BRASÍLIA [ ABN NEWS ] - O diretor executivo da Embrapa, Kepler Euclides Filho, defendeu no painel Novos Padrões de Agricultura Sustentável da 4ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (CNCTI), realizada na última semana em Brasília, que a agricultura deve responder as demandas de uma sociedade que vive a onda da informação, com consumidores em transformação e vestidos de um bom nível de educação, informação e renda.
Além desses fatores, ele explica, que há a preocupação crescente do consumo de alimentos seguros, além da percepção de produtos considerados “corretos e incorretos”, por parte dos consumidores. Em sua análise, ele contou que também preocupa os impactos da produção agrícola sobre o meio ambiente, assim como a existência de uma tendência atual a uma alimentação rápida e de qualidade, com experiência sensorial e sem culpa, o famoso “prazer sem culpa”.
Euclides Filho disse que “mesmo que tenhamos a sensação de que estamos vivendo uma agricultura sustentável moderna, certamente muito será exigido para atender aos anseios de uma sociedade que se transforma de forma bastante veloz”. Ele acredita que nessa transformação a sociedade se informa e, com a informação, ela cria demandas cada vez maiores para todos os seus segmentos. “E isso não será diferente para as questões agrícolas. Queremos contribuir para o desenvolvimento fundamentado em conhecimento e tecnologia de agricultura”, observou.
Para ele, a nova agricultura, que começou a ser praticada, exigirá o esforço integrado da ciência e da tecnologia, com habilidade na construção de redes, capacidade de promover a inovação e a cooperação com o público, o setor privado, universidades e empresas. “Hoje, a sociedade informada demanda uma agricultura com papel ampliado, com qualidade alimentar assegurada”, destacou. O diretor comenta que, inclusive, há uma tendência da importância étnica, uma nova onda de alimentos regionais e o crescimento de restaurantes com comidas típicas das regiões do País. “O bem estar animal, a sustentabilidade, a acessibilidade e portabilidade são fatores que influenciam na nova visão da agricultura moderna que mantêm bem cuidadas a fauna, a flora, além dos serviços ambientais”, finalizou.
Para Alyson Paolinelli da Confederação Nacional de Agricultura (CNA), o Brasil, como País tropical, é um dos locais que mais tem evoluído em termos de agricultura sustentável. Ele contou que o Brasil, a cerca de 40 anos, tinha pouco conhecimento de manejo de recursos tropicais, e que não existia conhecimento e tecnologia de produção neste tipo de clima. “Houve uma revolução no ensino das ciências agrárias, iniciada com a reforma universitária na década de 60. Eram 12 escolas de agronomia e nove de veterinária. O País aprendeu a fazer a primeira agricultura tropical do globo capaz de competir e de participar de mercados internacionais”, contou.
Paolinelli disse ter convicção de que o País está inovando com o plantio direto, a integração da lavoura e da pecuária e das florestas, a fixação de carbono, entre outros fatores. “Tudo isso nos anima dizer que estamos no caminho certo. Estamos dentro de novos conceitos, de sistemas produtivos que vão nos dar a garantia de que os instrumentos que nós usamos, dos recursos naturais que dispomos são eles hoje perfeitamente manuseados, trabalhados, preservados e melhorados para quem queira produzir”, ressaltou.
Clemente Lúcio, diretor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), destacou que o governo atual está ampliando para mais de 240 novas escolas técnicas distribuídas por todo território nacional. Conforme ele, é necessário que essas escolas tenham uma vocação orientada para o investimento na agricultura e para um processo de qualificação e formação de trabalhadores, principalmente em termos de desenvolvimento de tecnologia aplicada neste segmento econômico da agricultura. “Significa um desafio fundamental. Se queremos ter a agricultura no centro dinâmico da nossa economia, provavelmente esta conferência fará. È necessário um investimento em educação básica e técnica, fator central e prioritário que deve ser entendido com atenção para reparação do segmento”, comentou.
