Carta da Terra

"Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade deve escolher o seu futuro. À medida que o mundo torna-se cada vez mais interdependente e frágil, o futuro enfrenta, ao mesmo tempo, grandes perigos e grandes promessas. Para seguir adiante, devemos reconhecer que, no meio da uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino comum. Devemos somar forças para gerar uma sociedade sustentável global baseada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade da vida, e com as futuras gerações." (da CARTA DA TERRA)

“A Europa não levou a sério o próprio reflorestamento” >>> R. Nederland Wereldomroelp

Data de publicação : 13 Agosto 2010 - 10:50am
O projeto ‘Grounds for choice’ (‘Base para escolhas’), de 1992, foi a primeira pesquisa que alertou a Europa sobre a responsabilidade no uso da terra e florestas. O responsável pelo estudo é o acadêmico e político holandês, Rudy Rabbinge.
                                                                                                                              Por Beatriz Bringsken
“A Europa poderia ter um reflorestamento bem mais amplo, porém isso nunca foi realizado por nenhum dos países da União Europeia. A proposta de reflorestar deveria ser cumprida, pois se estamos pressionando o Brasil a não desmatar, deveríamos começar aqui primeiro”, critica Rabbinge.

O mercado europeu critica o avanço da soja, da pastagem e da cana-de-açúcar no Brasil. Em contrapartida, o ministro da Agricultura, Wagner Rossi, viabilizou mais financiamentos para agricultores que adotarem práticas ambientalmente corretas, pois a meta do Brasil é buscar uma agricultura sustentável. O Ministério da Agricultura quer recuperar 15 milhões de hectares de terras degradadas em dez anos, integrar lavoura-pecuária-floresta em 4 milhões de hectares, além de aumentar em 3 milhões de hectares as florestas plantadas. O Brasil firmou metas voluntárias para reduzir as emissões de gases do efeito estufa em 36%, e para isso deve diminuir em 80% o desmatamento.


Políticas agrícolas
Rabbinge defende a adequação de tecnologias agrícolas em busca da produção sustentável. “O que conta é otimizar a terra, fazer uso da melhor possibilidade visando a melhor integração com o meio ambiente”, afirma. Para isso acontecer, os governos devem se responsabilizar pelas políticas agrícolas, determinar os produtos compatíveis à terra e aos objetivos do agricultor. Se os governos ficarem passivos, outras forças irão surgir no devido tempo e causar a decadência da comunidade rural.

A pesquisa ‘Grounds for choice’ foi desenvolvida pelo conselho ministerial do governo holandês a fim de guiar a Europa na política do uso da terra. Mas os países europeus não seguiram as sugestões desse estudo. “A discussão que existe hoje já existia há 20 anos. É possível termos mais natureza aqui sem afetar a produção de alimentos. Porém, a Europa deveria usar as soluções mais eficientes, que a longo prazo são melhores para o meio ambiente e para as atividades econômicas”, analisa o professor.

Investimento em pesquisa
Segundo o relatório Agriculture Perspectives 2010-2019 da FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação), o Brasil tem uma produção agrícola mundial de 26%, mas a tendência é chegar em 2019 suprindo o mercado em 35%. Porém, o governo precisa interagir para estimular a agricultura tradicional, que é a mais promissora e atrativa. O Brasil é uma nação agrícola e precisa investir em pesquisa. Rabbinge acredita que isso esteja acontecendo, principalmente com a Embrapa. “Na questão do etanol, o Brasil é o único que consegue ter lucratividade com o álcool. Não estou dizendo que sou a favor de usar a biomassa para energia. Mas devo dizer que se você tem solo e clima adequado, então por que não?”, defende.

A Europa poderia eliminar muitas de suas medidas protecionistas para gerar uma maior competição na agricultura, o que é saudável. Isso é o que na prática os governos europeus deveriam estar fazendo, mas, na visão do cientista holandês, fazem muito pouco. As forças naturais do mercado são necessárias e devem seguir os critérios adotados pelas políticas públicas. “Mas o inverso não pode acontecer, o governo não deve seguir as ordens do mercado”, opina

Nenhum comentário:

Postar um comentário


Informação & Conhecimento