A mudança necessária para chegar a um desenvolvimento sustentável será realizada principalmente através da economia e das empresas, embora com apoio da restante sociedade, defendeu hoje um responsável da organização ambientalista WWF.
A propósito da realização da Conferência da ONU para as Alterações Climáticas, que se iniciou na segunda-feira, em Cancún, no México, o coordenador do Programa de Conservação em Portugal da WWF, Luís Silva, disse à agência Lusa que o meio "principal para a mudança será feito via economia", realçando a necessidade de mudar o atual paradigma de desenvolvimento.
Os cerca de 200 países participantes naquela reunião vão tentar chegar a um acordo global sobre a redução de emissões de gases com efeito de estufa e o apoio à adaptação dos países em vias de desenvolvimento, de modo a travar a subida da temperatura média do planeta e as consequentes alterações no clima.
Entre os principais responsáveis pela emissão destes gases estão setores como a energia ou os transportes.
Para Luís Silva, a mudança de paradigma deverá realizar-se também através da "criação de condições para que as empresas operem num modelo de desenvolvimento sustentável, em que as questões da concorrência promovam a utilização da eficiência e das fontes renováveis da energia e não ao contrário".
Atualmente, "uma empresa que tem um impacto negativo sobre o ambiente é mais competitiva que aquela que está a [enfrentar] o custo dos impactos positivos. Esse paradigma é que tem de mudar", salientou.
Quanto às consequências da crise económica no objetivo mundial de reduzir as emissões de gases com efeito de estufa, são positivas, segundo Luís Silva, mas não devido à introdução de alterações estruturais.
A crise "tem um impacto positivo" decorrente de uma diminuição da atividade económica e não de mudanças nas fontes de energia utilizadas ou da melhoria nos processos de eficiência energética e esse é "o grande desafio", salientou.
A rede WWF é considerada a maior organização do tipo no mundo, atuando em mais de cem países, nos quais desenvolve projetos de conservação do meio ambiente.
Rita Antunes, da associação ambientalista Quercus, resumiu a sua opinião acerca das consequências das dificuldades económicas para o objetivo de evitar as alterações climáticas, dizendo que são positivas e negativas.
A crise económica, por um lado "atrasa ou poderá restringir alguns apoios financeiros necessários aos desenvolvimento de novas tecnologias".
Mas, por outro lado, "por causa da crise económica, a União Europeia já reduziu as suas emissões em 18 por cento quando estava previsto consegui-lo mais próximo de 2020".
Assim, para a Quercus, "o grande desafio está em promover o desenvolvimento económico e a saída da crise através de uma economia baixa em carbono seguindo um novo modelo em que as energias renováveis e a eficiência energética têm um papel relevante".
Diário Digital / Lusa
Carta da Terra
"Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade deve escolher o seu futuro. À medida que o mundo torna-se cada vez mais interdependente e frágil, o futuro enfrenta, ao mesmo tempo, grandes perigos e grandes promessas. Para seguir adiante, devemos reconhecer que, no meio da uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino comum. Devemos somar forças para gerar uma sociedade sustentável global baseada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade da vida, e com as futuras gerações." (da CARTA DA TERRA)
Ministra defende que Brasil seja um facilitador nas negociações da COP16
O país espera a aprovação de um pacote balanceado de decisões que signifique um avanço nas negociações e a pavimentação para um futuro acordo global a ser concluído nas próximas convenções.
A ministra Izabella Teixeira, do Meio Ambiente, defende que o Brasil tenha um papel de ''facilitador e agregador'' das propostas em discussão na 16ª Conferência das Partes da Convenção da Organização das Nações Unidas para Mudança do Clima, a COP 16, que está sendo realizada em Cancun, no México, de 29 de novembro a 10 de dezembro. ''O Brasil está fazendo o dever de casa. Isso nos dá condições políticas de cobrar (dos demais países) resultados e credenciamento político para recepcionarmos as divergências e estimularmos uma convergência'', disse a ministra em coletiva de imprensa no final da manhã de sexta-feira (26).
Do encontro em Cancún, o país espera a aprovação de um pacote balanceado de decisões que signifique um avanço nas negociações e a pavimentação para um futuro acordo global a ser concluído nas próximas convenções, quem sabe em 2012, na Rio+20. ''Não teremos (na COP16) o acordo legalmente vinculante que a gente deseja. A engenharia político-institucional ainda não está suficientemente amadurecida, mas podemos dar continuidade ao que foi acordado em Copenhagen'', afirmou Izabella Teixeira.
A visão para Cancun é evoluir em etapas e fechar acordos específicos, mas em conjunto. O Brasil quer um pacote equilibrado com ações de mitigação, adaptação, financiamento, transferência de tecnologia, Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal (REDD+), além da visão compartilhada. Em termos de negociação internacional, o Brasil tem feito um esforço para que se tenha um resultado positivo em Cancun. O trabalho do país é puxar os demais para a negociação, buscando avanços e evitando que os países recuem em discussões que já estão bem desenvolvidas.
A aprovação da segunda etapa do Protocolo de Kyoto, na avaliação da ministra, já seria um grande passo. Esse segundo período, até 2020, demandaria uma redução de 20% a 40% nas emissões dos países desenvolvidos em relação às emissões de 1990. Esses valores são os previstos pelo IPCC para a manutenção do aquecimento em dois graus até 2020.
O Brasil chega a Cancun com o Fundo Clima regulamentado e R$ 226 milhões de orçamento inicial para 2011; os primeiros cinco planos setoriais da Política do Clima para redução das emissões e adaptações elaborados, incluindo as políticas de incentivo à agricultura de baixo carbono e o fortalecimento de uma matriz energética limpa e renovável; a redução sistemática do desmatamento da Amazônia, com o menor índice registrado nos últimos 21 anos; a entrega da segunda comunicação nacional do país à Convenção do Clima, o que inclui o segundo inventário de emissões do Brasil e oferece um quadro detalhado das emissões brasileiras para ajudar a tornar o monitoramento ainda mais eficiente.
A ministra chamou atenção para as dificuldades de negociação na área de mitigação envolvendo principalmente os Estados Unidos, que não são signatários do Protocolo de Kyoto, e discutem, em paralelo, na Convenção do Clima, a possibilidade de redução das emissões de gases de efeito estufa. Há também um entrave envolvendo a China, que, apesar de ser signatária do Protocolo de Kyoto, tem tido dificuldades em aceitar mecanismos de controle e transparência (MRV-medir, revisar e revisar) das metas nacionais de redução de emissões. Para a China, esses mecanismos podem invadir a autonomia do governo chinês.
As negociações de REDD+ entre os países já estão avançadas e o texto que está na mesa já está suficientemente maduro. O consenso é de que o REDD+ será implantado em três fases: a primeira de produção de conhecimento e de estratégias, englobando a estrutura institucional, o monitoramento e o inventário florestal; a segunda de implementação de políticas e medidas; e a terceira de pagamento pelo desempenho com base na quantificação das emissões e remoções por florestas em relação aos níveis de referência acordados.
Essa última, mais polêmica, é a única fase em que se poderá admitir a presença do mercado, desde que sejam atendidas salvaguardas que serão regulamentadas posteriormente. No entanto, o nível de detalhamento da proposta de REDD+ vai depender do andamento das negociações em relação às outras propostas para que sejam consideradas e balanceadas com REDD+. Dos acordos que podem sair de Cancun, o de REDD+ é um dos que irá gerar grande estímulo para o Brasil. Ele será a base para começar a valorização dos produtos da floresta, condição essencial para manter a floresta em pé. O Brasil já discute internamente a regulamentação do REDD+ que inclui a integridade ambiental e os critérios para repartição de benefícios.
''Queremos um sistema que tenha benefícios para o clima, para as populações, para a biodiversidade e que estimule a economia da floresta'', ressalta Branca Americano, secretária de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do MMA. Durante a coletiva de imprensa, a ministra também defendeu um debate mais amplo sobre a proposta de revisão do Código Florestal em tramitação no Congresso Nacional. Ela reconhece que o texto do código em vigor precisa ser modernizado, mas alerta para a votação de uma matéria insuficientemente discutida com os demais setores da sociedade.
''Temos que considerar a questão urbana e a inclusão de mecanismos de baixo carbono. Não podemos ter uma ação (de governo) que gere contradições'', disse a ministra referindo-se às metas de redução das emissões de gases de efeito estufa que podem ser impactadas com a aprovação do texto que está no congresso. Segundo a ministra, a exemplo de outros segmentos da sociedade civil, como a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), o MMA já concluiu estudos técnicos que podem contribuir para o aperfeiçoamento da proposta.
MMA/EcoAgência
Por Ministério do Meio Ambiente
A ministra Izabella Teixeira, do Meio Ambiente, defende que o Brasil tenha um papel de ''facilitador e agregador'' das propostas em discussão na 16ª Conferência das Partes da Convenção da Organização das Nações Unidas para Mudança do Clima, a COP 16, que está sendo realizada em Cancun, no México, de 29 de novembro a 10 de dezembro. ''O Brasil está fazendo o dever de casa. Isso nos dá condições políticas de cobrar (dos demais países) resultados e credenciamento político para recepcionarmos as divergências e estimularmos uma convergência'', disse a ministra em coletiva de imprensa no final da manhã de sexta-feira (26).
Do encontro em Cancún, o país espera a aprovação de um pacote balanceado de decisões que signifique um avanço nas negociações e a pavimentação para um futuro acordo global a ser concluído nas próximas convenções, quem sabe em 2012, na Rio+20. ''Não teremos (na COP16) o acordo legalmente vinculante que a gente deseja. A engenharia político-institucional ainda não está suficientemente amadurecida, mas podemos dar continuidade ao que foi acordado em Copenhagen'', afirmou Izabella Teixeira.
A visão para Cancun é evoluir em etapas e fechar acordos específicos, mas em conjunto. O Brasil quer um pacote equilibrado com ações de mitigação, adaptação, financiamento, transferência de tecnologia, Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal (REDD+), além da visão compartilhada. Em termos de negociação internacional, o Brasil tem feito um esforço para que se tenha um resultado positivo em Cancun. O trabalho do país é puxar os demais para a negociação, buscando avanços e evitando que os países recuem em discussões que já estão bem desenvolvidas.
A aprovação da segunda etapa do Protocolo de Kyoto, na avaliação da ministra, já seria um grande passo. Esse segundo período, até 2020, demandaria uma redução de 20% a 40% nas emissões dos países desenvolvidos em relação às emissões de 1990. Esses valores são os previstos pelo IPCC para a manutenção do aquecimento em dois graus até 2020.
O Brasil chega a Cancun com o Fundo Clima regulamentado e R$ 226 milhões de orçamento inicial para 2011; os primeiros cinco planos setoriais da Política do Clima para redução das emissões e adaptações elaborados, incluindo as políticas de incentivo à agricultura de baixo carbono e o fortalecimento de uma matriz energética limpa e renovável; a redução sistemática do desmatamento da Amazônia, com o menor índice registrado nos últimos 21 anos; a entrega da segunda comunicação nacional do país à Convenção do Clima, o que inclui o segundo inventário de emissões do Brasil e oferece um quadro detalhado das emissões brasileiras para ajudar a tornar o monitoramento ainda mais eficiente.
A ministra chamou atenção para as dificuldades de negociação na área de mitigação envolvendo principalmente os Estados Unidos, que não são signatários do Protocolo de Kyoto, e discutem, em paralelo, na Convenção do Clima, a possibilidade de redução das emissões de gases de efeito estufa. Há também um entrave envolvendo a China, que, apesar de ser signatária do Protocolo de Kyoto, tem tido dificuldades em aceitar mecanismos de controle e transparência (MRV-medir, revisar e revisar) das metas nacionais de redução de emissões. Para a China, esses mecanismos podem invadir a autonomia do governo chinês.
As negociações de REDD+ entre os países já estão avançadas e o texto que está na mesa já está suficientemente maduro. O consenso é de que o REDD+ será implantado em três fases: a primeira de produção de conhecimento e de estratégias, englobando a estrutura institucional, o monitoramento e o inventário florestal; a segunda de implementação de políticas e medidas; e a terceira de pagamento pelo desempenho com base na quantificação das emissões e remoções por florestas em relação aos níveis de referência acordados.
Essa última, mais polêmica, é a única fase em que se poderá admitir a presença do mercado, desde que sejam atendidas salvaguardas que serão regulamentadas posteriormente. No entanto, o nível de detalhamento da proposta de REDD+ vai depender do andamento das negociações em relação às outras propostas para que sejam consideradas e balanceadas com REDD+. Dos acordos que podem sair de Cancun, o de REDD+ é um dos que irá gerar grande estímulo para o Brasil. Ele será a base para começar a valorização dos produtos da floresta, condição essencial para manter a floresta em pé. O Brasil já discute internamente a regulamentação do REDD+ que inclui a integridade ambiental e os critérios para repartição de benefícios.
''Queremos um sistema que tenha benefícios para o clima, para as populações, para a biodiversidade e que estimule a economia da floresta'', ressalta Branca Americano, secretária de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do MMA. Durante a coletiva de imprensa, a ministra também defendeu um debate mais amplo sobre a proposta de revisão do Código Florestal em tramitação no Congresso Nacional. Ela reconhece que o texto do código em vigor precisa ser modernizado, mas alerta para a votação de uma matéria insuficientemente discutida com os demais setores da sociedade.
''Temos que considerar a questão urbana e a inclusão de mecanismos de baixo carbono. Não podemos ter uma ação (de governo) que gere contradições'', disse a ministra referindo-se às metas de redução das emissões de gases de efeito estufa que podem ser impactadas com a aprovação do texto que está no congresso. Segundo a ministra, a exemplo de outros segmentos da sociedade civil, como a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), o MMA já concluiu estudos técnicos que podem contribuir para o aperfeiçoamento da proposta.
MMA/EcoAgência
A indústria paulista está preparada para a COP 16
O protagonismo de organizações representativas dos setores produtivos é estratégico para reverter o ceticismo mundial quanto às negociações internacionais relativas à emissão dos gases de efeito estufa, depois dos frustrantes resultados da COP 15, na Dinamarca. Por isso, os técnicos do Comitê de Energia e Mudança do Clima da Fiesp, criado em meados de 2009, têm trabalhado de modo intenso, incluindo sua presença nas reuniões prévias de negociações na Alemanha e na China, para preparar em alto nível a participação da entidade na Conferência do Clima do México (COP 16), em Cancun, de 29 de novembro a 10 de dezembro deste ano.
É primordial o engajamento da indústria na causa da sustentabilidade. A Fiesp tem promovido numerosas ações para o fomento da economia de baixo carbono. Com esse propósito, estabeleceu plano de ação voltado a incentivar as fábricas a realizarem inventários de gases de efeito estufa expelidos, visando à diminuição. Estimula, ainda, a transferência de tecnologia de produção limpa às médias, pequenas e microindústrias.
A entidade também está produzindo conteúdos, como o Guia de Introdução às Negociações de Mudança do Clima, compêndio substantivo sobre esse grande desafio contemporâneo. Em 2009, havia elaborado o estudo Mudanças Climáticas: o Valor das Convergências, entregue ao ex-vice-presidente norte-americano Al Gore, ganhador do Prêmio Nobel da Paz em 2007, por sua atuação na área ambiental. Os relatórios são preciosa contribuição em termos de conhecimento e informações referenciais.
A Fiesp acompanha as negociações nacionais e internacionais para identificar impactos, questões legais e oportunidades para o setor produtivo. Ademais, participa dos fóruns que defendem ou abordam a manutenção da competitividade setorial e promove seminários sobre o assunto, ampliando sua discussão.
O parque manufatureiro paulista tem, ainda, defendido providências e posições que considera cruciais. Uma delas é inegociável: nenhuma nação ou bloco econômico deve utilizar o argumento das mudanças climáticas para promover o recrudescimento do protecionismo. Outra de nossas propostas, esta de caráter estrutural, é a manutenção da geração hidrelétrica como a principal componente da matriz energética, por ser uma das mais limpas. Em caráter complementar, é preciso ampliar o uso de fontes de eletricidade com baixo nível de emissão de carbono, reduzindo-se a utilização das térmicas.
Outras medidas importantes são o incentivo à eficiência energética, ao consumo racional e à expansão do uso de biocombustíveis. Nosso país, por seus avanços nessas áreas e capacidade de produzir energia limpa e renovável, tem grande capacidade de influência na COP 16, herdeira das lições de casa não concretizadas na Dinamarca. É preciso defender os acordos inerentes à sustentabilidade. A sorte está lançada!
O autor, João Guilherme Sabino Ometto, é engenheiro - EESC/USP -, vice-presidente do Grupo São Martinho, vice-presidente da Fiesp e coordenador do Comitê de Mudanças Climáticas da entidade
É primordial o engajamento da indústria na causa da sustentabilidade. A Fiesp tem promovido numerosas ações para o fomento da economia de baixo carbono. Com esse propósito, estabeleceu plano de ação voltado a incentivar as fábricas a realizarem inventários de gases de efeito estufa expelidos, visando à diminuição. Estimula, ainda, a transferência de tecnologia de produção limpa às médias, pequenas e microindústrias.
A entidade também está produzindo conteúdos, como o Guia de Introdução às Negociações de Mudança do Clima, compêndio substantivo sobre esse grande desafio contemporâneo. Em 2009, havia elaborado o estudo Mudanças Climáticas: o Valor das Convergências, entregue ao ex-vice-presidente norte-americano Al Gore, ganhador do Prêmio Nobel da Paz em 2007, por sua atuação na área ambiental. Os relatórios são preciosa contribuição em termos de conhecimento e informações referenciais.
A Fiesp acompanha as negociações nacionais e internacionais para identificar impactos, questões legais e oportunidades para o setor produtivo. Ademais, participa dos fóruns que defendem ou abordam a manutenção da competitividade setorial e promove seminários sobre o assunto, ampliando sua discussão.
O parque manufatureiro paulista tem, ainda, defendido providências e posições que considera cruciais. Uma delas é inegociável: nenhuma nação ou bloco econômico deve utilizar o argumento das mudanças climáticas para promover o recrudescimento do protecionismo. Outra de nossas propostas, esta de caráter estrutural, é a manutenção da geração hidrelétrica como a principal componente da matriz energética, por ser uma das mais limpas. Em caráter complementar, é preciso ampliar o uso de fontes de eletricidade com baixo nível de emissão de carbono, reduzindo-se a utilização das térmicas.
Outras medidas importantes são o incentivo à eficiência energética, ao consumo racional e à expansão do uso de biocombustíveis. Nosso país, por seus avanços nessas áreas e capacidade de produzir energia limpa e renovável, tem grande capacidade de influência na COP 16, herdeira das lições de casa não concretizadas na Dinamarca. É preciso defender os acordos inerentes à sustentabilidade. A sorte está lançada!
