Carta da Terra

"Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade deve escolher o seu futuro. À medida que o mundo torna-se cada vez mais interdependente e frágil, o futuro enfrenta, ao mesmo tempo, grandes perigos e grandes promessas. Para seguir adiante, devemos reconhecer que, no meio da uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino comum. Devemos somar forças para gerar uma sociedade sustentável global baseada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade da vida, e com as futuras gerações." (da CARTA DA TERRA)
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Investidores globais pedem ação contra riscos climáticos


20 de novembro de 201218h09 atualizado 18h54

Uma coalizão formada pelos maiores investidores mundiais propôs na terça-feira que os governos intensifiquem sua ação contra a mudança climática e reforcem seus investimentos em energias limpas, sob risco de perder trilhões de dólares em investimentos e em prejuízos às suas economias. Em uma carta aberta, a aliança de investidores institucionais, responsáveis por gerirem US$ 22,5 trilhões em ativos, disse que o rápido aumento nas expansões de gases do efeito estufa e os fenômenos climáticos mais extremos estão elevando os riscos para os investimentos em nível global.

O grupo defendeu um diálogo entre investidores e governos para reformular as políticas climáticas e energéticas. O apelo ocorre menos de uma semana antes do início da importante reunião climática da ONU em Doha, no Catar. Quase 200 nações vão se reunir lá entre os dias 26 de novembro e 7 de dezembro para tentar prorrogar o Protocolo de Kyoto, o atual plano, em vigor até o final do ano, destinado a restringir as emissões de gases do efeito estufa nas nações desenvolvidas.
No domingo, o Banco Mundial disse que as atuais políticas climáticas implicam que o mundo está se encaminhando para um aquecimento de até 4ºC até 2100. Isso desencadearia letais ondas de calor e secas, reduziria a oferta de alimentos e elevaria o nível dos mares. "As atuais políticas são insuficientes para evitar impactos sérios e perigosos em decorrência da mudança climática", disse o grupo de investidores dos EUA, Europa, Ásia e Austrália.
Os investimentos e fundos de pensão de milhões de pessoas correm riscos por causa da demora dos governos em exigirem maiores reduções das emissões e em oferecerem um apoio mais generoso a energias mais limpas.
O grupo disse que as políticas corretas levariam os investidores institucionais a aumentarem significativamente seus investimentos em energias limpas e na eficiência energética, citando políticas em vigor que liberaram bilhões de dólares em investimentos em energias renováveis na China, nos EUA e na Europa. Mas muitas economias continuam dependendo fortemente de combustíveis fósseis poluentes, como o carvão, e é preciso implementar políticas que acelerem a transição para uma energia mais limpa, segundo os investidores.
Eles divulgaram sete pontos de ação que deveriam ser priorizados pelos governos, inclusive o corte de subsídios aos combustíveis fósseis e a ampliação dos mercados de carbono. O grupo disse ainda que a reeleição de Barack Obama como presidente dos EUA e a mudança na liderança do regime chinês são oportunidades para realizar negociações climáticas mais rigorosas.
"Fortes políticas governamentais de redução do carbono são um imperativo urgente", disse Chris Davis, diretor de programas de investimentos da Ceres, coalizão de investidores e grupos ambientalistas com sede nos EUA.
"O furacão Sandy, que causou mais de US$ 50 bilhões em prejuízos econômicos, é típico do que podemos esperar se nenhuma ação for tomada e a tendência de aquecimento continuar", disse Davis, que também trabalha na Rede de Investidores para o Risco Climático, que agrupa cem investidores institucionais com patrimônio superior a US$ 11 trilhões.

