Carta da Terra

"Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade deve escolher o seu futuro. À medida que o mundo torna-se cada vez mais interdependente e frágil, o futuro enfrenta, ao mesmo tempo, grandes perigos e grandes promessas. Para seguir adiante, devemos reconhecer que, no meio da uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino comum. Devemos somar forças para gerar uma sociedade sustentável global baseada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade da vida, e com as futuras gerações." (da CARTA DA TERRA)

COP-16: países desenvolvidos tentam desviar foco de metas

Claudia Andrade


Direto de Cancún

Os negociadores brasileiros presentes à 16ª Conferência do Clima das Nações Unidas (COP-16) defendem que todos os pontos relacionados ao combate ao aquecimento global sejam discutidos de forma conjunta, por estarem interligados. A postura brasileira conflita com a de países desenvolvidos que tentam desviar o foco de temas centrais, como as metas de redução das emissões de gases do efeito estufa, tentando aprofundar o debate de assuntos específicos.



Um dos pontos que países em desenvolvimento têm enfatizado é a transparência sobre as políticas que serão adotadas no combate às emissões, o chamado MRV (sigla para resultados mensuráveis, reportáveis e verificáveis).



Para o embaixador Luiz Alberto Figueiredo, negociador chefe do Brasil na COP-16, o debate sobre o tema está sendo "um pouco exagerado". "Para o Brasil, transparência não é um problema. Tudo o que o governo diz pode ser verificado. Vamos ter dificuldade se isso (MRV) for o único resultado de Cancún".



"O MRV é um procedimento de verificação, é um acessório importante. Mas e as ações, onde estão? E as metas, onde estão?", acrescenta.



O Brasil defende que o resultado das discussões em Cancún seja um pacote completo" de acordos, que contemple todos os elementos necessários ao combate das mudanças climáticas. "Somos a favor, sim, de um pacote completo. Não se pode sair de Cancun com um resultado de mitigação se não tiver um resultado de finanças. Está tudo muito entrelaçado".

"O pacote não cobrirá em profundidade todos os elementos, mas tem que cobrir todos os elementos. Quanto mais você desce para os detalhes, mais difícil fica a negociação."

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