Carta da Terra

"Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade deve escolher o seu futuro. À medida que o mundo torna-se cada vez mais interdependente e frágil, o futuro enfrenta, ao mesmo tempo, grandes perigos e grandes promessas. Para seguir adiante, devemos reconhecer que, no meio da uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino comum. Devemos somar forças para gerar uma sociedade sustentável global baseada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade da vida, e com as futuras gerações." (da CARTA DA TERRA)

Cresce demanda por empregos na área de sustentabilidade /// Terra

Oportunidades na área da sustentabilidade são uma realidade cada vez mais presentes nas empresas. A crescente demanda aponta para a necessidade de mão de obra qualificada e lideranças que dominem o tema desenvolvimento sustentável. Neste contexto, um novo tipo de executivo voltado para a responsabilidade socioambiental e especialistas em energias renováveis pedem passagem em direção dos chamados "empregos verdes".
Em fevereiro deste ano, o portal Agenda Sustentável reportou matéria do jornal Los Angeles Times, na qual se destaca este novo tipo de executivo que emerge em todos os negócios, "desde empresas de corretagem imobiliária até gigantes varejistas, enquanto lidam com as mudanças climáticas, atraem consumidores eco-conscientes e implementam programas de energia alternativa, ao mesmo tempo que atendem as novas regulamentações".

Já o jornal Valor Econômico de segunda-feira, 12 de abril, aborda o crescimento da demanda por especialistas em energias renováveis no Brasil. Segundo a matéria, está cada vez mais difícil encontrar profissionais que consigam aliar conhecimento teórico e experiência no setor.

Um dos exemplos citados pelo periódico é a RSA Talentos Executivos, de Porto Alegre, que está na reta final do processo de recrutamento de profissionais especializados em energia eólica. Além de experiência comprovada no planejamento e operação, os requisitos incluem domínio pleno de inglês e disponibilidade para viajar constantemente - uma vez que a contratante pretende operar no Nordeste e no Sul do país.

Quando o assunto são os executivos da sustentabilidade, o Los Angeles Times cita o caso de David Pogue, da CB Richard Ellis, que foi contratado com a tarefa de tornar a empresa mais eficiente em nível energético e ambientalmente consciente. Para aprender na prática, ele teve de mergulhar a fundo no assunto, ao frequentar conferências, workshops e cursos sobre o tema.



Escassez

Só para se ter um parâmetro da escassez de experts especialistas em renováveis, a consultora da RSA Talentos Executivos, Laís Guterres, chegou a apenas 15 candidatos em potencial para ocupar o cargo que estava disponível, depois de intensa procura. Dos profissionais consultados, oito se consideraram tão bem empregados que rejeitaram alimentar a conversa.

"Fiquei impressionada com o contraste entre as amplas perspectivas desse mercado e a quantidade limitada de profissionais preparados para atuar nele", revelou Guterres ao Valor Econômico. Um dado interessante trazido pelo jornal dá conta de que boa parte dos especialistas em energias renováveis empregados atualmente foram "roubados" das universidades, onde as pesquisas sobre o setor estão centralizadas.

Um bom exemplo é a engenheira mecânica Maria Regina Pereira de Araújo, formada pela Universidade de Brasília (UnB), mas que começou a se envolver com energias renováveis ao fazer mestrado e doutorado no Coppe da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Atualmente, ela é consultora técnico-comercial da Wobben, primeira fabricante de aerogeradores de grande porte no Brasil - a empresa tem duas fábricas e 800 funcionários no país.



Nova ordem

De volta ao crescimento da demanda pelos "executivos da sustentabilidade", chama a atenção o fato de que estes profissionais sucedem os chamados "gestores da diversidade" e os "especialistas em inovação", cargos comuns na década de 1990, mas sem deixar de lado as matérias de responsabilidade corporativa, relações públicas e fins lucrativos.

Segundo o Los Angeles Times, a empresa National Grid anunciou em 2009 que basearia a remuneração de seus executivos, em parte, no desempenho das metas de redução de emissões de carbono. Em grandes empresas como a Coca-Cola Co. e a Mitsubishi Motors North America Inc. já existem os cargos de Oficial para Sustentabilidade - função cada vez mais comum nas organizações de todo o mundo, o que inclui o Brasil

Nenhum comentário:

Postar um comentário


Informação & Conhecimento