O autor, João Guilherme Sabino Ometto, é engenheiro - EESC/USP -, vice-presidente do Grupo São Martinho, vice-presidente da Fiesp e coordenador do Comitê de Mudanças Climáticas da entidade
Embaixador Luiz Alberto Figueiredo defende mais definições
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11/30/2010 02:16:00 AM
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cumbre de cancun
Negociador chefe do Brasil na COP-16, Figueiredo afirmou que é preciso avançar rápido na substituição do protocolo de Kyoto
IG - Ultimo Segundo
Maria Fernanda Ziegler, enviada especial a Cancún
30/11/2010 01:03
Mudar o tamanho da letra: A+ A- Compartilhar: Para o embaixador Luiz Alberto Figueiredo, negociador chefe do Brasil na Conferência do Clima (Cop-16), embora não haja um prazo formal para as decisões sobre a substituição do protocolo de Kyoto, é preciso avançar rápido, caso contrário não haverá nenhuma implementação nem neste, nem nos próximos anos. Uma das grandes discussões da COP-16 é saber que o que será feito quando o protocolo sair de vigência, em 2012.
“Estamos aqui, depois de Copenhague, para andar para frente. Muitos vão dizer que os problemas de Copenhague, como a crise econômica, dificuldades políticas, permanecem e que o cenário não mudou. Mesmo assim, acreditados vamos sair de Cancún com um resultado positivo de adotar ações direcionadas”, disse Figueiredo.
O Protocolo de Kyoto, que estipula metas e prazos para a redução das emissões de gases causadores do efeito estufa, vai deixar de valer a partir de 2012. Fato que torna urgente alguma decisão sobre um novo tratado global. De acordo com o embaixador, há duas correntes sobre este assunto. Alguns países defendem que o ideal seria estender as mesmas metas do Protocolo de Kyoto por mais dois anos, enquanto outros acreditam que o melhor seria cruzar os números discutidos no acordo de Copenhague e implementá-lo provisoriamente.
Mesmo com as duas opções, Figueiredo não descarta a possibilidade de o mundo passar por um período sem a vigência de um protocolo que regulamente metas de redução das emissões. “É uma possibilidade real termos um intervalo entre o fim do comprimento do primeiro protocolo de Kyoto e do segundo que ainda está porvir”, disse.
Figueiredo explicou que implementação provisória – medida que permite que a conclusão de uma negociação entre em vigor antes do período de ser ratificada por outras partes - é encarada de maneira diversa entre os países. “Alguns países têm mais dificuldade em aceitar isso do que outros. Não é uma tradição na América Latina, por exemplo, mas é muito comum em países anglo-saxões”.
IG - Ultimo Segundo
Maria Fernanda Ziegler, enviada especial a Cancún
30/11/2010 01:03
Mudar o tamanho da letra: A+ A- Compartilhar: Para o embaixador Luiz Alberto Figueiredo, negociador chefe do Brasil na Conferência do Clima (Cop-16), embora não haja um prazo formal para as decisões sobre a substituição do protocolo de Kyoto, é preciso avançar rápido, caso contrário não haverá nenhuma implementação nem neste, nem nos próximos anos. Uma das grandes discussões da COP-16 é saber que o que será feito quando o protocolo sair de vigência, em 2012.
“Estamos aqui, depois de Copenhague, para andar para frente. Muitos vão dizer que os problemas de Copenhague, como a crise econômica, dificuldades políticas, permanecem e que o cenário não mudou. Mesmo assim, acreditados vamos sair de Cancún com um resultado positivo de adotar ações direcionadas”, disse Figueiredo.
O Protocolo de Kyoto, que estipula metas e prazos para a redução das emissões de gases causadores do efeito estufa, vai deixar de valer a partir de 2012. Fato que torna urgente alguma decisão sobre um novo tratado global. De acordo com o embaixador, há duas correntes sobre este assunto. Alguns países defendem que o ideal seria estender as mesmas metas do Protocolo de Kyoto por mais dois anos, enquanto outros acreditam que o melhor seria cruzar os números discutidos no acordo de Copenhague e implementá-lo provisoriamente.
Mesmo com as duas opções, Figueiredo não descarta a possibilidade de o mundo passar por um período sem a vigência de um protocolo que regulamente metas de redução das emissões. “É uma possibilidade real termos um intervalo entre o fim do comprimento do primeiro protocolo de Kyoto e do segundo que ainda está porvir”, disse.
Figueiredo explicou que implementação provisória – medida que permite que a conclusão de uma negociação entre em vigor antes do período de ser ratificada por outras partes - é encarada de maneira diversa entre os países. “Alguns países têm mais dificuldade em aceitar isso do que outros. Não é uma tradição na América Latina, por exemplo, mas é muito comum em países anglo-saxões”.
Boletim de Negociações na CoP 16 em Cancun
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11/30/2010 02:01:00 AM
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Informações adicionais aqui
Os principais temas de negociação durante a COP-16
folha.com
A 16ª Conferência das Partes da Convenção do Clima da ONU começou nesta segunda-feira (29) em Cancún, no México, com a ambição de dar impulso e credibilidade a difíceis negociações, após a decepção de Copenhague, há um ano.
Tropas do exército e policiais mexicanos, apoiados por três navios de guerra, participam do esquema de segurança em torno ao hotel Moon Palace, um complexo em frente ao mar, onde está sendo realizada a conferência que encerra somente em 10 de dezembro.
Veja a lista dos principais temas na mesa de negociação durante a conferência em Cancún, no México, sobre mudanças climáticas:
1. Redução das emissões de gases de efeito estufa devido ao desmatamento (20% do total) – Cancún pode tornar efetivo o mecanismo Redd+, que consiste em pagar compensações financeiras aos países que reduzirem o desmatamento ou a degradação de suas florestas. A Conferência de Copenhague conseguiu praticamente um acordo, mas faltam questões complexas por definir, como o financiamento deste ambicioso dispositivo.
2. Fundo Verde – Os países industrializados se comprometeram em Copenhague a mobilizar US$ 100 bilhões por ano até 2020 para alimentar este fundo, iniciativa do México, destinado aos países mais pobres. Mas sua gestão é objeto de debate: os países em desenvolvimento querem que dependa da ONU, enquanto outros, como Estados Unidos, pedem que goze de maior independência.
3. Fixar os compromissos de redução de emissões de gases de efeito estufa – Segundo o Acordo de Copenhague, os países industrializados e as nações em desenvolvimento submeteram à Convenção Marco das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (CMNUCC) seus objetivos e ações em termos de cortes de emissões de CO2 até 2020. Estas promessas não têm caráter vinculativo e a conferência de Cancún deverá buscar uma fórmula jurídica para fixá-las legalmente. Apesar de tudo, as promessas feitas até agora são insuficientes para limitar a 2º C a alta da temperatura média do planeta.
4. Verificação dos compromissos alcançados – O controle dos esforços realizados para reduzir as emissões de CO2 é um dos temas mais espinhosos da negociação. A China, principal emissor mundial, é particularmente reticente ao controle exterior de seus planos climáticos, um aspecto no qual, entretanto, insiste outro grande emissor, Estados Unidos.
5. Protocolo de Kyoto – Os países em desenvolvimento se preocupam com a falta de atenção dedicada a um eventual segundo período de compromissos sob o Protocolo de Kyoto, cuja primeira etapa expira no final de 2012. Ante a dificuldade para concluir um novo tratado vinculativo, estes países insistem em conservar o único instrumento legal existente que impõe obrigações cifradas em matéria de emissões de gases de efeito estufa aos países industrializados (com exceção dos Estados Unidos, que nunca o ratificou).
6. Mecanismos de transferência de tecnologia – Trata-se de ajudar os países mais vulneráveis a ter acesso às tecnologias que permitem reduzir as emissões de CO2 (energias renováveis, por exemplo) e adaptar-se aos inevitáveis impactos das mudanças climáticas. Cancún poderia aprovar a criação de um comitê sobre tecnologia, que seria responsável por centralizar e divulgar esta informação. (Fonte: Folha.com)
A 16ª Conferência das Partes da Convenção do Clima da ONU começou nesta segunda-feira (29) em Cancún, no México, com a ambição de dar impulso e credibilidade a difíceis negociações, após a decepção de Copenhague, há um ano.
Tropas do exército e policiais mexicanos, apoiados por três navios de guerra, participam do esquema de segurança em torno ao hotel Moon Palace, um complexo em frente ao mar, onde está sendo realizada a conferência que encerra somente em 10 de dezembro.
Veja a lista dos principais temas na mesa de negociação durante a conferência em Cancún, no México, sobre mudanças climáticas:
1. Redução das emissões de gases de efeito estufa devido ao desmatamento (20% do total) – Cancún pode tornar efetivo o mecanismo Redd+, que consiste em pagar compensações financeiras aos países que reduzirem o desmatamento ou a degradação de suas florestas. A Conferência de Copenhague conseguiu praticamente um acordo, mas faltam questões complexas por definir, como o financiamento deste ambicioso dispositivo.
2. Fundo Verde – Os países industrializados se comprometeram em Copenhague a mobilizar US$ 100 bilhões por ano até 2020 para alimentar este fundo, iniciativa do México, destinado aos países mais pobres. Mas sua gestão é objeto de debate: os países em desenvolvimento querem que dependa da ONU, enquanto outros, como Estados Unidos, pedem que goze de maior independência.
3. Fixar os compromissos de redução de emissões de gases de efeito estufa – Segundo o Acordo de Copenhague, os países industrializados e as nações em desenvolvimento submeteram à Convenção Marco das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (CMNUCC) seus objetivos e ações em termos de cortes de emissões de CO2 até 2020. Estas promessas não têm caráter vinculativo e a conferência de Cancún deverá buscar uma fórmula jurídica para fixá-las legalmente. Apesar de tudo, as promessas feitas até agora são insuficientes para limitar a 2º C a alta da temperatura média do planeta.
4. Verificação dos compromissos alcançados – O controle dos esforços realizados para reduzir as emissões de CO2 é um dos temas mais espinhosos da negociação. A China, principal emissor mundial, é particularmente reticente ao controle exterior de seus planos climáticos, um aspecto no qual, entretanto, insiste outro grande emissor, Estados Unidos.
5. Protocolo de Kyoto – Os países em desenvolvimento se preocupam com a falta de atenção dedicada a um eventual segundo período de compromissos sob o Protocolo de Kyoto, cuja primeira etapa expira no final de 2012. Ante a dificuldade para concluir um novo tratado vinculativo, estes países insistem em conservar o único instrumento legal existente que impõe obrigações cifradas em matéria de emissões de gases de efeito estufa aos países industrializados (com exceção dos Estados Unidos, que nunca o ratificou).
6. Mecanismos de transferência de tecnologia – Trata-se de ajudar os países mais vulneráveis a ter acesso às tecnologias que permitem reduzir as emissões de CO2 (energias renováveis, por exemplo) e adaptar-se aos inevitáveis impactos das mudanças climáticas. Cancún poderia aprovar a criação de um comitê sobre tecnologia, que seria responsável por centralizar e divulgar esta informação. (Fonte: Folha.com)
Na abertura da COP-16, buscam driblar o pessimismo em torno de uma solução climática
Plantão Publicada em 29/11/2010 às 17h39m
CANCÚN - Começou nesta segunda feira a 16ª Convenção da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP-16) em Cancún, no México. Nos discursos de abertura do evento, que acontece um ano após a fracassada tentativa de acordo em Copenhague (COP-15), o tom era de se buscar a retomada do engajamento dos paises no combate ao aquecimento global. O Nobel de Química Mário Molina, um dos primeiros a falar, apontou que adiar as ações para reverter o problema que vem causando, segundo cientistas, tragédias ambientais com mais frequência, vai resultar em um custo ainda mais alto para os paises.
- Adiar ações custara mais e representara maior prejuízo para as gerações futuras do que agir agora. As consequências serão irreversíveis - avisou, citando o derretimento das geleiras e a desertificação da Amazônia.
Outro cientista a falar, o presidente do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), braço cientifico da ONU, Rajendra Pachauri, citou as evidências demonstradas pelo ultimo relatório do grupo, que aponta a atividade humana como causadora do aumento de emissões de gases-estufa e a consequente mudança no clima do planeta. Ele afirmou que se a temperatura da Terra subir mais do que entre 1.,5 o C e 2,5 o C, entre 20% e 30% das espécies de plantas e animais que existem hoje poderão entrar em grande risco de extinção. Se chegarmos a esta temperatura, disse, os oceanos podem subir ate 1,4 metro, impactando significativamente ilhas e cidades costeiras. Desde o período pré-industrial ate agora, a temperatura global já subiu 0,8o C.
O anfitrião do evento, presidente mexicano Felipe Calderon, fez um apelo para que os negociadores de 194 paises que estão reunidos em Cancun cheguem a um acordo para mudar os rumos da crise climática. Ele disse que a humanidade toda esta os assistindo e as futuras gerações irão cobrar, caso eles falhem em alcançar um resultado. Sua fala foi feita para tentar atenuar o pessimismo que ronda a reunião. Poucos esperam que os paises desenvolvidos fechem um consenso sobre metas de redução de CO2 a partir de 2013, quando o Protocolo de Kyoto, que fixa esta obrigação, expira.
- Será uma tragédia que nossa incapacidade nos leve a falhar. Neste terreno não pode haver rivalidades porque o desafio e comum. Só há uma espécie humana e um planeta Terra - ponderou.
A presidente da Convenção, Christiana Figueres, chegou a pedir para que os deuses maias ajudem os negociadores a encontrar uma solução. A COP-16 acontece ate o dia 10 de dezembro.
Catarina Alencastro, enviada especial
CANCÚN - Começou nesta segunda feira a 16ª Convenção da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP-16) em Cancún, no México. Nos discursos de abertura do evento, que acontece um ano após a fracassada tentativa de acordo em Copenhague (COP-15), o tom era de se buscar a retomada do engajamento dos paises no combate ao aquecimento global. O Nobel de Química Mário Molina, um dos primeiros a falar, apontou que adiar as ações para reverter o problema que vem causando, segundo cientistas, tragédias ambientais com mais frequência, vai resultar em um custo ainda mais alto para os paises.
- Adiar ações custara mais e representara maior prejuízo para as gerações futuras do que agir agora. As consequências serão irreversíveis - avisou, citando o derretimento das geleiras e a desertificação da Amazônia.
Outro cientista a falar, o presidente do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), braço cientifico da ONU, Rajendra Pachauri, citou as evidências demonstradas pelo ultimo relatório do grupo, que aponta a atividade humana como causadora do aumento de emissões de gases-estufa e a consequente mudança no clima do planeta. Ele afirmou que se a temperatura da Terra subir mais do que entre 1.,5 o C e 2,5 o C, entre 20% e 30% das espécies de plantas e animais que existem hoje poderão entrar em grande risco de extinção. Se chegarmos a esta temperatura, disse, os oceanos podem subir ate 1,4 metro, impactando significativamente ilhas e cidades costeiras. Desde o período pré-industrial ate agora, a temperatura global já subiu 0,8o C.
O anfitrião do evento, presidente mexicano Felipe Calderon, fez um apelo para que os negociadores de 194 paises que estão reunidos em Cancun cheguem a um acordo para mudar os rumos da crise climática. Ele disse que a humanidade toda esta os assistindo e as futuras gerações irão cobrar, caso eles falhem em alcançar um resultado. Sua fala foi feita para tentar atenuar o pessimismo que ronda a reunião. Poucos esperam que os paises desenvolvidos fechem um consenso sobre metas de redução de CO2 a partir de 2013, quando o Protocolo de Kyoto, que fixa esta obrigação, expira.
- Será uma tragédia que nossa incapacidade nos leve a falhar. Neste terreno não pode haver rivalidades porque o desafio e comum. Só há uma espécie humana e um planeta Terra - ponderou.
A presidente da Convenção, Christiana Figueres, chegou a pedir para que os deuses maias ajudem os negociadores a encontrar uma solução. A COP-16 acontece ate o dia 10 de dezembro.
São Paulo terá 50 ônibus movidos a etanol a partir do próximo ano
Data: 29/11/2010 11:28
"O mais importante é a melhoria da qualidade de ar e o combate à poluição da cidade de São Paulo. Nossa ideia é que tenhamos uma frota com combustível alternativo não apenas com etanol, mas também com energia elétrica e outras fontes de energia limpa", disse o prefeito. Segundo Marcelo Cardinale Branco, secretário municipal de Transportes, os 50 veículos vão circular inicialmente em corredores da cidade. "Os corredores têm um maior volume de circulação. Temos o interesse de que eles percorram o maior número de quilômetros possível. Ainda não definimos exatamente em que pontos, mas a ótica será essa: de colocá-los aonde eles possam ter uma circulação maior para que a eficiência do etanol seja constatada".
Desde dezembro de 2009, a prefeitura faz testes com ônibus movido a etanol. Segundo o secretário municipal de Transportes, o veículo rodou aproximadamente 25 mil quilômetros nas ruas de São Paulo, transportou 85 mil passageiros e não apresentou falhas, além de ter reduzido em mais de 80% as emissões de gases de efeito estufa. A prefeitura se comprometeu, em 2009, a diminuir em pelo menos 10% ao ano o uso de combustíveis fósseis na cidade.
Por: Redação TN / Elaine Patrícia Cruz, Agência Brasil
A partir de maio do próximo ano, 50 ônibus movidos a etanol aditivado irão circular pela capital paulista. De acordo com a prefeitura, o objetivo é reduzir progressivamente o uso de combustíveis fósseis que são mais poluidores. A meta é que até 2018 todos os ônibus de transporte público do município sejam movidos exclusivamente por combustíveis renováveis. O compromisso foi assinado na última quinta-feira (25/11) pelo prefeito da cidade, Gilberto Kassab, com a empresa Scania Latin American que fabricará os veículos similares aos movidos a diesel ao custo de R$ 350 mil cada um, totalizando um investimento de R$ 17,5 milhões. "O mais importante é a melhoria da qualidade de ar e o combate à poluição da cidade de São Paulo. Nossa ideia é que tenhamos uma frota com combustível alternativo não apenas com etanol, mas também com energia elétrica e outras fontes de energia limpa", disse o prefeito. Segundo Marcelo Cardinale Branco, secretário municipal de Transportes, os 50 veículos vão circular inicialmente em corredores da cidade. "Os corredores têm um maior volume de circulação. Temos o interesse de que eles percorram o maior número de quilômetros possível. Ainda não definimos exatamente em que pontos, mas a ótica será essa: de colocá-los aonde eles possam ter uma circulação maior para que a eficiência do etanol seja constatada".
