A mudança necessária para chegar a um desenvolvimento sustentável será realizada principalmente através da economia e das empresas, embora com apoio da restante sociedade, defendeu hoje um responsável da organização ambientalista WWF.
A propósito da realização da Conferência da ONU para as Alterações Climáticas, que se iniciou na segunda-feira, em Cancún, no México, o coordenador do Programa de Conservação em Portugal da WWF, Luís Silva, disse à agência Lusa que o meio "principal para a mudança será feito via economia", realçando a necessidade de mudar o atual paradigma de desenvolvimento.
Os cerca de 200 países participantes naquela reunião vão tentar chegar a um acordo global sobre a redução de emissões de gases com efeito de estufa e o apoio à adaptação dos países em vias de desenvolvimento, de modo a travar a subida da temperatura média do planeta e as consequentes alterações no clima.
Entre os principais responsáveis pela emissão destes gases estão setores como a energia ou os transportes.
Para Luís Silva, a mudança de paradigma deverá realizar-se também através da "criação de condições para que as empresas operem num modelo de desenvolvimento sustentável, em que as questões da concorrência promovam a utilização da eficiência e das fontes renováveis da energia e não ao contrário".
Atualmente, "uma empresa que tem um impacto negativo sobre o ambiente é mais competitiva que aquela que está a [enfrentar] o custo dos impactos positivos. Esse paradigma é que tem de mudar", salientou.
Quanto às consequências da crise económica no objetivo mundial de reduzir as emissões de gases com efeito de estufa, são positivas, segundo Luís Silva, mas não devido à introdução de alterações estruturais.
A crise "tem um impacto positivo" decorrente de uma diminuição da atividade económica e não de mudanças nas fontes de energia utilizadas ou da melhoria nos processos de eficiência energética e esse é "o grande desafio", salientou.
A rede WWF é considerada a maior organização do tipo no mundo, atuando em mais de cem países, nos quais desenvolve projetos de conservação do meio ambiente.
Rita Antunes, da associação ambientalista Quercus, resumiu a sua opinião acerca das consequências das dificuldades económicas para o objetivo de evitar as alterações climáticas, dizendo que são positivas e negativas.
A crise económica, por um lado "atrasa ou poderá restringir alguns apoios financeiros necessários aos desenvolvimento de novas tecnologias".
Mas, por outro lado, "por causa da crise económica, a União Europeia já reduziu as suas emissões em 18 por cento quando estava previsto consegui-lo mais próximo de 2020".
Assim, para a Quercus, "o grande desafio está em promover o desenvolvimento económico e a saída da crise através de uma economia baixa em carbono seguindo um novo modelo em que as energias renováveis e a eficiência energética têm um papel relevante".
Diário Digital / Lusa
Carta da Terra
"Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade deve escolher o seu futuro. À medida que o mundo torna-se cada vez mais interdependente e frágil, o futuro enfrenta, ao mesmo tempo, grandes perigos e grandes promessas. Para seguir adiante, devemos reconhecer que, no meio da uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino comum. Devemos somar forças para gerar uma sociedade sustentável global baseada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade da vida, e com as futuras gerações." (da CARTA DA TERRA)
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