INVENTARIO DE E,MISSÕES DE GEE NO ESTADO DE SÃO PAULO - CETESB


 

 

Diário Oficial

Poder Executivo

 

Estado de São Paulo Seção I

 

Palácio dos Bandeirantes

Av. Morumbi, 4.500 - Morumbi - CEP 05698-900 - Fone: 3745-3344

Nº 160 – DOE de 24/08/12 – Seção 1 – p.50

 


Decisão de Diretoria nº 254/2012/V/I, de 22-8-2012

 

Referente ao Relatório à Diretoria Nº 001/2012/V/I – Conjunto, de 22/08/2012 – Processo 005/2011/321/P

Dispõe sobre os critérios para a elaboração do inventário de emissões de gases de efeito estufa no Estado de São Paulo e dá outras providências

 

A Diretoria Plena da CETESB - Companhia Ambiental do Estado de São Paulo, à vista do que consta no Processo nº 005/2011/321/P, Considerando o disposto na Lei nº 13.798, de 09 de novembro de 2009, no seu regulamento aprovado pelo Decreto

nº 55.947, de 24 de junho de 2010, alterado pelo Decreto nº 56.918, de 08 de abril de 2011, na Resolução SMA nº 5, de 19 de janeiro de 2012, e na Resolução CETESB 87, de 10 de novembro de 2011, objetivando a atender, em parte, o que

dispõe o artigo 2º, inciso IV alínea “a” da Resolução SMA, e o inciso I do artigo 1º da citada Resolução CETESB,

 

Considerando a importância do Estado em conhecer a emissão de gases causadores de efeito estufa pelas atividades

industriais instaladas no Estado de São Paulo, para a elaboração de planos e programas de mitigação,

 

Considerando o disposto na Lei nº 997, de 31 de maio de 1976, bem como no seu regulamento aprovado pelo Decreto nº 8486, de 08 de setembro de 1976, alterado pelo Decreto 54.487, de 26 de junho de 2009, o qual define em seu artigo 6º, inciso II, entre outras atribuições da CETESB „efetuar levantamento organizado e manter cadastro de fontes de poluição e inventariar as fontes prioritárias – fixas e móveis – de poluição, segundo metodologias reconhecidas internacionalmente, a serem adotadas a critério da CETESB‟ e em seu artigo 79 define „As fontes de poluição ficam obrigadas a submeter à CETESB, quando solicitado, o plano completo do lançamento de resíduos líquidos, sólidos e gasosos‟,

 

Considerando a Lei nº 13.542, de 8 de maio de 2009, a qual define em seu artigo 2º, inciso VI, entre outras atribuições da CETESB „executar o monitoramento ambiental, em especial da qualidade dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos, do ar e do solo‟,

 

Considerando que os empreendimentos que desenvolvem as atividades listadas nesta Resolução deverão enviar o inventário de emissões à CETESB e caso optem poderão voluntariamente aderir ao Registro Público de Emissões, previsto no artigo 9° da Lei nº 13.798, de 09 de novembro de 2009,

 

Considerando, finalmente, o contido no Relatório à Diretoria nº 001/2012/V/I, que acolhe, DECIDE:

 

Artigo 1º - Instituir, no âmbito do Estado de São Paulo, o Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa, por empreendimentos.

 

Artigo 2º - Os gases causadores de efeito estufa (GEE) que deverão fazer parte do inventário são o dióxido de carbono (CO2), o metano (CH4), o óxido nitroso (N2O), o hexafluoreto de enxofre (SF6), os hidrofluorcarbonetos (HFCs) e os perfluorcarbonetos (PFCs).

 

Artigo 3º – Para fins de acompanhamento da evolução quantitativa de emissões e do resultado de medidas de mitigação e absorção de gases causadores de efeito estufa, os empreendimentos que desenvolvem as seguintes atividades deverão enviar o inventário de emissões para a CETESB – Companhia Ambiental do Estado de São Paulo:

I. Produção de alumínio;

II. Produção de cimento;

III. Coqueria;

IV. Instalações de sinterização de minerais metálicos;

V. Instalações de produção de ferro gusa ou aço com capacidade superior a 22.000 t/ano;

VI. Fundições de metais ferrosos com capacidade de produção superior a 7.500t/ano;

VII. Instalações de produção de vidro, incluindo as destinadas à produção de fibras de vidro, com capacidade de produção

superior a 7.500 t/ano;