Desde dezembro de 2009, a prefeitura faz testes com ônibus movido a etanol. Segundo o secretário municipal de Transportes, o veículo rodou aproximadamente 25 mil quilômetros nas ruas de São Paulo, transportou 85 mil passageiros e não apresentou falhas, além de ter reduzido em mais de 80% as emissões de gases de efeito estufa. A prefeitura se comprometeu, em 2009, a diminuir em pelo menos 10% ao ano o uso de combustíveis fósseis na cidade.
Obstáculo para o desenvolvimento
29/11/2010
De acordo com Adalberto Luís Val, diretor do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), estima-se que apenas 4 mil doutores atuem em toda a Amazônia nas diversas áreas de pesquisa. Um efetivo menor do que o da Universidade de São Paulo (USP), que possui mais de 5 mil doutores em seus quadros.
Em entrevista à Agência FAPESP, Val falou sobre a magnitude da carência de recursos humanos na área de ciência e tecnologia na Amazônia, que, segundo ele, é um dos principais obstáculos ao desenvolvimento da região.
A solução para o problema, segundo ele, passa pelo incremento da estrutura científica na região e pelas políticas de atração e fixação de mão de obra científica, que, por sua vez, estabelecerá a base para a formação de novos quadros na própria Amazônia. Esse círculo virtuoso, no entanto, exigirá vontade política e uma articulação interministerial bem planejada.
Biólogo, Val pesquisa no Inpa, desde 1981, a respiração e as adaptações dos peixes da Amazônia às modificações do meio ambiente, tanto aquelas de origem natural como as causadas pelo homem. Membro da Academia Brasileira de Ciências (ABC) e do corpo editorial de várias revistas científicas, tem mais de 80 artigos publicados em periódicos do Brasil e exterior.
Agência FAPESP – Qual a dimensão da carência de recursos humanos em ciência na Amazônia?
Adalberto Luís Val – Em 2009, coordenei o grupo que montou o documento Amazônia: Desafio brasileiro do século 21, lançado pela Academia Brasileira de Ciências, que continha proposta para um novo modelo de desenvolvimento da região. Ali, foi feito um dimensionamento da carência de mão de obra científica na Amazônia, que foi considerado um dos entraves fundamentais para o desenvolvimento. Para se ter uma ideia, o Brasil está formando a cada ano cerca de 11 mil doutores, mas toda a região amazônica tem atualmente apenas 4 mil doutores trabalhando em pesquisa. É muito pouco, infelizmente, considerando que os nove estados da Amazônia correspondem a 60% do território nacional e a 10% do PIB nacional. A USP, sozinha, tem mais de 5 mil doutores. A demanda na região amazônica é imensa e urgente.
Agência FAPESP – Qual seria a melhor alternativa para reverter esse quadro?
Val – Temos convicção de que há várias alternativas para resolver essa questão. No entanto, nenhuma delas isoladamente pode dar conta do problema. O primeiro ponto em que temos que pensar é na montagem de uma estrutura de capacitação de mão de obra na própria Amazônia. É preciso capacitar e fixar pessoal na região. Não podemos, por outro lado, relegar a Amazônia à sua própria sorte. Temos que montar um sistema nacional capaz de atender a toda essa demanda. Uma campanha para inserir a Amazônia no Sistema de Ciência e Tecnologia do Brasil de forma efetiva.
Por Fábio de Castro
Agência FAPESP – A Amazônia legal brasileira tem um território que corresponde ao de 32 países da Europa ocidental, mais de 20 milhões de habitantes e concentra a maior parte da biodiversidade do planeta. Mas a grandiosidade da região não corresponde, nem de longe, à estrutura de pesquisa científica e tecnológica ali existente.De acordo com Adalberto Luís Val, diretor do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), estima-se que apenas 4 mil doutores atuem em toda a Amazônia nas diversas áreas de pesquisa. Um efetivo menor do que o da Universidade de São Paulo (USP), que possui mais de 5 mil doutores em seus quadros.
Em entrevista à Agência FAPESP, Val falou sobre a magnitude da carência de recursos humanos na área de ciência e tecnologia na Amazônia, que, segundo ele, é um dos principais obstáculos ao desenvolvimento da região.
A solução para o problema, segundo ele, passa pelo incremento da estrutura científica na região e pelas políticas de atração e fixação de mão de obra científica, que, por sua vez, estabelecerá a base para a formação de novos quadros na própria Amazônia. Esse círculo virtuoso, no entanto, exigirá vontade política e uma articulação interministerial bem planejada.
Biólogo, Val pesquisa no Inpa, desde 1981, a respiração e as adaptações dos peixes da Amazônia às modificações do meio ambiente, tanto aquelas de origem natural como as causadas pelo homem. Membro da Academia Brasileira de Ciências (ABC) e do corpo editorial de várias revistas científicas, tem mais de 80 artigos publicados em periódicos do Brasil e exterior.
Agência FAPESP – Qual a dimensão da carência de recursos humanos em ciência na Amazônia?
Adalberto Luís Val – Em 2009, coordenei o grupo que montou o documento Amazônia: Desafio brasileiro do século 21, lançado pela Academia Brasileira de Ciências, que continha proposta para um novo modelo de desenvolvimento da região. Ali, foi feito um dimensionamento da carência de mão de obra científica na Amazônia, que foi considerado um dos entraves fundamentais para o desenvolvimento. Para se ter uma ideia, o Brasil está formando a cada ano cerca de 11 mil doutores, mas toda a região amazônica tem atualmente apenas 4 mil doutores trabalhando em pesquisa. É muito pouco, infelizmente, considerando que os nove estados da Amazônia correspondem a 60% do território nacional e a 10% do PIB nacional. A USP, sozinha, tem mais de 5 mil doutores. A demanda na região amazônica é imensa e urgente.
Agência FAPESP – Qual seria a melhor alternativa para reverter esse quadro?
Val – Temos convicção de que há várias alternativas para resolver essa questão. No entanto, nenhuma delas isoladamente pode dar conta do problema. O primeiro ponto em que temos que pensar é na montagem de uma estrutura de capacitação de mão de obra na própria Amazônia. É preciso capacitar e fixar pessoal na região. Não podemos, por outro lado, relegar a Amazônia à sua própria sorte. Temos que montar um sistema nacional capaz de atender a toda essa demanda. Uma campanha para inserir a Amazônia no Sistema de Ciência e Tecnologia do Brasil de forma efetiva.
Abrir caminho para o etanol
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11/29/2010 07:17:00 AM
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biosmassa,
energia limpa,
energia renovavel,
ETANOL
29/11/2010
Agência FAPESP – “A biomassa é, de longe, a mais viável fonte sustentável de combustíveis líquidos que, por sua vez, continuarão a ser necessários por muito tempo, se não indefinidamente.” A afirmação é de uma carta publicada na edição atual da revista Science, de autoria de Lee Lynd, professor da Thayer School of Engineering do Dartmouth College, e de Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da FAPESP e professor titular da Universidade Estadual de Campinas.
O texto é uma resposta a reportagem publicada pela mesma revista em sua edição de 13 de agosto, em seção especial sobre energias alternativas. De autoria do jornalista Robert Service, a reportagem identifica fatores que contribuiriam para a eventual queda do entusiasmo nos Estados Unidos com relação ao etanol celulósico e observa que decisões políticas adotadas este ano poderão moldar a nascente indústria de biocombustíveis no país por décadas.
“O principal plano do governo dos Estados Unidos para reduzir sua dependência do petróleo com a produção comercial do etanol celulósico corre grande perigo, o que ressalta as complexas forças técnicas, econômicas e políticas que se contrapõem aos esforços globais para criar alternativas viáveis aos combustíveis fósseis”, disse Service.
Para Brito Cruz e Lynd, é importante que seja feita a distinção entre “o fundamental e o efêmero” e que as políticas tenham como base o que realmente importa, não circunstâncias momentâneas.
O primeiro ponto, segundo eles, é que combustíveis líquidos continuarão muito requisitados, mesmo em cenário de adoção em massa de alternativas como a eletricidade, por exemplo.
Agência FAPESP – “A biomassa é, de longe, a mais viável fonte sustentável de combustíveis líquidos que, por sua vez, continuarão a ser necessários por muito tempo, se não indefinidamente.” A afirmação é de uma carta publicada na edição atual da revista Science, de autoria de Lee Lynd, professor da Thayer School of Engineering do Dartmouth College, e de Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da FAPESP e professor titular da Universidade Estadual de Campinas.
O texto é uma resposta a reportagem publicada pela mesma revista em sua edição de 13 de agosto, em seção especial sobre energias alternativas. De autoria do jornalista Robert Service, a reportagem identifica fatores que contribuiriam para a eventual queda do entusiasmo nos Estados Unidos com relação ao etanol celulósico e observa que decisões políticas adotadas este ano poderão moldar a nascente indústria de biocombustíveis no país por décadas.
“O principal plano do governo dos Estados Unidos para reduzir sua dependência do petróleo com a produção comercial do etanol celulósico corre grande perigo, o que ressalta as complexas forças técnicas, econômicas e políticas que se contrapõem aos esforços globais para criar alternativas viáveis aos combustíveis fósseis”, disse Service.
Para Brito Cruz e Lynd, é importante que seja feita a distinção entre “o fundamental e o efêmero” e que as políticas tenham como base o que realmente importa, não circunstâncias momentâneas.
O primeiro ponto, segundo eles, é que combustíveis líquidos continuarão muito requisitados, mesmo em cenário de adoção em massa de alternativas como a eletricidade, por exemplo.
A retomada do desenvolvimentismo
Com a retomada do desenvolvimentismo, o Brasil aposta na constituição de um mercado de consumo, na redistribuição de renda e no adensamento das classes médias, avalia o economista André Cunha
Por: Patrícia Fachin
“Temos de pensar a cara do mundo nos próximos anos e o papel que o Brasil virá a ter, ou seja, desafios velhos estão repostos hoje e isso tem a ver com a nova rotação do mundo”, constata André Cunha, em entrevista concedida à IHU On-Line, concedida por telefone.
Segundo o economista, a ascensão da China e da Índia representa um mercado em potencial para o Brasil, pois, em função do processo de urbanização desses países, a tendência é de que o valor das commodities se mantenha elevado.
Por outro lado, a nova conjuntura geopolítica coloca o país em um dilema: continuar exportando commodities ou investir na industrialização. De acordo com André Cunha, “seria extremamente perverso, para o processo de desenvolvimento do Brasil, o país abrir mão de ter uma estrutura produtiva diversificada e densa. O desafio é preservarmos a indústria brasileira”. Para isso, menciona, “o país não precisa abrir mão das exportações de commodities”.
André Moreira Cunha possui graduação em Ciência Econômicas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS, mestrado e doutorado na mesma área pela Universidade Estadual de Campinas – Unicamp. Sua dissertação analisou Empresas Transnacionais na Economia Brasileira dos anos 80 e 90. Foi professor visitante na Universidade de Leiden, na Holanda, e docente da Universidade do Vale do Rio dos Sinos – Unisinos. Atualmente leciona na Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS. Pesquisador associado do Centro de Estudios Brasileños del Instituto Universitario de Investigación Ortega y Gasset, na Espanha.
Confira a entrevista.
IHU On-Line - Que modelo de desenvolvimento está em curso no Brasil?
André Moreira Cunha – O Brasil, a partir da crise do modelo nacional-desenvolvimentista dos anos 1980, entrou numa longa trajetória de baixo crescimento, expressa, principalmente, na inflação alta. O que tem marcado o período recente, dos anos 2000, 2004 em diante, é uma retomada do dinamismo, do crescimento econômico acima do que vínhamos crescendo há quase um quarto de século, e uma aceleração deste ritmo de expansão combinada com uma performance em termos de inflação bastante melhor do que a média histórica.
Por: Patrícia Fachin
“Temos de pensar a cara do mundo nos próximos anos e o papel que o Brasil virá a ter, ou seja, desafios velhos estão repostos hoje e isso tem a ver com a nova rotação do mundo”, constata André Cunha, em entrevista concedida à IHU On-Line, concedida por telefone.
Segundo o economista, a ascensão da China e da Índia representa um mercado em potencial para o Brasil, pois, em função do processo de urbanização desses países, a tendência é de que o valor das commodities se mantenha elevado.
Por outro lado, a nova conjuntura geopolítica coloca o país em um dilema: continuar exportando commodities ou investir na industrialização. De acordo com André Cunha, “seria extremamente perverso, para o processo de desenvolvimento do Brasil, o país abrir mão de ter uma estrutura produtiva diversificada e densa. O desafio é preservarmos a indústria brasileira”. Para isso, menciona, “o país não precisa abrir mão das exportações de commodities”.
André Moreira Cunha possui graduação em Ciência Econômicas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS, mestrado e doutorado na mesma área pela Universidade Estadual de Campinas – Unicamp. Sua dissertação analisou Empresas Transnacionais na Economia Brasileira dos anos 80 e 90. Foi professor visitante na Universidade de Leiden, na Holanda, e docente da Universidade do Vale do Rio dos Sinos – Unisinos. Atualmente leciona na Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS. Pesquisador associado do Centro de Estudios Brasileños del Instituto Universitario de Investigación Ortega y Gasset, na Espanha.
Confira a entrevista.
IHU On-Line - Que modelo de desenvolvimento está em curso no Brasil?
André Moreira Cunha – O Brasil, a partir da crise do modelo nacional-desenvolvimentista dos anos 1980, entrou numa longa trajetória de baixo crescimento, expressa, principalmente, na inflação alta. O que tem marcado o período recente, dos anos 2000, 2004 em diante, é uma retomada do dinamismo, do crescimento econômico acima do que vínhamos crescendo há quase um quarto de século, e uma aceleração deste ritmo de expansão combinada com uma performance em termos de inflação bastante melhor do que a média histórica.
Brasil na rota da economia de baixo carbono
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11/28/2010 12:49:00 PM
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economia de baixo carbono,
IIED
A sociedade precisa de outra teoria macroeconômica, a qual não tem nada a ver com o pensamento econômico atual, aponta o economista José Eli da Veiga
Por: Patrícia Fachin
“Não existe um pensamento macroeconômico para isso que chamamos de sustentabilidade porque todas as teorias, das mais ortodoxas às mais heterodoxas, têm como base comum o aumento incessante do consumo”, disse José Eli da Veiga, à IHU On-Line. Na entrevista que segue, concedida por telefone, o economista explica que o mundo está passando por uma transição da era da energia fóssil para a economia de baixo carbono e classifica o aquecimento global como a espinha dorsal desse processo. “Se não conseguirmos reverter o aquecimento global, tudo que for conquistado em termos de biodiversidade, gestão de recursos hídricos, etc., vai para o ralo porque o aquecimento acabará com tudo”.
Em função disso, argumenta, é preciso investir prioritariamente em uma reestruturação energética. Nesse sentido, assinala, “o vetor segurança energética somado ao vetor mudança climática faz com que se perceba que a próxima longa etapa do capitalismo será centrada nas inovações das áreas das energias que poderão substituir as fósseis”.
Na opinião do economista, as atuais opções alternativas energéticas como a eólica e a solar não serão suficientes para sustentar a transição da era fóssil para a economia de baixo carbono. “É bem provável que tenhamos uma grande surpresa nas próximas décadas com algum tipo de inovação radical que irá acelerar o processo de saída da era fóssil”, aponta.
Para ele, o desafio Brasil nos próximos anos consiste em investir em “CT&I”, Ciência, Tecnologia e Inovação para não ficar dependente das soluções que surgirão em outros países. “Do meu ponto de vista, deveríamos usar todos os recursos do pré-sal para investir em Ciência e Tecnologia”.
José Eli da Veiga é professor do Departamento de Economia da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo – FEA-USP, onde participa do Núcleo de Economia Socioambiental – NESA. Além de artigos em periódicos científicos nacionais e estrangeiros, e diversos capítulos de obras coletivas, acaba de lançar seu vigésimo livro: Sustentabilidade – A legitimação de um novo valor (Ed Senac, 2010). É colunista do jornal Valor Econômico e da revista Página 22. Sua página pessoal na internet é http://www.zeeli.pro.br/.
Confira a entrevista.
IHU On-Line - Pode nos explicar em que consiste a economia verde?
José Eli da Veiga – As pessoas têm opções diferentes sobre a concepção do que seria a economia verde. A principal referência internacional é o PNUMA (UNEP, na sigla em inglês), Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, que lançou em 2008 uma iniciativa pela economia verde (Green Economy Initiative). Um programa para auxiliar os governos nacionais a elaborar políticas de estímulo a tudo isso que temos chamado de atividades favoráveis à sustentabilidade, que vão desde a busca por energias renováveis até práticas agrícolas mais adequadas, passando por novas maneiras de construir casas e prédios. Na concepção do PNUMA, uma economia verde, além de justa e resiliente, deve e ter a capacidade de melhorar a qualidade de vida de todos dentro dos limites ecológicos deste planeta.
Logo depois, surgiu uma iniciativa internacional diferente, de coalizão, que juntou organizações de consumidores, de trabalhadores e pesquisadores sob a liderança do International Institute for Environment and Development – IIED, que tem sede em Londres, fundado pela economista Barbara Ward, em 1971. No Brasil, este debate está sendo puxado pela ONG Vitae Civilis, de São Paulo. Recentemente, a ONG e o Instituto fizeram um encontro no Brasil e passaram a usar a expressão “economia verde e inclusiva”.
Por: Patrícia Fachin
“Não existe um pensamento macroeconômico para isso que chamamos de sustentabilidade porque todas as teorias, das mais ortodoxas às mais heterodoxas, têm como base comum o aumento incessante do consumo”, disse José Eli da Veiga, à IHU On-Line. Na entrevista que segue, concedida por telefone, o economista explica que o mundo está passando por uma transição da era da energia fóssil para a economia de baixo carbono e classifica o aquecimento global como a espinha dorsal desse processo. “Se não conseguirmos reverter o aquecimento global, tudo que for conquistado em termos de biodiversidade, gestão de recursos hídricos, etc., vai para o ralo porque o aquecimento acabará com tudo”.
Em função disso, argumenta, é preciso investir prioritariamente em uma reestruturação energética. Nesse sentido, assinala, “o vetor segurança energética somado ao vetor mudança climática faz com que se perceba que a próxima longa etapa do capitalismo será centrada nas inovações das áreas das energias que poderão substituir as fósseis”.
Na opinião do economista, as atuais opções alternativas energéticas como a eólica e a solar não serão suficientes para sustentar a transição da era fóssil para a economia de baixo carbono. “É bem provável que tenhamos uma grande surpresa nas próximas décadas com algum tipo de inovação radical que irá acelerar o processo de saída da era fóssil”, aponta.
Para ele, o desafio Brasil nos próximos anos consiste em investir em “CT&I”, Ciência, Tecnologia e Inovação para não ficar dependente das soluções que surgirão em outros países. “Do meu ponto de vista, deveríamos usar todos os recursos do pré-sal para investir em Ciência e Tecnologia”.
