IPEA
Boletim reúne 12 textos de pesquisadores do Ipea e convidados dos setores público e empresarial
As mudanças climáticas são o tema da quarta edição do Boletim Regional, Urbano e Ambiental, lançado nesta quarta-feira pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). A publicação reuniu 12 artigos sobre aspectos relacionados à economia da mudança do clima; impactos em atividades agrícolas; aspectos regulatórios; principais acordos internacionais; ações de mitigação; alternativas limpas de desenvolvimento; e justiça climática. O lançamento foi realizado em Brasília, com a presença da diretora de Estudos e Políticas Regionais, Urbanas e Ambientais do Ipea, Liana Carleial.
Para o coordenador de Estudos Regionais do Ipea, Carlos Wagner Oliveira, editor do boletim, os artigos são relevantes para a discussão sobre as mudanças do clima não só no Brasil, mas em todo o mundo. O técnico de Planejamento e Pesquisa Jorge Hargrave, um dos organizadores do boletim, disse que a publicação reúne o conhecimento recente sobre a mudança climática e as negociações em andamento. “O boletim também é inovador ao reunir formuladores de políticas e negociadores com pesquisadores do Ipea, professores universitários, pesquisadores e até mesmo representantes do setor empresarial”, afirmou.
Artigos
Adriano Santhiago de Oliveira, do Ministério da Ciência e Tecnologia, falou sobre o artigo O Protocolo de Quioto e sua regulamentação no Brasil, do qual é um dos autores. “O foco é na implementação de um dos instrumentos do Protocolo de Quioto, o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL).” O objetivo, segundo o autor, é desfazer algumas ideias equivocadas que são associadas ao assunto. “Buscamos desmistificar alguns equívocos, principalmente sobre a Comissão Interministerial de Mudança Global do Clima, (CIMGC), que é a autoridade nacional designada para a implementação do MDL no Brasil”, explicou.
O artigo Mecanismo de Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal em países em desenvolvimento (REDD) e sua aplicação no caso brasileiro foi apresentado por Sofia Shellard, do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável. “O que a gente quis com esse artigo foi levantar algumas situações, dando um panorama sobre como essa discussão está evoluindo e sobre as vantagens comparativas para o Brasil”, disse.
Justiça Climática
O técnico de Planejamento e Pesquisa do Ipea Igor Ferraz da Fonseca falou sobre o artigo Justiça Climática e eventos climáticos extremos: o caso das enchentes no Brasil. Segundo o autor, o tema é muito presente nas discussões internacionais, mas tem reflexo ainda tímido no Brasil. “O objetivo do artigo foi analisar se o uso do conceito de justiça climática é percebido no Brasil”, afirmou o autor.
Por meio de uma análise sobre a repercussão nos jornais das enchentes em São Paulo e no Rio de Janeiro ocorridas em dezembro de 2009 e abril de 2010, os autores mostram que, no Brasil, os meios de comunicação e a sociedade, especialmente as comunidades atingidas, ainda não associaram os episódios às mudanças climáticas. “Relacionar casos concretos à ideia de mudanças climáticas permitiria fortalecer o movimento internacional por justiça climática e aumentar as chances de que as demandas dos grupos afetados fossem atendidas, além de influenciar as políticas públicas”, concluiu.
O último artigo apresentado foi Do MDL às Namas: Perspectivas para o financiamento do desenvolvimento sustentável brasileiro, da técnica de Planejamento e Pesquisa do Ipea Maria Gutierrez. O artigo defende que o MDL e as ações de mitigação conhecidas como Namas (Nationally Appropriate Mitigation Actions) tenham caráter complementar, e não exclusivo, já que atendem a necessidades distintas de países em desenvolvimento.
Leia a íntegra do Boletim Regional, Urbano e Ambiental nº 4
Carta da Terra
"Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade deve escolher o seu futuro. À medida que o mundo torna-se cada vez mais interdependente e frágil, o futuro enfrenta, ao mesmo tempo, grandes perigos e grandes promessas. Para seguir adiante, devemos reconhecer que, no meio da uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino comum. Devemos somar forças para gerar uma sociedade sustentável global baseada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade da vida, e com as futuras gerações." (da CARTA DA TERRA)
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