A estratégia de investimento em ciência, tecnologia e inovação, conforme Lúcio, precisa ser desenvolvida no sentido de recuperação da relação entre o homem e a natureza. Uma orientação ética que, segundo ele, considera que o homem é capaz de produzir com a natureza. “Precisamos fortalecer os mecanismos que o Estado tem de oferta de assistência, crédito e transporte. São elementos essenciais para a viabilidade econômica da produção. Fatores esses que agregam valor a produção e fazem com que este processo signifique incremento de renda no território”, finalizou. O coordenador do painel foi Daniel Maia do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA).
Carta da Terra
"Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade deve escolher o seu futuro. À medida que o mundo torna-se cada vez mais interdependente e frágil, o futuro enfrenta, ao mesmo tempo, grandes perigos e grandes promessas. Para seguir adiante, devemos reconhecer que, no meio da uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino comum. Devemos somar forças para gerar uma sociedade sustentável global baseada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade da vida, e com as futuras gerações." (da CARTA DA TERRA)
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Educação para o Desenvolvimento Sustentável: Sonhamos e praticamos! /// Ecodebate
artigo de Eloy Casagrande
[EcoDebate] Durante o intervalo para o café, entre as palestras de especialistas na maior conferência internacional realizada no sul do Brasil sobre Educação para o Desenvolvimento Sustentavel (EDS-2010), escuto atentamente o comentário: — Eu vim para esta conferência porque queria entender afinal o que é esta tal de “sustentabilidade”. As palavras eram do agricultor que me confessou que estava preocupado com a quantidade de agrotóxico que ele usava no cultivo de 4 mil hectares de soja, no sudoeste do Paraná. Sua preocupação com a perda de nutrientes do solo e a contaminação de nascentes era verdadeira, explicando que tinha dois filhos, um de 17 anos e outro de 13, e que não sabia como a terra poderia ainda ser produtiva para garantir-lhes o futuro. Dizia também que todos os agricultores ao seu redor faziam o mesmo e que algo tinha de mudar.
Para mim, o fato dele ter se deslocado de sua cidade, deixando seus afazeres na fazenda e vir a Curitiba participar por três dias da Conferência (18-20 de maio na FIEP-PR), a mesma atingia seu objetivo. O Centro Regional Integrado de Educação para o Desenvolvimento Sustentável – CRIE_Curitiba, criado com a chancela da Universidade das Nações Unidas (UNU), em 2007, e as três grandes universidades do Paraná (UFPR, UTFPR e PUCPR) associadas ao Sistema FIEP Senai/Sesi, poderiam comemorar o sucesso de seus esforços em reunir quase 800 pessoas para o evento.
Foram jornadas de reflexão, de desejo de mudanças, de demonstração de ações concretas e de esperança. Professores, pesquisadores, estudantes, membros de organizações não governamentais, empresários, discutiam novas formas de educar, de se implantar um modelo de educação transformadora (nas palavras da palestra magna do professor Enrique Leff ), de se encontrar soluções para estimular um consumo sustentável, para reduzir emissões de CO2 e os impactos das mudanças climáticas, da viabilidade de edificações mais ecológicas, de modelos de mobilidade menos agressoras ao meio ambiente, de programas para se proteger a biodiversidade e multiplicar as boas ações sustentáveis.
Os 120 membros dos “Centros Regionais de Expertise em Educação para o Desenvolvimento Sustentável – (Regional Centre of Expertise – RCE-EDS)”, representando 43 países, e toda equipe da UNU, também organizadora da conferência, saindo da mesma com a sensação de que se pode fazer ainda melhor, envolver mais pessoas e tranformar o mundo através da solidariedade sustentável.