José Eli da Veiga é professor do Departamento de Economia da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo – FEA-USP, onde participa do Núcleo de Economia Socioambiental – NESA. Além de artigos em periódicos científicos nacionais e estrangeiros, e diversos capítulos de obras coletivas, acaba de lançar seu vigésimo livro: Sustentabilidade – A legitimação de um novo valor (Ed Senac, 2010). É colunista do jornal Valor Econômico e da revista Página 22. Sua página pessoal na internet é http://www.zeeli.pro.br/.
Confira a entrevista.
IHU On-Line - Pode nos explicar em que consiste a economia verde?
José Eli da Veiga – As pessoas têm opções diferentes sobre a concepção do que seria a economia verde. A principal referência internacional é o PNUMA (UNEP, na sigla em inglês), Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, que lançou em 2008 uma iniciativa pela economia verde (Green Economy Initiative). Um programa para auxiliar os governos nacionais a elaborar políticas de estímulo a tudo isso que temos chamado de atividades favoráveis à sustentabilidade, que vão desde a busca por energias renováveis até práticas agrícolas mais adequadas, passando por novas maneiras de construir casas e prédios. Na concepção do PNUMA, uma economia verde, além de justa e resiliente, deve e ter a capacidade de melhorar a qualidade de vida de todos dentro dos limites ecológicos deste planeta.
Logo depois, surgiu uma iniciativa internacional diferente, de coalizão, que juntou organizações de consumidores, de trabalhadores e pesquisadores sob a liderança do International Institute for Environment and Development – IIED, que tem sede em Londres, fundado pela economista Barbara Ward, em 1971. No Brasil, este debate está sendo puxado pela ONG Vitae Civilis, de São Paulo. Recentemente, a ONG e o Instituto fizeram um encontro no Brasil e passaram a usar a expressão “economia verde e inclusiva”.
Economia de baixo carbono: o desafio brasileiro
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11/28/2010 12:47:00 PM
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economia de baixo carbono
“A transição para uma economia de baixo carbono é capaz de compatibilizar seu crescimento com a preservação dos serviços ecossistêmicos básicos”, constata o economista Ricardo Abramovay
Por: Patrícia Fachin
“O país tem hoje uma situação privilegiada”, aponta Ricardo Abramovay. Segundo ele, este privilégio “exprime-se no fato de que a transição para uma economia de baixo carbono é capaz de compatibilizar seu crescimento com a preservação dos serviços ecossistêmicos básicos”. Para que o Brasil seja um exemplo internacional na relação entre economia e ecossistemas, alguns elementos básicos devem ser cumpridos. “É preciso que a inovação industrial, da mesma forma que está ocorrendo na União Europeia, no Japão, na China e nos EUA, tenha por vetor fundamental a preocupação em reduzir ao mínimo o uso de materiais e energia por unidade de produto. Isso exige rastreamento mais aprofundado não só das emissões de gases de efeito estufa, mas dos impactos da produção material sobre a biodiversidade e, de maneira geral, sobre os materiais consumidos pela indústria. Além da chamada pegada de carbono, é fundamental rastrear a pegada de água e de todos os materiais usados na produção”. De acordo com Abramovay, outro elemento importante refere-se ao padrão de consumo atual. “Os padrões de consumo atuais, tão concentrados em produtos alimentares de má qualidade, num padrão de mobilidade urbana insustentável e em formas de moradia apoiadas em imenso desperdício, devem ser discutidos e modificados”.
Na entrevista que segue, concedida por e-mail à IHU On-Line, o economista enfatiza que o “Brasil pode continuar desempenhando papel de destaque na oferta de commodities, ao mesmo tempo em que transita para uma economia de baixo carbono e baseada no conhecimento (e não na destruição) da natureza”.
No que se refere aos investimentos a partir das reservas de pré-sal, Abramovay é enfático: “O importante é que, ao menos, parte dos recursos do pré-sal seja dirigida para acelerar a transição do Brasil para uma economia de baixo carbono, de maneira que os usuários dos resultados da exploração do pré-sal respondam pelo pagamento dos direitos de emissão ligados a seu uso. É fundamental que se ampliem os investimentos em ciência e tecnologia ligadas ao conhecimento dos mais importantes biomas do país, para que o uso sustentável da biodiversidade”.
Ricardo Abramovay é mestre em Ciências Políticas, pela Universidade de São Paulo – USP, doutor em Ciências Econômicas, pela Universidade de Campinas – Unicamp, e possui ainda cinco pós-doutorados, entre eles citamos o curso concluído na Ècole dês Hautes Études em Sciences Sociales. Coordenador do Núcleo de Economia Socioambiental – NESSA, ele faz parte do Programa de pesquisa Dinâmicas Territoriais Rurais do Centro Latinoamericano para el Deserrollo Rural – Rimisp, do Chile e do International Development Research Center – IDRC, do Canadá.
Confira a entrevista.
IHU On-Line - Como a política econômica brasileira deve ser repensada a partir da
questão ambiental?
Ricardo Abramovay - O país tem hoje uma situação privilegiada que ele pode usar de forma inteligente ou desperdiçar. Este privilégio exprime-se no fato de que a transição para uma economia de baixo carbono, capaz de compatibilizar seu crescimento com a preservação dos serviços ecossistêmicos básicos, pode ser levada adiante de forma muito menos traumática que na maior parte dos países com a importância econômica do Brasil. A matriz energética brasileira é dependente de combustíveis fósseis em pouco mais de 50% (embora a presença das termelétricas esteja aumentando de forma preocupante). A média mundial é superior a 85% e a dos países mais ricos do planeta ultrapassa 90%. A redução no desmatamento da Amazônia aumenta a probabilidade de que os compromissos internacionais quanto à emissão de gases de efeito estufa sejam cumpridos.
O fundamental, então, é que estas vantagens sejam utilizadas para fazer da sociedade brasileira um exemplo internacional na relação entre economia e ecossistemas. Isso se traduz por três elementos básicos. Em primeiro lugar, é preciso que, da mesma forma que está ocorrendo na União Europeia, no Japão, na China e nos EUA, a inovação industrial tenha por vetor fundamental a preocupação em reduzir ao mínimo o uso de materiais e energia por unidade de produto. Isso exige rastreamento mais aprofundado não só das emissões de gases de efeito estufa, mas dos impactos da produção material sobre a biodiversidade e, de maneira geral, sobre os materiais consumidos pela indústria. Além da chamada pegada de carbono, é fundamental rastrear a pegada de água e de todos os materiais usados na produção.
Por: Patrícia Fachin
“O país tem hoje uma situação privilegiada”, aponta Ricardo Abramovay. Segundo ele, este privilégio “exprime-se no fato de que a transição para uma economia de baixo carbono é capaz de compatibilizar seu crescimento com a preservação dos serviços ecossistêmicos básicos”. Para que o Brasil seja um exemplo internacional na relação entre economia e ecossistemas, alguns elementos básicos devem ser cumpridos. “É preciso que a inovação industrial, da mesma forma que está ocorrendo na União Europeia, no Japão, na China e nos EUA, tenha por vetor fundamental a preocupação em reduzir ao mínimo o uso de materiais e energia por unidade de produto. Isso exige rastreamento mais aprofundado não só das emissões de gases de efeito estufa, mas dos impactos da produção material sobre a biodiversidade e, de maneira geral, sobre os materiais consumidos pela indústria. Além da chamada pegada de carbono, é fundamental rastrear a pegada de água e de todos os materiais usados na produção”. De acordo com Abramovay, outro elemento importante refere-se ao padrão de consumo atual. “Os padrões de consumo atuais, tão concentrados em produtos alimentares de má qualidade, num padrão de mobilidade urbana insustentável e em formas de moradia apoiadas em imenso desperdício, devem ser discutidos e modificados”.
Na entrevista que segue, concedida por e-mail à IHU On-Line, o economista enfatiza que o “Brasil pode continuar desempenhando papel de destaque na oferta de commodities, ao mesmo tempo em que transita para uma economia de baixo carbono e baseada no conhecimento (e não na destruição) da natureza”.
No que se refere aos investimentos a partir das reservas de pré-sal, Abramovay é enfático: “O importante é que, ao menos, parte dos recursos do pré-sal seja dirigida para acelerar a transição do Brasil para uma economia de baixo carbono, de maneira que os usuários dos resultados da exploração do pré-sal respondam pelo pagamento dos direitos de emissão ligados a seu uso. É fundamental que se ampliem os investimentos em ciência e tecnologia ligadas ao conhecimento dos mais importantes biomas do país, para que o uso sustentável da biodiversidade”.
Ricardo Abramovay é mestre em Ciências Políticas, pela Universidade de São Paulo – USP, doutor em Ciências Econômicas, pela Universidade de Campinas – Unicamp, e possui ainda cinco pós-doutorados, entre eles citamos o curso concluído na Ècole dês Hautes Études em Sciences Sociales. Coordenador do Núcleo de Economia Socioambiental – NESSA, ele faz parte do Programa de pesquisa Dinâmicas Territoriais Rurais do Centro Latinoamericano para el Deserrollo Rural – Rimisp, do Chile e do International Development Research Center – IDRC, do Canadá.
Confira a entrevista.
IHU On-Line - Como a política econômica brasileira deve ser repensada a partir da
questão ambiental?
Ricardo Abramovay - O país tem hoje uma situação privilegiada que ele pode usar de forma inteligente ou desperdiçar. Este privilégio exprime-se no fato de que a transição para uma economia de baixo carbono, capaz de compatibilizar seu crescimento com a preservação dos serviços ecossistêmicos básicos, pode ser levada adiante de forma muito menos traumática que na maior parte dos países com a importância econômica do Brasil. A matriz energética brasileira é dependente de combustíveis fósseis em pouco mais de 50% (embora a presença das termelétricas esteja aumentando de forma preocupante). A média mundial é superior a 85% e a dos países mais ricos do planeta ultrapassa 90%. A redução no desmatamento da Amazônia aumenta a probabilidade de que os compromissos internacionais quanto à emissão de gases de efeito estufa sejam cumpridos.
O fundamental, então, é que estas vantagens sejam utilizadas para fazer da sociedade brasileira um exemplo internacional na relação entre economia e ecossistemas. Isso se traduz por três elementos básicos. Em primeiro lugar, é preciso que, da mesma forma que está ocorrendo na União Europeia, no Japão, na China e nos EUA, a inovação industrial tenha por vetor fundamental a preocupação em reduzir ao mínimo o uso de materiais e energia por unidade de produto. Isso exige rastreamento mais aprofundado não só das emissões de gases de efeito estufa, mas dos impactos da produção material sobre a biodiversidade e, de maneira geral, sobre os materiais consumidos pela indústria. Além da chamada pegada de carbono, é fundamental rastrear a pegada de água e de todos os materiais usados na produção.
HOJE É SEXTA-FEIRA, INICIO DO FIM DE SEMANA: SE BEBER NÃO DIRIJA, NÓS TODOS SABEMOS QUE AS CONSEQUENCIAS QUASE SEMPRE SÃO TRÁGICAS
Prepare-se porque o filme é de arrancar lágrimas.
Mas para proteger nossos filhos, amigos, parentes e mesmo aqueles que não conhecemos, tem muita importancia publicar um artigo como este.
Como todos verão as consequencias para os que ficam são muito duras.
Vale muito como Campanha de Conscientização.
feito na Inglaterra,as imagens são fortes e o filme sensibiliza.
Uma das maiores empresas de marketing do mundo resolveu passar uma mensagem para todos através de vídeos criado pela TAC (Transport Accident Commission) e que teve um efeito drastico na Inglaterra.
Depois destas mensagens a redução de acidentes causados por pessoas alcoolizadas ou drogadas foi de aproximadamente 40% da população da Inglaterra.
Infelizmente não temos este tipo de iniciativa aqui no Brasil. Espero que todos assistam, mesmo quem não dirige alcoolizado ou drogado e que reflitam e passem para os seus contatos, orientem seus filhos, sobrinhos, amigos etc...
O video é um resumo de 5 minutos de todas as campanhas feitas nos ultimos 20 anos por eles ao som de Everybody Hurts do REM.
Mapeamento das Mortes por Acidentes de Trânsito no Brasil
Página Publicada em: abril, 6 de 2010 as 4:19 pm. Na Categoria: Estatísticas
Usando como fonte a base de dados de mortes por acidentes de transportes terrestres do Ministério da Saúde, estudo da Confederação Nacional dos Municípios apresenta a situação e a evolução da mortalidade no trânsito nos diversos locais do Brasil.
Os dados dos últimos anos mostram que as mudanças inseridas com o código de trânsito de 1998, como melhora da segurança dos veículos e o incremento da fiscalização eletrônica, não fizeram com que a mortalidade por acidentes de trânsito apresentasse uma redução importante.
Ao contrário dos países desenvolvidos, no Brasil, a quantidade de fatalidades em acidentes de trânsito cresceu de 2000 a 2007. De acordo com a base do SUS, houve um aumento de 30% nas mortes nesse período. Entre 1997 e 1999, as mortes em acidentes terrestres estavam caindo, mas voltaram a crescer a partir de 2000, atingindo um pico histórico em 2007, com 66.837 mortes segundo os seguros DPVAT.
Por outro lado, os dados indicam que a partir de 2008 começou a haver uma leve queda nos acidentes fatais, o que pode indicar os efeitos positivos da Lei Seca. Mas, ao mesmo tempo, deve-se considerar um fato que veio de encontro a essa política de segurança no trânsito – a exoneração do IPI para carros – que aumentou consideravelmente a frota de veículos nas ruas do país, o que eleva os índices de acidentes.
Nos países desenvolvidos vem sendo aplicada uma política contrária, que busca reduzir, a cada ano, a frota de veículos nas ruas. Essa comparação com os países desenvolvidos mostrou que, proporcionalmente à população, o trânsito brasileiro mata 2,5 vezes mais do que nos Estados Unidos, e 3,7 vezes mais do que na União Européia.
Em 2008, enquanto os Estados Unidos obtiveram uma taxa de 12,5 mortes a cada 100.000 habitantes, o Brasil obteve uma taxa de 30,1, sendo que a frota de carros norte americana é o triplo da brasileira.
O mapeamento das mortes por acidentes de trânsito dentro do Brasil mostrou que capitais de menor porte populacional são as que possuem as maiores taxas segundo a população. Boa Vista (Roraima) vem em primeiro lugar (34,2), seguida por Palmas (31,4) e Campo Grande/MS (29,6). Capitais de estados mais desenvolvidos apresentam taxas mais reduzidas, como São Paulo (14,6), Porto Alegre (13,3) e Rio de Janeiro (14,4). No entanto, capitais do Nordeste lideram com as menores taxas, como é o caso de Natal (8,5) e Salvador (10,6).
Por outro lado, quando o cálculo da razão é feito segundo a frota de veículos locais, muitos estados do nordeste passam para os primeiros lugares do ranking de maior quantidade de fatalidades a cada 10.000 veículos. A comparação entre os estados mostra que Santa Catarina tem a maior taxa média de mortes por 100.000 habitantes (33,1) do país. Também foi constatado que a maior parte dos municípios com as maiores taxas do país é de Santa Catarina.
Mato Grosso do Sul (30,4), Paraná (29,8), Mato Grosso (29,6) e Roraima (29,6) são também estados com altos coeficientes, o que indica um número significativamente alto de mortes em acidentes segundo suas respectivas populações.
O estudo também elenca os 100 municípios do país com as maiores taxas de mortes por AT, tomando sempre como base a quantidade de mortes dos anos de 2005, 2006 e 2007.
Constata-se que são municípios de pequeno e médio porte, com população que varia de 1.209 a 47.260 habitantes. É possível se depreender desse quadro que os acidentes de trânsito não são um problema concentrado nas grandes cidades e não tem relação direta com o porte, como acontece no caso dos homicídios.
As análises também mostram que a maioria das vítimas fatais do trânsito no Brasil continua sendo homens jovens de cidades de pequeno e médio porte.
O estudo mostra também que a insuficiência de dados estatísticos fiéis à realidade
é um obstáculo ao desenvolvimento de estratégias de intervenção adequadas e concretas.
PORTANTO CUIDE-SE E CUIDE DO OUTROS TAMBÉM.
Mas para proteger nossos filhos, amigos, parentes e mesmo aqueles que não conhecemos, tem muita importancia publicar um artigo como este.
Como todos verão as consequencias para os que ficam são muito duras.
Vale muito como Campanha de Conscientização.
feito na Inglaterra,as imagens são fortes e o filme sensibiliza.
Uma das maiores empresas de marketing do mundo resolveu passar uma mensagem para todos através de vídeos criado pela TAC (Transport Accident Commission) e que teve um efeito drastico na Inglaterra.
Depois destas mensagens a redução de acidentes causados por pessoas alcoolizadas ou drogadas foi de aproximadamente 40% da população da Inglaterra.
Infelizmente não temos este tipo de iniciativa aqui no Brasil. Espero que todos assistam, mesmo quem não dirige alcoolizado ou drogado e que reflitam e passem para os seus contatos, orientem seus filhos, sobrinhos, amigos etc...
O video é um resumo de 5 minutos de todas as campanhas feitas nos ultimos 20 anos por eles ao som de Everybody Hurts do REM.
Mapeamento das Mortes por Acidentes de Trânsito no Brasil
Página Publicada em: abril, 6 de 2010 as 4:19 pm. Na Categoria: Estatísticas
Usando como fonte a base de dados de mortes por acidentes de transportes terrestres do Ministério da Saúde, estudo da Confederação Nacional dos Municípios apresenta a situação e a evolução da mortalidade no trânsito nos diversos locais do Brasil.
Os dados dos últimos anos mostram que as mudanças inseridas com o código de trânsito de 1998, como melhora da segurança dos veículos e o incremento da fiscalização eletrônica, não fizeram com que a mortalidade por acidentes de trânsito apresentasse uma redução importante.
Ao contrário dos países desenvolvidos, no Brasil, a quantidade de fatalidades em acidentes de trânsito cresceu de 2000 a 2007. De acordo com a base do SUS, houve um aumento de 30% nas mortes nesse período. Entre 1997 e 1999, as mortes em acidentes terrestres estavam caindo, mas voltaram a crescer a partir de 2000, atingindo um pico histórico em 2007, com 66.837 mortes segundo os seguros DPVAT.
Por outro lado, os dados indicam que a partir de 2008 começou a haver uma leve queda nos acidentes fatais, o que pode indicar os efeitos positivos da Lei Seca. Mas, ao mesmo tempo, deve-se considerar um fato que veio de encontro a essa política de segurança no trânsito – a exoneração do IPI para carros – que aumentou consideravelmente a frota de veículos nas ruas do país, o que eleva os índices de acidentes.
Nos países desenvolvidos vem sendo aplicada uma política contrária, que busca reduzir, a cada ano, a frota de veículos nas ruas. Essa comparação com os países desenvolvidos mostrou que, proporcionalmente à população, o trânsito brasileiro mata 2,5 vezes mais do que nos Estados Unidos, e 3,7 vezes mais do que na União Européia.
