Carta da Terra

"Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade deve escolher o seu futuro. À medida que o mundo torna-se cada vez mais interdependente e frágil, o futuro enfrenta, ao mesmo tempo, grandes perigos e grandes promessas. Para seguir adiante, devemos reconhecer que, no meio da uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino comum. Devemos somar forças para gerar uma sociedade sustentável global baseada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade da vida, e com as futuras gerações." (da CARTA DA TERRA)
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Hidropirataria na Amazônia, um delírio >>> Estadão

10 de julho de 2010  Antonio Felix Domingues - O Estado de S.Paulo

Há anos o fantasma da hidropirataria ronda cabeças no Brasil. Embora seja contada como uma história quase policial, a hidropirataria é um delírio que, em vez de contribuir para maior valorização da água, acaba desviando a atenção de problemas reais, como a insuficiente cobertura da rede de água tratada para as populações amazônicas, o índice mais baixo do Brasil.

A história, tema recorrente na mídia, conta que grandes navios-tanque vêm até o Rio Amazonas, ora próximo a Manaus, ora na sua foz, para roubar água do território brasileiro e levá-la para países sedentos. À primeira vista, a hidropirataria nos revoltaria e teríamos, evidentemente, de tomar providências contra a atividade. Entretanto, essa história não encontra fundamento, posto que as leis da economia, de forma indistinta, regem os interesses de todas as atividades comerciais.

Em valores atuais, 1 m3, ou 1 tonelada de água, custa entre US$ 0,25 e US$ 0,50 por dia para ser transportado em navios de grande porte para granéis líquidos. Qualquer viagem para um dos chamados "países com sede", localizados no Caribe ou no Oriente Médio, por exemplo, demoraria vários dias, ao que se impõe uma realidade importantíssima: o custo da água atingiria valores superiores a US$ 3 por m3 para uma viagem de 10 dias a 13 dias, mais os custos de tratamento para torná-la potável, ao redor de US$ 0,40/m3. Esses valores nos mostram a impossibilidade do comércio mundial de água bruta para abastecimento público utilizando-se o transporte marítimo, porque os custos do frete de granéis líquidos tornam a atividade inviável em distâncias superiores a 500 km.

A realidade que está resolvendo a sede dos países é a dessalinização e o reúso, que, com tecnologia e escala, operam a custos cada vez menores. Em Israel, três plantas dessalinizadoras (Ashkelon, Hadera e Sorek), no modelo de parcerias público-privadas (PPPs), fornecem água potável a 3,5 milhões de pessoas a um custo médio de US$ 0,60/m3. Dessa maneira, Israel, dentro de alguns anos, não vai mais comprar água da Turquia, o único caso conhecido de transporte de água em navios-tanque e que, apesar da distância de apenas 600 km, está perdendo toda viabilidade econômica.

Existem hoje cerca de 380 plantas de dessalinização em todo o mundo. No Brasil há apenas uma pequena unidade, funcionando na Ilha de Fernando de Noronha, que opera ao custo de US$ 1/m3. É interessante ressaltar que nem para Fernando de Noronha compensaria levar água em navios-tanque.

Existe, sim, um comércio de água entre países, de características muito limitadas, que ocorre por aquedutos, como, por exemplo, entre Lesoto e África do Sul, Malásia e Cingapura, Turquia e Chipre.

Por outro lado, o Brasil, o país mais rico do mundo em água doce, começa a se beneficiar com a exportação de água, mas não na sua forma líquida, e sim da maneira que se convencionou chamar de água virtual, aquela que é exigida para a produção de bens agrícolas ou industriais. Alguns produtos, como grãos, frutas, carnes, aço, papel, açúcar e álcool, demandam grandes quantidades de água para serem produzidos e muitos países já encontram dificuldades ambientais para a produção desses produtos e, por isso, precisam importá-los de países com água e solo em abundância, como o Brasil, por exemplo.

Provavelmente a história da hidropirataria nasceu de uma confusão que se faz com a prática do uso da água como lastro para os navios. Sem o lastro o navio não tem segurança, navegabilidade nem equilíbrio para a viagem, operações e manobras necessárias. A água de lastro é bombeada para dentro e para fora dos navios, de acordo com a necessidade operacional. Essa prática rotineira tem trazido ao mundo problemas expressivos por causa da introdução de organismos invasores que passam pelos filtros da rede e das bombas de lastro. Atualmente, cerca de 5 bilhões de toneladas de água são movimentadas por ano entre diferentes regiões do globo.

