Hoje os países desenvolvidos,detentores do capital financeiro e economico mundial, investem cada vez mais em aquisições de glebas imensas de terras agricultáveis em países pobres e em desenvolvimennto. E isto inclui o Brasil.
São diversos os objetivos perseguidos por estes países. A seguir listamos alguns:
(i) manter uma posição segura frente á escassez mundial de alimentos que em algumas décadas assolará o planeta, haja vista o crescimento das populações pobres,a concentração do capital financeiro e intelectual , assim como da tecnologia nas mãos de poucos e desta forma impossibilitando qualquer ação eficaz e autonoma em relação aos ricos ao mesmo tempo que mantendo as atuais posições de submissão e;
(ii) garantir espaço para produzir em escala global, proporcionando o auto-sustento e comercializando o excedente á preços exorbitantes(inclusive para os nativos destes países), como já é hoje e trata-se de uma das principais razões da Fome e Subnutrição do mundo pobre.
Esta e a chamada Terceira Onda; o outsourcing da produção de alimentos.
Abaixo selecionamos e postamos alguns artigos que discorrem de forma objetiva sobre o tema.
CESTRAS, de Portugal
"Antes de questionarmos se a compra de terras é boa ou má - ou melhor,
para respondermos a essa questão - devemos analisar o fenómeno à luz
dos conceitos de Pegada Ecológica e de Biocapacidade, e das noções
afins de Credores e Devedores Ecológicos (remeto para o Living Planet
Report 2008, que o CESTRAS editou em português).
A newsletter da Global Footprint Network acaba de lançar uma nota
sobre o tema:
The world's economic powers are engaged in a new wave of outsourcing –
one that poses a stark distinction with that of manufacturing in the
1980s, and information technology in the 1990s, according to a recent
report in The Economist (“Buying Farmland Abroad: Outsourcing's Third
Wave,” May 23, 2009). Concerned by recent world food shortages, rich
governments are buying up tracks of land in foreign (mostly
low-income) countries to ensure continued access to food and other
vital agricultural resources."
Talvez esvaziemos a perspectiva moral ("bom ou mau?") se remetermos o
tema para uma simples questão de mercado. Aqui, resta saber quando é
que os credores ecológicos vão perceber que detêm um bem escasso - uma
campanha que a Global Footprint Network vem fazendo.
Nessa altura, por elementar efeito da lei da oferta e da procura,
comprar terra passará a ser mais caro - o que pode ter várias
consequências. Entre as quais, uma nova abordagem à questão da dívida
externa dos países em desenvolvimento que tenham elevada biocapacidade.
Links:
http://assets.panda.org/downloads/living_planet_report_2008.pdf
São diversos os objetivos perseguidos por estes países. A seguir listamos alguns:
(i) manter uma posição segura frente á escassez mundial de alimentos que em algumas décadas assolará o planeta, haja vista o crescimento das populações pobres,a concentração do capital financeiro e intelectual , assim como da tecnologia nas mãos de poucos e desta forma impossibilitando qualquer ação eficaz e autonoma em relação aos ricos ao mesmo tempo que mantendo as atuais posições de submissão e;
(ii) garantir espaço para produzir em escala global, proporcionando o auto-sustento e comercializando o excedente á preços exorbitantes(inclusive para os nativos destes países), como já é hoje e trata-se de uma das principais razões da Fome e Subnutrição do mundo pobre.
Esta e a chamada Terceira Onda; o outsourcing da produção de alimentos.
Abaixo selecionamos e postamos alguns artigos que discorrem de forma objetiva sobre o tema.
CESTRAS, de Portugal
"Antes de questionarmos se a compra de terras é boa ou má - ou melhor,
para respondermos a essa questão - devemos analisar o fenómeno à luz
dos conceitos de Pegada Ecológica e de Biocapacidade, e das noções
afins de Credores e Devedores Ecológicos (remeto para o Living Planet
Report 2008, que o CESTRAS editou em português).
