Carta da Terra

"Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade deve escolher o seu futuro. À medida que o mundo torna-se cada vez mais interdependente e frágil, o futuro enfrenta, ao mesmo tempo, grandes perigos e grandes promessas. Para seguir adiante, devemos reconhecer que, no meio da uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino comum. Devemos somar forças para gerar uma sociedade sustentável global baseada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade da vida, e com as futuras gerações." (da CARTA DA TERRA)

Consumo sustentável pressionará setor de embalagens

07 de outubro de 2010 15h 53
 CIRCE BONATELLI - Agencia Estado
SÃO PAULO - A Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alta Reciclabilidade (Abralatas) alertou hoje, durante encontro empresarial em São Paulo, para o aumento das exigências ambientais que vão recair sobre o setor de embalagens e demais setores produtivos nos próximos anos. Os principais pontos de pressão vão partir do próprio consumidor, que tende a dar preferência por produtos mais sustentáveis, e por novas regulamentações de órgãos públicos direcionadas para empresas que causarem grandes danos ambientais.

"A sociedade percebe os danos da ação dos mercados e pressiona por medidas mitigadoras, como foi o caso da discussão sobre mudanças climáticas", afirmou Renault de Freitas, diretor executivo da Abralatas. Por conta disso, produtos que agregam inovações sustentáveis tendem a ganhar espaço nas casas de consumidores e também nas prateleiras das redes varejistas. Nos Estados Unidos, por exemplo, as decisões de compra do Walmart já passaram a preterir produtos sem o mínimo de 10% de teor reciclado na composição. Freitas também lembrou que a atividade empresarial deverá se adaptar cada vez mais a normas reguladoras do governo, como a recente Política Nacional de Resíduos Sólidos, sancionada neste ano pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.


Diante do aquecimento do mercado de alimentos e bebidas, a indústria de latas de alumínio prevê investir R$ 738 milhões até março de 2011 no aumento da produção, segundo o diretor da Abralatas. Com o investimento, o setor espera expandir a produção anual de 16 bilhões de unidades em 2010 para 24 bilhões em 2011. Freitas defendeu que parte desses recursos devem ser direcionados a inovações tecnológicas para diminuir o consumo de matéria-prima e energia elétrica na fabricação das latas, além de privilegiar a reciclagem e a reutilização das diversas embalagens. Como exemplo de medidas já realizadas, ele citou a redução da quantidade de alumínio utilizada na fabricação das latinhas.

De acordo com o estudo apresentado hoje pela Associação do Alumínio, organização sediada nos Estados Unidos, a matriz americana conseguiu diminuir em 15% a quantidade do metal presente em cada lata, se comparada com a mesma unidade fabricada em 1993. No mesmo período, a emissão de gases efeito estufa na fabricação das latas recuou 44%. O vice-presidente de Comunicação da Associação do Alumínio, Steve Gardner, elogiou ainda o índice de 91,5% de reciclagem das embalagens de alumínio no Brasil. Este é o índice mais alto do mundo, à frente dos EUA, onde apenas metade das latinhas é reciclada, um valor abaixo da média mundial de 69%. Uma das principais vantagens da reciclagem, segundo Gardner, é que o uso do alumínio reciclado diminui em até 95% o gasto de energia no processo de produção de novas latas.

Entre os materiais utilizados em embalagens, as latas têm o maior índice de reciclagem. Em seguida vêm as garrafas de plástico (54,8%), vidro (47%) e papel cartão, usadas para sucos e chás (26,6%). Durante o encontro hoje em São Paulo, a Coca-Cola anunciou que vai reforçar a presença das garrafas de vidro no mercado, como medida para aumentar a reciclagem e reutilização do material. "Uma garrafa dura em média cinco anos e diminui o carbono que seria emitido na fabricação de novas unidades", disse Rino Abbondi, vice-presidente de Técnica e Logística da Coca-Cola no Brasil.

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