Em 2008, enquanto os Estados Unidos obtiveram uma taxa de 12,5 mortes a cada 100.000 habitantes, o Brasil obteve uma taxa de 30,1, sendo que a frota de carros norte americana é o triplo da brasileira.
O mapeamento das mortes por acidentes de trânsito dentro do Brasil mostrou que capitais de menor porte populacional são as que possuem as maiores taxas segundo a população. Boa Vista (Roraima) vem em primeiro lugar (34,2), seguida por Palmas (31,4) e Campo Grande/MS (29,6). Capitais de estados mais desenvolvidos apresentam taxas mais reduzidas, como São Paulo (14,6), Porto Alegre (13,3) e Rio de Janeiro (14,4). No entanto, capitais do Nordeste lideram com as menores taxas, como é o caso de Natal (8,5) e Salvador (10,6).
Por outro lado, quando o cálculo da razão é feito segundo a frota de veículos locais, muitos estados do nordeste passam para os primeiros lugares do ranking de maior quantidade de fatalidades a cada 10.000 veículos. A comparação entre os estados mostra que Santa Catarina tem a maior taxa média de mortes por 100.000 habitantes (33,1) do país. Também foi constatado que a maior parte dos municípios com as maiores taxas do país é de Santa Catarina.
Mato Grosso do Sul (30,4), Paraná (29,8), Mato Grosso (29,6) e Roraima (29,6) são também estados com altos coeficientes, o que indica um número significativamente alto de mortes em acidentes segundo suas respectivas populações.
O estudo também elenca os 100 municípios do país com as maiores taxas de mortes por AT, tomando sempre como base a quantidade de mortes dos anos de 2005, 2006 e 2007.
Constata-se que são municípios de pequeno e médio porte, com população que varia de 1.209 a 47.260 habitantes. É possível se depreender desse quadro que os acidentes de trânsito não são um problema concentrado nas grandes cidades e não tem relação direta com o porte, como acontece no caso dos homicídios.
As análises também mostram que a maioria das vítimas fatais do trânsito no Brasil continua sendo homens jovens de cidades de pequeno e médio porte.
O estudo mostra também que a insuficiência de dados estatísticos fiéis à realidade
é um obstáculo ao desenvolvimento de estratégias de intervenção adequadas e concretas.
PORTANTO CUIDE-SE E CUIDE DO OUTROS TAMBÉM.
Demitidos da vida, empregados da autonomia >>> IHU Unisinos
Desvincular trabalho de emprego pode ser uma das tarefas mais difíceis de se executar. Foi a partir de profundas reflexões sobre o conceito de trabalho e os tipos e possibilidades de produção que nasceu o Movimento dos Trabalhadores Desempregados (MTD). No IHU ideias desta semana, o último de 2010, a doutoranda em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul Rita de Cássia Machado tratou do tema: “Os demitidos da vida: reflexões do mundo do trabalho a luz do MTD/RS”.
A ideia do MTD, segundo ela, era aglutinar a parcela mais empobrecida da sociedade. Assim, passaram a debater e buscar definir o que é o trabalho. Citando os autores que a ajudaram a construir seu mestrado sobre o tema tratado no evento, Rita disse que o trabalho é entendido como uma condição social e emancipação das pessoas. “Mais do que produzir objetos, todo trabalho produz sentidos”, disse.
Hoje, o MTD, que nasceu no Rio Grande do Sul, está presente em sete estados brasileiros. “A maior parte das pessoas que formam o MTD são mulheres, negras e desempregadas, mas há muitos homens que participam da organização também, constituindo o MTD como um movimento misto de trabalhadores e trabalhadoras jovens”, relata Rita.
A realidade da maior parte dos trabalhadores que fazem parte do MTD é de baixa qualificação profissional, precariedade de acesso a informação e educação. “Eles relatam que vivem o drama da violência urbana, a falta de escolas públicas e acesso ao sistema público de saúde”, conta a educadora.
O exemplo não estava muito longe da Sala Ignácio Ellacuría, onde aconteceu a palestra. Na platéia estava José Alencar Pereira, o Dico, que nos contou que vindo do interior e sem o ensino fundamental completo, enfrentou inúmeros e pesadas dificuldades na hora de encontrar emprego, mas principalmente nos momentos em que esteve desempregado. Natural de Sobradinho, Dico é hoje presidente da Associação dos Trabalhadores Urbanos de Reciclagem Orgânico e Inorgânico Aturói-Vitória, localizada no bairro Vicentina, em São Leopoldo. “Na minha cidade, eu trabalhava na colônia e quando cheguei aqui dei de cara com uma empresa grande. Comecei a trabalhar com plástico e os produtos me fizeram mal, depois disso fiquei desempregado por um ano. Depois fui trabalhar com estruturas metálicas, um trabalho muito perigoso e que pagava muito mal e depois fiquei mais um ano e pouco desempregado”.
Dico é um exemplo de grande parte das pessoas que precisam sair da zona rural e migrar para as capitais e regiões metropolitanas. Sair de um emprego porque questões de saúde é, muitas vezes, encarado negativamente por vizinhos, familiares e colegas. A concepção de trabalho como um status social, trazida por Rita, é destacada na fala de Dico. Já pensando em voltar para Sobradinho, com um filho pequeno para criar, Dico, então, conheceu, em 2002, o MTD. “O movimento me deu a oportunidade de buscar alternativas sem depender de patrão”, disse ele. Ao ser perguntado como é trabalhar sem patrão, Dico diz: “é muito complicado no início. Logo que formamos a Associação todo mundo entendia que eu deveria coordenar tudo, participar de reuniões, decidir. Hoje isso é bem diferente, todos têm autonomia, a gente divide as tarefas dentro do galpão e na rua. A maior parte das pessoas que trabalha com nós vem de emprego e eles demoram para acostumar a não ter alguém mandando”.
Rita, durante a palestra, conta também que o processo de trabalho, para quem é um “desempregado da vida”, é muito precário. “A experiência do MTD mostra que é fundamental elevar as condições de vida das pessoas transformando vidas individuais em vidas coletivas”, analisou. E propõe, como chave para a mudança, que surja uma nova organização pedagógica a partir de uma nova organização do trabalho.
Para ler mais:
•Transformando vidas individuais em vidas coletivas. Entrevista especial com Rita de Cássia Machado
•O mundo do trabalho no Brasil hoje. Mudanças e novos desafios. Edição 256 da Revista IHU On-Line
•O mundo do trabalho e a crise sistêmica do capitalismo globalizado. Edição 291 da Revista IHU On-Line
A ideia do MTD, segundo ela, era aglutinar a parcela mais empobrecida da sociedade. Assim, passaram a debater e buscar definir o que é o trabalho. Citando os autores que a ajudaram a construir seu mestrado sobre o tema tratado no evento, Rita disse que o trabalho é entendido como uma condição social e emancipação das pessoas. “Mais do que produzir objetos, todo trabalho produz sentidos”, disse.
Hoje, o MTD, que nasceu no Rio Grande do Sul, está presente em sete estados brasileiros. “A maior parte das pessoas que formam o MTD são mulheres, negras e desempregadas, mas há muitos homens que participam da organização também, constituindo o MTD como um movimento misto de trabalhadores e trabalhadoras jovens”, relata Rita.
A realidade da maior parte dos trabalhadores que fazem parte do MTD é de baixa qualificação profissional, precariedade de acesso a informação e educação. “Eles relatam que vivem o drama da violência urbana, a falta de escolas públicas e acesso ao sistema público de saúde”, conta a educadora.
O exemplo não estava muito longe da Sala Ignácio Ellacuría, onde aconteceu a palestra. Na platéia estava José Alencar Pereira, o Dico, que nos contou que vindo do interior e sem o ensino fundamental completo, enfrentou inúmeros e pesadas dificuldades na hora de encontrar emprego, mas principalmente nos momentos em que esteve desempregado. Natural de Sobradinho, Dico é hoje presidente da Associação dos Trabalhadores Urbanos de Reciclagem Orgânico e Inorgânico Aturói-Vitória, localizada no bairro Vicentina, em São Leopoldo. “Na minha cidade, eu trabalhava na colônia e quando cheguei aqui dei de cara com uma empresa grande. Comecei a trabalhar com plástico e os produtos me fizeram mal, depois disso fiquei desempregado por um ano. Depois fui trabalhar com estruturas metálicas, um trabalho muito perigoso e que pagava muito mal e depois fiquei mais um ano e pouco desempregado”.
Dico é um exemplo de grande parte das pessoas que precisam sair da zona rural e migrar para as capitais e regiões metropolitanas. Sair de um emprego porque questões de saúde é, muitas vezes, encarado negativamente por vizinhos, familiares e colegas. A concepção de trabalho como um status social, trazida por Rita, é destacada na fala de Dico. Já pensando em voltar para Sobradinho, com um filho pequeno para criar, Dico, então, conheceu, em 2002, o MTD. “O movimento me deu a oportunidade de buscar alternativas sem depender de patrão”, disse ele. Ao ser perguntado como é trabalhar sem patrão, Dico diz: “é muito complicado no início. Logo que formamos a Associação todo mundo entendia que eu deveria coordenar tudo, participar de reuniões, decidir. Hoje isso é bem diferente, todos têm autonomia, a gente divide as tarefas dentro do galpão e na rua. A maior parte das pessoas que trabalha com nós vem de emprego e eles demoram para acostumar a não ter alguém mandando”.
Rita, durante a palestra, conta também que o processo de trabalho, para quem é um “desempregado da vida”, é muito precário. “A experiência do MTD mostra que é fundamental elevar as condições de vida das pessoas transformando vidas individuais em vidas coletivas”, analisou. E propõe, como chave para a mudança, que surja uma nova organização pedagógica a partir de uma nova organização do trabalho.
Para ler mais:
•Transformando vidas individuais em vidas coletivas. Entrevista especial com Rita de Cássia Machado
•O mundo do trabalho no Brasil hoje. Mudanças e novos desafios. Edição 256 da Revista IHU On-Line
•O mundo do trabalho e a crise sistêmica do capitalismo globalizado. Edição 291 da Revista IHU On-Line
Brasil apresenta propostas para a Conferência do Clima
Governo brasileiro está pessimista: não crê em um possível consenso sobre as metas de redução da emissão de gases poluentes. E presença do presidente Lula em Cancún ainda é incerta
”Não espero que os grandes líderes do mundo compareçam. E isto porque, como não há acordo, possivelmente ninguém queira se expor”, disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante a reunião do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, no último dia 26 de outubro. O presidente Lula está pessimista: não crê em um possível consenso sobre as metas de redução da emissão de gases poluentes. Também ainda está incerta a possibilidade de Lula ir a Cancún.
O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, também não acredita muito nas negociações lá no México. Mas crê em um acordo em 2012, quando acontecerá no Brasil a reunião Rio+20. É que naquele ano completam-se 20 anos da realização da histórica Rio-92, a conferência da ONU que despertou a atenção mundial para os problemas do meio ambiente.
Falando à Agência Brasil, o presidente Lula garantiu: o Brasil estaria avançado nas negociações. “Embora não se possa alcançar o acordo em Cancún, ficará para a História a construção da política climática que o Brasil está desafiando o mundo a fazer”, disse.
Ao final de seu governo de oito anos, Lula aplaude o decreto que regulamenta o Fundo Nacional sobre Mudanças Climáticas. Serão investidos 226 milhões de reais ao longo de 2011 – já no governo da presidenta eleita Dilma Rousseff – em ações de conservação ambiental e de combate à poluição. Ainda em 2011, o novo Fundo poderá receber mais recursos, como doações internacionais – o que vai depender das negociações durante a COP-16 no México, que irá de 29 de novembro até o dia 10 de dezembro próximo.
Fundo brasileiro usará recursos da exploração de petróleo
O Fundo Nacional do Clima apoiará, entre outras, atividades de combate à desertificação e ações de adaptação às mudanças climáticas. Um dos itens financiáveis pelo BNDES é a Ciência do Clima, a análise de impactos e a vulnerabilidade, diz o decreto firmado no final de outubro último.
Será o primeiro fundo do mundo a utilizar recursos oriundos da exploração do petróleo.
“É o primeiro fundo climático financiado por atividades altamente poluentes. É o começo da transição para uma economia de baixo carbono”, acredita a atual ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, falando à Agência Brasil.
Já a secretária de Mudanças Climáticas do Ministério do Meio Ambiente, Branca Bastos Americano, afirma: o Brasil em Cancún vai procurar acordos graduais para a formação de uma economia mundial de baixa emissão de gás carbono. Após a frustração de Copenhague, no final de 2009, o Brasil não irá mais pressionar os outros países para que assumam compromissos para reduzir as suas emissões de CO2.
“O Japão e os grandes países da Europa não vão aceitar aprofundar compromissos, sem que os Estados Unidos se comprometam mais. E sem que os países emergentes – e especial a República Popular da China – tenham um maior envolvimento”, diz Branca.
Mas, na recém-concluída reunião de cúpula do G-20, o grupo das 20 maiores economias do mundo, em Seul, Coréia do Sul, dia 12 de novembro passado, os países se comprometeram a lutar pelo sucesso da COP-16 em Cancún, destinada a limitar o aquecimento global, para além dos compromissos do Protocolo de Kyoto (ao qual, até hoje, os Estados Unidos não aderiram até hoje).
México confia na redução das emissões de carbono
“Não economizaremos esforços para chegar a um resultado equilibrado e coroado de sucesso em Cancún”, diz o comunicado final da reunião do G-20 em Seul.
”Os chefes de Estado e de Governo do G-20 reafirmam seu compromisso resoluto de combater as mudanças climáticas”, acrescenta o documento, dizendo ainda que os líderes do grupo também pretendem proteger o meio ambiente mundial dos oceanos.
O atual presidente do México Felipe Calderón está otimista: o principal avanço da COP-16 de Cancún será a redução das emissões de carbono.. Mas admite que há resistências de alguns países a acordos mais concretos, como, por exemplo, um limite máximo para o aumento das temperaturas globais.
”Avançamos em transferência de tecnologia e em financiamentos de longo prazo. E provavelmente o avanço mais importante será na redução das emissões causadas pelo desmatamento”, disse Calderón.
Neste ponto em particular, conforme dados do Governo Federal, o Brasil poderá antecipar em quatro anos as metas de redução de desmatamento na Amazônia, bem como as metas de emissão dos gases de efeito estufa (em até 38,9%) - previstas inicialmente para o ano de 2020.
Então é isso: os defensores do meio ambiente em toda a parte passam a olhar com atenção para Cancún. A COP-16 será mais uma oportunidade para encarar o aquecimento global e as mudanças climáticas. Mas a crise econômica mundial, a guerra cambial, a contínua tensão na Península Coreana são os temas do momento na política internacional. Tudo isto deverá empanar a cobertura da grande mídia à cúpula de Cancún. Resta esperar que os meios alternativos saibam preencher este vácuo informativo.
Por Renato Gianuca para EcoAgência de Notícias Ambientais
A Conferência das Nações Unidas sobre o Clima começa já nesta segunda-feira, dia 29, em Cancún, México. É a COP-16, para a qual o Brasil preparou diversas sugestões e planos para tentar evitar um fracasso similar à da reunião de Copenhague, ano passado.”Não espero que os grandes líderes do mundo compareçam. E isto porque, como não há acordo, possivelmente ninguém queira se expor”, disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante a reunião do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, no último dia 26 de outubro. O presidente Lula está pessimista: não crê em um possível consenso sobre as metas de redução da emissão de gases poluentes. Também ainda está incerta a possibilidade de Lula ir a Cancún.
O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, também não acredita muito nas negociações lá no México. Mas crê em um acordo em 2012, quando acontecerá no Brasil a reunião Rio+20. É que naquele ano completam-se 20 anos da realização da histórica Rio-92, a conferência da ONU que despertou a atenção mundial para os problemas do meio ambiente.
Falando à Agência Brasil, o presidente Lula garantiu: o Brasil estaria avançado nas negociações. “Embora não se possa alcançar o acordo em Cancún, ficará para a História a construção da política climática que o Brasil está desafiando o mundo a fazer”, disse.
Ao final de seu governo de oito anos, Lula aplaude o decreto que regulamenta o Fundo Nacional sobre Mudanças Climáticas. Serão investidos 226 milhões de reais ao longo de 2011 – já no governo da presidenta eleita Dilma Rousseff – em ações de conservação ambiental e de combate à poluição. Ainda em 2011, o novo Fundo poderá receber mais recursos, como doações internacionais – o que vai depender das negociações durante a COP-16 no México, que irá de 29 de novembro até o dia 10 de dezembro próximo.
Fundo brasileiro usará recursos da exploração de petróleo
O Fundo Nacional do Clima apoiará, entre outras, atividades de combate à desertificação e ações de adaptação às mudanças climáticas. Um dos itens financiáveis pelo BNDES é a Ciência do Clima, a análise de impactos e a vulnerabilidade, diz o decreto firmado no final de outubro último.
Será o primeiro fundo do mundo a utilizar recursos oriundos da exploração do petróleo.
“É o primeiro fundo climático financiado por atividades altamente poluentes. É o começo da transição para uma economia de baixo carbono”, acredita a atual ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, falando à Agência Brasil.
Já a secretária de Mudanças Climáticas do Ministério do Meio Ambiente, Branca Bastos Americano, afirma: o Brasil em Cancún vai procurar acordos graduais para a formação de uma economia mundial de baixa emissão de gás carbono. Após a frustração de Copenhague, no final de 2009, o Brasil não irá mais pressionar os outros países para que assumam compromissos para reduzir as suas emissões de CO2.
“O Japão e os grandes países da Europa não vão aceitar aprofundar compromissos, sem que os Estados Unidos se comprometam mais. E sem que os países emergentes – e especial a República Popular da China – tenham um maior envolvimento”, diz Branca.
Mas, na recém-concluída reunião de cúpula do G-20, o grupo das 20 maiores economias do mundo, em Seul, Coréia do Sul, dia 12 de novembro passado, os países se comprometeram a lutar pelo sucesso da COP-16 em Cancún, destinada a limitar o aquecimento global, para além dos compromissos do Protocolo de Kyoto (ao qual, até hoje, os Estados Unidos não aderiram até hoje).
México confia na redução das emissões de carbono
“Não economizaremos esforços para chegar a um resultado equilibrado e coroado de sucesso em Cancún”, diz o comunicado final da reunião do G-20 em Seul.
”Os chefes de Estado e de Governo do G-20 reafirmam seu compromisso resoluto de combater as mudanças climáticas”, acrescenta o documento, dizendo ainda que os líderes do grupo também pretendem proteger o meio ambiente mundial dos oceanos.