A newsletter da Global Footprint Network acaba de lançar uma nota
sobre o tema:
The world's economic powers are engaged in a new wave of outsourcing –
one that poses a stark distinction with that of manufacturing in the
1980s, and information technology in the 1990s, according to a recent
report in The Economist (“Buying Farmland Abroad: Outsourcing's Third
Wave,” May 23, 2009). Concerned by recent world food shortages, rich
governments are buying up tracks of land in foreign (mostly
low-income) countries to ensure continued access to food and other
vital agricultural resources."
Talvez esvaziemos a perspectiva moral ("bom ou mau?") se remetermos o
tema para uma simples questão de mercado. Aqui, resta saber quando é
que os credores ecológicos vão perceber que detêm um bem escasso - uma
campanha que a Global Footprint Network vem fazendo.
Nessa altura, por elementar efeito da lei da oferta e da procura,
comprar terra passará a ser mais caro - o que pode ter várias
consequências. Entre as quais, uma nova abordagem à questão da dívida
externa dos países em desenvolvimento que tenham elevada biocapacidade.
Links:
http://assets.panda.org/downloads/living_planet_report_2008.pdf
David da Silva e Sousa
Director
CESTRAS
Centro de Estudos e Estratégias para a Sustentabilidade
www.cestras.org
NÃO DEIXE DE LER ESTE ARTIGO PUBLICADO NO "THE ECONOMIST":
"Outsourcing's third wave"
May 21st 2009
From The Economist print edition
Rich food importers are acquiring vast tracts of poor countries' farmland. Is this beneficial foreign investment or neocolonialism?
(...) Investment in foreign farms is not new. After the collapse of the Soviet Union in 1991 foreign investors rushed to snap up former state-owned and collective farms. Before that there were famous—indeed notorious—examples of European attempts to set up flagship farms in ex-colonies, such as Britain’s ill-fated attempt in the 1940s to turn tracts of southern Tanzania into a limitless peanut prairie (the southern Tanganyika groundnut scheme). The phrase “banana republics” originally referred to servile dictatorships running countries whose economies were dominated by foreign-owned fruit plantations.
(...) The Saudi programme is an example of a powerful but contentious trend sweeping the poor world: countries that export capital but import food are outsourcing farm production to countries that need capital but have land to spare. Instead of buying food on world markets, governments and politically influential companies buy or lease farmland abroad, grow the crops there and ship them back.
(...) But several things about the current fashion are new. One is its scale. A big land deal used to be around 100,000 hectares (240,000 acres). Now the largest ones are many times that. In Sudan alone, South Korea has signed deals for 690,000 hectares, the United Arab Emirates (UAE) for 400,000 hectares and Egypt has secured a similar deal to grow wheat. An official in Sudan says his country will set aside for Arab governments roughly a fifth of the cultivated land in Africa’s largest country (traditionally known as the breadbasket of the Arab world).
It is not just Gulf states that are buying up farms. China secured the right to grow palm oil for biofuel on 2.8m hectares of Congo, which would be the world’s largest palm-oil plantation. It is negotiating to grow biofuels on 2m hectares in Zambia, a country where Chinese farms are said to produce a quarter of the eggs sold in the capital, Lusaka. According to one estimate, 1m Chinese farm labourers will be working in Africa this year, a number one African leader called “catastrophic”.
Read here the full article:
http://www.economist.com/world/international/PrinterFriendly.cfm?story_id=13692889
Mongabay.com
"Rich countries buy up agricultural land in poor countries"
Jeremy Hance
mongabay.com
May 26, 2009
Over two-and-half million hectares in the Democratic Republic of the Congo; half a million hectares in Tanzania; and a quarter of a million hectares in Libya: these figures represent just some of the recent international land deals where wealthy countries buy up land in poorer nations for food, and sometimes biofuel, production. The controversial trend has sparked a recent report from the International Food Policy Research Institute (IFPRI) highlighting what nations have to gain—and lose—from participating in such deals.
