Falta responsabilidade aos três níveis de governo – federal, estadual e municipal – no sentido de promover o desenvolvimento econômico sem agressões ao meio ambiente. Este sentimento foi consensual entre os especialistas que participaram ontem (6) do 1° Encontro Cidades e Mudanças Climáticas, no Rio de Janeiro.
O encontro teve como objetivo reafirmar a necessidade de conscientização política e cidadã sobre a causa ambiental, levando em conta o papel da comunidade acadêmica e das empresas na busca por soluções que garantam o bem estar social, diminuindo às agressões à atmosfera.
A pesquisadora do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-graduação e Pesquisa de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe-UFRJ) Suzana Kahn destacou que “os aspectos fundamentais para a sustentabilidade são as políticas públicas e a cooperação das empresas no sentido de otimizar os recursos usados nas linhas de produção. A redução dos impactos ambientais, como a poluição e a emissão de carbono na atmosfera, estão diretamente ligados ao consumo e à tecnologia. E como o Brasil está se desenvolvendo, fica claro que as emissões tendem a aumentar, sobretudo por conta do setor de transportes, que tem níveis de emissão muito próximos aos da indústria”.
A pesquisadora observa que o setor terá que aprender a lidar com restrições cada vez mais severas em relação às emissões de poluentes na atmosfera, à eficiência de combustíveis e ao modelo tecnológico utilizado na mobilidade das pessoas nos centros urbanos.
No encontro, o assessor especial da prefeitura do Rio de Janeiro e membro do conselho diretor da WWF-Brasil, Sérgio Besserman Vianna, disse que o mundo está demorando para agir: “Todos no mundo estamos muito atrasados em termos de planejamento, mobilidade e adaptação [às mudanças climáticas]“.
Vianna acredita que só o conhecimento poderá dar respostas às questões do futuro. Ele enfatizou que é preciso apoiar os centros de produção de conhecimento, como o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), para que se produza um mapeamento e um planejamento para as cidades com políticas de defesa do meio ambiente.
A secretária de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do Ministério do Meio Ambiente, Branca Americano, reconheceu que são papéis do governo criar e incentivar políticas públicas que priorizem a questão da sustentabilidade. De acordo com a secretária, o ministério trabalha para que as empresas ofereçam alternativas ambientalmente responsáveis e que a maior parte dos estudos feitos na secretaria conta com a colaboração das universidades. “O Brasil tem papel importante (de responsabilidade sustentável). Podemos ser referência para o mundo.”
Reportagem da Agência Brasil, publicada pelo EcoDebate, 07/05/2010
Carta da Terra
"Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade deve escolher o seu futuro. À medida que o mundo torna-se cada vez mais interdependente e frágil, o futuro enfrenta, ao mesmo tempo, grandes perigos e grandes promessas. Para seguir adiante, devemos reconhecer que, no meio da uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino comum. Devemos somar forças para gerar uma sociedade sustentável global baseada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade da vida, e com as futuras gerações." (da CARTA DA TERRA)
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