Carta da Terra

"Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade deve escolher o seu futuro. À medida que o mundo torna-se cada vez mais interdependente e frágil, o futuro enfrenta, ao mesmo tempo, grandes perigos e grandes promessas. Para seguir adiante, devemos reconhecer que, no meio da uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino comum. Devemos somar forças para gerar uma sociedade sustentável global baseada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade da vida, e com as futuras gerações." (da CARTA DA TERRA)

A inovação aberta como fonte de geração de valor para as organizações /// FDC

Autor: Anderson Rossi, Professor e pesquisador do Núcleo de Inovação

A literatura e as práticas organizacionais contemporâneas ainda estão majoritariamente fundamentadas na geração de inovações exclusivamente dentro dos seus limites. São os clássicos modelos de inovação fechada, onde a área de pesquisa e desenvolvimento (P&D) busca encontrar soluções através dos próprios esforços, sem uma interação com outros agentes externos – colaboradores voluntários, comunidades e redes de inovação. No universo de mudança desenhado pelo cenário pós-crise mundial e com base em ciclos de vida dos produtos e serviços cada vez mais encurtados, as empresas bem sucedidas do futuro deverão repensar esta estratégia.

De maneira geral, as estratégias empresariais tradicionais são inspiradas em propriedade e controle como pontos fundamentais ao sucesso, levando as empresas a construírem posições defensáveis contra a concorrência, ao invés da promoção de interações com agentes externos, com o intuito de buscar (ou ofertar) conhecimentos e tecnologias, além de associar competências e esforços para a geração de inovações que, possivelmente, não poderiam ser criadas, exclusivamente, sob as fronteiras daorganização.

Para gerar mais valor e ganhar competitividade, algumas empresas vêm adotando um novo modelo de gestão como alternativa às tradicionais práticas de inovação. É o modelo de inovação aberta, cunhado pelo Prof. Henry Chesbrough, da Universidade da Califórnia, que mescla práticas dos modelos tradicionais com
uma grande interação da organização com agentes externos.

O autor argumenta que na economia doconhecimento muitas empresas não possuem orçamento nem competênciasnecessárias para dar respostas rápidas ao mercado, comprometendo o tempo dedesenvolvimento de tecnologias e produtos, tornando assim os limites das organizações mais permeáveis e flexíveis.

Atualmente o conhecimento está disperso no mundo e as organizações visionárias deverão abrir suas portas para as idéias vindas de fora, sobretudo das universidades, de instituições de pesquisas, além de redes de empresas e cocriação com clientes.

Esse novo paradigma de inovação é mais amplo do que simplesmente um novo modelo de negócios. Através dele é possível encurtar prazos de desenvolvimento de produtos e serviços, diluir riscos e custos. A cocriação distribuída, ou inovação aberta, não quer dizer apenas terceirização das competências externas necessárias para o desenvolvimento inovativo, mas a ampliação dos limites da atuação da organização.

As palavras de ordem no processo de inovação aberta são a criação e a captura de valor para a empresa, fatores essenciais na inovação e que possibilitam ganhos de competitividade.

É importante destacar que não faz muito tempo em que a inovação aberta vem sendo utilizada de maneira efetiva pelas organizações – menos de cinco anos, e que o processo ainda necessita de muita pesquisa para ser efetivamente validado.

Entretanto, o que a experiência nos mostra é que as empresas estão adotando práticas de caráter misto, ou seja, mesclando as tradicionais práticas da inovação fechada com as estratégias de atuação aberta para encontrar o melhor caminho para inovar.

Podemos afirmar, todavia, que estamos vivenciando um novo paradigma de gestão de inovação, como preconizado pelo autor Larry Huston, da Wharton School, aonde a grande mudança virá não somente do modelo de negócios adotado pelas empresas, mas pela passagem das práticas tradicionais de pesquisa e
desenvolvimento (P&D) para o novo modelo de C&D, ou seja, de conectar e desenvolver.

Neste sentido, as empresas devem, portanto, buscar conhecimentos dispersos e ampliar a interlocução com stakeholders, possibilitando a associação de esforços e competências para a promoção da inovação, principalmente nas de âmbito radical.

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