Das cerca de 200 experiências discutidas em mesas temáticas interativas e em seminários, podemos destacar desde a palestra do Presidente do Comitê Brasileiro do Pacto Global (ONU), o empresário Vitor Seravalli, falando da ética empresarial e responsabilidade social das empresas (representando também a visão da FIEP e de todo o pessoal de apoio ao evento) e da Dra. Mary Allegretti nos mostrando como a Amazônia pode ser desenvolvida sem ser destruída. Nas mesas temática, discutiu-se projetos como do professor do México que compõe músicas no estilo “mariachi”, levando mensagens ecológicas as comunidades através das rádios locais; do RCE da região Oeste de Portugal, que trabalha nas escolas com Análise de Fluxos de Materiais (MFA), mostrando aos estudantes quais são os impactos que a fabricação dos produtos da cadeia alimentar podem causar ao meio ambiente; do portal do RCE Saskatchewan (que ainda estamos aprendendendo a pronunciar!), uma pequena província do Canadá que desenvolve com escolas locais um “inventory map” das iniciativas sustentáveis da região; do RCE de KwaZulu Natal, uma das maiores províncias da África do Sul, com quase 9 milhões de habitantes e que implanta cursos de treinamento em educação para o desenvolvimento sustentável para professores; de ferramentas como o Mapa Vede da UFPR, que auxilia na percepção do impacto ambiental das cidades e que poderá servir para checarmos o quanto Curitiba é mesmo “sustentável”; do projeto do Escritório Verde da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, que servirá de exemplo de construção sustentável e de gestão socioambiental universitária.
A lista das experiências é longa e algumas foram gravadas em depoimentos à câmera dos estudantes do primeiro ano do ensino médio do Colégio Medianeira, convidados para realizar um documentário sobre o evento sob a ótica deles, a geração futura. Deles ouvi outra declaração de esperança que me faz acreditar que estamos no caminho certo: — Professor, nós queríamos te dizer que não viemos aqui somente para fazer o filme, mas também para aprender e estamos muito felizes pelo convite, está é uma aula diferente! Destacando que também tivemos mais de 70 estudantes universitários voluntários para trabalhar na conferência. Se tivermos agricultores que querem mudar, empresários e políticos que praticam a ética, professores com entusiasmo para ensinar a sustentabilidade e estudantes que querem construir um mundo melhor, nossa receita está pronta para concretizarmos o sonho de termos um Planeta que ainda abrigue muitas gerações e toda espécie que faz parte da teia da vida.
Prof. Dr. Eloy Casagrande Jr,. Universidade Tecnológica Federal do Paraná, membro do CRIE_Curitiba e do comitê organizador da Conferência EDS-2010.
EcoDebate, 25/05/2010
[EcoDebate] Durante o intervalo para o café, entre as palestras de especialistas na maior conferência internacional realizada no sul do Brasil sobre Educação para o Desenvolvimento Sustentavel (EDS-2010), escuto atentamente o comentário: — Eu vim para esta conferência porque queria entender afinal o que é esta tal de “sustentabilidade”. As palavras eram do agricultor que me confessou que estava preocupado com a quantidade de agrotóxico que ele usava no cultivo de 4 mil hectares de soja, no sudoeste do Paraná. Sua preocupação com a perda de nutrientes do solo e a contaminação de nascentes era verdadeira, explicando que tinha dois filhos, um de 17 anos e outro de 13, e que não sabia como a terra poderia ainda ser produtiva para garantir-lhes o futuro. Dizia também que todos os agricultores ao seu redor faziam o mesmo e que algo tinha de mudar.
Para mim, o fato dele ter se deslocado de sua cidade, deixando seus afazeres na fazenda e vir a Curitiba participar por três dias da Conferência (18-20 de maio na FIEP-PR), a mesma atingia seu objetivo. O Centro Regional Integrado de Educação para o Desenvolvimento Sustentável – CRIE_Curitiba, criado com a chancela da Universidade das Nações Unidas (UNU), em 2007, e as três grandes universidades do Paraná (UFPR, UTFPR e PUCPR) associadas ao Sistema FIEP Senai/Sesi, poderiam comemorar o sucesso de seus esforços em reunir quase 800 pessoas para o evento.
Foram jornadas de reflexão, de desejo de mudanças, de demonstração de ações concretas e de esperança. Professores, pesquisadores, estudantes, membros de organizações não governamentais, empresários, discutiam novas formas de educar, de se implantar um modelo de educação transformadora (nas palavras da palestra magna do professor Enrique Leff ), de se encontrar soluções para estimular um consumo sustentável, para reduzir emissões de CO2 e os impactos das mudanças climáticas, da viabilidade de edificações mais ecológicas, de modelos de mobilidade menos agressoras ao meio ambiente, de programas para se proteger a biodiversidade e multiplicar as boas ações sustentáveis.
