Carta da Terra

"Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade deve escolher o seu futuro. À medida que o mundo torna-se cada vez mais interdependente e frágil, o futuro enfrenta, ao mesmo tempo, grandes perigos e grandes promessas. Para seguir adiante, devemos reconhecer que, no meio da uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino comum. Devemos somar forças para gerar uma sociedade sustentável global baseada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade da vida, e com as futuras gerações." (da CARTA DA TERRA)

ALIMENTAÇÃO NO MUNDO: A PESCA COM SUSTENTABILIDADE

Recentemente abordamos a questão da alimentação em escala global, apontando alguns pontos críticos de estrangulamento, como por exemplo o fato da demanda ser muito superior á oferta atual como decorrência do encarecimento em nível mundial do alimento básico. Fator que prejudica principalmente os países de pobreza extrema do continente africano.

Apresentamos ainda um foco especifico sobre as externalidades da pesca industrial e da Aquacultura.
Estudos relatam que para cada 1 Kg de peixe "nobre"(salmão, truta) produzido nas "fazendas de peixes" são necessários outros 4/5 kgs de peixes capturados no mar, considerados menos "nobres", e destinandos para fabricação de ração para as tais fazendas.
Este ciclo, entre outros,torna a atividade pesqueira insustentável a médio prazo.
Os estoques de pescados estão se exaurindo em todos os oceanos.

Abaixo seguem alguns links deste artigo, que postamos em outubro.

http://sendosustentavel.blogspot.com/2009/10/aquacultura-fazendas-de-peixes.html

http://sendosustentavel.blogspot.com/2009/10/fish-farming.html


http://sendosustentavel.blogspot.com/2009/10/problem-with-salmon-farming-in-bc.html



Hoje trazemos um importante artigo sobre a pesca industrial que está sendo discutida na reunião da Comissão Internacional para a Conservação do Atum Atlântico (Iccat), que acontece em Porto de Galinhas, Pernambuco.

"A captura comercial do atum nasceu, em Pernambuco, há mais de 50 anos. Nesta semana, o estado tem nova chance de entrar para a história da pesca. E, desta vez, deixar um saldo positivo. É que a posição brasileira na reunião da Comissão Internacional para a Conservação do Atum Atlântico (Iccat), que acontece até domingo em Porto de Galinhas, segue a tendência da sustentabilidade. Nessa linha, a delegação brasileira deixará uma marca se conseguir um acordo pela redução das cotas de espécies como espadarte, albacora bandolim e atum azul. Mas, para bater o martelo e garantir a sobrevivência de peixes já ameaçados de extinção, será preciso convencer os 50 países membros, inclusive líderes no setor, como Japão e Espanha. Uma batalha polida que pode definir o futuro dos oceanos.

A reunião acontece a portas fechadas, em um cenário semelhante ao de grandes encontros da ONU: cada participante tem na mesa à sua frente uma placa indicando o país que representa e todos usam fones para ouvir a tradução dos discursos. “O encontro não é do Brasil e estamos seguindo normas internacionais. Algumas delegações não querem expor suas posições antes do resultado final”, esclareceu o assessor para assuntos internacionais do Ministério da Pesca, Osvaldo Barbosa. O ponto que tem causado maior repercussão é a revisão e redução da cota do atum azul, posicionamento que não foi aprovado no ano passado e despertou grande polêmica entre as entidades ambientais. Neste ano, a expectativa é que o limite passe de 19,5 mil toneladas para 15 mil.

A redução foi recomendada pelo comitê científico da Iccat desde o ano passado, mas a comissão cedeu à pressão industrial. A medida, de acordo com entidades ambientais, agravou o quadro da espécie que já não é encontrada no Brasil. O presidente da Iccat, o pesquisador e professor da Universidade Federal Rural de Pernambuco Fábio Hazin, informou que o Brasil é favorável à revisão.
Mas as entidades ambientais temem que as decisões entorno do atum azul sirvam para despistar o resto do debate. Ou a ausência dele.”Ouvir o comitê científico é o mínimo. Queremos que a pesca do atum azul seja proibida, assim como a de outras espécies”, destacou a coordenadora de Oceanos do Greenpeace, Leandra Gonçalves.
Ela também defende que o Iccat deveria pressionar os governos a criar métodos de fiscalização e controle da pesca rigorosos.
“Não adianta reduzir as cotas e não garantir o cumprimento dos países. As espécies são migratórias e precisam ser protegidas em toda a extensão. É preciso garantir espaço e tempo para elas se reproduzirem”, disse Leandra, referindo-se as mais de 30 espécies de atuns, agulhões, dourados e tubarões que estão sob a gestão da Iccat. De acordo com Hazin, a pesca brasileira deverá sofrer interferência diante da nova cota para o espadarte. O limite atual é de 17 mil toneladas capturadas em todos os países membros, sendo 4.720 toneladas no Brasil. A expectativa é que a redução total seja de 2 mil toneladas. “Precisamos de cotas novas se quisermos garantir a sustentabilidade da pesca brasileira, que está começando a crescer”, afirmou. A pesca em todo o país é de um milhão de toneladas, sendo 25 mil toneladas em Pernambuco. Mas as novas cotas poderão traçar um novo rumo para o setor pesqueiro e os cardápios de cada país.

A ordem no mar

O que é a ICCAT?

É a Comissão Internacional para a Conservação do Atum Atlântico que tem a responsabilidade de avaliar os estoques pesqueiros e controlar a pesca de espécies migratórias no Oceano Atlântico e Mar Mediterrâneo. São consideradas espécies de atuns e espadartes, agulhões, tubarões e outras.

O que a reunião vai discutir?

Os principais pontos da reunião discutirão a redução da cota de pesca válida para o atum azul e outras espécies, entre elas o espadarte, a albacora bandolim e a albacora do Norte. Além disso, os participantes discutirão estratégias para tornar a comissão mais rigorosa no cumprimento às medidas

Quem participa das delegações?

Membros do governo de 50 países da região, além de empresários, ONGs, organismos multilaterais como a FAO, representantes das universidades e associações diversas

Qual a posição do Brasil?

O Brasil é favorável à redução da cota de 19.500 toneladas de atum azul para 15 mil toneladas, além da redução de 17 para 15 mil toneladas na cota do espadarte e da limitação das albacoras. Outros países, como a União Européia, ainda não se manifestaram."

Fonte: Ministério da Pesca, UFRPE, ICCAT
Fonte: Diario de Pernambuco Caderno Vida Urbana 11/nov/09



Veja o filme sobre pesca predatória e suas consquencias:

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