O atual presidente do México Felipe Calderón está otimista: o principal avanço da COP-16 de Cancún será a redução das emissões de carbono.. Mas admite que há resistências de alguns países a acordos mais concretos, como, por exemplo, um limite máximo para o aumento das temperaturas globais.
”Avançamos em transferência de tecnologia e em financiamentos de longo prazo. E provavelmente o avanço mais importante será na redução das emissões causadas pelo desmatamento”, disse Calderón.
Neste ponto em particular, conforme dados do Governo Federal, o Brasil poderá antecipar em quatro anos as metas de redução de desmatamento na Amazônia, bem como as metas de emissão dos gases de efeito estufa (em até 38,9%) - previstas inicialmente para o ano de 2020.
Então é isso: os defensores do meio ambiente em toda a parte passam a olhar com atenção para Cancún. A COP-16 será mais uma oportunidade para encarar o aquecimento global e as mudanças climáticas. Mas a crise econômica mundial, a guerra cambial, a contínua tensão na Península Coreana são os temas do momento na política internacional. Tudo isto deverá empanar a cobertura da grande mídia à cúpula de Cancún. Resta esperar que os meios alternativos saibam preencher este vácuo informativo.
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em
11/26/2010 12:49:00 AM
Marcadores:
Bioen,
ETANOL
26/11/2010
Por Fábio de Castro
Agência FAPESP – Estudos feitos no Brasil sobre os impactos ambientais e socioeconômicos da produção de etanol de cana-de-açúcar têm mostrado a eficiência do biocombustível nacional. Mas, para que as pesquisas tenham de fato impacto positivo na competitividade da indústria nacional, é preciso aumentar o número de artigos publicados em revistas internacionais de alto impacto.
A avaliação foi feita por representantes da indústria sucroalcooleira nesta quinta-feira (25/11), durante o Workshop on Environmental, Social and Economic Impacts of Biofuels, realizado pelo Programa FAPESP de Pesquisa em Bioenergia (BIOEN) e pela Bio-based Ecologically Balanced Sustainable Industrial Chemistry (BeBasic) – programa de pesquisas financiado pelo governo da Holanda e voltado para o desenvolvimento de bioquímicos, biomateriais e biocombustíveis.
O workshop teve o objetivo de discutir tópicos relacionados aos impactos da produção e do uso de biocombustíveis, a fim de definir temas e questões que poderão ser estudados em conjunto pelo BIOEN e a Be-Basic.
Luiz Fernando Amaral, assessor de Meio Ambiente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), foi o primeiro palestrante, com o tema “Perspectivas da indústria sobre inovação e impacto dos biocombustíveis”. Segundo ele, os cientistas brasileiros produzem estudos de qualidade sobre os impactos do etanol, mas precisam publicar mais em revistas internacionais de peso.
“É fundamental aumentar a quantidade dos estudos publicados em inglês em revistas científicas internacionais de alto impacto. A indústria se ressente especialmente da falta de publicações de pesquisa primária, com dados básicos, nesse tipo de publicação”, disse Amaral à Agência FAPESP.
Segundo ele, muitos estudos importantes de impactos do etanol têm sido publicados apenas em revistas nacionais, em português. Se não fosse essa limitação, aponta, tais dados poderiam ter impacto direto nas regulamentações e políticas internacionais adotadas para biocombustíveis, refletindo diretamente no mercado.
“Esses dados, muitas vezes, poderiam atestar a eficiência do etanol brasileiro, mostrando seu baixo impacto ambiental e socioeconômico. Mas não podemos utilizá-los nas negociações internacionais porque as publicações só têm abrangência local”, afirmou.
Um exemplo típico são os estudos sobre os estoques de carbono no solo. De acordo com Amaral, a Europa e o Japão fizeram recentemente cálculos de emissões relacionados aos impactos de mudança do uso do solo provocada pelo avanço da cultura de cana-de-açúcar.
Esses dados, provenientes do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), deram base para uma avaliação do estoque de carbono existente quando a cana cresce sobre pasto, ou sobre terrenos onde havia outras culturas. “Só que os dados do IPCC não são para a cana-de-açúcar. São dados de culturas perenes e de culturas temporárias – e a cana não se enquadra em nenhuma das duas categorias”, destacou.
Os brasileiros apresentaram, então, segundo Amaral, dados do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), que eram mais próximos da realidade. No entanto, esses estudos não haviam sido publicados em revistas internacionais que utilizam o sistema de revisão por pares.
“Mostramos milhares de mensurações feitas pelo setor privado e os valores eram muito diferentes do que eles haviam utilizado. Mas, como eram dados provenientes da indústria, não foram aceitos, por serem considerados tendenciosos pelos organismos internacionais”, disse.
Segundo Amaral, os estudos feitos pelo CTC posteriormente foram publicados em revistas internacionais e acabaram aceitos. “Esse exemplo é válido para muitas outras situações que enfrentamos. É fundamental publicar em revistas internacionais de impacto. Programas como o BIOEN-FAPESP certamente vão ajudar muito nesse sentido”, disse.
A vez da sustentabilidade
Na abertura do evento, o diretor científico da FAPESP, Carlos Henrique de Brito Cruz, ressaltou que os estudos dos impactos ambientais e socioeconômicos dos biocombustíveis são especialmente importantes para São Paulo e para o Brasil.
“O Brasil obteve grandes avanços nas pesquisas sobre biocombustíveis, mas esses esforços estavam concentrados especialmente na questão da produtividade. Alguns avanços foram feitos em sustentabilidade, mas não se dava tanta importância para o tema. Nos últimos anos, considerando-se a quantidade o potencial da produção brasileira, o tema se tornou central”, afirmou.
Luuk van der Wielen, professor do Departamento de Biotecnologia da Universidade de Tecnologia de Delft, na Holanda, destacou a importância da colaboração entre o BIOEN e o programa Be-Basic, que ele coordena.
“Na nossa avaliação, se a Holanda quiser se manter entre as 20 maiores economias do mundo, é preciso investir na sustentabilidade econômica e ambiental. Isso só se faz com parcerias internacionais e com ciência. O Brasil, com sua experiência em bioenergia, é um parceiro muito importante nesse sentido. Mas é preciso também levar os avanços do laboratório para a realidade e, por isso, é fundamental entender os impactos sociais e econômicos dos avanços científicos”, disse.
Patricia Osseweijer, da Universidade de Tecnologia de Delft (Holanda), destacou que o interesse pelos impactos socioambientais da bioenergia decorre de uma necessidade estratégica para a Holanda. A parceria com o Brasil será fundamental para esse tipo de pesquisa.
“Está claro que, se quisermos construir uma economia sustentável, vamos precisar mudar. Mas é preciso saber agora o que mudar, como mudar e quem deve promover as mudanças. Por isso é tão importante que a Be-Basic e a FAPESP estejam juntando esforços nos estudos sobre os impactos ambientais, sociais e econômicos dos biocombustíveis”, disse.
De acordo com Glaucia Mendes de Souza, membro da coordenação do BIOEN-FAPESP, o programa tem procurado aumentar o número de pesquisadores envolvidos com o tema dos biocombustíveis, para que a pesquisa brasileira tenha impacto direto na produção industrial.
“Temos 250 pesquisadores trabalhando em projetos do BIOEN e outros 52 cientistas de 11 países que colaboram com pesquisas em São Paulo. Até agora tivemos um aumento de produção científica muito grande sobre etanol e outros biocombustíveis, mas não avançamos tanto ainda na área de sustentabilidade”, disse a professora do Instituto de Química da Universidade de São Paulo (USP).
Heitor Cantarella, professor do Instituto Agronômico de Campinas e também membro da coordenação do BIOEN, destacou que o workshop foi importante para definir as principais questões ligadas aos impactos ambientais e socioeconômicos dos biocombustíveis e criar uma agenda de ação conjunta entre BIOEN e Be-Basic.
“Queremos estabelecer os pontos de convergência em relação aos impactos dos biocombustíveis, para, a partir dessa avaliação, conceber uma chamada conjunta para propostas de pesquisa. É muito importante para o Brasil aumentar o número dos projetos e das pessoas que trabalham com essa questão dos impactos”, disse.
Ethos fecha parceria com Federação de Transportes do Rio
O Instituto Ethos firmou parceria com a Federação das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor) com o objetivo de levar as empresas filiadas à entidade a incorporarem as práticas de Responsabilidade Social Empresarial (RSE) e a contagiarem suas redes de relacionamento, clientes, fornecedores, parceiros públicos e privados, a fazerem o mesmo.
“Queremos levar o conceito RSE tão longe quanto a quilometragem percorrida pelos ônibus do Estado”, explica Lélis Teixeira, presidente da Fetranspor. “O transporte de passageiros de qualidade sempre foi indutor de desenvolvimento social, mas hoje nossa responsabilidade é maior. Precisamos induzir também que esse desenvolvimento seja sustentável. A parceria com o Instituto Ethos nos dá a expertise para tornar esse trabalho padronizado e perene e, por outro lado, a parceria com os ônibus deixa o Instituto mais perto do seu destino”, observa Teixeira.
A parceria da Fetranspor e Ethos foi assinada durante o 14º. Etransport, que aconteceu entre os dias 10 e 12 de novembro. Na programação do evento, foram realizadas palestras sobre Responsabilidade Social Corporativa e sua Relação com o Negócio, proferidas por Celina Carpi, conselheira do Instituto Ethos, e Thereza Lobo, diretora da ong “Rio Como Vamos”.
A Fetranspor já tem iniciativas bem sucedidas em responsabilidade sócio-ambiental. O Programa Ambiental da entidade, por exemplo, levou a frota de ônibus do Estado a se tornar a que menos emite gases poluentes no Brasil, além de compensarem suas emissões com o plantio de árvores em parceria com ongs e comunidades. O programa é o principal destaque em um banco de boas práticas do setor, criado recentemente com a participação de empresas e sindicatos filiados.
“Queremos levar o conceito RSE tão longe quanto a quilometragem percorrida pelos ônibus do Estado”, explica Lélis Teixeira, presidente da Fetranspor. “O transporte de passageiros de qualidade sempre foi indutor de desenvolvimento social, mas hoje nossa responsabilidade é maior. Precisamos induzir também que esse desenvolvimento seja sustentável. A parceria com o Instituto Ethos nos dá a expertise para tornar esse trabalho padronizado e perene e, por outro lado, a parceria com os ônibus deixa o Instituto mais perto do seu destino”, observa Teixeira.
A parceria da Fetranspor e Ethos foi assinada durante o 14º. Etransport, que aconteceu entre os dias 10 e 12 de novembro. Na programação do evento, foram realizadas palestras sobre Responsabilidade Social Corporativa e sua Relação com o Negócio, proferidas por Celina Carpi, conselheira do Instituto Ethos, e Thereza Lobo, diretora da ong “Rio Como Vamos”.
A Fetranspor já tem iniciativas bem sucedidas em responsabilidade sócio-ambiental. O Programa Ambiental da entidade, por exemplo, levou a frota de ônibus do Estado a se tornar a que menos emite gases poluentes no Brasil, além de compensarem suas emissões com o plantio de árvores em parceria com ongs e comunidades. O programa é o principal destaque em um banco de boas práticas do setor, criado recentemente com a participação de empresas e sindicatos filiados.
Prefeitos concordam em reduzir emissões
Por Fernanda B. Müller, da Carbono Brasil
Prefeitos de 135 cidades ao redor do mundo assinaram no domingo um pacto voluntário para reduzir as emissões de gases do efeito estufa e outras medidas para lidar com as mudanças climáticas, um importante marco antes da conferência climática da ONU que inicia na próxima semana.O acordo foi fechado em um encontro direcionado à discussão de questões econômicas e sociais na Cidade do México e contou com a participação de cidades como Curitiba, Buenos Aires, Bogotá, Joanesburgo, Los Angeles e Paris.
As cidades terão que publicar anualmente um relatório com o progresso das suas ações para o Carbon Cities Climate Registry (CCCR) localizado em Bonn (Alemanha).
Cada cidade “terá que registrar seus dados climáticos (compromissos e desempenho) no memorando climático da cidade” durante os próximos oito meses, comentou o presidente da ONG mexicana Fundação Think Gabriel Sanchez segundo a AFP.
O prefeito da cidade mais poluída do mundo, a capital do México, Marcelo Ebrard anunciou na semana passada uma meta de redução das emissões de gases do efeito estufa de 14%.
Ele comentou durante o encontro que um dos componentes críticos para garantir o sucesso da iniciativa é a disponibilização de recursos financeiros.
“Os prefeitos acreditam que se os recursos financeiros estiverem disponíveis através de transferências dos países desenvolvidos para os em desenvolvimento, uma porção significativa deste dinheiro deve ser repassado para as cidades e governos locais para implementar programas climáticos”, enfatizou.
O acordo segue o modelo da iniciativa de governadores chamada R20, Regiões de Ação Climática, lançada na semana pelo governador da Califórnia Arnold Schwarzenegger. A missão desta iniciativa é desenvolver e executar projetos de baixo carbono e de energia verde através da cooperação de governos subnacionais ao redor do mundo.
Cidade Verde
Durante o encontro ir divulgado o Latin America Green City Index (Índice de Cidades Verdes da América Latina), no qual Curitiba ficou em primeiro lugar.
A capital paranaense ficou à frente de Buenos Aires, Santiago, Medellín, Bogotá, Quito, Guadalajara, Monterrey, Puebla, Cidade do México, Lima, Montevidéu, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília e Porto Alegre.
O estudo na América Latina envolveu cidades de oito países e permitiu avaliação de itens como transporte, qualidade do ar, energia e emissões de gás carbônico, coleta de lixo, saneamento, água, gestão ambiental e uso do solo.
(Envolverde/Carbono Brasil)
Caderno de Sustentabilidade >>> Tn sustentavel
Leia neste caderno:
1- Felicidade como Medida de Progresso de uma Nação, por Maria Fernanda Romero
2- Brasken inaugura fábrica de Eteno Verde
3- Acordo para Etanol de Segunda Geração
4- Internacionalização Sustentavel de Pequenos Negócios
5- Premio de Ciencias de Trieste Ernesto Illy consagra Estudo Brasileiro
6- Gestão Sustentavel na Industria de Petróleo e Gás
7- Delta Energia cria Armazém Geral de Etanol
8- Segurança Comportamental é requisito para Excelencia Operacional
9- Cosan inaugura Usina de Açucar e Etanol em Caarapó
10- Vazamento de Petróleo na Era da Sustentabilidade
...entre outros artigos.
Clique sobre a ilustração.
AMERICAN CARBON REGISTRY APPROVES AGRICULTURE SECTOR METHODOLOGY FOR GHG EMISSIONS REDUCTIONS FROM CHANGES IN FERTILIZER MANAGEMENT
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Unknown
em
11/23/2010 12:29:00 AM
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American Carbon Registry,
ghg,
n2o
ARLINGTON, VA, November 23, 2010 – The American Carbon Registry(ACR), a nonprofit enterprise of Winrock International (Winrock), announces approval of a pioneering greenhouse gas (GHG) offset methodology to quantify agriculture sector emissions reductions through changes in fertilizer management. The methodology was developed by Winrock under a grant from the David and Lucile Packard Foundation.
Nitrogen fertilizers represent one of the largest sources of GHG emissions from global agricultural production resulting in significant emissions of nitrous oxide (N2O), a GHG with approximately 300 times the global warming potential of carbon dioxide (CO2). In the U.S. alone, annual N2O emissions from agricultural soil management were approximately 216 million metric tons carbon dioxide-equivalent according to the 2008 U.S. National Greenhouse Gas Inventory.
Fertilizers have also been a key factor in the increased yields achieved by modern agriculture. Optimizing fertilizer management practices without reducing yields is therefore an effective way to reduce N2O emissions and to improve water quality in agricultural areas.
The new ACR fertilizer management methodology incorporates site specific data into a peer-reviewed, tested and highly parameterized model to calculate N2O emissions reductions that result from changes in how fertilizer is applied and used. The innovative approach takes into account multiple, simultaneous practice changes and produces the rigorous, science-based results necessary to create compliance-quality offsets.
“Given the need for offsets from fertilizer management to be fungible with offsets from landfill gas or any number of other sectors in which emissions can be directly measured with a high degree of accuracy, it is critical that methodologies for quantification of emissions from N2O result in high degree of certainty and confidence,” explains Dr. Timothy Pearson of Winrock, co-author of the methodology with William Salas of Applied Geosolutions LLC.
ACR’s objective in developing this methodology was to create an accounting framework that offers both credibility and integrity for reducing atmospheric emissions from agricultural applications. Direct field measurements of N2O emissions are prohibitively costly, and the use of default values cannot capture variation in emissions associated with weather conditions and site-specific factors.
As a cost-effective solution to achieve precise results, the ACR methodology uses the Denitrification-Decomposition (DNDC) model to quantify direct N2Oemissions as well as indirect emissions from leaching and ammonia volatilization. The approach is applicable not only to changes in fertilizer quantity (rate), but also fertilizer type, placement, timing, use of timed-release fertilizers, use of nitrification inhibitors and other practice changes.
“The approach recognizes that to avoid leakage, maintain food supplies, and promote broad adoption by farmers, fertilizer management activities must be designed to minimize the risk of decreasing yields,” comments Nicholas Martin, American Carbon Registry chief technical officer. “A methodology that enables willing farmers to reduce fertilizer rate, but allows for other practice changes as well, stands better chances of broad adoption.”
The fertilizer management methodology is the culmination of two years of rigorous scientific and applied research, including field trials on different crops in California, Iowa and Arkansas. The methodology was approved by ACR following extensive stakeholder consultation, a formal public comment period, and independent anonymous peer review by four of the United States’ leading experts in nitrogen management and agricultural GHG mitigation.
The ACR methodology builds on the trend toward aggregation in carbon markets, particularly in agriculture. Increasingly farmers interface with carbon markets not as individuals but through aggregators grouping tens or even hundreds of farms together. In this case, aggregation is important not only for transaction cost efficiencies, but also for improving modeling results and diversifying risk.
“SunOne is very pleased to see the release of this pioneering agriculture methodology by ACR,” remarked John Hodges, president of North America’s #1 ranked carbon aggregator SunOne Solutions. ”We have already seen a lot of interest from our farming clients in this new opportunity since until now, farmers could only participate in the carbon markets by adopting sustainable tillage practices. ACR’s fertilizer management methodology expands possibilities since it is applicable to many widely grown and specialty crops. It provides additional incentivizes for farmers to adopt more sustainable fertilizer management systems, which will further help the environment while providing added revenue sources to producers.”