VIII. Indústria petroquímica;

IX. Refinarias de petróleo;

X. Produção de amônia;

XI. Produção de ácido adípico;

XII. Produção de negro de fumo;

XIII. Produção de etileno;

XIV. Produção de carbeto de silício;

XV. Produção de carbeto de cálcio;

XVI. Produção de soda cáustica;

XVII. Produção de metanol;

XVIII. Produção de dicloroetano (EDC);

XIX. Produção de cloreto de vinila (VCM);

XX. Produção de óxido de etileno;

XXI. Produção de acrilonitrila;

XXII. Produção de ácido fosfórico;

XXIII. Produção de ácido nítrico;

XXIV. Termelétricas movidas a combustíveis fósseis;

XXV. Indústria de papel e celulose com utilização de fornos de cal;

XXVI. Produção de cal;

XXVII. Outras instalações com consumo de combustível fóssil que emitam quantidade superior a 20.000 t/ano de CO2

equivalente;

XXVIII. Instalações que emitam os gases HFCs, PFCs, SF6 em quantidade superior a 20.000 t/ano de CO2 equivalente;

XXIX. Outras que a CETESB julgar relevantes.

Parágrafo único - As emissões registradas na CETESB poderão também compor o Registro Público de Emissões, de que trata o artigo 9° da Lei nº 13.798, de 09 de novembro de 2009, caso os empreendedores optem por voluntariamente aderir ao mesmo.

 

Artigo 4º - A metodologia para o cálculo das emissões estimadas poderá ser a da norma ABNT NBR ISO 14.064 -1 - Gases de Efeito Estufa ou do “GHG Protocol” ou ainda outra similar, até que a CETESB defina outra metodologia para o referido cálculo,

Parágrafo único – A equivalência dos gases ao dióxido de carbono, expressa em CO2 equivalente a ser utilizada nos cálculos, deverá obedecer ao Potencial de Aquecimento Global em uso na Comunicação Nacional, conforme estabelecido pelo Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), definido pelo seu documento denominado Climate Change 2007: the physical science basis (FORSTER et al., 2007).

Artigo 5º - Deverão ser registradas no inventário para a CETESB as emissões de acordo com os seguintes escopos:

 

I - Escopo 1 – Emissões diretas de GEE:

a) Queima de combustíveis para geração de energia e vapor;

b) Outros processos que emitam GEE;

c) Transporte de pessoas, materiais, produtos ou resíduos, em veículos do empreendimento;

d) Emissões fugitivas ou evaporativas;

 

II - Escopo 2 – Emissões indiretas de GEE;

a) Emissões de eletricidade adquirida e consumida pela empresa;

Parágrafo único – Para fins desta Decisão de Diretoria entende-se por: emissões diretas de GEE aquelas provenientes

de fontes pertencentes ou que são controladas pelos empreendimentos, e emissões indiretas de GEE entende-se aquelas

provenientes da aquisição de energia elétrica e térmica, consumida pelo empreendimento.

 

Artigo 6º – As estimativas de emissão deverão ser declaradas à CETESB, em meio eletrônico, com memórias de cálculo em planilhas abertas que permitam a importação e manuseio dos dados sendo que os resultados finais deverão ser apresentados conforme disposto no Anexo Único que integra esta Decisão de Diretoria.

 

Artigo 7º – As declarações de emissão deverão ser encaminhadas com frequência anual, até o dia 30 de abril, compreendendo o período de janeiro a dezembro do ano anterior, a partir dos dados consolidados em dezembro de 2012.

 

Artigo 8º – A verificação das informações declaradas no inventário de emissões poderá ser efetuada pela CETESB ou por terceira parte, a critério da CETESB.

 

Artigo 9º – A CETESB estabelecerá critérios para o levantamento de dados de produção anual das atividades listadas no artigo 3º.

 

Artigo 10º – Informações detalhadas para a aplicação de metodologias de cálculo poderão ser encontradas na página da CETESB da rede internacional de computadores, na aba Mudanças Climáticas.

 

Artigo 11º – Esta decisão entre em vigor nesta data.

