Dia Mundial da Água 2010 pensa a saúde do Planeta e do ser humano
2010-03-21
Países pobres são os mais prejudicados com a escassez e a falta de qualidade dos recursos hídricos
Tentar aumentar a consciência pública da importância da conservação dos recursos de água potável, é o objectivo do Dia Mundial da Água que se assinala a 22 de Março. Este ano é dedicado ao tema «Água Limpa para Um Mundo Saudável».
Nascido em 1993 por iniciativa da Organização das Nações Unidas (ONU), esta efeméride propõe todos os anos um tema diferente sobre o qual se realizam actividades que visam promover a consciencialização tanto da população com dos governos para problemas relacionados com os recursos hídricos.
Os países em vias de desenvolvimento são este ano os mais visados, pois são também os que mais sofrem com a falta de água potável. Na sua mensagem oficial para este Dia, o Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, sublinha a ligação da preservação dos recursos hídricos com os objectivos das Nações Unidas.
“A água é o elo que une todos os seres vivos do planeta e está ligada directamente aos objectivos das Nações Unidos: melhorar a saúde materna e das crianças, a esperança de vida, a emancipação das mulheres, o desenvolvimento sustentável, bem como a adaptação e a atenuação das mudanças climáticas”.
Ban Ki-moon, secretário-geral da ONU
No entanto, diz Ban Ki-moon, os recursos hídricos estão cada vez mais vulneráveis e ameaçados. Todos os dias e um pouco por todo o mundo “milhões de toneladas de esgotos sem tratamento e resíduos industriais são agrícolas despejados em sistemas de água”.
A água potável está, assim, a tornar-se cada dia mais escassa e com as mudanças climáticas a situação tende a piorar. “Os pobres continuam a ser os primeiros a sofrer com a poluição, a escassez de água e a falta de saneamento adequado”, afirma Ban Ki-moon.
O tema deste ano vem sublinhar que tanto a qualidade como a quantidade dos recursos hídricos estão em risco. Mais pessoas morrem “devido à utilização de água não segura do que devidao às várias formas de violência, incluindo a guerra”.
«Millennium Development Goals»
Até 2015, a ONU integra o tema dos recursos hídricos nos seus Objectivos de Desenvolvimento do Milénio («Millennium Development Goals»), com várias metas a atingir até 2015.
Pretende-se, assim, assegurar a sustentabilidade ambiental através da integração dos princípios de desenvolvimento sustentável nas políticas e nos programas de cada país, bem como inverter a tendência de perda de recursos ambientais e de biodiversidade.
Pretende também reduzir para metade, até 2015, a proporção da população sem acesso a água potável e saneamento básico e reduzir para dois terços a mortalidade infantil e a incidência de doenças como a malária.
Carta da Terra
"Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade deve escolher o seu futuro. À medida que o mundo torna-se cada vez mais interdependente e frágil, o futuro enfrenta, ao mesmo tempo, grandes perigos e grandes promessas. Para seguir adiante, devemos reconhecer que, no meio da uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino comum. Devemos somar forças para gerar uma sociedade sustentável global baseada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade da vida, e com as futuras gerações." (da CARTA DA TERRA)
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«Água Limpa para Um Mundo Saudável» é o tema deste ano da iniciativa da ONU /// Ciencia Hoje - Portugal
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Postado por
Unknown
em
3/22/2010 03:11:00 AM
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Impacto das mudanças climáticas será sentido na água, diz ONU /// Reuters
ALISTER DOYLE - REUTERS
OSLO - O principal impacto das mudanças climáticas será sentido no suprimento de água, e o mundo precisa aprender com cooperações passadas, como nos rios Indo ou Mekong, para evitar conflitos futuros, disseram especialistas no domingo. Desertificação, enchentes, derretimento de geleiras, ondas de calor, ciclones e doenças transmitidas pela água, como o cólera, estão entre os impactos do aquecimento global inevitavelmente ligados à água. E a disputa pela água pode provocar conflitos.
"As principais manifestações ligadas à alta das temperaturas dizem respeito à água", disse Zafar Adeel, presidente da ONU-Água, que coordena os trabalhos relacionados à água entre 26 agências das Nações Unidas.
"A água exerce um impacto em todas as partes de nossa vida como sociedade, sobre os sistemas naturais e os habitats", disse ele à Reuters em entrevista telefônica. As perturbações podem ameaçar a agricultura e o suprimento de água potável, desde a África até o Oriente Médio.
"E isso gera potencial para conflitos," disse ele. A escassez de água, como por exemplo em Darfur, no Sudão, vem sendo um fator que contribui para guerras.
Mas Adeel disse que em vários casos a água já serviu para promover cooperações. A Índia e o Paquistão colaboram para gerir o rio Indo, apesar de seus conflitos de fronteira, e Vietnã, Tailândia, Laos e Camboja cooperam na Comissão do rio Mekong.
"A água é um ótimo meio para cooperações. Costuma ser uma questão desvinculada da política e com a qual é possível trabalhar", disse Adeel, que também é diretor do Instituto de Água, Meio Ambiente e Saúde, sediado no Canadá e pertencente à Universidade das Nações Unidas.
250 MILHÕES DE PESSOAS
As regiões que deverão ficar mais secas em função das mudanças climáticas incluem a Ásia central e o norte da África. Até o ano 2020, até 250 milhões de pessoas na África podem sofrer mais que hoje pela escassez de água, segundo o painel de especialistas climáticos da ONU.
"Há muito mais exemplos de cooperação internacional bem sucedidos que de conflitos em torno de água", ponderou Nikhil Chandavarkar, do Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais da ONU e secretário da ONU-Água.
"Estamos tentando aproveitar os exemplos bons de cooperação, como o Mekong e o Indo. Mesmo quando havia hostilidades entre os países em volta, os acordos funcionaram", disse ele à Reuters.
Adeel disse que a água merece um lugar mais central nos debates sobre segurança alimentar, paz, mudanças climáticas e recuperação da crise financeira. "A água é fundamental em cada uma dessas discussões, mas não costuma ser percebida como tal."
E os próprios esforços para combater o aquecimento global vão necessitar mais água, devido às exigências econômicas rivais - como para irrigação, biocombustíveis ou energia hidrelétrica.
Adeel chamou a atenção para os esforços para gerenciar o suprimento de água, contabilizando quanta água é embutida nos produtos, desde a carne bovina até o café.
Um estudo, disse ele, mostrou que são necessários 15 mil litros de água para produzir uma calça jeans. Conscientizar as indústrias sobre o consumo de água pode ajudar a promover a conservação.
Ele disse que o mundo pode alcançar uma "meta do milênio" de reduzir pela metade até 2015 a parcela de pessoas que não têm acesso a água potável, mas que está fracassando em uma meta relacionada de melhorar o saneamento. Cerca de 2,8 bilhões de pessoas não têm acesso a saneamento básico.
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