Carta da Terra

"Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade deve escolher o seu futuro. À medida que o mundo torna-se cada vez mais interdependente e frágil, o futuro enfrenta, ao mesmo tempo, grandes perigos e grandes promessas. Para seguir adiante, devemos reconhecer que, no meio da uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino comum. Devemos somar forças para gerar uma sociedade sustentável global baseada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade da vida, e com as futuras gerações." (da CARTA DA TERRA)

Financiamento gera discórdia em reunião do clima

O problema está na prestação de contas da União Européia
30 de novembro de 2010 | 22h 57

Estadão.com
Afra Balazina, enviada especial

A União Europeia fez nesta terça-feira uma prestação de contas durante a Conferência do Clima da ONU em Cancún (COP-16) e afirmou que neste ano, até novembro, repassou € 2,2 bilhões aos países em desenvolvimento dentro do chamado Fast Start Funding – recursos no curto prazo na área das mudanças climáticas. Foram beneficiados países emergentes como Brasil e China, nações africanas e da América Latina.
Existe um acordo desde a COP-15, em Copenhague, para os países ricos doarem US$ 30 bilhões até 2012 para os países mais pobres. Os europeus dizem que vão contribuir com um total de € 7,2 bilhões nesses três anos. Depois, até 2020, entra o financiamento de longo prazo, no valor de US$ 100 bilhões anuais.

O problema é que, como a própria União Europeia admitiu ontem, metade do valor colocado na mesa até agora pelo grupo se refere a empréstimos. O Brasil e os demais países em desenvolvimento não concordam que os empréstimos sejam incluídos no financiamento – somente doações. Isso faz parte da responsabilidade histórica – os países desenvolvidos são os maiores responsáveis pelas emissões de gases-estufa e precisam auxiliar as nações em desenvolvimento a cortarem suas emissões e a se adaptarem para os impactos inevitáveis do aumento da temperatura.

Segundo o embaixador Luiz Alberto Figueiredo Machado, essa manobra pode prejudicar o processo de confiança entre os países que negociam em Cancún. “Isso pode afetar de alguma forma o restante do resultado”, afirmou.

Um dos argumentos usado pelos europeus é que, quando o recurso emprestado é usado para melhorar o isolamento de uma casa, por exemplo, o dinheiro é obtido de volta com a economia de energia elétrica.

O que o governo brasileiro concorda é que neste ano os recursos sejam menores ou que tenha de haver remanejamento de recursos – já que a proposta de financiamento foi aprovada em dezembro de 2009 e os países não tiveram tempo de incluir os valores no Orçamento de 2010.

*A repórter viajou a convite da Convenção do Clima da ONU

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