Carta da Terra

"Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade deve escolher o seu futuro. À medida que o mundo torna-se cada vez mais interdependente e frágil, o futuro enfrenta, ao mesmo tempo, grandes perigos e grandes promessas. Para seguir adiante, devemos reconhecer que, no meio da uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino comum. Devemos somar forças para gerar uma sociedade sustentável global baseada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade da vida, e com as futuras gerações." (da CARTA DA TERRA)

Investidores globais pedem ação contra riscos climáticos


20 de novembro de 201218h09 atualizado 18h54

Uma coalizão formada pelos maiores investidores mundiais propôs na terça-feira que os governos intensifiquem sua ação contra a mudança climática e reforcem seus investimentos em energias limpas, sob risco de perder trilhões de dólares em investimentos e em prejuízos às suas economias. Em uma carta aberta, a aliança de investidores institucionais, responsáveis por gerirem US$ 22,5 trilhões em ativos, disse que o rápido aumento nas expansões de gases do efeito estufa e os fenômenos climáticos mais extremos estão elevando os riscos para os investimentos em nível global.

O grupo defendeu um diálogo entre investidores e governos para reformular as políticas climáticas e energéticas. O apelo ocorre menos de uma semana antes do início da importante reunião climática da ONU em Doha, no Catar. Quase 200 nações vão se reunir lá entre os dias 26 de novembro e 7 de dezembro para tentar prorrogar o Protocolo de Kyoto, o atual plano, em vigor até o final do ano, destinado a restringir as emissões de gases do efeito estufa nas nações desenvolvidas.
No domingo, o Banco Mundial disse que as atuais políticas climáticas implicam que o mundo está se encaminhando para um aquecimento de até 4ºC até 2100. Isso desencadearia letais ondas de calor e secas, reduziria a oferta de alimentos e elevaria o nível dos mares. "As atuais políticas são insuficientes para evitar impactos sérios e perigosos em decorrência da mudança climática", disse o grupo de investidores dos EUA, Europa, Ásia e Austrália.
Os investimentos e fundos de pensão de milhões de pessoas correm riscos por causa da demora dos governos em exigirem maiores reduções das emissões e em oferecerem um apoio mais generoso a energias mais limpas.
O grupo disse que as políticas corretas levariam os investidores institucionais a aumentarem significativamente seus investimentos em energias limpas e na eficiência energética, citando políticas em vigor que liberaram bilhões de dólares em investimentos em energias renováveis na China, nos EUA e na Europa. Mas muitas economias continuam dependendo fortemente de combustíveis fósseis poluentes, como o carvão, e é preciso implementar políticas que acelerem a transição para uma energia mais limpa, segundo os investidores.
Eles divulgaram sete pontos de ação que deveriam ser priorizados pelos governos, inclusive o corte de subsídios aos combustíveis fósseis e a ampliação dos mercados de carbono. O grupo disse ainda que a reeleição de Barack Obama como presidente dos EUA e a mudança na liderança do regime chinês são oportunidades para realizar negociações climáticas mais rigorosas.
"Fortes políticas governamentais de redução do carbono são um imperativo urgente", disse Chris Davis, diretor de programas de investimentos da Ceres, coalizão de investidores e grupos ambientalistas com sede nos EUA.
"O furacão Sandy, que causou mais de US$ 50 bilhões em prejuízos econômicos, é típico do que podemos esperar se nenhuma ação for tomada e a tendência de aquecimento continuar", disse Davis, que também trabalha na Rede de Investidores para o Risco Climático, que agrupa cem investidores institucionais com patrimônio superior a US$ 11 trilhões.

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