ANEXO ÚNICO

(a que se refere o artigo 6º da Decisão de Diretoria nº 254/2012/V/I, de 22 de agosto de 2012)

 

Identificação:

Nome da Empresa:

CNPJ:

Endereço:

Unidades de Operação Inventariadas:

Nome do Responsável pelo Inventário:

E-mail do Responsável pelo Inventário:

Telefone do Responsável pelo Inventário:

Empresas discutem propostas sobre mudanças climáticas

Autor(es): Por Daniela Chiaretti
De São Paulo

Valor Econômico - 20/10/2011
O destino do Protocolo de Kyoto será traçado na primeira semana de dezembro, ao fim da conferência internacional do clima, em Durban, na África do Sul. Mas qualquer que seja o veredito, grandes empresas no Brasil estão preocupadas em reduzir suas emissões de gases-estufa. Agora não parece ser apenas mais uma necessária iniciativa de marketing. Preparar-se para a economia de baixo carbono seria prudente diante da percepção de que as trilhas entre economia e mudança climática começam a convergir.

"Agora é business", acredita Mario Monzoni, coordenador do Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getulio Vargas de São Paulo (GVCes). "Ter acesso a mercado é questão vital para as empresas e elas começam a ser questionadas sobre quanto de carbono estão embarcando nos postos ou quanto de carbono estão colocando na cadeia de suprimento de seus compradores", explica Monzoni. "A questão ambiental começa a dialogar muito estreitamente com competitividade."

Este grupo de empresas, reunidas na chamada Plataforma Empresas pelo Clima (EPC), lançada em outubro de 2009 com 27 nomes, agora soma 39 companhias. Embora o número seja pequeno, são empresas com musculatura. Fazem parte do fórum a Vale, Monsanto, Klabin, Suzano e agora a Petrobras, BP e Braskem, para citar algumas.

Hoje, em São Paulo, as empresas na dianteira do debate climático se reúnem em seminário para discutir propostas, contribuir com a formulação de políticas públicas e com o marco regulatório sobre mudança climática. Monzoni lembra que, no mundo, a redução nas emissões passa por dois caminhos. Ou por políticas de comando e controle ou por instrumentos econômicos. Nessa segunda opção, ou se taxam produtos que emitem muito ou se trabalha com o mercado de emissões. É o modelo europeu. "Uma empresa tem direito de poluir x. Se precisa emitir mais do que aquilo, tem que ir ao mercado e comprar licenças", conta.

Iniciativas nesse caminho vêm sendo estudadas no Brasil. As experiências britânica e americana com mercados de carbono estarão em foco no seminário, assim como a construção de um similar nacional. Outro assunto importante são os planos setoriais que o governo federal têm que aprontar até a metade de dezembro. Na sexta pela manhã está previsto um encontro privado entre a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, e executivos de companhias da Plataforma Empresas pelo Clima. A intenção é definir a agenda da sustentabilidade para a década.

Outro objetivo do encontro é tentar contribuir mais com as metas que vem sendo traçadas pelo governo federal. "Estamos em um momento em que as coisas não estão claras", diz Monzoni, referindo-se às negociações climáticas globais. "Mas, independentemente dos destinos do Protocolo de Kyoto, o Brasil tem uma lei", lembra, referindo-se à lei nacional sobre mudança climática. "As empresas querem saber qual é a regra do jogo e abrir mais espaço para o diálogo."

REDD: Pesquisador do Imaflora diz que Brasil não precisa de dinheiro externo para conservar florestas

Publicado em dezembro 22, 2010 por HC
Para Maurício Voivodic, Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal deve se atrelar a um mercado interno de créditos de carbono

A última Conferência do Clima da ONU, que terminou dia 10 em Cancún (México), não conseguiu gerar um acordo vinculante de redução de emissões, mas chegou a um pacote de medidas que inclui a adoção do mecanismo de Redd – ferramenta que compensa financeiramente os países que conservam suas florestas.

