Chanceler Patricia Espinosa descartou pacto para reduzir gases-estufa.COP 16 só deve elaborar 'agenda básica' para 'prosseguir negociações'.
Da AFP
Chanceler mexicana já descartou resultados práticos na COP 16, quase um ano depois do fracasso da COP 15, em Copenhague
A chanceler mexicana, Patricia Espinosa, disse nesta segunda-feira (18) que "não estão dadas as condições" para se adotar um novo acordo de redução de emissões de gases-estufa na próxima Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 16), prevista para começar em 29 de novembro em Cancún, leste do México.
"Não estão dadas as condições para se adotar um novo protocolo em Cancún" de redução de emissões que substitua o Protocolo de Kyoto, que expira em 2012, disse Espinosa em entrevista coletiva.
A chanceler mexicana afirmou que na nova reunião, no México, espera-se consolidar "uma agenda básica" para prosseguir com as negociações.
O presidente mexicano, Felipe Calderón, havia feito, no fim de setembro, um apelo à comunidade internacional para buscar um acordo que detenha o aquecimento global, destacando que as comunidades mais pobres dos países em desenvolvimento já estão pagando os efeitos, como demonstra a incomum temporada de chuvas que afetou seu país e a América Central.
Na conferência de Cancún, que se estenderá pelo menos até 10 de dezembro, participarão representantes de cerca de 200 países.
A pressão continua
Agora, líderes europeus pretendem aproveitar a conferência mexicana para pressionar a China, os Estados Unidos e as potências emergentes a estender o Protocolo de Kyoto.
Na semana passada, a perspectiva de obrigações restritivas para a China e os Estados Unidos provocou discussões durante uma reunião de ministros europeus do Meio Ambiente, celebrada em Luxemburgo.
A Grã-Bretanha e a Itália pediram que o acordo da União Europeia (UE) para uma nova fase do Protocolo de Kyoto seja condicionada a essas obrigações, uma posição considerada "irrealista" pelos outros países europeus, sobretudo a França.
O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, também considerou impossível um acordo internacional em Cancún, e solicitou uma "posição realista" da UE durante o encontro.
"A oferta da UE de reduzir em 30% suas emissões (em 2020) está sobre a mesa como uma oferta condicional", afirmou.
Barroso insistiu no compromisso da UE de financiar em até 2,4 bilhões de euros (3,35 bilhões de dólares) durante três anos - de 2010 a 212 - projetos que ajudem os países mais pobres a combater os efeitos do aquecimento climático.
O comissário europeu manifestou seu desejo de que o compromisso seja confirmado na cúpula europeia, prevista para ser celebrada dentro de duas semanas, em 28 e 29 de outubro, em Bruxelas.
"Os outros países devem se comprometer em reduzir suas emissões, se comprometerem com metas", destacou a comissária europeia para o Meio Ambiente, Connie Hedegaard.
Mas, destacou, "sem condições, não há mais pressão para os outros atores-chave da negociação".
"A China vai responder por 30% das emissões globais de efeito estufa", ressaltou. "É crucial que (os países fora do bloco europeu) se comprometam a fazer qualquer coisa", insistiu.
No fim do ano passado, os líderes mundiais fracassaram em aprovar um novo tratado climático, em Copenhague (Dinamarca), uma vez que países desenvolvidos e em desenvolvimento disputaram sobre quem deveria assumir o fardo maior no combate às emissões de gases-estufa, apontados como os responsáveis pelo aquecimento global
Carta da Terra
"Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade deve escolher o seu futuro. À medida que o mundo torna-se cada vez mais interdependente e frágil, o futuro enfrenta, ao mesmo tempo, grandes perigos e grandes promessas. Para seguir adiante, devemos reconhecer que, no meio da uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino comum. Devemos somar forças para gerar uma sociedade sustentável global baseada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade da vida, e com as futuras gerações." (da CARTA DA TERRA)
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