Estimam-se em US$ 100 bilhões por ano os prejuízos globais causados por espécies invasoras na água doce levadas de um continente a outro. Os Estados Unidos gastam por ano cerca de US$ 10 bilhões, principalmente por causa do mexilhão zebra (Dreissena polymorpha).

No Brasil, há cerca de dez anos, foi introduzido o mexilhão dourado (Limnoperna fortunei), trazido por navios do Sudeste Asiático à Bacia do Prata. Para tentar prevenir o flagelo mundial provocado pela introdução de espécies exóticas a Organização Marítima Internacional (IMO), a agência das Nações Unidas responsável pela segurança da navegação e prevenção da poluição marinha, adotou, desde 2004, uma nova Convenção Internacional para Controle e Gestão da Água de Lastro e Sedimento de Navios.

Ainda que o transporte de água doce por navio fosse economicamente viável, quem o fizesse estaria contrariando o principal pressuposto dessa convenção, que é despejar no mar a água doce de lastro trazida de qualquer país, antes de retornar, para evitar a contaminação.

Esforços têm sido intensificados para fiscalizar a água de lastro em costas e portos brasileiros. Esperamos que o Brasil possa, num futuro breve, ser citado como um bom exemplo para os demais países, signatários ou não, da referida convenção.

Portanto, problemas reais de água na Amazônia existem, sim, embora não despertem tanta atenção. Como, por exemplo, o fato de que na área mais rica de água doce do planeta cerca de 40% da população ainda não tem acesso a água tratada, o índice mais baixo no País, cuja média é de cerca de 10%. Esse é, sem dúvida, um fato incômodo e real, que deveria ser objeto de nossa preocupação.

COORDENADOR DE ARTICULAÇÃO E COMUNICAÇÃO DA AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS (ANA)

Rio Muembeje condenado a uma morte lenta /// Jornal de Angola

Marcelo Manuel
Ndalatando - Hoje
Especialistas vaticinam que as próximas guerras ocorrerão na disputa da água doce que começa a escassear no mundo
Fotografia: Marcelo Manuel

Não importa quem somos, o que fazemos, onde vivemos. Nós dependemos da água para viver. No entanto, muita gente em Ndalatando não parece ter consciência desse facto, já que, num verdadeiro atentado ao ambiente, insiste em atirar resíduos sólidos e toda a sorte de detritos nas águas do rio Muembeje. A situação já mereceu várias reuniões e palestras organizadas pelo governo da província e a administração municipal de Cazengo, mas, pelos vistos, grande parte da população faz ouvidos moucos aos apelos lançados pelas autoridades para travar tais actos de vandalismo.

Estudantes e docentes ouvidos, a propósito, pela nossa reportagem, condenaram veementemente a situação em que se encontram as águas do rio, defendendo uma mão forte por parte das autoridades para pôr cobro àquilo a que consideraram ser a “morte lenta do rio Muembeje”.

Yuri Manuel, finalista do ensino médio, definiu o meio ambiente como o conjunto de condições, leis, influências e interacções de ordem físico-química e biológica que permite e dirige a vida em todas as suas formas. Incrível, segundo ele, é que a destruição do ecossistema seja feita às claras e poucos pareçam ter a noção real dos perigos que isso representa para a vida humana.

“Assistimos todos os dias, impávidos e serenos, à descarga de grandes quantidades de lixo, à lavagem de carros no leito do rio Muembeje, com vários detergentes poluentes, para além das casas que também fazem do rio depósito de excrementos humanos”, lamentou. A situação só vai melhorar, afirma sem qualquer hesitação, caso se implementem medidas rigorosas de protecção e punição dos agressores do ambiente, apontando o pagamento de elevadas multas e a privação de liberdade como penalizações indispensáveis, ou a realização de trabalhos ambientais junto da comunidade, para os reincidentes. “O que não devemos permitir é que se assista de forma impávida e serena à destruição da natureza”, rematou.

A equipa de reportagem do Jornal de Angola constatou que, em Ndalatando e noutras cidades do Kwanza-Norte, a maior parte das oficinas de reparação de automóveis trabalha a céu aberto, lançando resíduos como óleo de motor e outros elementos químicos directamente para a rua.

A pintura dos automóveis também é feita a céu aberto ou em recintos improvisados, atentando contra o meio ambiente e, consequentemente, contra a saúde das pessoas circunvizinhas.

