Carta da Terra

"Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade deve escolher o seu futuro. À medida que o mundo torna-se cada vez mais interdependente e frágil, o futuro enfrenta, ao mesmo tempo, grandes perigos e grandes promessas. Para seguir adiante, devemos reconhecer que, no meio da uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino comum. Devemos somar forças para gerar uma sociedade sustentável global baseada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade da vida, e com as futuras gerações." (da CARTA DA TERRA)
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Construir e exportar a marca Brasil

País cresce no mercado internacional e, a cada ano, cada vez mais empresas se expandem para o mercado externo
O mercado de produtos orgânicos no mundo movimenta cerca de US$60 bilhões de dólares. A cada ano, novas empresas entram nesse nicho com produtos inovadores. Países tradicionais na produção orgânica ampliam suas áreas, mercados consolidados aumentam suas bases de fornecedores e estimulam sua produção, sinais que fortalecem o mercado.

No controle deste mercado, o Brasil já tem a sua própria regulamentação desde janeiro de 2011, marcando de vez o posicionamento no mercado mundial.

Diversas iniciativas e programas de apoio foram criados. No fomento ao mercado de exportação, podemos apontar que nestes últimos cinco anos, com o apoio do IPD (Instituto de Promoção do Desenvolvimento) e da FIEP (Federação das Indústrias do Estado do Paraná) e com a parceria estratégica da Apex-Brasil, vem sendo executado o projeto setorial nacional para a promoção das empresas de orgânicos e seus produtos no mercado global. O Projeto Organics Brasil é o resultado desta parceria que, a cada ano, expande oportunidades no mercado externo.

O Projeto conta atualmente com o atendimento a 72 empresas associadas, de 15 estados, nos segmentos de alimentos, bebidas, cosméticos, têxteis e de serviços. O Projeto tem a missão de construir uma imagem sólida e de referência do segmento no mercado global, promover as marcas, produtos e empresas/produtores brasileiros; e com a visão para que, o Brasil tenha sua imagem associada às práticas de uma economia preocupada com o desenvolvimento de seu povo, progresso de suas cadeias produtivas, e inserção no mercado global com práticas de ética e compromisso com meio ambiente, natureza e sua biodiversidade.

O Organics Brasil vem utilizando ferramentas de competitividade importantes disponibilizadas pela Apex-Brasil, como: o planejamento estratégico, inteligência comercial e branding, as mesmas que se aplicam também aos quase 80 setores que a entidade apóia.

Realizamos parcerias de ações pontuais de promoção internacional e nacional, com instituições públicas e privadas, como a própria Federação das Indústrias, a CNI, Ministério de Desenvolvimento Agrário, Ministério da Agricultura, Sebrae, SUFRAMA, Ministério de Ciência e Tecnologia, Itaipu Binacional; e da participação de grupos de discussões nas áreas de sustentabilidade, como o IPAS (com Nestlé, Carrefour, Sadia entre outras que buscam trazer ações integradas na cadeia dos alimentos) e o grupo de trabalho do Ministério dos Esportes que trata das ações da agenda de sustentabilidade para a Copa 2014, para a realização de uma Copa Orgânica e Sustentável.

É uma grande evolução para um setor que até cinco anos atrás ainda tinha como principais produtos apenas frutas, legumes, e produtos in natura orgânicos.

Hoje o Brasil tem um mercado interno fortemente aquecido, com redes de varejo nacional e internacional ampliando seus espaços para os produtos orgânicos, além de uma imensa cadeia de produtores da agricultura familiar e agroecologia.

Na área de serviços, os restaurantes e os chefs reconhecem o valor agregado dos produtos orgânicos aos seus serviços e sua diferenciação junto ao consumidor final. Caterings e hotéis buscam por produtos sustentáveis para oferecer aos hóspedes mais exigentes. E os consumidores buscam, cada vez mais, produtos saudáveis, que tenham histórias e conceitos que reflitam os benefícios socioeconômicos em sua cadeia.

Os produtos orgânicos brasileiros chegam a mais de 70 países, como no caso das frutas, sucos e polpas. O açúcar e o mel tornaram-se referências de qualidade e origem. O Projeto Organics Brasil participa anualmente de sete feiras internacionais, nos continentes das Américas (norte e sul), Europa e Ásia. Os mercados alvos são: Estados Unidos, Canadá, Alemanha, Reino Unido, França, Japão, Coréia do Sul e Austrália.

Em alguns países são realizados eventos como missões e rodadas de negócios ou prospecção de novos mercados, através dos Setores Comerciais das Embaixadas e Consulados.

Trazemos executivos de varejo e de distribuição estrangeiros para conhecer o mercado brasileiro e visitar as empresas in loco. Essa ação já proporcionou cerca de 40 novos compradores dos principais mercados.

