No Brasil o povo Paiter Surui criou o primeiro
projeto de REDD em terra indígena para proteger o territorio da extração ilegal
de madeira, pesca e invasão para criação de gado em área protegina. As
atividades ilegais foram descobertas por membros da tribo atuando como gua das
florestais em apoio ao projeto de REDD. Eles apresentaram suas conclusões às
autoridades policiais.
A última fiscalização foi na semana passada. Os guardas, que são membros do grupo indígena Suruí Paiter, têm monitorado efetivamente o território há pelo menos dois anos. O esforço, além de garantir a floresta em pé, ajuda a ganhar créditos de carbono através do projeto REDD (redução de emissões por desmatamento e degradação) que tem o objetivo de salvar florestas ameaçadas através de ações voluntárias.
Os fiscais foram treinados por duas ONGs ambientais, Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (Idesam) e Equipe de Conservação da Amazôniaand (ECAM), e as suas acções no território indígena são coordenadas pelos próprios líderes indígenas com o apoio da Associação de Defesa Etnoambiental Kanindé (Kanindé), uma ONG local que há muito tempo é aliadas dos Suruí.
A última fiscalização foi na semana passada. Os guardas, que são membros do grupo indígena Suruí Paiter, têm monitorado efetivamente o território há pelo menos dois anos. O esforço, além de garantir a floresta em pé, ajuda a ganhar créditos de carbono através do projeto REDD (redução de emissões por desmatamento e degradação) que tem o objetivo de salvar florestas ameaçadas através de ações voluntárias.
Os fiscais foram treinados por duas ONGs ambientais, Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (Idesam) e Equipe de Conservação da Amazôniaand (ECAM), e as suas acções no território indígena são coordenadas pelos próprios líderes indígenas com o apoio da Associação de Defesa Etnoambiental Kanindé (Kanindé), uma ONG local que há muito tempo é aliadas dos Suruí.
"Nossos guardas tem fotografado as atividades e
marcam as fotos usando a tecnologia GPS", diz Almir Surui Narayamoga, chefe
geral do Paiter Surui-. "Eles também tem acompanhado os madeireiros que montaram
uma serraria dentro do território. O material agora vai ser apresentado ao
escritório local da Funai (Fundação Nacional do Índio) para que sejam tomadas
providênciasi. Precisamos que eles ajam a partir desta informação. "
Toda a atividade ilegal foi concentrada ao longo
de uma das oito entradas que dão acesso ao território, e Almir disse que os
fiscais também foram falar com "um pequeno grupo" de índios Suruí Paiter,
suspeitos de estarem ajudando madeireiros a extrair a madeira ilegalmente.
"Os Suruí estão fazendo sua parte para proteger
seus 248.000 hectares de floresta em terras tradicionais, mas eles não podem
fazer isso sozinhos", diz uma das fundadoras da Kanindé Ivaneide Bandeira. "Para
a implementação do trabalho, é urgente e essencial que o Governo Federal que
imediatamente expulse os madeireiros ilegais de terras Suruí."
O trabalho de fiscalização na Terra Indigena 7 de
setembro é destaque na imprensa internacional. Atualmente Almir Suruí e Ivaneide
Bandeira estão em Nova York, nos Estados Unidos para buscar ajuda internacional
para resolver o problema.
Uma das reportagens podem ser vistas no site
através do link abaixo: http://www.ecosystemmarketplace.com/pages/dynamic/article.page.php?page_id=9421§ion=news_articles&eod=1
Mas ao receber a denúncia a ouvidoria da Funai
com sede em Brasília reagiu afirmando que a FUNAI tem agido na área para
proteger o território.
Carta da FUNAI enviada a Almir Suruí, na íntegra:
Prezado (a) cidadão (ã),
Cumprimentando-o (a) cordialmente, em atenção a
vossa mensagem eletrônica, datada de 10 de julho de 2012, que trata acerca da
presença de madeireiros na TI Sete de Setembro, informamos o que se segue.
No que tange à informação de encaminhamento de
inúmeras cartas a esta Fundação, esclarece a Coordenação Geral de Monitoramento
Territorial (CGMT), vinculada à Diretoria de Proteção Territorial (DPT) da Funai
que foi recebida apenas uma carta que, embora endereçada à Polícia Federal de
Espigão do Oeste/RO, fora protocolizada na CR Cacoal em 9.5.12.
