28.12.2010
Lusa
Um estudo sobre a qualidade da água do Tejo revela que a gastronomia regional, a sustentabilidade da pesca e a viabilidade das espécies do rio estão ameaçadas devido à poluição das águas na zona de Vila Franca de Xira.
“A gastronomia regional, com base no peixe do rio Tejo, pode estar em risco dado que a poluição, o assoreamento e as barragens ameaçam a sustentabilidade da pesca e a viabilidade das espécies do Tejo”, indica o estudo desenvolvido pela Universidade de Aveiro, a que a agência Lusa teve acesso.
O projecto de investigação, orçado em mais de 240 mil euros, foi dinamizado no âmbito da candidatura da Cultura Avieira a Património Nacional e teve como região piloto o concelho de Vila Franca de Xira.
Os “níveis de poluição fecal elevadíssimos” na Ribeira da Verdelha e Riacho do Estaleiro estão entre as conclusões do estudo de André Santos, que incidiu sobre sete afluentes do Tejo no concelho.
O cenário é causado pela “intensificação de actividades como a agricultura, industrialização e o aumento da população em redor do rio têm contribuído para o aumento da poluição da água”, segundo a investigação, orientada pelos professores António Matias Correia e Anabela Pereira. “O problema coloca a saúde pública e animal em risco devido à presença de bactérias ou vírus patogénicos.”
O estudo recorda ainda que o rio Tejo está qualificado como muito poluído, segundo o Sistema Nacional de Informação de Recursos Hídricos (SNIRH) e aponta a necessidade de requalificação do rio, recuperação da qualidade da água, restabelecimento dos ecossistemas e recolonização das espécies que foram desaparecendo.
Segundo o gabinete coordenador da candidatura da cultura avieira, o projecto foi oferecido à Câmara Municipal vilafranquense com o objectivo de detectar e discriminar fontes de poluição, distinguindo-as pela sua origem humana ou animal e contou com verbas do Programa de Valorização Económica e Recursos Endógenos (PROVERE) do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN).
“É um bom contributo para que o Tejo seja monitorizado em termos de poluição humana e industrial”, referiu João Serrano, coordenador da candidatura, acrescentando que a intenção é “contribuir para que o Tejo seja um rio mais limpo”. “Com este projecto no âmbito da candidatura estamos a transmitir e oferecer valor à comunidade e a desenvolver ideias para recuperar as aldeias avieiras”, adiantou.
Por outro lado, a autarquia vilafranquense fez saber, através do gabinete de comunicação, que não recebeu ainda “qualquer projecto de investigação”.
Carta da Terra
"Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade deve escolher o seu futuro. À medida que o mundo torna-se cada vez mais interdependente e frágil, o futuro enfrenta, ao mesmo tempo, grandes perigos e grandes promessas. Para seguir adiante, devemos reconhecer que, no meio da uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino comum. Devemos somar forças para gerar uma sociedade sustentável global baseada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade da vida, e com as futuras gerações." (da CARTA DA TERRA)
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