Carta da Terra

"Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade deve escolher o seu futuro. À medida que o mundo torna-se cada vez mais interdependente e frágil, o futuro enfrenta, ao mesmo tempo, grandes perigos e grandes promessas. Para seguir adiante, devemos reconhecer que, no meio da uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino comum. Devemos somar forças para gerar uma sociedade sustentável global baseada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade da vida, e com as futuras gerações." (da CARTA DA TERRA)

É grave a situação dos índios Guarani-Kaiowás, alerta Marina Silva /// Agencia Senado

A senadora Marina Silva (PV-AC) voltou a cobrar do governo federal nesta terça-feira (23) solução para os problemas enfrentados pelos índios Guarani-Kaiovás em Mato Grosso do Sul. Segundo ela, o avanço do plantio de soja e de cana-de-açúcar, associado ao crescimento da pecuária, vem provocando a expulsão dos índios de terras que ocupam há décadas, inclusive de forma violenta.


Marina Silva informou que o agravamento dos conflitos vem fazendo com que muitos Guarani-Kaiowás deixem suas terras, gerando desde a desagregação cultural até dificuldades de emprego e sobrevivência. Com isso, problemas como o alcoolismo e a desnutrição cresceram entre a população, incluindo aumento de casos de suicídio.

As afirmações foram feitas durante audiência pública realizada pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) para discutir uma saída para o problema, que reuniu representantes do governo, especialistas e autoridades de Mato Grosso do Sul.

Marco Antonio de Almeida, procurador federal do município de Dourados (MS), reconheceu que o problema é de difícil solução, já que as terras tiveram valorização com a expansão das fronteiras da cana-de-açúcar, para produção de etanol, e da soja. A maioria dos empreendimentos, conforme salientou, recebeu recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Portanto, na visão do procurador, tais empreendimentos são legais. No entanto, ele defendeu que recursos do banco sejam priorizados para os índios.

Já o antropólogo Rubens de Almeida sugeriu a realização de um profundo estudo técnico antropológico para identificar as origens das terras reivindicadas pelos indígenas e sua extensão, entre outros aspectos.

José Antonio Roldão, presidente da Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural do Mato Grosso do Sul, garantiu que o governo do estado está empenhado em resolver a situação dos índios, "respeitando a cultura e resgatando a dignidade de cada comunidade".

Disse que o governo vem colocando em prática programas de atendimento a várias comunidades indígenas, com distribuição de alimentos, fortalecimento da produção agrícola e construção de casas e de escolas.

Cláudio Bernardo / Agência Senado

(Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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