteira entrará em vigor no dia 1º de dezembro.

A retirada da Petrobras do ISE em 2008 foi um dos fatores que contribuiu para essa mudança, segundo explicou um profissional próximo aos trabalhos de elaboração do ISE. Naquele ano, não foi dada nenhuma justificativa sobre a saída da estatal, o que gerou uma série de especulações. Já o Instituto Ethos de Responsabilidade Social, uma das entidades que fazem parte do conselho, ficou suspensa por 12 meses após esse episódio. Isso porque um de seus dirigentes, Oded Grajew, teria detalhado os motivos que levaram o conselho a excluir a Petrobrás.

Outra novidade do índice neste ano é em relação às empresas elegíveis para o índice. Irão responder o questionário as companhias com as 200 ações mais líquidas. Até o ano passado, eram consideradas as 150 mais negociadas. O questionário abrange uma série de questões dentro de sete dimensões (categorias): social, econômico, ambiental, governança, critério geral, natureza do produto e mudanças climáticas, dimensão que foi incluída neste ano.

As informações que as empresas fornecem para a confecção do ISE são protegidas por um acordo de confiabilidade entre as empresas e a bolsa. Questionado sobre esse sigilo, o coordenador da FGV afirmou que a atual maturidade das empresas não permite uma abertura total dos dados. "Não atingimos ainda um nível civilizatório que permita esse nível de informação. O índice não seria viável dessa forma", disse, acrescentando que seria positivo se as empresas, voluntariamente, começassem a abrir essas informações.

Questionada se a BM&FBovespa deseja fazer parte do índice, a diretora de Sustentabilidade da companhia, Sonia Favaretto, explicou que ainda não há uma posição do conselho do ISE sobre a possibilidade da bolsa participar, já que é a companhia é responsável pela operacionalização desse índice. No entanto, Sonia afirmou que a companhia tem ampliado suas ações na área de sustentabilidade. "Não tenho o objetivo de estar no ISE porque não sei se posso entrar. Então o meu objetivo é ser uma empresa elegível a compor esse índice", afirmou.

As questões que fazem parte do questionário do ISE na edição 2009/2010 serão relacionadas, quando possível, com as perguntas correspondentes no GRI (Global Reporting Iniciative), o modelo mais usado no mundo para a confecção de documentos sobre sustentabilidade empresarial. Segundo Sonia, a ideia é facilitar o preenchimento dos formulário por parte das empresas e também criar um banco de dados.

Além do ISE, a BM&FBovespa passará a contar com um outro índice na área de sustentabilidade a partir do segundo semestre. A bolsa e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) desenvolvem o Índice de Carbono Eficiente, que será ponderado pelo inventário das emissões de gases de efeitos estufa nas atividades associadas a uma companhia. A criação desse índice de carbono foi anunciada em dezembro do ano passado durante a Conferência do Clima da ONU (COP-15). O objetivo é que ele entre em vigor até a COP-16, que será realizada no final deste ano em Cancún (México).

Ainda na área de sustentabilidade, a BM&FBovespa tem interesse em negociar cotas de fundos ETFs (Exchange Traded Funds) que sejam atrelados ao ISE. Um ETF é um fundo de investimento em índice com cotas negociadas em bolsa de valores. No entanto, para que isso aconteça, é necessário que algum gestor de recursos desenvolva essa carteira.

BM&FBovespa terá índice para medir eficiência de emissões de gases

O Índice de Carbono Eficiente será formado a partir do IBrX-50, indicador composto pelas 50 ações mais negociadas na BM&FBovespa.
A BM&FBovespa e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciaram a criação do Índice de Carbono Eficiente, que medirá a eficiência das emissões de gases causadores do efeito estufa (GEE) das empresas de capital aberto. O novo indicador será formado a partir do inventário de emissões de GEE que as próprias empresas fizerem. Esse inventário calcula as emissões de gases de efeito estufa em todas as atividades de uma empresa — o que inclui, por exemplo, a extração da matéria-prima, o processo de fabricação e o transporte do produto até a loja.

“Queremos incentivar o passo básico na gestão das Mudanças Climáticas nas empresas, que é inventariar suas próprias emissões”, afirma a diretora de sustentabilidade da BM&FBovespa, Sônia Favaretto. “O Índice de Carbono Eficiente será um indutor, um instrumento econômico para estimular as companhias de capital aberto a reduzirem suas emissões de carbono”, completa. O novo índice está previsto para ser lançado no final de 2010.

O Índice de Carbono Eficiente será formado a partir do IBrX-50, indicador composto pelas 50 ações mais negociadas na BM&FBovespa. Pelo novo índice, as companhias com maior eficiência em emissões de gases de efeito estufa terão maior destaque em relação às demais da carteira.

O IBrX-50 é atualizado a cada quatro meses e conta atualmente com 46 empresas. Segundo a BM&FBovespa, 14 dessas já fizeram seu inventário de emissões. O restante está dividido entre as que já estavam se mobilizando e as que só agora começarão a inventariar suas emissões, incentivadas pelo novo indicador. “Conversamos com gestores de investimentos e, segundo eles, o índice já está sendo bem recebido pelos investidores”, afirma Sônia. Em agosto do ano passado, três empresas que constam do IBrX-50 — Vale, Grupo Pão de Açúcar e Natura — assinaram com outras 19 companhias a Carta Aberta ao Brasil sobre Mudanças Climáticas, documento com uma série de compromissos voluntários para a redução dos impactos das mudanças climáticas.

Para Sônia Favaretto, o novo índice “é um tijolo importante na construção da sustentabilidade”. E não somente no que se refere às empresas, mas também em relação a quem as financia. Como atualmente é possível entrar no mercado de ações com pouco dinheiro, lembra Sônia, o número de pessoas investindo na Bolsa cresce a cada ano — atualmente, cerca de 26% dos investidores em ações na BM&FBovespa são pessoas físicas. Um índice que reflete o engajamento das empresas no combate às mudanças climáticas é mais um instrumento importante para ajudar esses investidores a tomarem uma decisão na hora de aplicar seu dinheiro. A BM&FBovespa já conta com o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), composto por ações de empresas comprometidas com a responsabilidade social e a sustentabilidade empresarial. “É preciso que a gente tenha uma sociedade mais consciente, até na hora de investir”.

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