Read the full article here:
http://print.news.mongabay.com/2009/0525-hance_landbuys.html?print
Jeremy Hance
mongabay.com
May 26, 2009
Over two-and-half million hectares in the Democratic Republic of the Congo; half a million hectares in Tanzania; and a quarter of a million hectares in Libya: these figures represent just some of the recent international land deals where wealthy countries buy up land in poorer nations for food, and sometimes biofuel, production. The controversial trend has sparked a recent report from the International Food Policy Research Institute (IFPRI) highlighting what nations have to gain—and lose—from participating in such deals.
Read the full article here:
http://print.news.mongabay.com/2009/0525-hance_landbuys.html?print
O ARTIGO ABAIXO FOI PUBLICADO EM DEZEMBRO DE 2008.
Desde então, passado hum ano não mudou absolutamente nada.
Semana passada em ROMA, aconteceu a Reunião Mundial da FAO, Orgamismo Mundial que cuida da Fome. Aconteceu em Roma, Lula esteve presente assim como diversos outros lideres mundiais.
Nada foi decidido no que tange a como reduzir a fome nos países pobres.
Leia o artigo abaixo. Ele completa o "overview" com os artigos anteriores sobre este tema.
Número dos subnutridos aumentou para os 963 milhões
Publicado em Dezembro 12, 2008 por maritamari
Mais 40 milhões de pessoas foram empurradas para a fome este ano devido, principalmente, ao aumento do preço dos alimentos, revela uma estimativa publicada pela FAO a 9 de Dezembro, no The State of Food Insecurity in the World 2008 . Isto significa que o número de sub-nutridos no mundo é de 963 milhões, comparado com os 923 milhões de 2007, mas também que a crise económica e financeira actual pode atirar ainda mais pessoas para a fome e pobreza, avisou a FAO.
“Os preços dos alimentos cairam desde o início de 2008, mas a baixa de preços não acabaram com a crise alimentar em muitos países pobres”, referiu um assistente da FAO. “Para milhões de pessoas nos países em desenvolvimento, comer um mínimo por dia para ter uma vida activa e saudável é um sonho distante. Os problemas estruturais da fome, como a falta de acesso à terra, crédito e emprego, combinados com os preços elevados continuam uma realidade grave”, referiu.
O preço dos principais cereais cairam cerca de 50% dos seus picos no início de 2008 mas continuaram elevados comparados com os anos anteriores. Apesar da sua queda acentuada nos recentes meses, o Index de Preços da FAO de Outubro era 28% superior do que em Outubro de 2006. Com os preços das sementes e fertiizantes (e outros inputs) a mais que duplicar desde 2006, os agricultores pobres viram-se impossibilitados de aumentar a produção. Mas os agricultores ricos, em particular os dos países desenvolvidos, conseguiram pagar os maiores custos de produção. Em resultado, a produção de cereais nos países desenvolvidos deverá aumentar pelo menos 10% em 2008. Nos países em desenvolvimento não deverá aumentar sequer 1%.
“Se os preços altos e a crise de crédito forçarem os agricultores a cultivarem menos alimentos, outro ciclo dramático de preços elevados para os alimentos pode acontecer no próximo ano”, referiu. “A cimeira mundial para a alimentação para 1996 propôs-se a reduzir os esfomeados para metade em 2015, o que requer um compromisso político forte e um investmento nos países pobres de pelo menos 30 mil milhões de dólares por ano para a protecção da agricultura e social dos pobres”, disse.
65% dos sub-nutridos vivem em 7 países: Índia, China, Congo, Bangladesh, Indonésia, Paquistão e Etiópia. Na África sub-sahariana, 1 em cada 3 pessoas são esfomeados crónicos.