####
About the American Carbon Registry
The nonprofit American Carbon Registry (ACR), an enterprise of Winrock International, is a leading carbon offset program recognized for its strong standards for environmental integrity. Founded in 1996 as the GHG Registry by Environmental Defense Fund and Environmental Resources Trust, ACR has 15 years of experience in the development of rigorous, science-based carbon offset standards and methodologies as well as in carbon offset issuance, serialization and transparent online transaction and retirement reporting. As the first private voluntary GHG registry in the world, ACR has set the bar in the global voluntary carbon market for offset quality and operational transparency. www.americancarbonregistry.org
About Winrock International
Winrock International is a nonprofit organization that works with people in the United States and around the world to empower the disadvantaged, increase economic opportunity, and sustain natural resources. Winrock is headquartered in Little Rock, Arkansas. www.winrock.org.
Contact:
Mary Grady, American Carbon Registry
Tel: (805) 884-1961
Email: mgrady@winrock.org
Nitrogen fertilizers represent one of the largest sources of GHG emissions from global agricultural production resulting in significant emissions of nitrous oxide (N2O), a GHG with approximately 300 times the global warming potential of carbon dioxide (CO2). In the U.S. alone, annual N2O emissions from agricultural soil management were approximately 216 million metric tons carbon dioxide-equivalent according to the 2008 U.S. National Greenhouse Gas Inventory.
Fertilizers have also been a key factor in the increased yields achieved by modern agriculture. Optimizing fertilizer management practices without reducing yields is therefore an effective way to reduce N2O emissions and to improve water quality in agricultural areas.
The new ACR fertilizer management methodology incorporates site specific data into a peer-reviewed, tested and highly parameterized model to calculate N2O emissions reductions that result from changes in how fertilizer is applied and used. The innovative approach takes into account multiple, simultaneous practice changes and produces the rigorous, science-based results necessary to create compliance-quality offsets.
“Given the need for offsets from fertilizer management to be fungible with offsets from landfill gas or any number of other sectors in which emissions can be directly measured with a high degree of accuracy, it is critical that methodologies for quantification of emissions from N2O result in high degree of certainty and confidence,” explains Dr. Timothy Pearson of Winrock, co-author of the methodology with William Salas of Applied Geosolutions LLC.
ACR’s objective in developing this methodology was to create an accounting framework that offers both credibility and integrity for reducing atmospheric emissions from agricultural applications. Direct field measurements of N2O emissions are prohibitively costly, and the use of default values cannot capture variation in emissions associated with weather conditions and site-specific factors.
As a cost-effective solution to achieve precise results, the ACR methodology uses the Denitrification-Decomposition (DNDC) model to quantify direct N2Oemissions as well as indirect emissions from leaching and ammonia volatilization. The approach is applicable not only to changes in fertilizer quantity (rate), but also fertilizer type, placement, timing, use of timed-release fertilizers, use of nitrification inhibitors and other practice changes.
“The approach recognizes that to avoid leakage, maintain food supplies, and promote broad adoption by farmers, fertilizer management activities must be designed to minimize the risk of decreasing yields,” comments Nicholas Martin, American Carbon Registry chief technical officer. “A methodology that enables willing farmers to reduce fertilizer rate, but allows for other practice changes as well, stands better chances of broad adoption.”
The fertilizer management methodology is the culmination of two years of rigorous scientific and applied research, including field trials on different crops in California, Iowa and Arkansas. The methodology was approved by ACR following extensive stakeholder consultation, a formal public comment period, and independent anonymous peer review by four of the United States’ leading experts in nitrogen management and agricultural GHG mitigation.
The ACR methodology builds on the trend toward aggregation in carbon markets, particularly in agriculture. Increasingly farmers interface with carbon markets not as individuals but through aggregators grouping tens or even hundreds of farms together. In this case, aggregation is important not only for transaction cost efficiencies, but also for improving modeling results and diversifying risk.
“SunOne is very pleased to see the release of this pioneering agriculture methodology by ACR,” remarked John Hodges, president of North America’s #1 ranked carbon aggregator SunOne Solutions. ”We have already seen a lot of interest from our farming clients in this new opportunity since until now, farmers could only participate in the carbon markets by adopting sustainable tillage practices. ACR’s fertilizer management methodology expands possibilities since it is applicable to many widely grown and specialty crops. It provides additional incentivizes for farmers to adopt more sustainable fertilizer management systems, which will further help the environment while providing added revenue sources to producers.”
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About the American Carbon Registry
The nonprofit American Carbon Registry (ACR), an enterprise of Winrock International, is a leading carbon offset program recognized for its strong standards for environmental integrity. Founded in 1996 as the GHG Registry by Environmental Defense Fund and Environmental Resources Trust, ACR has 15 years of experience in the development of rigorous, science-based carbon offset standards and methodologies as well as in carbon offset issuance, serialization and transparent online transaction and retirement reporting. As the first private voluntary GHG registry in the world, ACR has set the bar in the global voluntary carbon market for offset quality and operational transparency. www.americancarbonregistry.org
About Winrock International
Winrock International is a nonprofit organization that works with people in the United States and around the world to empower the disadvantaged, increase economic opportunity, and sustain natural resources. Winrock is headquartered in Little Rock, Arkansas. www.winrock.org.
Contact:
Mary Grady, American Carbon Registry
Tel: (805) 884-1961
Email: mgrady@winrock.org
Sustentabilidade no Transporte Coletivo de Pessoas
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Postado por
Unknown
em
11/22/2010 01:42:00 PM
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BRT,
desenvolvimento sustentavel urbano,
grandes centros urbanos,
metas de redução de gee,
reduçõa de emissões gee,
transporte urbano coletivo
por Laércio Bruno Filho
Em decorrência disso, setores como o de Transportes, por exemplo, ganharam expressiva relevância e são cada vez mais discutidos porque trazem consigo, inerentemente, uma pesada carga de externalidades, tanto negativas, quanto positivas.
Negativas: trata-se é um setor intensivo no consumo de energia. Para atender as demandas da população responde por 14% das emissões globais de gases efeito estufa além de inúmeros outros gases poluentes (fonte: WWF-2008).
Positivas: sem eles talvez nossa idade média ainda fosse 45 anos, como na primeira metade do século passado. Portanto sua contribuição para o progresso da humanidade é inquestionável.
PIB mundial
Nos últimos 60 anos o PIB mundial cresceu também, ao ritmo de 3,5 % ao ano. E quanto mais dinheiro, maior demanda por bens e serviços. Isto intensificou a produção, comercio e transporte de bens e pessoas resultando num contínuo e complexo fluxo logístico “entre” e “intra” as nações, diversificando e incrementando os modais de transporte. Entretanto a eficiência energética de alguns destes modais tornou-se uma preocupação nos últimos anos.
Dados do Setor
“Em 2004, o setor de transportes concentrava 26% de toda a energia utilizada no mundo, sendo que o consumo global do setor deve aumentar 2% ao ano.
Veículos automotivos respondem por 23% dos gases que provocam o efeito estufa e 70% da poluição das cidades. ”(fonte: ONU)
“No Brasil, por exemplo, o setor de transportes é responsável por 52% da energia fóssil consumida, sendo que este é o setor que apresenta a menor porcentagem de energia renovável (apenas 12% do seu total).
Comparando os diversos modos de transporte, o setor rodoviário absorve 92% da energia utilizada, sendo irrisória a participação dos setores ferroviário, hidroviário e aéreo.
Do consumo de energia pelo transporte rodoviário, 54% correspondiam ao diesel, 23% à gasolina e 23% ao álcool no ano de 1989. Em 2005 esta divisão havia mudado para 54%, 29% e 13%, respectivamente, e 4% relativo ao gás natural.
Entretanto, neste último ano o consumo de álcool tem se equiparado ao de gasolina puramente devido aos veículos flexfuel.(fonte: Estudo NTU).
Automóveis
Duramente criticado o setor de transporte de pessoas tem sido penalizado pelo uso inadequado do automóvel, e de sua baixa eficiência energética. Queima muito combustível e é subutilizado, quando comparado ao seu potencial de aproveitamento.
Estudos mostram que mais de ¾ da frota mundial de automóveis transportam apenas um ou no máximo dois indivíduos por viagem, representando um enorme desperdício de capacidade.
“Em 2050 serão 7,6 bilhões de veículos nas estradas e ruas. Estima-se que neste ritmo o setor de transportes, em nível global, venha a consumir 440 milhões de barris de petróleo/dia. Hoje a produção mundial é de 82 milhões barris/dia e conceituados estudos apontam que este número pode diminuir.
Também crescerão as emissões de CO2 globais, hoje de 28 bilhões de toneladas/ano passarão á pesados 62 bilhões de toneladas, tornando o atual modelo mais insustentável ainda”, ressalta o professor John Sterman.
O petróleo está para atingir o seu pico de produção entre 2010 e 2020 (pico de Hubert) devendo então decair, tornando-se muito mais escasso e caro, sendo dedicado a outros fins que não o de combustão em automóveis.
Já é anunciado um possível grande gargalo quando se menciona a energia proveniente do petróleo. O segmento de transportes será fortemente impactado, caso não reveja sua forte dependência do combustível fóssil.
No caso do município São Paulo, a frota de ônibus é de apenas 14.824 veículos (dados SP Trans) e transporta 246 milhões de passageiros/mês. A frota total de veículos é de 6,5 milhões, sendo que os automóveis são mais de 4,8 milhões.
A velocidade média é de 25 km/h pela manhã e á tarde 15 km/hora. Para se percorrer a marginal do Tietê, que possui 25 km, são necessários extensos 90 minutos.
Deslocar-se de automóvel nas vias da cidade tornou-se um árduo sacrifício.
A lentidão dos congestionamentos leva o veículo a consumir mais combustível, óleo de motor, freio, pneus, resultando em custos adicionais para o seu dono.
Além disso, nas grandes cidades boa parte da população perde entre 2 e 3 horas/dia em deslocamentos entre casa-trabalho-casa. Um período de tempo improdutivo e oneroso.
Acessibilidade
A adoção de modelos inovadores de transporte coletivo de pessoas nos grandes centros urbanos tornou-se imperativo.E isto nos leva a reavaliar o que e como desejamos.
Buscamos, sobretudo, facilitar ao máximo o modo como acessamos aquilo que desejamos.
E neste esforço de busca pelo objeto desejado, o nosso anseio original se materializa na busca pela melhor acessibilidade possível.
Resta-nos então a tarefa de otimizar ao máximo o período de deslocamento de um ponto ao outro.
Eis a questão!Como podemos acessar o que desejamos com o menor esforço e custo econômico e socioambiental?
Sistema BRT
Conhecido por BRT – Bus Rapid Transit – o sistema de Ônibus de Transito Rápido tem ocupado com freqüência cada vez maior um espaço diferenciado na mídia, sendo citado como o modelo de transporte coletivo mais eficaz para cidades com população á partir de 500 mil habitantes.
Criado em Curitiba sob a gestão de Jaime Lerner em 1974, o sistema veio se aprimorando e tem sido replicado como modelo de referencia em transporte por diversas cidades do mundo, como Los Angeles, Nova Iorque, Cleveland, Bogotá, Quito, São Paulo e em muito breve Rio de Janeiro e Belo Horizonte.
O sistema funciona em corredores segregados, com paradas pré-determinadas ou até mesmo sem paradas intermediárias operando como um ônibus expresso.
Livre dos automóveis permite velocidade média de 20 a 25 kms/hora, porém sem os congestionamentos, a experiência de deslocar-se de um ponto ao outro, torna-se mais eficaz para o usuário.
Além disso, o BRT apresenta elevada eficiência energética, quando comparado ao transporte por automóvel ou moto. Transporta mais passageiros utilizando menos combustível (energia).
Outra grande vantagem, os equipamentos mais modernos podem usar combustíveis renováveis como etanol, energia elétrica – o trólebus, biodiesel (b5, b20 ou o b100 em fase de testes) ou de forma simultânea conjugando eletricidade e etanol nos modelos híbridos. Existe ainda o ônibus movido á hidrogênio.
Todos com baixíssima emissão de gases efeito estufa e de outros poluentes.
Eficácia do Sistema
Quando comparados aos modais VLT – Veículo Leve sobre Trilho e Metrô, demonstram melhores resultados, seja quanto à resposta ao investimento realizado,quanto ao tempo de deslocamento para o usuário ou ainda à eficiência energética proporcionada.
Veja o estudo preparado por Jaime Lerner Arquitetos Associados. O cenário das projeções é a cidade de Curitiba.
O quadro abaixo apresenta o tempo necessário para se percorrer uma distancia de 10 km, pelos modais METRÔ, BRT, VLT e o sistema de ônibus convencional.
No quadro a seguir são apresentados os custos e prazos de implantação por km entre os diferentes modais.
Á seguir, uma analise comparativa referente à eficiência energética entre os 3 modais: ônibus, moto e automóvel.
“... Observa-se que:
- Motocicletas poluem 32 vezes mais e consomem 5 vezes mais energia por pessoa transportada do que os ônibus.
- “Automóveis poluem 17 vezes mais e consomem 13 vezes mais energia por pessoa transportada do que os ônibus”, relata ainda o estudo.
Sustentabilidade como premissa
Com os eventos Copa de 2014 e Olimpíadas, o governo tem dirigido muita atenção à questão da mobilidade urbana e do transporte de pessoas destinando através da CEF e BNDES, recursos na ordem de 6,5 bilhões de reais, com baixo custo, para a construção de sistemas BRT nas principais capitais. Também o BID e o Banco Mundial oferecem linhas de crédito com custos similares.
As grande capitais já estão se capacitando para acessar estes recursos. É o caso do Rio de Janeiro e Belo Horizonte, Manaus, Recife.
Modelos de negócio que contemplem o desenvolvimento sustentável das áreas a serem impactadas estão, sem duvida alguma, como uma das principais exigências nas licitações em curso.
Entretanto,sem um amplo e bem estruturado programa de gestão que dê corpo às políticas de sustentabilidade exigidas nos editais, será inviável a captação destes recursos por parte das prefeituras, empresas ou consórcios interessados.
Pescados amazônicos certificados chegam ao Walmart
16.11.2010
A primeira linha de peixes certificados com o selo "Friend of the Sea", principal certificação internacional para pesca sustentável, chegou em novembro às lojas do Walmart em todo o Brasil.
Fruto de uma parceria com a Noronha Pescados, a linha Sabores da Amazônia inclui sete espécies da região: pirarucu, tucunaré, piramutaba, pescada amarela, pescada branca, surubim e aruanã. A captação dos peixes é feita por um sistema de rastreamento que contempla desde localização até o período de reprodução e desova.
O lançamento da Sabores da Amazônia é um dos primeiros passos do Walmart Brasil para cumprir a política e o compromisso anunciados em agosto para garantir a oferta de produtos oriundos da pesca sustentável.
“O Walmart está empenhado em construir uma cadeia de pescado mais sustentável, buscando iniciativas que mobilizem o setor, governo e sociedade.”, afirma Daniela de Fiori, vice-presidente de Sustentabilidade da empresa.
A expectativa da rede é que a venda da linha represente cerca de 5% de todo o volume comercializado na categoria de pescados.
Política da Cadeia de Pescados
Em agosto deste ano, o Walmart Brasil anunciou compromissos para o desenvolvimento sustentável da pesca e aqüicultura no Brasil e a ampliação da oferta nas lojas da rede de pescados artesanais e da Amazônia. Além disso, um programa de rastreabilidade para produtos perecíveis foi lançado pela empresa.
Entre os compromissos para o setor de pescados estão:
- identificação da origem e localidade de produção de 100% dos fornecedores de pescados da rede (até 2013)
- ampliação da oferta e estímulo ao consumo de pescados da região Amazônica
- desenvolvimento de um programa de valorização da pesca artesanal, que garanta o acesso direto destes produtores ao grande varejo (até 2013)
- e implementação de um sistema de rastreabilidade para 100% da cadeia de pescados produzidos ou explorados no território brasileiro (até 2016), entre outros.
As novas regras são resultado de discussões com os diversos públicos que formam a cadeia do pescado, como autoridades, especialistas, fornecedores e ONGs.
A primeira linha de peixes certificados com o selo "Friend of the Sea", principal certificação internacional para pesca sustentável, chegou em novembro às lojas do Walmart em todo o Brasil.
Fruto de uma parceria com a Noronha Pescados, a linha Sabores da Amazônia inclui sete espécies da região: pirarucu, tucunaré, piramutaba, pescada amarela, pescada branca, surubim e aruanã. A captação dos peixes é feita por um sistema de rastreamento que contempla desde localização até o período de reprodução e desova.
O lançamento da Sabores da Amazônia é um dos primeiros passos do Walmart Brasil para cumprir a política e o compromisso anunciados em agosto para garantir a oferta de produtos oriundos da pesca sustentável.
“O Walmart está empenhado em construir uma cadeia de pescado mais sustentável, buscando iniciativas que mobilizem o setor, governo e sociedade.”, afirma Daniela de Fiori, vice-presidente de Sustentabilidade da empresa.
A expectativa da rede é que a venda da linha represente cerca de 5% de todo o volume comercializado na categoria de pescados.
Política da Cadeia de Pescados
Em agosto deste ano, o Walmart Brasil anunciou compromissos para o desenvolvimento sustentável da pesca e aqüicultura no Brasil e a ampliação da oferta nas lojas da rede de pescados artesanais e da Amazônia. Além disso, um programa de rastreabilidade para produtos perecíveis foi lançado pela empresa.
Entre os compromissos para o setor de pescados estão:
- identificação da origem e localidade de produção de 100% dos fornecedores de pescados da rede (até 2013)
- ampliação da oferta e estímulo ao consumo de pescados da região Amazônica
- desenvolvimento de um programa de valorização da pesca artesanal, que garanta o acesso direto destes produtores ao grande varejo (até 2013)
- e implementação de um sistema de rastreabilidade para 100% da cadeia de pescados produzidos ou explorados no território brasileiro (até 2016), entre outros.
As novas regras são resultado de discussões com os diversos públicos que formam a cadeia do pescado, como autoridades, especialistas, fornecedores e ONGs.
CO2 ainda em alta
22/11/2010 Agência FAPESP – Mesmo com o mundo em meio a uma importante crise econômica e financeira, as emissões de dióxido de carbono (CO2), principal personagem do aquecimento global, não caíram como se esperava.
A conclusão está em um estudo feito por um grupo de pesquisadores do Reino Unido, Estados Unidos, Austrália e França e publicado neste domingo (21/11) como carta ao editor na revista Nature Geoscience.
O texto é uma atualização anual do Global Carbon Project e destaca que as emissões de CO2 não dão sinais de que estejam caindo globalmente e poderão atingir um nível recorde em 2010.
Os autores concluíram que as emissões de dióxido de carbono em 2009 foram apenas 1,3% menores do que as do ano anterior, mesmo com a crise. A queda é menos da metade do que se estimava há um ano.
A crise financeira afetou diversos países, levando a reduções na emissão de CO2. No Reino Unido, por exemplo, a queda foi de 8,6% em 2009 com relação ao ano anterior. Quedas semelhantes ocorreram na maioria dos países industrializados.