Aquífero Guarani e a água do Mercosul /// National Geographic- Planeta Sustentavel

Imagine uma caixa-d’água. Coloque dentro dela areia. A água vai preencher os poros entre os grãos. Cubra com concreto, deixando livre as bordas. Geologicamente, essa poderia ser uma simplificação do aquífero Guarani, o imenso reservatório de água subterrânea que se estende por mais de um milhão de quilômetros quadrados pelas fronteiras do Mercosul, antiga área ocupada pelo povo guarani e que hoje abrange os territórios brasileiro, argentino, uruguaio e paraguaio
Edição Especial “Água, o mundo tem sede”

Coberto por uma gigantesca estrutura debasalto sobre uma espessa camada de areia, o Guarani contém cerca de 33 mil quilômetros cúbicos de água, dos quais hoje poderiam ser explorados 6% desse total. É um conjunto de rocha arenítica saturado de água – e não um rio subterrâneo, como muita gente imagina. Essas rochas basálticas são extremamente férteis, e sobre o aquífero vivem cerca de 30 milhões de pessoas, com solo de alta produtividade agrícola. De 2 054 poços que atingem diretamente o Guarani, estima-se que seja extraído 1,04 quilômetro cúbico de água por ano – valor igual ao da recarga das águas.



ESPONJA SUBTERRÂNEA

O aquífero não é um rio que corre sob a terra, mas uma camada arenosa, formada geologicamente ao longo de milhares de anos, que armazena água e permite o movimento dela pelos poros e fraturas existentes. Nas margens, ele possui zonas de afloramento, em que ocorrem a recarga e a descarga de água em seu interior – um movimento mapeado recentemente. Nesses locais, a exploração comercial da água é mais viável.

Toda a área do Guarani é caracterizada pela alta produtividade agrícola. O sedimento do basalto é conhecido como a fertile terra roxa. Nas margens de afloramento, a facilidade para se captar água incentiva a irrigação.

Onde agora é água, um dia foi deserto. Movimentos tectônicos criaram uma área de baixada, em que se acumulou areia de erosão. Quando o basalto vulcânico cobriu essa área, a água ficou confinada. Em alguns locais, o aquífero pode estar a mil metros abaixo do solo.


MÚLTIPLOS RESERVATÓRIOS

Nas áreas em que ocorre o confinamento, o movimento da água é lento. Além disso, uma recente pesquisa, sob a coordenação da Organização dos Estados Americanos (OEA), feita em conjunto com os países que cobrem o Guarani, mostrou que existem barreiras ao fluxo, assim como há áreas nas quais a taxa de permeabilidade é baixa. Ou seja, existem diversas sub-regiões confinadas e isoladas entre si na área do aquífero. “Os estudos mostraram que o Guarani, na verdade, é feito de vários reservatórios separados por barreiras geotectônicas com características distintas entre si”, explica o consultor Luiz Amore, secretário-geral do programa da OEA. Em termos políticos, a informação é relevante para a gestão internacional do uso das águas. “Logo, o que se faz em uma parte não vai necessariamente afetar a outra e, eventualmente, outros países. É necessário redefinir o conceito de recurso transfronteiriço em águas subterrâneas”, afirma.

Quatro países dividem a área do aquífero tentam estabelecer um plano de gestão, o qual esbarra não só nas legislações internas mas também na falta deconhecimento da dinâmica do próprio Guarani. Sob a égide da Organização dos Estados Americanos (OEA), tentam criar uma legislação internacional.

Fonte: Aquífero Guarani, Programa estratégico de ação da OEA.



Edição Especial “Água, o mundo tem sede”

Coberto por uma gigantesca estrutura debasalto sobre uma espessa camada de areia, o Guarani contém cerca de 33 mil quilômetros cúbicos de água, dos quais hoje poderiam ser explorados 6% desse total. É um conjunto de rocha arenítica saturado de água – e não um rio subterrâneo, como muita gente imagina. Essas rochas basálticas são extremamente férteis, e sobre o aquífero vivem cerca de 30 milhões de pessoas, com solo de alta produtividade agrícola. De 2 054 poços que atingem diretamente o Guarani, estima-se que seja extraído 1,04 quilômetro cúbico de água por ano – valor igual ao da recarga das águas.

ESPONJA SUBTERRÂNEA

O aquífero não é um rio que corre sob a terra, mas uma camada arenosa, formada geologicamente ao longo de milhares de anos, que armazena água e permite o movimento dela pelos poros e fraturas existentes. Nas margens, ele possui zonas de afloramento, em que ocorrem a recarga e a descarga de água em seu interior – um movimento mapeado recentemente. Nesses locais, a exploração comercial da água é mais viável.

Mapa












Toda a área do Guarani é caracterizada pela alta produtividade agrícola. O sedimento do basalto é conhecido como a fertile terra roxa. Nas margens de afloramento, a facilidade para se captar água incentiva a irrigação.

