Carta da Terra

"Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade deve escolher o seu futuro. À medida que o mundo torna-se cada vez mais interdependente e frágil, o futuro enfrenta, ao mesmo tempo, grandes perigos e grandes promessas. Para seguir adiante, devemos reconhecer que, no meio da uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino comum. Devemos somar forças para gerar uma sociedade sustentável global baseada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade da vida, e com as futuras gerações." (da CARTA DA TERRA)

Megawatts de vento

estadão.com
17 de setembro de 2010 | 19h10
Celso Ming

O alto custo de produzir eletricidade a partir do vento sempre foi considerado o maior obstáculo para o desenvolvimento da energia eólica no Brasil. Mas essa é uma sina que está começando a mudar.

Os resultados do último leilão de energia renovável promovido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) no final de agosto surpreenderam até mesmo os especialistas. Nos dois dias de pregão, a energia eólica foi comercializada em média a R$ 130,86 por megawatt-hora (MWh). Ficou mais barata do que a gerada pelas usinas térmicas movidas a queima de bagaço de cana (R$ 144,20) e pelas pequenas centrais hidrelétricas (R$ 141,93).

Esse preço foi 9,5% mais baixo do que o praticado em dezembro, naquele que foi o primeiro leilão a comercializar energia renovável no País.


Vários fatores explicam essa queda. A crise financeira na Europa, que desacelerou a economia, é um deles. Melhor explicando, a falta de mercado no Velho Mundo derrubou os preços dos equipamentos e, consequentemente, levou as empresas europeias a olhar em direção ao Brasil.

A esse fator se liga outro. Como esse é um mercado que promete, os fabricantes dos cata-ventos entenderam que a melhor política é reduzir parte dos seus altos retornos até o segmento se consolidar. É o que observa o professor Nivalde de Castro, do Grupo de Estudo do Setor Elétrico da UFRJ.

Mas não se podem ignorar outros motivos: a valorização do real, que também reduziu os custos; a boa intensidade dos ventos, que, com o mesmo equipamento, produz no Brasil o dobro de energia gerada na Europa; o aumento do prazo dos empréstimos concedidos pelo BNDES ao setor, de 14 anos para 16 anos; e a isenção de ICMS para todo o tipo de maquinário eólico, prorrogada até dezembro de 2013.

São fatores que podem derrubar ainda mais os preços, principalmente se continuar havendo leilões. A boa notícia é que o de 2011 já foi confirmado pela Aneel.

Ricardo de Maya Simões, presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), observa que os dois leilões realizados até agora deverão sextuplicar a geração de energia eólica no Brasil até 2013. O setor, que hoje tem 744 megawatts (MW) de capacidade instalada, passará a ter 4.597 MW daqui a três anos. Um salto de mais de 500% e que por pouco não atinge a meta de 6.300 MW estabelecida para 2030 pelo Plano Nacional de Energia.

Mas, apesar do rápido avanço, o Brasil ainda é um nanico em energia eólica. No ranking global, liderado pelos Estados Unidos (35,2 mil MW), Alemanha (25,8 mil MW) e China (25,1 mil MW), ocupa somente a 21.ª posição.

Para Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura, a energia eólica não é a solução para o problema energético do País, mas faz parte da resposta a um dos principais desafios: a necessidade de diversificar a matriz energética.

Hoje o Brasil é altamente dependente das usinas hidrelétricas, responsáveis por 67,26% de toda a energia elétrica produzida por aqui. A energia eólica corresponde a apenas 0,67%. Com certo otimismo, a Abeeólica estima que a participação desse tipo de energia chegará a 20% nas próximas duas décadas. A meta é ambiciosa, mas, se alcançada, dará uma contribuição significativa para a preservação do meio ambiente. / COLABOROU ISADORA PERON

CONFIRA

Dólar fraco, ouro forte
Apenas em agosto, as cotações do ouro saltaram 4%. Ao longo de 2010 (até ontem), avançaram 16,2%. Essa cavalgada (veja gráfico) não reflete somente o aumento da insegurança nos mercados e, portanto, procura de porto-seguro. Reflete, também, a desvalorização do dólar em relação às demais moedas e ativos.

Mais para o mesmo
Isto é, os preços do metal sobem não só porque atendem à maior procura, mas também porque são necessários mais dólares para comprar a mesma quantidade de ouro.

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