Desta forma, solicita a CGMT que as citadas
correspondências sejam reenviadas, ou que sejam encaminhados os números e datas
dos documentos para que sejam tomadas as providências junto à CR Cacoal,
ressaltando, ainda, que as informações contidas nesses documentos servirão de
base para um processo investigativo, em parceria com o Departamento de Polícia
Federal, para apuração das denúncias apresentadas.
Atesta a CGMT que, em resposta à carta
supracitada, foi realizada ação de monitoramento territorial pela equipe da CR
em conjunto com a Polícia Militar Ambiental, entre os dias 21.05.12 e 30.05.12,
na qual foram realizadas várias diligências nas regiões vulneráveis apontadas na
carta, com o intuito de constatar os problemas ambientais e realizar apreensões
e prisões de agentes ilegais em caso de flagrante.
Segundo informações da CGMT, durante a referida
ação, foi apreendido um caminhão carregado de madeira que saía da TI pela região
de Boa Vista do Pacarana, e foi realizada a prisão em flagrante do condutor.
Ante o exposto, afirma a CGMT que diante das
constatações feitas pelos servidores da Funai na ação supramencionada e em
outras incursões realizadas pela terra indígena, esta Fundação tem realizado um
trabalho de inteligência juntamente com a Polícia Federal no intuito de promover
uma ação eficaz para o controle da situação.
Relata a CGMT que nos últimos anos esta Fundação
tem envidado esforços, recursos humanos e financeiros na execução de ações de
fiscalização nas terras indígenas e, em particular, na TI Sete de Setembro,
sendo que em 2009 foram realizadas ações constantes de fiscalização e
monitoramento territorial na TI em comento, visando coibir os ilícitos
ambientais, sobretudo a exploração de madeira.
Conforme exposto pela CGMT, após operação de
fiscalização realizada juntamente com a Polícia Militar Ambiental na TI Sete de
Setembro, mais especificamente em sua porção oeste/região da Linha 07, no final
de 2009, foi possível desarticular um grande foco de retirada de madeiras. Na
ocasião, foi instalada uma base nessa região, que
inibiu fortemente as atividades ilegais na área, e uma outra base na Linha 14, a fim de coibir os ilícitos nessa outra porção da TI. Assevera a CGMT que a instalação dessa segunda base culminou em várias apreensões, entre madeiras, máquinas e equipamentos, a maioria dentro da terra indígena.
inibiu fortemente as atividades ilegais na área, e uma outra base na Linha 14, a fim de coibir os ilícitos nessa outra porção da TI. Assevera a CGMT que a instalação dessa segunda base culminou em várias apreensões, entre madeiras, máquinas e equipamentos, a maioria dentro da terra indígena.
Esclarece a CGMT que nos anos de 2010 e 2011 foi
dada continuidade às ações de proteção e à manutenção das duas bases de
fiscalização na TI Sete de Setembro, e, no segundo semestre de 2011, foram
intensificadas as ações na região de Boa Vista do Pacarana, cuja economia, como
exposto acima, é toda voltada à comercialização da madeira retirada das TIs Sete
de Setembro, Roosevelt e Zoró.
Consoante afirmado pela CGMT, no mês de outubro,
mais especificamente, foram realizadas algumas ações de fiscalização pela CR
Cacoal, juntamente com a Polícia Militar Ambiental e Polícia Federal,
adentrando-se à TI Sete de Setembro ; percorrendo-se os carreadores abertos
pelos madeireiros até o limite com a TI Zoró; realizando-se rondas no entorno da
TI Sete de Setembro e sobrevoo sobre as TIs Sete de Setembro, Roosevelt e Parque
do Aripuanã.
Cumpre esclarecer que afirma a CGMT que as
referidas ações resultaram na apreensão de caminhões carregados de madeiras no
entorno das TIs que não apresentaram a documentação legal necessária.