Onde agora é água, um dia foi deserto. Movimentos tectônicos criaram uma área de baixada, em que se acumulou areia de erosão. Quando o basalto vulcânico cobriu essa área, a água ficou confinada. Em alguns locais, o aquífero pode estar a mil metros abaixo do solo.

MÚLTIPLOS RESERVATÓRIOS

Nas áreas em que ocorre o confinamento, o movimento da água é lento. Além disso, uma recente pesquisa, sob a coordenação da Organização dos Estados Americanos (OEA), feita em conjunto com os países que cobrem o Guarani, mostrou que existem barreiras ao fluxo, assim como há áreas nas quais a taxa de permeabilidade é baixa. Ou seja, existem diversas sub-regiões confinadas e isoladas entre si na área do aquífero. “Os estudos mostraram que o Guarani, na verdade, é feito de vários reservatórios separados por barreiras geotectônicas com características distintas entre si”, explica o consultor Luiz Amore, secretário-geral do programa da OEA. Em termos políticos, a informação é relevante para a gestão internacional do uso das águas. “Logo, o que se faz em uma parte não vai necessariamente afetar a outra e, eventualmente, outros países. É necessário redefinir o conceito de recurso transfronteiriço em águas subterrâneas”, afirma.

Quatro países dividem a área do aquífero tentam estabelecer um plano de gestão, o qual esbarra não só nas legislações internas mas também na falta deconhecimento da dinâmica do próprio Guarani. Sob a égide da Organização dos Estados Americanos (OEA), tentam criar uma legislação internacional.

Fonte: Aquífero Guarani, Programa estratégico de ação da OEA.

Empresas tentam reduzir desperdício de água /// DCI


Fernando Teixeira
SÃO PAULO - A Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu 22 de março como Dia Mundial da Água. No Brasil, 73% da água potável são destinados à agricultura, 21%, à indústria, e apenas 6%, ao consumo doméstico. Uma das grandes preocupações das autarquias e empresas de saneamento básico é combater o desperdício na própria rede e as ligações clandestinas. Somente a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) descobriu, na região metropolitana de São Paulo, 17 mil fraudes em 2009. Em Ribeirão Preto, interior paulista, a tubulação velha é responsável por desperdiçar perto de 40% da água. Para evitar perdas, empresas investirão milhões em prevenção e infraestrurura.

Em Ribeirão Preto, cidade de 600 mil habitantes a cerca de 350 quilômetros da capital, a preocupação do Departamento de Água e Esgotos (Daerp) é substituir cerca de 19,2 mil metros de rede distribuidora de água na região central. Segundo Taneilson Wagner Cristiano Campos, diretor superintendente da autarquia municipal, em alguns pontos da cidade a tubulação tem mais de 100 anos. Ao todo são consumidos 138.100 m³ por dia.

Outra particularidade do abastecimento da cidade é que a captação é feita toda no subterrâneo, no Aquífero Guarani. O reservatório se estende pelos Estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, além de Argentina, Paraguai e Uruguai. Ocupa uma área de 1,2 milhões de km², dos quais 70% estão no Brasil.

Campos contou ao DCI que o governo municipal já possui verba própria para realizar a obra, mas não revelou o montante. A obra será realizada por método não destrutivo. "Analisamos três tecnologias e se teremos uma ou duas tubulações: no caso de uma, quando há manutenção é preciso abrir a rua para o conserto; no caso de duas, uma em cada calçada, o gasto de execução é mais elevado, mas evita quebrar o asfalto. Vamos decidir e lançar edital."

Outras medidas de combate à perda de água é a colocação de macromedidores - que ficam na saída dos poços e subestações de distribuição. "A conta é simples: subtrair do total enviado o que é medido nas casas e indústrias. A diferença é o que se desperdiça."

Além da medição, desde o ano passado a cidade, que trata de 98% do esgoto, faz o programa preventivo e o punitivo, contra desperdício. Campos ressaltou que o programa preventivo é a visita de estudantes de Engenharia às casas e empresas para orientar a população. O punitivo, por sua vez, é o programa "Caça-Fraudes". Ao todo, 6 equipes verificam empresas, indústrias e casas, buscando ligações. "Se for constatada fraude, é feito o boletim de ocorrência e o proprietário recebe sanções legais."

Outra empresa que tenta combater o roubo de água é a Sabesp, empresa que faz o saneamento básico de 300 municípios. No ano passado, a empresa identificou mais de 17 mil fraudes na rede de abastecimento da região metropolitana de São Paulo.