Os 120 membros dos “Centros Regionais de Expertise em Educação para o Desenvolvimento Sustentável – (Regional Centre of Expertise – RCE-EDS)”, representando 43 países, e toda equipe da UNU, também organizadora da conferência, saindo da mesma com a sensação de que se pode fazer ainda melhor, envolver mais pessoas e tranformar o mundo através da solidariedade sustentável.
Das cerca de 200 experiências discutidas em mesas temáticas interativas e em seminários, podemos destacar desde a palestra do Presidente do Comitê Brasileiro do Pacto Global (ONU), o empresário Vitor Seravalli, falando da ética empresarial e responsabilidade social das empresas (representando também a visão da FIEP e de todo o pessoal de apoio ao evento) e da Dra. Mary Allegretti nos mostrando como a Amazônia pode ser desenvolvida sem ser destruída. Nas mesas temática, discutiu-se projetos como do professor do México que compõe músicas no estilo “mariachi”, levando mensagens ecológicas as comunidades através das rádios locais; do RCE da região Oeste de Portugal, que trabalha nas escolas com Análise de Fluxos de Materiais (MFA), mostrando aos estudantes quais são os impactos que a fabricação dos produtos da cadeia alimentar podem causar ao meio ambiente; do portal do RCE Saskatchewan (que ainda estamos aprendendendo a pronunciar!), uma pequena província do Canadá que desenvolve com escolas locais um “inventory map” das iniciativas sustentáveis da região; do RCE de KwaZulu Natal, uma das maiores províncias da África do Sul, com quase 9 milhões de habitantes e que implanta cursos de treinamento em educação para o desenvolvimento sustentável para professores; de ferramentas como o Mapa Vede da UFPR, que auxilia na percepção do impacto ambiental das cidades e que poderá servir para checarmos o quanto Curitiba é mesmo “sustentável”; do projeto do Escritório Verde da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, que servirá de exemplo de construção sustentável e de gestão socioambiental universitária.
A lista das experiências é longa e algumas foram gravadas em depoimentos à câmera dos estudantes do primeiro ano do ensino médio do Colégio Medianeira, convidados para realizar um documentário sobre o evento sob a ótica deles, a geração futura. Deles ouvi outra declaração de esperança que me faz acreditar que estamos no caminho certo: — Professor, nós queríamos te dizer que não viemos aqui somente para fazer o filme, mas também para aprender e estamos muito felizes pelo convite, está é uma aula diferente! Destacando que também tivemos mais de 70 estudantes universitários voluntários para trabalhar na conferência. Se tivermos agricultores que querem mudar, empresários e políticos que praticam a ética, professores com entusiasmo para ensinar a sustentabilidade e estudantes que querem construir um mundo melhor, nossa receita está pronta para concretizarmos o sonho de termos um Planeta que ainda abrigue muitas gerações e toda espécie que faz parte da teia da vida.
Prof. Dr. Eloy Casagrande Jr,. Universidade Tecnológica Federal do Paraná, membro do CRIE_Curitiba e do comitê organizador da Conferência EDS-2010.
EcoDebate, 25/05/2010
Efeito pecuária no clima /// aAlor Economico
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Unknown
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4/06/2010 07:21:00 AM
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pecuaria sustentavel,
redução de GEE
A Agência das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) está usando em novo estudo sobre o efeito da pecuária no clima a mesma metodologia que apontou a produção de carnes como responsável por 18% das emissões de gases de efeito estufa no planeta, mais do que o setor de transportes, apurou o Valor. Usando a mesma "metodologia vertical", o estudo tende a inflar de novo o resultado que alimentou campanhas contra o consumo de carnes e causa inquietação nos exportadores.
Num estudo de 2006, autoridades no debate climático, como o presidente do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas das ONU (IPCC, na sigla em inglês), Rajendra Pachauri, e Lord Nicholas Stern, passaram a citar a cifra de 18% como uma razão para se consumir menos carne e proteger o ambiente.
Mas foram levantadas dúvidas sobre a validade científica do relatório. Uma análise feita por cientistas nos EUA considerou a conclusão "desequilibrada". Frank Miloehner, pesquisador da Universidade de Califórnia-Davis, mostrou que a FAO não calculou emissões oriundas do transporte da mesma forma, usando dados do IPCC que só incluíam a queima de combustível fóssil.