O Projeto, desde o seu lançamento no final de 2005, já envolveu investimentos na ordem de pouco mais de R$ 12 milhões e refletiu nos resultados de exportação na ordem de mais de US$ 120 milhões.


O biênio 2010-2012 tem orçamento total de pouco mais de R$ 4,2 milhões, com o objetivo de atingir a meta de exportações na ordem de 100 milhões de dólares/ano. Neste período serão desenvolvidas ações com outros setores do agronegócio, integrados pela Apex-Brasil, como: frutas, carnes, café, mel, cosméticos, vinhos, balas e confeitos e chá mate. Integrar cadeias produtivas convencionais com o segmento de orgânicos fortalece a imagem do país, onde o agronegócio não precisa ser apenas resultados de volumes e números, mas de programas integrados.


Esses resultados mostram o crescimento e o potencial deste mercado, indica que temos de nos preparar mais para o desenvolvimento e crescimento da economia, com planejamento para os novos desafios num cenário com maior visibilidade internacional.

O Brasil não pode ser deixado de lado quando se discutem temas globais relacionados ao meio ambiente, sustentabilidade e desenvolvimento social. Assuntos como fontes e bases de energia limpa, política de resíduos sólidos, agronegócio, meio ambiente e sustentabilidade remetem diretamente às temáticas que os produtores e empresas do segmento de orgânicos estão praticando no seu dia a dia.

Construir a imagem deste setor é mais do que promover as empresas do Brasil e gerar resultados quantitativos, é também marcar presença e estar presente no mundo moderno dos negócios, com segurança alimentar e com todas as garantias de rastreabilidade.


Ming Liu - é coordenador executivo do Projeto Organics Brasil, administrador de empresas formado pela FGV-SP e mestre em agronegócio em grãos pela Kansas State University.

Soja sustentável avança, mas sem preço maior - Vaivém >>> MNP

O compromisso assumido há quatro anos por indústrias de óleos vegetais -de não comprar soja cultivada em áreas desmatadas no bioma amazônico- trouxe bons resultados para o ambiente, que, porém, não foram revertidos em melhor rentabilidade para os exportadores.

Segundo o presidente da Abiove (associação que reúne as indústrias de óleos vegetais), Carlo Lovatelli, o preço pago pela soja brasileira não melhorou desde a "moratória da soja" -compromisso público assinado pelo setor há quatro anos.

A indústria não tinha escolha, segundo ele.
"Apenas nos adequamos para atender a uma nova especificação de produto: a soja não pode vir da Amazônia. Se não fizéssemos esse trabalho, ficaríamos à margem do mercado", afirma Lovatelli.

Balanço da Abiove ainda mostra crescimento do desmatamento no bioma amazônico nos últimos anos, mas a produção de soja aumentou ainda mais, revelando uma desaceleração no ritmo do avanço da agricultura na região.

Na safra 2004/5, Mato Grosso produziu 19,3 milhões de toneladas de soja em 6,3 milhões de hectares. Na atual, foram colhidos 20,4 milhões de toneladas em 6,7 milhões de hectares.

A maior parte da expansão teria ocorrido em áreas de pastagens. Além disso, houve aumento de produtividade na fronteira agrícola.

"Nessas áreas, já atingimos produtividade de 3,5 toneladas por hectare. No resto do país, ela beira 3 toneladas por hectare", diz Lovatelli.

Ainda assim, 6,3 mil hectares foram desmatados para receber soja, o que corresponde a 0,36% da área de soja do bioma amazônico.

Segundo Paulo Adario, do Greenpeace, há 45 milhões de hectares ocupados pela pecuária em todo o país com alto potencial agrícola e que poderiam receber soja.

Venda de frango à China é conquista comercial em 2009 /// Portal Agronegócio

Neste ano, os países asiáticos (China, Japão, Coreia, Cingapura e Hong Kong) consolidaram-se como principais destinos das exportações de produtos agrícolas

Repórter: Assessoria de Imprensa da Ocepar/Sescoop-PR
Entrevistado: Célio Porto
Secretário de Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

A abertura comercial do mercado chinês para a carne de frango brasileira é considerada pelo secretário de Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Célio Porto, o destaque no comércio exterior de produtos do agronegócio, em 2009.

Em entrevista, Porto fala sobre o aumento das quotas para as carnes brasileiras, pleito negociado com a Rússia e que teve o empenho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele explica os efeitos da crise financeira na balança comercial do País, como a acentuada diminuição nos preços dos produtos exportados, e relata a importância dos primeiros adidos agrícolas em oito missões diplomáticas no exterior, cujo processo seletivo foi concluído recentemente e os profissionais devem atuar a partir de abril de 2010. (Imprensa Mapa))

Qual a principal conquista do comércio agrícola internacional em 2009?