No Brasil existem duas dezenas de projetos piloto de Redd, mas a falta de regulamentação e a possibilidade de que o mecanismo seja apropriado pela burocracia geram temor de que o dinheiro não chegue àqueles que protegem as matas. Reportagem de Karina Ninni, no Estadão.com.br.

Em entrevista, o engenheiro florestal Maurício Voivodic, do Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora), explica como o País pode ser favorecido pelos projetos de Redd e defende que essas iniciativas deveriam valorizar mais as riquezas florestais do que a ameaça do desmatamento.

Há quanto tempo vocês trabalham para desenvolver essas “salvaguardas”?
Isso começou em 2009 durante um evento no Mato Grosso, quando já estavam surgindo projetos de Redd na Amazônia sem nenhum tipo de regulamentação e com pouquíssima transparência. Os movimentos sociais reclamavam dos riscos que as comunidades do entorno dos projetos corriam. Então, a iniciativa partiu de entidades ligadas à Aliança dos Povos da Floresta, que é uma grande rede, e veio ao encontro do desejo de outros grupos. Foram feitas três consultas públicas entre agosto de 2009 e julho deste ano reunindo lideranças da Amazônia inteira.

Os diferentes povos da floresta estavam preocupados com as mesmas coisas?
As preocupações apareceram de acordo com situações locais e por isso foi bom ter feito essas reuniões na Amazônia. As quebradeiras de coco babaçu do Maranhão, presentes na consulta feita em Belém, estavam preocupadas pois coletam os recursos em fazendas que não são de sua propriedade. Nosso texto não as incluía como beneficiadas, mas elas são responsáveis em boa medida por fixar o carbono dos babaçuais.

Como garantir que os recursos chegarão às populações que conservam as florestas?
O que a gente tem apoiado no Imaflora é que a arquitetura institucional contemple benefício para os Estados e tenha um mecanismo que garanta que o recurso chegue aos projetos. Não sabemos como, mas entendemos que a estrutura não deve ficar só no nível do governo e nem só no dos projetos. É importante que esteja amarrada ao sistema nacional de contabilidade de emissões e de redução de desmatamento.

Isso deve ficar a cargo de um órgão ambiental?
Os órgãos existentes não dão conta de organizar isso. Será preciso criar um órgão especial para controlar a questão do mercado de carbono no Brasil. Será um grande erro se o mercado de carbono ficar só conectado a florestas. É preciso criar uma legislação que permita que a ferramenta seja plugada com o futuro mercado nacional de créditos de carbono e envolva a indústria, o setor de transportes, o de energia, as legislações climáticas estaduais…

Conectar Redd ao mercado de carbono gera polêmica no movimento ambientalista, não é?
É, mas isso tem a ver com uma maneira de discutir Redd no Brasil que, na minha opinião, é equivocada. É uma tremenda hipocrisia achar que o Brasil precisa de recurso internacional para combater o desmatamento. Não existe argumento que consiga sustentar isso. Para países mais pobres cujo foco do desenvolvimento é o desmatamento, financiamento internacional e transferência de tecnologia são fundamentais. Não é o caso do Brasil. A maior prova de que não precisamos disso para conter o desmatamento é a queda nos níveis nos últimos anos.

Insistir na captação externa denota “oportunismo” ou é uma postura ideológica?
Num primeiro momento, a possibilidade do Redd apareceu como a “oportunidade da vida” para quem trabalha com proteção de florestas. O volume de recursos que tem se cogitado é maior que qualquer outro já dirigido para isso. O PPG-7, que foi o programa que mais recebeu recursos para proteger florestas tropicais, recebeu em dez anos o que o Fundo Amazônia estava programado para receber em um. Tem uma lógica de captação de recursos, sim, de aproveitar a disponibilidade para canalizar dinheiro para reduzir o desmatamento. Mas acho que não está se pensando numa estrutura de longo prazo. Isso é um erro.