Link:
http://images.google.com/imgres?imgurl=http://outrapolitica.files.wordpress.com/2008/12/fome.jpg&imgrefurl=http://outrapolitica.wordpress.com/2008/12/12/numero-dos-subnutridos-aumentou-para-os-963-milhoes/&usg=__DECHBZz-dwhrhR-hmcdmeLTTs-g=&h=349&w=450&sz=43&hl=en&start=10&sig2=1xkMwTeB4ey2DX6ykS03hw&tbnid=RvCiM_1fYYF5HM:&tbnh=98&tbnw=127&prev=/images%3Fq%3Dfome%26gbv%3D2%26hl%3Den%26sa%3DG&ei=4isLS8zmEtPR8AbZgpXNDg
Leia o artigo abaixo. Ele completa o "overview" com os artigos anteriores sobre este tema.
Número dos subnutridos aumentou para os 963 milhões
Publicado em Dezembro 12, 2008 por maritamari
Mais 40 milhões de pessoas foram empurradas para a fome este ano devido, principalmente, ao aumento do preço dos alimentos, revela uma estimativa publicada pela FAO a 9 de Dezembro, no The State of Food Insecurity in the World 2008 . Isto significa que o número de sub-nutridos no mundo é de 963 milhões, comparado com os 923 milhões de 2007, mas também que a crise económica e financeira actual pode atirar ainda mais pessoas para a fome e pobreza, avisou a FAO.
“Os preços dos alimentos cairam desde o início de 2008, mas a baixa de preços não acabaram com a crise alimentar em muitos países pobres”, referiu um assistente da FAO. “Para milhões de pessoas nos países em desenvolvimento, comer um mínimo por dia para ter uma vida activa e saudável é um sonho distante. Os problemas estruturais da fome, como a falta de acesso à terra, crédito e emprego, combinados com os preços elevados continuam uma realidade grave”, referiu.
O preço dos principais cereais cairam cerca de 50% dos seus picos no início de 2008 mas continuaram elevados comparados com os anos anteriores. Apesar da sua queda acentuada nos recentes meses, o Index de Preços da FAO de Outubro era 28% superior do que em Outubro de 2006. Com os preços das sementes e fertiizantes (e outros inputs) a mais que duplicar desde 2006, os agricultores pobres viram-se impossibilitados de aumentar a produção. Mas os agricultores ricos, em particular os dos países desenvolvidos, conseguiram pagar os maiores custos de produção. Em resultado, a produção de cereais nos países desenvolvidos deverá aumentar pelo menos 10% em 2008. Nos países em desenvolvimento não deverá aumentar sequer 1%.
“Se os preços altos e a crise de crédito forçarem os agricultores a cultivarem menos alimentos, outro ciclo dramático de preços elevados para os alimentos pode acontecer no próximo ano”, referiu. “A cimeira mundial para a alimentação para 1996 propôs-se a reduzir os esfomeados para metade em 2015, o que requer um compromisso político forte e um investmento nos países pobres de pelo menos 30 mil milhões de dólares por ano para a protecção da agricultura e social dos pobres”, disse.
65% dos sub-nutridos vivem em 7 países: Índia, China, Congo, Bangladesh, Indonésia, Paquistão e Etiópia. Na África sub-sahariana, 1 em cada 3 pessoas são esfomeados crónicos.
Link:
http://images.google.com/imgres?imgurl=http://outrapolitica.files.wordpress.com/2008/12/fome.jpg&imgrefurl=http://outrapolitica.wordpress.com/2008/12/12/numero-dos-subnutridos-aumentou-para-os-963-milhoes/&usg=__DECHBZz-dwhrhR-hmcdmeLTTs-g=&h=349&w=450&sz=43&hl=en&start=10&sig2=1xkMwTeB4ey2DX6ykS03hw&tbnid=RvCiM_1fYYF5HM:&tbnh=98&tbnw=127&prev=/images%3Fq%3Dfome%26gbv%3D2%26hl%3Den%26sa%3DG&ei=4isLS8zmEtPR8AbZgpXNDg
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