Ele exemplificou que nos EUA e em outros países desenvolvidos, as emissões de transportes representam 26% do total nacional, comparado a apenas 3% para emissões de suínos, por exemplo. "Podemos reduzir sem dúvida as emissões de gases de efeito estufa, mas não é consumindo menos carne ou leite", afirmou em recentes entrevistas.
A FAO aceitou a reclamação e começou um novo estudo sobre o impacto da produção de alimentos na mudança climática, que completará até o fim do ano. Diz que será mais abrangente. Permitirá, por exemplo, comparação entre dietas, incluindo as que usam carne e as exclusivamente vegetarianas.
Mas o Valor apurou que a entidade utiliza a mesma "metodologia vertical" do primeiro estudo, que leva em conta tudo que está embutido na produção de carnes, desde a criação do animal até quando o bife chega ao prato do consumidor.
Contabiliza tanto as emissões de metano dos animais quanto o desmatamento, passando pelas emissões de carbono do transporte, da construção dos frigoríficos, pelas emissões na produção da soja que vai alimentar o gado.
Usando essa metodologia, a soma das emissões por causa da produção de carnes, transportes, eletricidade, e outros, passaria dos 500% pela mutiplificação dos mesmos elementos em cada setor, dizem técnicos.
A FAO tentará agora evitar fazer comparação com outros setores. A mudança do novo estudo, conforme uma fonte, é que se focará no número de emissões por regiões geográficas e subsetores (carne, leite, ovos).
A questão para produtores e exportadores é que, quando o estudo for divulgado, o que atrairá atenção será o número total das emissões geradas pela produção de carne - e número inflado, pelo andar da carruagem. A FAO planeja usar a mesma metodologia para outros produtos agrícolas. Por exemplo, algo específico sobre as emissões de carbono na produção de soja.
A entidade tem sido acusada de ter desviado a atenção da sociedade, com suas conclusões de 2006, sem procurar as causas reais na origem da mudança do clima. A tese de que consumir menos carne ajuda a reduzir o aquecimento está na origem de campanhas como "Segunda-feira sem carne" ou "Menos carne, menos aquecimento", como notam jornais europeus.
Valor Econômico
Num estudo de 2006, autoridades no debate climático, como o presidente do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas das ONU (IPCC, na sigla em inglês), Rajendra Pachauri, e Lord Nicholas Stern, passaram a citar a cifra de 18% como uma razão para se consumir menos carne e proteger o ambiente.
Mas foram levantadas dúvidas sobre a validade científica do relatório. Uma análise feita por cientistas nos EUA considerou a conclusão "desequilibrada". Frank Miloehner, pesquisador da Universidade de Califórnia-Davis, mostrou que a FAO não calculou emissões oriundas do transporte da mesma forma, usando dados do IPCC que só incluíam a queima de combustível fóssil.
Ele exemplificou que nos EUA e em outros países desenvolvidos, as emissões de transportes representam 26% do total nacional, comparado a apenas 3% para emissões de suínos, por exemplo. "Podemos reduzir sem dúvida as emissões de gases de efeito estufa, mas não é consumindo menos carne ou leite", afirmou em recentes entrevistas.
A FAO aceitou a reclamação e começou um novo estudo sobre o impacto da produção de alimentos na mudança climática, que completará até o fim do ano. Diz que será mais abrangente. Permitirá, por exemplo, comparação entre dietas, incluindo as que usam carne e as exclusivamente vegetarianas.
Mas o Valor apurou que a entidade utiliza a mesma "metodologia vertical" do primeiro estudo, que leva em conta tudo que está embutido na produção de carnes, desde a criação do animal até quando o bife chega ao prato do consumidor.
Contabiliza tanto as emissões de metano dos animais quanto o desmatamento, passando pelas emissões de carbono do transporte, da construção dos frigoríficos, pelas emissões na produção da soja que vai alimentar o gado.
Usando essa metodologia, a soma das emissões por causa da produção de carnes, transportes, eletricidade, e outros, passaria dos 500% pela mutiplificação dos mesmos elementos em cada setor, dizem técnicos.
