Marcelo Manuel
Ndalatando - Hoje Especialistas vaticinam que as próximas guerras ocorrerão na disputa da água doce que começa a escassear no mundo
Não importa quem somos, o que fazemos, onde vivemos. Nós dependemos da água para viver. No entanto, muita gente em Ndalatando não parece ter consciência desse facto, já que, num verdadeiro atentado ao ambiente, insiste em atirar resíduos sólidos e toda a sorte de detritos nas águas do rio Muembeje. A situação já mereceu várias reuniões e palestras organizadas pelo governo da província e a administração municipal de Cazengo, mas, pelos vistos, grande parte da população faz ouvidos moucos aos apelos lançados pelas autoridades para travar tais actos de vandalismo.
Estudantes e docentes ouvidos, a propósito, pela nossa reportagem, condenaram veementemente a situação em que se encontram as águas do rio, defendendo uma mão forte por parte das autoridades para pôr cobro àquilo a que consideraram ser a “morte lenta do rio Muembeje”.
Yuri Manuel, finalista do ensino médio, definiu o meio ambiente como o conjunto de condições, leis, influências e interacções de ordem físico-química e biológica que permite e dirige a vida em todas as suas formas. Incrível, segundo ele, é que a destruição do ecossistema seja feita às claras e poucos pareçam ter a noção real dos perigos que isso representa para a vida humana.
“Assistimos todos os dias, impávidos e serenos, à descarga de grandes quantidades de lixo, à lavagem de carros no leito do rio Muembeje, com vários detergentes poluentes, para além das casas que também fazem do rio depósito de excrementos humanos”, lamentou. A situação só vai melhorar, afirma sem qualquer hesitação, caso se implementem medidas rigorosas de protecção e punição dos agressores do ambiente, apontando o pagamento de elevadas multas e a privação de liberdade como penalizações indispensáveis, ou a realização de trabalhos ambientais junto da comunidade, para os reincidentes. “O que não devemos permitir é que se assista de forma impávida e serena à destruição da natureza”, rematou.
A equipa de reportagem do Jornal de Angola constatou que, em Ndalatando e noutras cidades do Kwanza-Norte, a maior parte das oficinas de reparação de automóveis trabalha a céu aberto, lançando resíduos como óleo de motor e outros elementos químicos directamente para a rua.
A pintura dos automóveis também é feita a céu aberto ou em recintos improvisados, atentando contra o meio ambiente e, consequentemente, contra a saúde das pessoas circunvizinhas.
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