Carta da Terra

"Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade deve escolher o seu futuro. À medida que o mundo torna-se cada vez mais interdependente e frágil, o futuro enfrenta, ao mesmo tempo, grandes perigos e grandes promessas. Para seguir adiante, devemos reconhecer que, no meio da uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino comum. Devemos somar forças para gerar uma sociedade sustentável global baseada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade da vida, e com as futuras gerações." (da CARTA DA TERRA)

Mobilidade: BRT é defendido nos debates

Escrito por Fetranspor
especial Michelin Challenge Bibendum
O superintendente da Associação Nacional das Empresas de Transporte Urbano, Marcos Bicalho dos Santos, disse que o projeto de BRT ganhou destaque, durante o Challenge Bibendum. Segundo ele, a maioria dos especialistas defendeu o BRT, acreditando que ele pode favorecer a mobilidade rodoviária sustentável. Para Bicalho, o evento é importante porque reúne o setor, e isso fortalece o movimento de crescimento de alternativas para uma mobilidade sustentável.

“É um momento de satisfação. O Challenge Bibendum está permitindo a geração de uma sinergia no setor, que resultará em melhorias. O BRT vem sendo destacado como uma boa alternativa diante das preocupações com o meio ambiente. Em 2012, vamos ter uma nova realidade de tecnologia de motor – o Euro 5. O BRT já atuará com esta novidade. Com isso, teremos condições de aliar a tecnologia do BRT aos novos sistemas de combustíveis”, afirmou.

No primeiro dia do evento, o Ministério das Cidades promoveu o debate “Transportes, Mobilidade, Cidades e Sustentabilidade”. Participaram da mesa o ministro das Cidades, Márcio Fortes; o ex-governador do Paraná, Jaime Lerner; o especialista Luis Antonio Lindau; o consultor do ITDP, Jonas Hagen; o subsecretário municipal de Transportes, Rômulo Orrico; o consultor do ministério dos Transportes, João Alencar, e a colaboradora do ministério das Cidades, Luiza Gomide.

O tema do painel foi "Transporte e Mobilidade como Elementos Configuradores do Espaço Urbano". Foram abordados aspectos de integração modal e a relação entre infraestrutura de transportes e a ocupação do solo. A temática incluiu mudanças climáticas, financiamento e investimento em infraestrutura.

O ex-governador Jaime Lerner abriu o painel, dizendo que o Brasil "nunca esteve tão per to e, ao mesmo tempo, tão longe de dar uma resposta a problemas fundamentais na cidade: mobilidade, sustentabilidade e coexistência". De acordo com Lerner, o Brasil tem o Ministério das Cidades, que prioriza o transporte. "Hoje o Brasil é o país com a melhor tecnologia de BRT, temos de avançar nesta questão da mobilidade, mas as coisas têm de acontecer", afirmou. Para Lerner, o metrô não é a solução para a mobilidade sustentável. “O metrô não pode ser a solução, se a superfície for bem operada. Não se pode somente operar corredores, mas, sim, conceber bem as cidades”.

Jonas Hagen falou sobre o processo de transformação da superfície da cidade de Nova Iorque, que até 2006 era dominada pelos automóveis, e, desde então, vem passando por uma reformulação, com a integração modal e o advento do transporte por bicicletas. A mudança é creditada à intervenção da prefeitura local, a partir da iniciativa de usar de forma adequada o espaço urbano. Nova Iorque está vivendo uma revolução, segundo Hagen. Entre os exemplos de cidades brasileiras, ele citou Mauá, que implantou 1.700 vagas para bicicletas, e Santos, que tem 15% das viagens feitas por este modal.

O professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Luis Antonio Lindau, destacou a forma como as viagens de até 500 metros são feitas hoje. De acordo com ele, são feitas um terço de automóvel, um terço de coletivo e o restante a pé. Lindau falou que as calçadas não são operadas pelo setor público e afirmou que, ao continuar com a distribuição de transporte com uma faixa na superfície, transportando 1,5 mil pessoas por hora em automóveis, teremos cidades mais congestionadas. "Será necessário fazer um redesenho das cidades, e no Brasil é possível dobrar a quantidade de corredores."

Meta
A arquiteta e urbanista Luiza Gomide frisou que a meta do Ministério das Cidades é atingir a sustentabilidade, dando prioridade ao transporte coletivo, ciclistas e portadores de necessidades especiais, com a transformação de faixas de carro em corredores para ônibus. Gomide também citou que é preciso uma mudança de comportamento dos usuários do transporte coletivo.

João Alencar mostrou que a matriz modal deve acompanhar as transformações da matriz energética, e que o poder público deve reger “como e onde deve ser usado o automóvel”. Além disso, Alencar lembrou que, para solucionar problemas relativos aos deslocamentos, é necessário que as instituições financeiras subsidiem o novo padrão de mobilidade.

O subsecretário municipal de Transportes, Rômulo Orrico, defendeu a tese de que o transporte é um problema da cidade, e está dividido em quatro pilares: funcionalidade da rede – que hoje tem 47% dos deslocamentos feitos de forma não motorizada –, sustentabilidade que apresenta características sobre poluição visual e sonora, custos de produção e manutenção, além da reforma regulatória.

Já o ministro Márcio Fortes citou os investimentos de R$ 11,4 bilhões do PAC da Copa em mobilidade urbana. "Com esse investimento, vamos qualificar o transporte e aproveitar para deixar um legado para o futuro", afirmou.

Sobre os projetos selecionados pelo PAC da Copa, o ministro revelou que a escolha priorizou maior retorno e menor custo, dentro do prazo estipulado, o que justifica a implementação de 21 sistemas de BRT no país. De acordo com o ministro, o tema transpor te entrou na agenda nacional e não sairá mais

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