Entretanto, diversas economias emergentes tiveram crescimento elevado, mesmo com a crise. Isso se refletiu no aumento das emissões do gás. Na China, houve uma elevação de 8%, e na Índia de 6,2%.
“A queda nas emissões de CO2 em 2009 foi de menos da metade do que o antecipado há um ano. Isso ocorreu porque a queda no produto interno bruto (PIB) mundial foi menor que o previsto e a intensidade de carbono com relação ao PIB mundial – a quantidade de CO2 liberada por unidade de PIB – melhorou apenas 0,7% em 2009, muito menos do que a média de longo prazo de 1,7% ao ano”, disse Pierre Friedlingstein, da Universidade de Exeter, principal autor do estudo.
A pesquisa aponta que, se o crescimento econômico continuar como previsto, as emissões globais de combustíveis fósseis aumentarão em mais de 3% em 2010, aproximando-se das elevadas taxas observadas entre 2000 e 2008.
O texto Update on CO2 emissions, de Pierre Friedlingstein e outros, pode ser lido por assinantes da Nature em www.nature.com/naturegeoscience.
A conclusão está em um estudo feito por um grupo de pesquisadores do Reino Unido, Estados Unidos, Austrália e França e publicado neste domingo (21/11) como carta ao editor na revista Nature Geoscience.
O texto é uma atualização anual do Global Carbon Project e destaca que as emissões de CO2 não dão sinais de que estejam caindo globalmente e poderão atingir um nível recorde em 2010.
Os autores concluíram que as emissões de dióxido de carbono em 2009 foram apenas 1,3% menores do que as do ano anterior, mesmo com a crise. A queda é menos da metade do que se estimava há um ano.
A crise financeira afetou diversos países, levando a reduções na emissão de CO2. No Reino Unido, por exemplo, a queda foi de 8,6% em 2009 com relação ao ano anterior. Quedas semelhantes ocorreram na maioria dos países industrializados.
Entretanto, diversas economias emergentes tiveram crescimento elevado, mesmo com a crise. Isso se refletiu no aumento das emissões do gás. Na China, houve uma elevação de 8%, e na Índia de 6,2%.
“A queda nas emissões de CO2 em 2009 foi de menos da metade do que o antecipado há um ano. Isso ocorreu porque a queda no produto interno bruto (PIB) mundial foi menor que o previsto e a intensidade de carbono com relação ao PIB mundial – a quantidade de CO2 liberada por unidade de PIB – melhorou apenas 0,7% em 2009, muito menos do que a média de longo prazo de 1,7% ao ano”, disse Pierre Friedlingstein, da Universidade de Exeter, principal autor do estudo.
A pesquisa aponta que, se o crescimento econômico continuar como previsto, as emissões globais de combustíveis fósseis aumentarão em mais de 3% em 2010, aproximando-se das elevadas taxas observadas entre 2000 e 2008.
O texto Update on CO2 emissions, de Pierre Friedlingstein e outros, pode ser lido por assinantes da Nature em www.nature.com/naturegeoscience.
Bioenergia: vagas em curso da Esalq
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Unknown
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11/21/2010 04:13:00 PM
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Da Agência Ambiente Energia - A Esalq/Usp está com inscrições abertas para a “Prática profissionalizante bioenergia e bioprodutos de base florestal”, que acontecerá de 21 de fevereiro de 2011 a 15 de janeiro de 2012. O prazo de inscrição vai de 13 de dezembro de 2010 a 31 de janeiro de 2011. São oferecidas cinco vagas. O curso tem como público alvo profissional de nível superior, com formação nas áreas de Engenharia Florestal, Engenharia Agronômica, Engenharia Química, Química, Ciências Biológicas, Gestão Ambiental e áreas correlatas.
A iniciativa é do Grupo de Bioenergia e Bioprodutos de Base Florestal do Departamento de Ciências Florestais (LCF) da Esalq. A seleção envolverá análise do currículo, da justificativa – eliminatórias – e entrevista pessoal.
As inscrições podem ser feitas no Laboratórios Integrados de Química, Celulose e Energia – Grupo de Bioenergia e Bioprodutos de Base Florestal do Departamento de Ciências Florestais (LCF) (ESALQ – Av. Pádua Dias, nº. 11, Piracicaba/SP). Os documentos que deverão ser apresentados no ato da inscrição são: currículo; histórico escolar; cópia do diploma de graduação ou comprovantes; cópias do RG e do CPF; justificativa substanciada do interesse pela participação na prática profissionalizante.
A iniciativa é do Grupo de Bioenergia e Bioprodutos de Base Florestal do Departamento de Ciências Florestais (LCF) da Esalq. A seleção envolverá análise do currículo, da justificativa – eliminatórias – e entrevista pessoal.
As inscrições podem ser feitas no Laboratórios Integrados de Química, Celulose e Energia – Grupo de Bioenergia e Bioprodutos de Base Florestal do Departamento de Ciências Florestais (LCF) (ESALQ – Av. Pádua Dias, nº. 11, Piracicaba/SP). Os documentos que deverão ser apresentados no ato da inscrição são: currículo; histórico escolar; cópia do diploma de graduação ou comprovantes; cópias do RG e do CPF; justificativa substanciada do interesse pela participação na prática profissionalizante.
FAS desenvolve ferramenta de avaliação de risco e determinação de buffer para projetos florestais no VCS.
Fonte: FAS
(19/11/2010 / Fundação Amazonas Sustentável - São Paulo)
A Fundação Amazonas Sustentável (FAS), em colaboração com o processo de consulta pública do documento de análise de risco e determinação de zonas de amortecimento para projetos de agricultura e floresta (“Tool for Agriculture, Forestry and Other Land Uses Non-Permanence Risk Analysis and Buffer Determination”) promovida pelo Voluntary Carbon Standard (VCS), produziu uma ferramenta que irá facilitar a análise e a determinação para os desenvolvedores de projeto.
A FAS, através de seu Superintendente-Geral, Virgilio Viana, é membro do Comitê do VCS para os projetos florestais e vem participando ativamente nas discussões da reestruturação do padrão VCS para 2011.
Para tanto, esta ferramenta produzida pela FAS é mais uma contribuição às discussões dos projetos florestais dentro do mercado de carbono voluntário.
Vale ressaltar que esta ferramenta é fruto de discussões internas da FAS. Assim, isto não está aprovado dentro do VCS e nem declara a sua respectiva opinião, uma vez que o documento ainda está em consulta pública até 21 de Novembro de 2010.
Para baixar a ferramenta (em Inglês), clique aqui.
A ferramenta desenvolvida pela FAS é uma versão rascunho e está aberta a sugestões e críticas. Caso as tenha, favor encaminhar para Victor Salviati (victor.salviati@fas-amazonas.org).
Simone Ramounoulou: mestra da sustentabilidade
por Liane Alves (Da revista Vida Simples)
Simone Ramounoulou é uma daquelas profissionais cujo currículo já dá a estatura de sua atuação como instrutora de temas relativos ao meio ambiente e ao desenvolvimento da consciência como um todo. Consultora em vários projetos internacionais, é diretora-executiva no Brasil da World Business Academy, que congrega empresários e executivos do mundo todo, do Institute of Noetic Sciences, mais centrado nas possibilidades da mente e da consciência, do Clube de Budapeste e dos Encontros da Rede Global de Educação para a Paz – Construindo uma Cultura Planetária, um programa feito em parceria com a Unesco.
Brasileira, simpática e firme em suas posições, Simone é filha de pai francês e mãe italiana. Estudou em Genebra na primeira escola de cultura global ligada à ONU e seu trabalho hoje é justamente ministrar cursos e implantar programas na área de educação e conscientização da realidade ambiental do planeta. Seu trabalho é desenvolvido na William Harmann House do Brasil, que fica no Espaço Antakarana, em São Paulo, do qual ela é uma das cofundadoras. Atualmente, ela é também coordenadora-geral do programa sueco The Natural Step (O Passo Natural), que ensina como o mundo pode se tornar mais viável por meio de uma mudança natural que ocorre passo a passo.
Sustentabilidade: será que é possível trocar esse conceito em miúdos?
Vou contar, com as minhas próprias palavras, uma historinha narrada sobre o médico oncologista sueco Karl Henrik Robèrt, que criou o programa de sustentabilidade The Natural Step, implantado pelo governo da Suécia nos anos 1990. Ele fala que, certo dia, algumas fadinhas estavam procurando um cantinho para morar na floresta. Depois de voarem por todos os lugares, elas descobriram uma linda caixa, toda azul, que parecia ser um lugar excelente para se abrigarem. Para seu espanto, dentro da caixa o ar era puro, os rios, límpidos e a natureza, de uma beleza indescritível. Felizes, entraram em sua nova moradia e fecharam a tampa. Decidiram, então, cortar algumas árvores para fazer suas casinhas, móveis e até palitos para seus dentes. Começaram também a produzir lixo, um lixo de fadinhas, a sujar os rios, a contaminar as águas dos oceanos. Elas também se multiplicaram rapidamente, e cada vez mais a caixa ficava mais suja e poluída: o ar não era mais puro, o clima mudou, os alimentos estavam cheios de produtos químicos e as fadas ficavam doentes por causa disso. Em pouco tempo, seu novo lar estava num estado lamentável. Até que uma fadinha disse: “Não dá mais para continuar desse jeito, vamos todos morrer! A gente vai ter de mudar!” Esse é o primeiro passo da sustentabilidade: a perfeita consciência de que não dá mais para continuar desse jeito.
Em que parte estamos desse processo?
Durante os últimos anos foram feitos diálogos profundos com a sociedade, cientistas, políticos, empresários, e desse conjunto de informações saíram vários programas de sustentabilidade, várias diretrizes. Agora não é preciso mais dialogar tanto, está na hora de fazer, e fazer bem feito, para que as ações realmente deem resultado. Já se falou muito em novas maneiras de ser, em novas maneiras de entender. De conversar ou de atuar. Nesta casa mesmo trouxemos muitas figuras de renome internacional que falaram sobre essas mudanças necessárias, prementes. Agora está na hora de arregaçar as mangas, aplicar uma nova maneira de trabalhar em conjunto, proposta nesses diálogos, e partir para a ação. O momento crucial do diálogo já passou. Está na hora de implementar concretamente as mudanças. Os quatro programas ensinados aqui no Antakarana neste momento são para que as pessoas possam agir praticamente, tanto em sua vida individual como em sua vida comunitária. Agora o diálogo e a interação são apenas necessários para se criarem novas ferramentas de ação.
E como se encaixa um programa como The Natural Step nessa mudança?
É interessante esse nome, “O Passo Natural”, pois ele nos diz que não dá para se forçar uma barra, é preciso que o processo todo seja mesmo natural. O passado nos trouxe o presente que é este aqui e agora. Não se pode excluir o passado de um governo, de uma organização, de uma escola, de uma família ou até mesmo de um indivíduo.
Mas como criar uma nova realidade em que esses novos valores sejam uma exigência, não só um modismo?
Com a consciência de que não é possível mais manter o modelo antigo. Aí cada passo da mudança se torna natural. A crise financeira mundial, por exemplo, já é um sintoma de que se a gente quiser continuar com esse modelo antigo, insistir no que vínhamos fazendo sem mudar, vamos nos arrebentar. Essa crise pode ser superada, mas, se não há um cenário de mudanças concretas, outras surgirão. Porque é o sistema que está entrando em colapso. The Natural Step leva em conta o modelo presente, levanta a história desse governo, organização – seja uma empresa, seja uma família ou indivíduo, já que pode ser aplicado em todos os níveis – e orienta a fazer o planejamento estratégico para que essa realidade seja mudada. Ele foi idealizado por um oncologista que ficava encantado diante da mudança das pessoas diante de um caso de câncer na família: elas tornavam- se mais solidárias, mais interessadas no bem-estar do outro. Ele pensou que, se as famílias mudavam naturalmente diante daquele quadro terrível, as pessoas também poderiam mudar com base na conscientização da nossa situação ambiental, isto é, se elas soubessem exatamente o que estava acontecendo e tivessem mecanismos a seu alcance para poder cooperar.
Qual a mudança fundamental que a sustentabilidade nos traz?
Existe uma crise atual de valores, antes de tudo. A sustentabilidade se apoia no tripé dinheiro, meio ambiente e ser humano. São esses os seus valores. O modelo antigo, ainda adotado hoje, só visa ao dinheiro, ao lucro, ao capital. Mas as coisas começam a mudar. Algumas empresas, por exemplo, estão abrindo espaço para contemplar as exigências do meio ambiente e dos seres humanos na mesma proporção com que se preocupam com os lucros. E essa mudança de valores deve ser feita de forma real, verdadeira, para que não fique só na maquiagem, no marketing ou na autoenganação. Mas esse processo real pode ser feito passo a passo, gradualmente, naturalmente.
Simone Ramounoulou é uma daquelas profissionais cujo currículo já dá a estatura de sua atuação como instrutora de temas relativos ao meio ambiente e ao desenvolvimento da consciência como um todo. Consultora em vários projetos internacionais, é diretora-executiva no Brasil da World Business Academy, que congrega empresários e executivos do mundo todo, do Institute of Noetic Sciences, mais centrado nas possibilidades da mente e da consciência, do Clube de Budapeste e dos Encontros da Rede Global de Educação para a Paz – Construindo uma Cultura Planetária, um programa feito em parceria com a Unesco.
Brasileira, simpática e firme em suas posições, Simone é filha de pai francês e mãe italiana. Estudou em Genebra na primeira escola de cultura global ligada à ONU e seu trabalho hoje é justamente ministrar cursos e implantar programas na área de educação e conscientização da realidade ambiental do planeta. Seu trabalho é desenvolvido na William Harmann House do Brasil, que fica no Espaço Antakarana, em São Paulo, do qual ela é uma das cofundadoras. Atualmente, ela é também coordenadora-geral do programa sueco The Natural Step (O Passo Natural), que ensina como o mundo pode se tornar mais viável por meio de uma mudança natural que ocorre passo a passo.
Sustentabilidade: será que é possível trocar esse conceito em miúdos?
Vou contar, com as minhas próprias palavras, uma historinha narrada sobre o médico oncologista sueco Karl Henrik Robèrt, que criou o programa de sustentabilidade The Natural Step, implantado pelo governo da Suécia nos anos 1990. Ele fala que, certo dia, algumas fadinhas estavam procurando um cantinho para morar na floresta. Depois de voarem por todos os lugares, elas descobriram uma linda caixa, toda azul, que parecia ser um lugar excelente para se abrigarem. Para seu espanto, dentro da caixa o ar era puro, os rios, límpidos e a natureza, de uma beleza indescritível. Felizes, entraram em sua nova moradia e fecharam a tampa. Decidiram, então, cortar algumas árvores para fazer suas casinhas, móveis e até palitos para seus dentes. Começaram também a produzir lixo, um lixo de fadinhas, a sujar os rios, a contaminar as águas dos oceanos. Elas também se multiplicaram rapidamente, e cada vez mais a caixa ficava mais suja e poluída: o ar não era mais puro, o clima mudou, os alimentos estavam cheios de produtos químicos e as fadas ficavam doentes por causa disso. Em pouco tempo, seu novo lar estava num estado lamentável. Até que uma fadinha disse: “Não dá mais para continuar desse jeito, vamos todos morrer! A gente vai ter de mudar!” Esse é o primeiro passo da sustentabilidade: a perfeita consciência de que não dá mais para continuar desse jeito.
Em que parte estamos desse processo?
Durante os últimos anos foram feitos diálogos profundos com a sociedade, cientistas, políticos, empresários, e desse conjunto de informações saíram vários programas de sustentabilidade, várias diretrizes. Agora não é preciso mais dialogar tanto, está na hora de fazer, e fazer bem feito, para que as ações realmente deem resultado. Já se falou muito em novas maneiras de ser, em novas maneiras de entender. De conversar ou de atuar. Nesta casa mesmo trouxemos muitas figuras de renome internacional que falaram sobre essas mudanças necessárias, prementes. Agora está na hora de arregaçar as mangas, aplicar uma nova maneira de trabalhar em conjunto, proposta nesses diálogos, e partir para a ação. O momento crucial do diálogo já passou. Está na hora de implementar concretamente as mudanças. Os quatro programas ensinados aqui no Antakarana neste momento são para que as pessoas possam agir praticamente, tanto em sua vida individual como em sua vida comunitária. Agora o diálogo e a interação são apenas necessários para se criarem novas ferramentas de ação.
E como se encaixa um programa como The Natural Step nessa mudança?
É interessante esse nome, “O Passo Natural”, pois ele nos diz que não dá para se forçar uma barra, é preciso que o processo todo seja mesmo natural. O passado nos trouxe o presente que é este aqui e agora. Não se pode excluir o passado de um governo, de uma organização, de uma escola, de uma família ou até mesmo de um indivíduo.
Mas como criar uma nova realidade em que esses novos valores sejam uma exigência, não só um modismo?
Com a consciência de que não é possível mais manter o modelo antigo. Aí cada passo da mudança se torna natural. A crise financeira mundial, por exemplo, já é um sintoma de que se a gente quiser continuar com esse modelo antigo, insistir no que vínhamos fazendo sem mudar, vamos nos arrebentar. Essa crise pode ser superada, mas, se não há um cenário de mudanças concretas, outras surgirão. Porque é o sistema que está entrando em colapso. The Natural Step leva em conta o modelo presente, levanta a história desse governo, organização – seja uma empresa, seja uma família ou indivíduo, já que pode ser aplicado em todos os níveis – e orienta a fazer o planejamento estratégico para que essa realidade seja mudada. Ele foi idealizado por um oncologista que ficava encantado diante da mudança das pessoas diante de um caso de câncer na família: elas tornavam- se mais solidárias, mais interessadas no bem-estar do outro. Ele pensou que, se as famílias mudavam naturalmente diante daquele quadro terrível, as pessoas também poderiam mudar com base na conscientização da nossa situação ambiental, isto é, se elas soubessem exatamente o que estava acontecendo e tivessem mecanismos a seu alcance para poder cooperar.
Qual a mudança fundamental que a sustentabilidade nos traz?
Existe uma crise atual de valores, antes de tudo. A sustentabilidade se apoia no tripé dinheiro, meio ambiente e ser humano. São esses os seus valores. O modelo antigo, ainda adotado hoje, só visa ao dinheiro, ao lucro, ao capital. Mas as coisas começam a mudar. Algumas empresas, por exemplo, estão abrindo espaço para contemplar as exigências do meio ambiente e dos seres humanos na mesma proporção com que se preocupam com os lucros. E essa mudança de valores deve ser feita de forma real, verdadeira, para que não fique só na maquiagem, no marketing ou na autoenganação. Mas esse processo real pode ser feito passo a passo, gradualmente, naturalmente.
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