Nos últimos anos, especialmente em 2009, acusa a
CGMT que a Funai reforçou e implementou ações de fiscalização na TI Sete de
Setembro, por meio de parcerias com o Departamento de Polícia Federal - DPF, o
IBAMA e a Polícia Militar Ambiental, chegando a paralisar toda a atividade
madeireira no território por um período.
Ressalta a CGMT que o trabalho acima explanado só
foi bem sucedido haja vista que naquele momento a comunidade esteve de acordo e
colaborou com as ações de fiscalização.
Ademais, conforme informações da CGMT, foi
proposta Ação Civil Pública pelo MPF, Funai e IBAMA contra nove madeireiras de
Pacarana suspeitas de beneficiamento das madeiras provenientes das TIs Sete de
Setembro, Roosevelt e Zoró.
Outrossim, atesta a CGMT que a Funai, desde 2010,
vem desenvolvendo trabalho em conjunto com os agentes ambientais indígenas nas
atividades de monitoramento territorial com o objetivo de que os indígenas,
maiores conhecedores do território e dos problemas ambientais enfrentados,
possam qualificar os problemas para uma atuação mais efetiva e eficiente da
Funai e dos demais órgãos competentes.
Convém elucidar que, conforme afirmado pela CGMT,
em 2011, quando houveram diversas denúncias de extração de madeira na TI Sete de
Setembro, a Funai trabalhou em parceria com os agentes ambientais indígenas
indicados pelas associações dos clãs do povo Surui.
Igualmente, aduz a CGMT que a Funai realizou
trabalho de esclarecimento e diálogo com os indígenas envolvidos na extração
ilegal de madeira na tentativa de dissuadi-los a abandonar o ilícito e a
desenvolverem atividades ilícitas e sustentáveis para a geração de renda.
Impende esclarecer que a CGMT atesta que esta
Fundação vem apoiando no ano de 2011 e 2012 todas as aldeias, independentemente
das divisões políticas, na coleta e comercialização de castanha e látex, bem
como no apoio para roças, além de apoiar a produção e o escoamento de diversos
produtos como banana, milho, abacaxi e o café, cultivados e comercializados pelo
povo Surui.
No que tange à informação veiculada acerca da
presença de madeireiros, destaca a CGMT que esta Fundação tem recebido
informações qualificadas de seus servidores sobre a situação, sendo que estas
estão sendo trabalhadas em planejamento conjunto com o DPF para ação estratégica
na região em breve.
Aproveitando a oportunidade, a CGMT solicita da
Associação Metareilá informações mais qualificadas do que as veiculadas na
internet, de modo que possam contribuir para uma ação efetiva de combate à
exploração de madeira na TI Sete de Setembro.
Por fim, informa a CGMT que as atividades de
fiscalização realizadas na CR de Cacoal e pela Funai Sede vem alcançando outros
resultados consideráveis, a saber: (i) realização de diversas
ações de fiscalização que resultaram na apreensão de equipamentos e maquinários
no interior da TI utilizados na exploração de madeira, caça e pesca ilegais
(ii) abertura de inquérito pela Polícia Federal para investigar
crime ambiental com participação de sitiantes arrendatários de terra; e
(iii) participação em Ação Civil Pública (nº
13772-98.2011.4.01.4100) proposta pelo MPF que culminou no fechamento de 7
(sete) serrarias do distrito de Boa Vista do Pacarana, município de Espigão
d’Oeste/RO, embora já em funcionamento por medidas judiciais.
Ainda nessa esteira, no que tange às denúncias
feitas sobre o envolvimento de servidores novos em ilegalidades, a CGMT solicita
que essas denúncias sejam encaminhadas oficialmente para providências cabíveis,
sugerindo-se ainda que, caso haja qualquer constrangimento ou ameaças pessoais a
Vossa Senhoria, que seja marcado um depoimento sigiloso na DPF para que as
denúncias possam ser feitas com mais segurança. Todavia, se não houver elementos
consistentes sobre as denúncias, solicita-se mais cautela, já que as informações
levianas, além de implicações legais, poderão fragilizar o trabalho construído
na CR Cacoal nos últimos anos ao colocar em posição de desconfiança os
servidores e o próprio Coordenador Regional.
Colocamo-nos à disposição para colaborar nas
discussões relacionadas ao assunto.
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