Para Mario Molina, Prêmio Nobel de Química mexicano, medida teria impacto de 2% a 3% no PIB mundial
por Agência EFE
O mexicano Mario Molina, Prêmio Nobel de Química em 1995, discursa durante a abertura da COP-16, em CancúnA 16ª Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP-16), que buscará ações para lutar contra o aquecimento global, começou nesta segunda-feira (29/11) em Cancún, com um pronunciamento de Mario Molina, Prêmio Nobel de Química, perante um fórum liderado pelo presidente do México, Felipe Calderón.
Molina pediu aos participantes da COP-16 que tentem limitar a um aumento de dois graus Celsius o aquecimento global, o que implica um "custo relativamente baixo" em termos do Produto Interno Bruto mundial, em torno de 2% a 3%. "Adiar uma ação poderia implicar um custo astronômico para gerações futuras", disse.
Por isso, pediu para a nova cúpula climática alcançar acordos concretos e, ao mesmo tempo, buscar uma redução global de emissões "em poucos anos". "Não podemos nos permitir esperar mais uma década", insistiu Molina, um especialista em compostos causadores do aquecimento global e assessor do presidente Calderón.
Posteriormente, discursou o presidente do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), o indiano Rajendra Pachauri, que assinalou que nos próximos anos, após os efeitos da ação do ser humano sobre o clima, os impactos dos desastres naturais serão "provavelmente mais severos", principalmente para os mais pobres.
A chanceler do México, Patricia Espinosa, foi a escolhida para o cargo de presidente da COP-16.
Histórico da COP
A reunião climática em Cancún acontece depois que a COP-15 de Copenhague, na Dinamarca, estabeleceu o compromisso de buscar que a temperatura não aumente mais de dois graus com relação aos níveis de 1900, sem fixar medidas nem prazos para isso.
O México está promovendo a COP-16 como um espaço de "inclusão social", com duros controles de acesso e mobilidade em um amplo dispositivo de segurança.
A cúpula reunirá até o dia 10 de dezembro cerca de 25 mil delegados e representantes da sociedade civil de 194 países em Cancún.
Carta da Terra
"Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade deve escolher o seu futuro. À medida que o mundo torna-se cada vez mais interdependente e frágil, o futuro enfrenta, ao mesmo tempo, grandes perigos e grandes promessas. Para seguir adiante, devemos reconhecer que, no meio da uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino comum. Devemos somar forças para gerar uma sociedade sustentável global baseada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade da vida, e com as futuras gerações." (da CARTA DA TERRA)
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