Por quê?
O Redd sozinho não se sustenta. Se o desmatamento diminuir, as florestas que estarão lá não vão receber mais recursos. Se lá na frente descobrirmos que o Redd não ajudou a reduzir emissões, que não deu certo – e temos de trabalhar com essa possibilidade – ninguém mais vai querer pagar pelas florestas em pé. Por isso defendo a conexão com o mercado de carbono. O Redd também precisa migrar para um modelo em que se valorize o estoque florestal em vez de valorizar a ameaça do desmatamento. As premissas nas quais os projetos de Redd estão fundamentados não são as que vão servir para a gente quando tivermos um mercado de carbono mais estruturado.

Reflorestamento captura mais carbono do que monocultura de árvores >>> Ambiente Brasil

Por Rafaela
Publicado:4 de agosto de 2010

Pesquisadores Australianos, ao analisarem projetos de restauro florestal, descobriram que o reflorestamento de áreas desmatadas (em especial de florestas) captura carbono de maneira mais eficiente do que plantações industriais de monoculturas, ou ainda de grandes fazendas com apenas um tipo de espécie plantada.

A pesquisa, publicada na revista científica Ecological Management & Restoration, acaba com a crença de longa data de que plantações de monoculturas podem capturar mais carbono do que uma floresta replantada. Isso é uma grande novidade para os fãs da biodiversidade, porém, o reflorestamento também custa muito mais caro.

Valor do mercado global de carbono cresce 5% >>> CarbonoBrasil

Fernanda B. Muller, do CarbonoBrasil

Cerca de 3,7 bilhões de toneladas de CO2e foram negociadas na forma de permissões de emissão da União Européia e Reduções Certificadas de Emissão (RCEs) durante os primeiros seis meses de 2010, uma queda de 10% em relação ao mesmo período no ano passado.

Porém, o valor do mercado aumentou 5% em relação ao primeiro semestre de 2009, alcançando € 48 bilhões. A retração do volume se deve principalmente a queda drástica nas transações da Iniciativa Regional de Gases do Efeito Estufa (RGGI, em inglês), de acordo com análises da Point Carbon.

Aproximadamente 18% do volume total, ou 675 milhões de toneladas, foi proveniente do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), o segundo maior segmento global do mercado após o esquema da União Européia. O valor total do MDL somou cerca de € 8 bilhões, uma alta de 47% em relação ao primeiro semestre de 2009. A expansão dos volumes negociados foi de 19%.

“Apesar da redução total no volume de carbono… o valor das transações ainda aumentou devido aos preços mais altos, indicando que no geral os mercados globais de carbono continuam a desempenhar bem apesar da recessão global”, comentou o analista sênior e autor da análise Endre Tvinnereim.

A média de preços cresceu nos mercados ao redor do globo para € 12,97/t em comparação com € 11,16/t no ano passado. As EUAs subiram de € 12,89 para € 13,80 e as RCEs secundárias ficaram na média de € 12,36.

“Os players do mercado de carbono ainda estão esperando por uma ou mais decisões políticas críticas que possam levar o mercado de carbono para o próximo nível”, ponderou Tvinnereim.

Estados Unidos
Já nos Estados Unidos com toda a indecisão em torno da legislação climática, o mercado da RGGI despencou em 2010, com o volume caindo dois terços para 110 milhões de toneladas e o valor em baixa de 77% para US$ 237 milhões (€ 194 milhões).

Ontem, a empresa Cantor CO2 anunciou o encerramento das atividades do seu escritório de carbono em Londres. As negociações na Europa serão conduzidas a partir dos Estados Unidos, segundo a empresa.

O analista de carbono da desenvolvedora de projetos Orbeo Emmanuel Fages explica que o mercado está calmo e “grande parte do volume passa por bolsas, então é mais difícil para os brokers”. As bolsas de valores dominaram o mercado de EUAs até agora em 2010, com 64% das transações de EUAs segundo a Point Carbon.

As análises englobam todos os mercados compulsórios de carbono ao redor do globo, incluindo Quioto, RGGI, New South Whales, CPRS, esquemas da Nova Zelândia e Alberta e créditos antecipados norte-americanos, não abrangendo os mercados voluntários.