Célio Porto - A grande conquista do setor agrícola brasileiro, em 2009, foi a abertura do mercado da China para a carne de frango brasileiro. Graças à atuação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em maio, foi possível essa negociação. Os chineses importam mais de US$ 1 bilhão por ano de carne de frango. Os resultados alcançados até o mês de novembro indicam que ocupamos mais de 10% do mercado chinês de frango. Isso em menos de seis meses, pois, apesar da abertura ter sido anunciada em maio, as exportações efetivas começaram apenas no segundo semestre deste ano.

Além disso, a China é o principal destino das exportações do agronegócio brasileiro, com destaque para o complexo soja. Já tinha sido em 2008, mas o destaque mesmo foi em 2009. Com a queda das exportações para Estados Unidos e Países Baixos - parceiros comerciais que vêm logo em seguida - fechamos o ano tendo a China como destino de quase 14% de tudo o que o Brasil exporta em produtos agropecuários.


E os grandes fatos do cenário externo que influenciaram no setor agropecuário?

Célio Porto - A conclusão das negociações com a União Europeia, no processo de concessão de quotas adicionais para o Brasil, em função da entrada da Bulgária e Romênia no bloco. Por conta da incorporação desses dois países importadores de produtos agrícolas brasileiros, ultrapassamos a venda de 300 mil toneladas em açúcar e dobramos a Quota Hilton para carne bovina, de cinco mil para dez mil toneladas.

Recentemente, a Rússia também melhorou as quotas, para o Brasil, de carne bovina resfriada (29,5 mil toneladas), suína (500 mil toneladas) e de aves (750 mil toneladas). O país é o principal destino das exportações brasileiras de carne e, em 2009, tivemos várias missões do Ministério da Agricultura, inclusive uma chefiada pelo ministro Reinhold Stephanes. Em todas essas oportunidades, negociamos a melhoria das quotas de importação.

Outra grande notícia do ano foi o parecer definitivo dos juízes da Organização Mundial do Comércio (OMC) sobre o montante de retaliação do Brasil aos Estados Unidos quanto aos subsídios da produção de algodão. O País, pela primeira vez, vai retaliar uma nação que não cumpriu as regras estabelecidas pela OMC. Esse é um marco histórico nas relações bilaterais. A posição do Ministério da Agricultura é de que, se a natureza da medida implicar em arrecadação de impostos, estes devem ser revertidos a favor do setor cotonicultor.

Como fica a balança comercial do agronegócio no ano em que a crise financeira internacional deixou os mercados retraídos?

Célio Porto - Começamos o ano no auge da crise financeira internacional. No entanto, tivemos um resultado até melhor do que o estimado. Esperava-se uma queda de 20% nas exportações, mas o declínio deverá ficar na faixa de 10%, na comparação do valor exportado.

Em 2008, os produtos vegetais responderam por 72% das exportações e, agora, por 77%. Os dados acumulados até novembro mostram queda de 24% no valor das exportações de produtos de origem animal e de 5% nas exportações de produtos de origem vegetal. E os destinos para os quais nós tivemos alta nas exportações foram: a Ásia, por conta da China, o Oriente Médio e a África, ou seja, mercados emergentes.

Um dos produtos que mais responderam pelo desempenho da balança comercial este ano foi o açúcar, mesmo com a queda nas exportações de álcool, as vendas externas do complexo sucroalcooleiro cresceram 25% em valor. Um fator importante é que a Índia, nosso principal concorrente no mercado mundial, deixou de vender para se tornar importador do produto.

Este ano, o Ministério da Agricultura selecionou os adidos agrícolas que atuarão em oito embaixadas brasileiras, dando apoio às negociações internacionais. Qual a importância desses profissionais para o setor?

Célio Porto - Essa era uma bandeira histórica do agronegócio brasileiro que finalmente foi concretizada. Esse especialista é fundamental, porque leva conhecimento técnico às negociações sanitárias e fitossanitárias. A diplomacia brasileira conduz bem esse papel, mas falta-lhe o suporte técnico específico da área agrícola. Como cada vez mais as negociações internacionais do agronegócio envolvem questões sobre barreiras técnicas, não comerciais, a presença de um profissional especializado nessa área torna-se primordial. Este ano, concluímos o processo seletivo para adidos agrícolas e, em janeiro, vamos começar o treinamento cujo conteúdo foi definido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e pelo Instituto Rio Branco (IRB/MRE). No próximo mês de março, o presidente da República deverá indicar os nomes e esperamos que, em abril, os primeiros adidos agrícolas do País já possam assumir seus postos em Buenos Aires (Argentina), Bruxelas (Bélgica), Genebra (Suíça), Moscou (Rússia), Pequim (China), Pretória (África do Sul), Tóquio (Japão) e Washington (Estados Unidos).

MUDANÇAS CLIMÁTICAS PODEM DIMINUIR PRODUÇÕA AGRÍCOLA NO BRASIL///GOBONEWS

A agricultura é responsável por 24% do Produto Interno Bruto nacional. Por outro lado, é também uma das maiores fontes emissoras de gases de efeito estufa no Brasil.



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