Carta da Terra

"Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade deve escolher o seu futuro. À medida que o mundo torna-se cada vez mais interdependente e frágil, o futuro enfrenta, ao mesmo tempo, grandes perigos e grandes promessas. Para seguir adiante, devemos reconhecer que, no meio da uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino comum. Devemos somar forças para gerar uma sociedade sustentável global baseada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade da vida, e com as futuras gerações." (da CARTA DA TERRA)

Aquecimento global pode matar 5 milhões até 2020, aponta estudo

Até 2020, o aquecimento global pode matar um total de cinco milhões de pessoas, na maioria crianças, se as autoridades não tomarem medidas para mitigá-lo, assegurou hoje a organização espanhola de investigação humanitária DARA em um relatório.


Cerca de 350 mil pessoas perdem a vida atualmente por assuntos relacionados com as mudanças climáticas, e o mundo pode vir a sofrer um milhão de mortes anuais a partir de 2030 se não forem colocadas em prática ações corretivas, afirma o estudo "Monitor da vulnerabilidade climática 2010", de 260 páginas.




O documento foi divulgado nesta sexta-feira na Conferência das Partes (COP-16) da ONU sobre o clima, que acontece desde segunda-feira em Cancún, no México.



Desenvolvida pela DARA com o apoio do Foro de Vulnerabilidade Climática, organização que reúne líderes de países propensos a sofrer os piores impactos do efeito estufa, a investigação revela que um total de 184 países estão vulneráveis, e aponta os impactos que podem ocorrer a curto prazo.



As nações são agrupadas sob os níveis "baixo", "moderado", "alto", "severo" e "agudo" de vulnerabilidade, determinados com base em impactos estimados para a saúde, clima, desastres, perda de áreas de habitação e stress econômico.



No grupo de 54 países que têm vulnerabilidade "aguda" se encontram: Afeganistão, Angola, Etiópia, Honduras, Quênia, Índia, Marrocos, Nicarágua, Somália, Paquistão, Coreia do Norte, Nigéria e Vietnam, entre outros, além dos países insulares como as Maldivas, a Micronésia, Papua Nova Guiná e as Ilhas Salomão.



Entre os 28 "severos" estão países como as Bahamas, Bolívia, Camarões, Congo, Costa do Marfim, Nepal e África do Sul. Já os países com "alto" grau de fragilidade estão Bulgária, China, Croácia, Cuba, Equador, Egito, República Dominicana, El Salvador, Guatemala, Panamá, Peru, Espanha, Venezuela, Estados Unidos e Rússia.



O Brasil está classificado no nível "moderado", junto a 33 países como Argentina, Austrália, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, México, Polônia, Paraguai, Turquia, Uruguai, Coreia do Sul e Arábia Saudita.



Apenas 19 países contam com níveis baixos de suscetibilidade ao aquecimento global. Bélgica, Dinamarca, Áustria, Finlândia, França, Alemanha, Itália, Grécia, Holanda, Portugal e Reino Unido, Japão e Nova Zelândia são alguns deles.



"Em menos de 20 anos, quase todos os países do mundo tendem a chegar a altos níveis de vulnerabilidade em pelo menos um setor, à medida em que o planeta esquenta", salienta o relatório.



Atualmente, a maior parte dos impactos se concentram em 50 países de baixos recursos, que precisam de "assistência urgente", segundo a DARA.

Ainda de acordo com os dados do estudo, 80% de todas as mortes atribuídas ao câmbio climático seriam de crianças no sul da Ásia ou na África Subsaariana, "que sucumbem com desnutrição, diarreia e malária".

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