(CarbonoBrasil)

Em 2010 Mercado de carbono deve crescer 33% ///Carbono Brasil - Point Carbon

Contrariando previsões de outras consultorias, relatório da Point Carbon estima que mercado feche este ano valendo US$ 170 bilhões, valorizado pela alta de preços na Europa, pelo crescimento do RGGI e pela perspectiva da criação de um cap and trade nos EUA. Poucas semanas atrás, a Bloomberg New Energy Finance (NEF) divulgou um estudo no qual afirmava que o mercado de carbono em 2010 iria viver um período de retração. Logo após isso, foi a vez dos analistas do Bank of America/Merrill Lynch dizerem que por causa das incertezas da regulamentação futura e da queda dos preços do gás natural o mercado estaria sobre uma “nuvem grande e escura”. Mas aparentemente existe uma luz no fim do túnel. A Point Carbon publicou nesta sexta-feira (29) o relatório "Outlook for 2010 and Beyond", em que afirma que o mercado deve crescer 33% em relação a 2009 e fechar o ano valendo US$ 170 bilhões. Em 2009 o mercado fechou em US$ 136 bilhões, contra US$ 133 bilhões em 2008 e US$ 58 bilhões em 2007. O maior crescimento virá, segundo a Point Carbon, da Iniciativa Regional de Gases do Efeito Estufa (RGGI) que reúne 10 estados norte-americanos. O relatório prevê que 985 Mt CO2e, avaliados em US$ 2,2 bilhões, sejam negociados pelo RGGI, um crescimento de 29% com relação a 2009. Com isso, a Iniciativa seria responsável por 12% do mercado global neste ano. O volume negociado no Esquema de Comércio de Emissões da União Européia (EU ETS) deve permanecer no mesmo patamar de 2009, com algo em torno de 5.4 Gt de CO2e negociadas. O EU ETS irá se manter como o maior mercado global, com 64% das transações, e deve fechar o ano valendo US$ 134 bilhões, uma alta de mais de 30% com relação ao valor de 2009, US$ 100 bilhões. Os preços também devem subir, a estimativa é de € 18 por tonelada, contra os atuais €12,96. O mercado de Certificados de Emissões Reduzidas (RCEs) do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) irá aumentar apesar das incertezas políticas. A Point Carbon afirma que serão negociados 1.8 Gt em 2010, 11% a mais do que em 2009, ao valor de US$ 31 bilhões. Entretanto a falta de políticas pós-Kyoto vão levar a uma queda nas negociações de RCEs primárias. Elas alcançarão apenas 240 Mt CO2e em 2010, no valor de US$ 3 bilhões. Já as secundárias irão se beneficiar e alcançarão o volume de 1,5Gt, atingindo US$ 267 bilhões. Incertezas Porém, a consultoria disse que ainda existem muitas dúvidas, a maioria relacionada com o futuro do cap and trade nos EUA e com os rumos das negociações climáticas depois da frustrante conferência do Clima em Copenhague. Por causa disso, o volume negociado em 2010 deve ser apenas 5% acima de 2009, em um total de 8,4 bilhões de CO2e. Se o cap and trade nos EUA for aprovado, esse mercado deve ultrapassar com facilidade o volume negociado no EU ETS e será a grande força mundial no setor. Entretanto, a Point Carbon estima que a possibilidade de aprovação dessa legislação no Congresso ainda em 2010 seja de apenas 20%. “O quadro geral é que sistemas de cap and trade como o EU ETS e o RGGI terão volumes estáveis ou em crescimento. Ao contrário, os mercados ligados a projetos de MDL sofrerão devido às incertezas pós-2012. Mas a grande incógnita segue sendo a criação do mercado norte-americano até o fim do ano”, resumiu Endre Tvinnereim, um dos autores do relatório. Fonte: Carbono Brasil

Fórum Econômico Mundial em Davos ampliará abordagem á Clima.///Point Carbon


Edição 2010 de Davos dará maior espaço para o tema Climático
Published: 26 Jan 2010

Políticas Climáticas e energia renovável deverão liderar as discussões em Davos no encontro que começa nesta semana.