A FAO tentará agora evitar fazer comparação com outros setores. A mudança do novo estudo, conforme uma fonte, é que se focará no número de emissões por regiões geográficas e subsetores (carne, leite, ovos).
A questão para produtores e exportadores é que, quando o estudo for divulgado, o que atrairá atenção será o número total das emissões geradas pela produção de carne - e número inflado, pelo andar da carruagem. A FAO planeja usar a mesma metodologia para outros produtos agrícolas. Por exemplo, algo específico sobre as emissões de carbono na produção de soja.
A entidade tem sido acusada de ter desviado a atenção da sociedade, com suas conclusões de 2006, sem procurar as causas reais na origem da mudança do clima. A tese de que consumir menos carne ajuda a reduzir o aquecimento está na origem de campanhas como "Segunda-feira sem carne" ou "Menos carne, menos aquecimento", como notam jornais europeus.
Valor Econômico
MUDANÇAS CLIMÁTICAS PODEM DIMINUIR PRODUÇÕA AGRÍCOLA NO BRASIL///GOBONEWS
A agricultura é responsável por 24% do Produto Interno Bruto nacional. Por outro lado, é também uma das maiores fontes emissoras de gases de efeito estufa no Brasil.
ALIANÇA BRASILEIRA PELO CLIMA : Posicionamento Sobre As Negociações De Mudanças Climáticas E As Ações Do Governo Brasileiro

Catorze das principais entidades brasileiras representativas do agronegócio, florestas plantadas e bioenergia anunciaram hoje a formação da Aliança Brasileira pelo Clima, com o objetivo de contribuir com propostas concretas para as negociações ligadas à Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas. O foco principal é a agenda que o governo brasileiro vem defendendo nas negociações globais, que culminarão na 15ª Conferência das Partes da
Convenção (COP 15) em dezembro próximo em Copenhague, na Dinamarca.
Convenção (COP 15) em dezembro próximo em Copenhague, na Dinamarca.
Em seu Documento de Posicionamento, a Aliança destaca a natureza global dos desafios ligados às mudanças climáticas como um dos principais motivadores da união de esforços.
É apontada também a necessidade de ações coordenadas e urgentes por todas as partes envolvidas, que priorizem tecnologias disponíveis, economicamente viáveis e de impacto no curto prazo.
“Na visão da Aliança, o Documento de Posicionamento é um texto vivo, que evoluirá de acordo com o andamento das negociações e de outras iniciativas na mesma linha”, explica o Presidente da Associação Brasileira de Agribusiness (ABAG), Carlo Lovatelli.
Leia e baixe o release em sua íntegra aqui.
DOCUMENTO DE POSICIONAMENTO SOBRE AS NEGOCIAÇÕES DE MUDANÇAS
CLIMÁTICAS E AS AÇÕES DO GOVERNO BRASILEIRO
- Setembro de 2009 -
CLIMÁTICAS E AS AÇÕES DO GOVERNO BRASILEIRO
- Setembro de 2009 -
Os setores da agricultura, de florestas plantadas e de bioenergia do Brasil entendem que a busca pelo desenvolvimento de “economias de baixo carbono” é uma meta central, no Brasil e no exterior, com o objetivo de lutar pela mitigação e adaptação aos efeitos das mudanças climáticas. Nesse sentido, a Aliança Brasileira pelo Clima: Agricultura – Florestas Plantadas – Bioenergia torna pública a sua posição sobre as negociações ligadas à Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (doravante Convenção) e ações correlatas que o País precisa adotar nessa matéria, considerando e reconhecendo que:
• Os países desenvolvidos têm maior responsabilidade histórica pela concentração de gases causadores do efeito estufa (GEE) na atmosfera e, por isso, devem adotar metas internacionais ambiciosas no sentido de limitar o aumento da temperatura em no máximo 2°C;
• Os países desenvolvidos têm maior responsabilidade histórica pela concentração de gases causadores do efeito estufa (GEE) na atmosfera e, por isso, devem adotar metas internacionais ambiciosas no sentido de limitar o aumento da temperatura em no máximo 2°C;
(...) Não deixe de ler o documento em sua íntegra e se desejar, baixe-o aqui.
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