16 de junho de 2010
Estadão.edu
Ana Soares e Giannetti falaram da importância da inquietação na formação dos jovens
O economista Eduardo Giannetti da Fonseca e a consultora de gastronomia Ana Soares abriram nesta quarta-feira o ciclo de debates do suplemento de educação Estadão.edu que ocorre até sexta na Livraria Cultura do Conjunto Nacional. Apesar de formações aparentemente distintas, a trajetória dos dois teve um ponto comum: ambos moraram e trabalharam na Europa depois da graduação. Foi com essa experiência que eles falaram da importância do estudo e da angústia que todo jovem passa ao decidir os caminhos da vida.
Inspirado na seção Coisas Que Eu Queria Saber aos 21, do Estadão.edu, o evento marca a 2.ª edição do Encontros Estadão & Cultura. Os debates têm início às 12h30, e a entrada é gratuita. Até sexta-feira, profissionais de destaque falam de sua vida acadêmica e do que consideram relevante na formação profissional.
Nesta quinta-feira, dividem a mesa o escritor Milton Hatoum e Denise Damiani, executiva da consultoria Accenture. Por fim, na sexta-feira, o biólogo Fernando Reinach debate com o público. O evento ocorre no Teatro Eva Herz da Livraria Cultura, no Conjunto Nacional (Avenida Paulista, 2.703).
Formação
Formada em Arquitetura pela USP, Ana morou em Paris nos anos 70 e foi lá que realizou seus primeiros trabalhos com gastronomia. De volta ao Brasil, ela continuou fazendo projetos arquitetônicos, mas a cozinha passou a ocupar cada vez mais espaço em sua vida. Hoje, Ana é responsável pelo cardápio de cerca de 60 casas de sucesso em São Paulo, como Filial e Pirajá.
"É prazeroso saber que um percurso tão tortuoso como o meu tenha algo a acrescentar para quem assistiu o debate", disse Ana, ao fim do evento. "Sempre há tempo para rever nosso caminho." Para isso, ela acredita na importância da formação do jovem.
Hoje professor do Insper, Giannetti também ressaltou a importância da vivência no exterior para o desenvolvimento de uma visão crítica sobre o Brasil. "Eu só entendi o meu País quando estava na Nigéria", afirmou. Do continente africano, Giannetti foi para a Inglaterra, onde conseguiu uma bolsa de estudos na prestigiada Universidade de Cambridge para cursar o doutorado. "Lá, você lida com a nata da pesquisa científica mundial em diversas áreas."
Giannetti se formou em Economia e Ciências Sociais na USP. Durante o debate, ele contou que os anos de universidade foram dedicados ao estudo do marxismo. "Naquela época, fim dos anos 70, o apelo era irresistível", lembrou. A partir da vivência no exterior, ele concluiu sobre o universitário brasileiro: "Ele segue a lei do menor esforço: decora o livro texto e reproduz em provas. Mas precisa entender que a chance de estudar quatro anos numa faculdade é algo que vai mudar todo o seu ciclo de vida."
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