Diversos lideres políticos e grandes empresários juntam-se em Davos nesta semana para o encontro anual do Fórum Econômico Mundial.

No Fórum do ano passado o tema central girou em torno da crise econômica que assolava o mundo relegando posição secundária à questão climática.

Nesta edição do Encontro serão abordados temas como redução das emissões e os mecanismos econômicos que compõe o crescente Mercado de carbono.

Dominic Waghray, chefe do departamento responsável por Clima no Fórum de Davos afirma que cerca de 12% das discussões terão a questão do climática e energia como temas preponderantes.Ao todo serão 227 reuniões-eventos este ano. Muito mais quando comparados ao ano passado, quando apenas 6 eventos (num total de 222) trataram de assuntos relacionados ao Clima e Energia. Em 2008 foram apenas 20 eventos. Portanto, conclui-se que estes temas vem ganhando espaço e importância na agenda do Fórum.

Como a economia global apresenta sinais de recuperação, o tema oficial do encontro será :Repense, Redesenhe, Reconstrua.O que pode facilmente acoplar-se como uma continuidade do tema debatido em Copenhagen recentemente, na Conferencia das Partes 15.

Uma das discussões mais importantes a ser realizada diz respeito á como engajar os financistas no Mercado de Carbono, depois do modesto resultado obtido em Copenhagen.

União Européia

“Serão discutidos com grande ênfase como o investimento publico e privado podem alavancar a questão das energias limpas nos países em desenvolvimento”, disse Waghray..

Connie Hedegaard, comissária de Mudanças Climáticas da União Européia, defenderá uma posição de renovação e continuidade das atividades para os mercados de carbono que hoje continuam em forte atividade mesmo com as incertezas em relação ao futuro do protocolo de Quioto e da questão da legislação interna sobre carbono ainda em discussão nos EUA.

O participantes do Fórum deverão discutir novas formas em como unir os caminhos do mercado europeu de carbono , o EU ETS, com os mercados nascentes na Índia e China , mesmo apesar da do cenário de indefinição dos EUA, afirma Waughray.

Será uma oportunidade para os grandes empresários examinarem de perto e discutirem os preços de emissões de carbono, seja ele via mercado ou via imposto (taxa), complementou.

Lideres
Líderes empresariais assim como políticos terão oportunidade de examinar de perto iniciativas como Eficiência Energética, Captura e Armazenagem de Carbono (CCS) e Desmatamento Evitado, podem desempenhar um relevante papel no controle e redução das emissões dos gases que provocam o efeito estufa.

Aproximadamente 30 chefes de estado comparecerão ao Fórum que é o acontecimento de maior importância desde a Conferencia das Partes, dezembro ultimo em Copenhagen, onde estiveram presentes pouco mais de 110 lideres de nações.

O presidente francês N. Sarkozy fará a abertura da Cúpula. Também presentes estarão o primeiro-ministro canadense Stephen Harper, país que sediará a reunião do G-8 este ano e o presidente do México, Felipe Calderón, país que sediará o encontro Climático este ano, a CoP 16.

Lideres do Brasil e Africa do Sul também participarão representando as grandes economias em desenvolvimento, as quais vêm ganhando mais espaço em um ambiente tradicionalmente dominado pelos países ricos.

Nações Unidas
Países que impossibilitados de enviar seus lideres, enviarão ministros-chave. No caso dos EUA , estará presente ao evento o negociador chefe para a questão climática, Todd Stern.

Depois de um ano onde a acordo sobre redução de emissões de carbono foi evasivo, avanços em matéria de clima são improváveis em Davos. Oportunidades de networking, debates e oficinas devem dominar a agenda do encontro.

O presidente do México, Calderón participará de um debate com o negociador sênior Shyam Saran, responsável por questões climáticas da Índia e Yvo de Boer, na próxima sexta-feira. Temas que foram previamente acordados durante o encontro de Copenhagen serão novamente colocados em pauta.

By John McGarrity - jm@pointcarbon.comT
Tradução de Laercio Bruno Filho
London

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