Por Rafael F Stoque
ImprimirCom os recentes acontecimentos na economia, muito se fala sobre inovação. Destrinchar novos mercados,novos produtos, novos consumidores, a famigerada "Estratégia do Oceano Azul". Os autores dessa estratégia (KIM e Mauborgne) colocam que a empresa deve achar o seu novo mundo a ser desbravado, onde não há concorrentes nem marolas que a atrapalhe. Porém, como fazer isso? Seria a sustentabilidade uma ferramenta para auxiliar esse processo? Recentemente houve o pedido de falência da GM aceita pela Suprema Corte dos EUA. Todos sabiam que a GM era um paciente na UTI a espera do desligamento de seus aparelhos, porém, foi somente a crise que afundou a GM? A falta de inovação em seus produtos, entendimento do mercado que passou a exigir carros menores, com custo mais baixo e mais econômicos; e a falta de mapeamento de seus concorrentes que estavam indo para esse caminho são apenas alguns fatores que auxiliaram a GM a chegar no fundo do poço. Se a GM possuísse uma política de longo prazo voltada para a Sustentabilidade será que o futuro seria diferente? Nunca iremos saber. A sustentabilidade não é a resposta para todos os problemas, porém a adoção de práticas sustentáveis, (e aqui cabe um adendo; sustentabilidade não é preservação do meio ambiente ou plantação de árvores. Essas políticas devem envolver os aspectos ambientais sim, porém outros como econômicos e sociais, a junção desses três itens é o que consiste uma política de sustentabilidade com o objetivo de perpetuar o negócio) poderia direcionar a empresa para outro caminho.
Alguns podem dizer que o mercado de automóveis está saturado, ou que não é um mercado com futuro. Analisando alguns casos de sucesso de empresas, pode-se notar que esse sucesso vem em mercados que não possuem crescimentos altíssimos. O segredo não é ter sucesso em mercados de alto crescimento, mas sim ter crescimento acima do concorrente em qualquer mercado, mesmo que esse esteja em decadência. Para ilustrar esse exemplo, existem dois casos:
- em 1984, um grupo de artistas de rua circense estava enfrentando uma grande crise nesse mercado. Outras formas de entretenimento estavam aflorando e o público não se interessava mais por circos, até que esse grupo criou um novo conceito de espetáculo voltado para diversos públicos, não só o infantil. Esse grupo passou a ser chamado de Cirque du Soleil.
- em 2001, o mercado de músicas digitais estava praticamente morto com o advento de redes P2P como o Napster. Nunca se imaginava que era possível ter retorno financeiro na comercialização de músicas pela internet, até que foi lançado o Ipod e Itunes que em pouco tempo chegou a ter uma participação de 70% no mercado de downloads de músicas legais. Comparando com o volume de músicas ilegais baixadas pode ser pouco, mas foi o suficiente para transformar a Apple em referencia nesse mercado e ressuscitar a marca de Steve Jobs.
Esses dois exemplos ilustram bem que é possível obter sucesso em mercados decadentes através da estratégia de conhecer o mercado e a prática de seus concorrentes.
Portanto, ao invés de se investir enormes somas tentando desbravar novos caminhos, mercados ou produtos, pode-se simplesmente olhar para o próprio mercado e mapear novas oportunidades de negócio, porém onde entra a sustentabilidade nisso tudo?
A sustentabilidade é uma forma de inovação do pensamento. Em nenhum momento da história foi necessário pensar nas futuras gerações pois os recursos eram infinitos e o impacto nunca foi sentido. Hoje já vislumbramos um futuro obscuro caso as práticas atuais continuem a ser perpetuadas.
Adotando práticas sustentáveis consegue-se a certeza de sucesso em um mercado? Infelizmente não é tão simples assim, e quem conseguir descobrir essa fórmula mágica, por favor me avise, que montamos uma consultoria e seremos a mais bem sucedida consultoria do mundo.
Rafael Stoque é administrador, pós graduado em marketing, consultor e palestrante.
rafaelstoque@gmail.com
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