Revista Fator Brasil
As obras para a construção de um novo depósito de efluentes líquidos foram iniciadas nesta semana pelas Indústrias Nucleares do Brasil na Usina de Concentrado de Urânio em Caetité, após a aprovação do projeto pela Comissão Nacional de Energia Nuclear – CNEN. Essa será a quarta bacia a ser construída e possibilitará o aumento da produção da mina.
Os depósitos, que servem para receber o líquido sem urânio resultante do processo de mineração, são forrados com manta impermeabilizada para que o produto não tenha contato com o solo e não afete o meio ambiente. A água é reaproveitada no processo de produção, num programa de reciclagem e reutilização desenvolvido pela INB, evitando assim o desperdício.
As Indústrias Nucleares do Brasil seguem todas as normas estabelecidas pelos órgãos fiscalizadores - além da CNEN, o IBAMA e a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA - órgão vinculado à ONU). Todos eles vêm atestando continuamente que a operação da empresa é realizada com segurança e respeito ao meio ambiente e à saúde dos trabalhadores e dos moradores das comunidades do entorno da mina.
A CNEN, por sua vez, fez em março deste ano uma avaliação do consumo da água subterrânea proveniente de poços abertos nas proximidades da mina. Os resultados atestam que “as doses de radiação encontram-se abaixo do limite do recomendado para exposição pública”. A média histórica das taxas de radiação das águas de Caetité é de 0,1 Bq/L, quantidade cinco vezes menor que o valor máximo permitido - 0,5 Bq/L (bequerel por litro).
Além dos órgãos fiscalizadores, outras entidades realizam pesquisas para acompanhar o impacto das atividades da INB na região. A possibilidade de aumento de casos de câncer foi pesquisada pela Fundação para o Desenvolvimento Científico e Tecnológico em Saúde – Fiotec/Fiocruz, entre 1995 (antes da entrada em operação da INB) e 2005. De acordo com o estudo, o número de casos de câncer em Caetité em 1995 correspondeu a 6.5% da população, enquanto que no Estado da Bahia como um todo o número foi de 7.40%. Em 2005, o percentual de Caetité foi de 6.6%; neste mesmo ano, o índice na Bahia chegou a 9.45%.
O relatório da Fiotec conclui, portanto, que não houve aumento nos casos de câncer da região e que não há maior probabilidade de se adquirir a doença nesses municípios em relação ao estado da Bahia, seja por conta da radioatividade natural do local, seja por conta das atividades de extração e beneficiamento do minério de urânio.
Carta da Terra
"Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade deve escolher o seu futuro. À medida que o mundo torna-se cada vez mais interdependente e frágil, o futuro enfrenta, ao mesmo tempo, grandes perigos e grandes promessas. Para seguir adiante, devemos reconhecer que, no meio da uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino comum. Devemos somar forças para gerar uma sociedade sustentável global baseada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade da vida, e com as futuras gerações." (da CARTA DA TERRA)
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