O volume de água desviado pelos "gatos" foi de pouco mais de 3,5 bilhões de litros, o suficiente para abastecer por um mês uma cidade de 650 mil habitantes. Com a descoberta das irregularidades e a negociação com os fraudadores, a Sabesp recuperou um montante de R$ 18,5 milhões que haviam deixado de ser faturados.

No acumulado do ano, das 17.296 detectadas, quase 82% (14.534 casos) localizavam-se em imóveis residenciais, e 10% (1.740), em comerciais. O levantamento também identificou 200 irregularidades em indústrias (1%) e 1.285 (7%) em empresas. Das fraudes, o tipo mais comum foi o de violação de hidrômetro: 9.217 casos. As ligações clandestinas chegaram a 6.258.


Santo André
O Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André (Semasa), cidade que fica na Grande São Paulo, investirá R$ 70 milhões, dos quais R$ 50 milhões se destinam à construção de uma nova estação de tratamento de água que abastecerá 25% do consumo na cidade, e o restante, no Programa Reágua (Programa Estadual de Apoio à Recuperação de Águas). A estação de tratamento está dentro das metas de investimento previstas pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), e os valores para o financiamento aprovado vêm do fundo de recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). O processo burocrático até a assinatura do contrato com a Caixa Econômica Federal deve se estender até o dia 27 de novembro, com a liberação dos recursos pelo Tesouro Nacional. Depois disso, será iniciado o processo licitatório.


Segundo Fernando Debeus Costa, assistente da superintendência, desde 1997 existe uma outorga do Departamento de Águas e Energia Elétrica para captar água da Represa Billings (na região do Parque do Pedroso, local onde a estação será construída). "O governo federal incluiu a obra no PAC porque o custo da obra é muito alto para que o município a faça. Daremos início à obra em 2011 e, depois de concluída, haverá água suficiente para 200 mil pessoas."

Hoje, Santo André é responsável pela produção de somente 6% da água consumida; a cidade compra da Sabesp os outros 94%. A nova estação de tratamento, com capacidade para tratar 350 litros de água por segundo, elevaria a produção própria de água para aproximadamente 25%.

Para agilizar o processo, Costa diz que será contratado um projeto executivo - de cerca de R$ 1 milhão - para fazer a interligação de 10 km entre estações.

Para água de reúso há previsão de investimentos de mais de R$ 20 milhões do Banco Internacional para a Reconstrução e o Desenvolvimento (BIRD). Segundo o governo estadual, o Banco Mundial disponibilizará US$ 130 milhões para atender os projetos selecionados. O Reágua prevê que as prefeituras entrem com uma contrapartida no valor de 30% da obra, percentual a ser ressarcido na conclusão projeto. A contrapartida do município é uma forma contratual de garantir a realização do projeto: as cidades que não comprovarem a eficiência da obra executada não receberão de volta a porcentagem investida.

Costa diz ainda que haverá um viveiro de plantas - contrapartida para a construção do Rodoanel Mário Covas - em cuja irrigação será usada água de reúso. Na fase final do Reágua, cerca de 80 instituições de ensino receberão troca de hidrômetro, instalação de equipamentos de uso racional, como vasos sanitários de baixo consumo e restritores de vazão (diminuem pressão nos tubos).

Climate Change Seen as Threat to U.S. Security

As Mudanças do clima agora representam ameaças aos EUA.

Estariam os EUA já se preparando militarmente para as grandes mudanças geoeconomicas resultantes do aquecimento global que nosso planeta sofrerá nas próximas décadas? Pode estar muito certo que sim. Agencias de inteligencia norte-americanas já há muito estudam tais possibilidades, desde o inicio da era Bush (W), que foi o governo que mais do que todos outros relegou a segundo plano o aquecimento global.


Estudos divulgados pelo IPCC - International Panel on Climate Change , há anos já apontavam para o aumento da temperatura e suas drásticas consequencias, caso não haja uma substancial mudança comportamental por parte dos países mais desenvolvidos.


Uma destas consequencias , talvez uma das mais graves, será o deslocamento de grandes massas populacionais, nações inteiras, cruzando países e continentes a procura de alimento e água ou abrigo para se proteger de calor intenso ou tempestades devastadoras.

Diante disso, os EUA já planejam em como proteger a si e sua zona de influencia/interesse, seja através de presença fisica, seja de "ações indiretas com resultados diretos".
Seria o sinal de uma nova politica intervencionista?
Acesse o site: http://www.nytimes.com/2009/08/09/science/earth/09climate.html?th&emc=th e leia o artigo de John m. Brooder na integra.

Informação & Conhecimento