Pesquisadora do Ipea avalia dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), divulgada no dia 8 de setembro
A demógrafa Ana Amélia Camarano, técnica de planejamento e pesquisa da Diretoria de Estudos e Políticas Sociais do Ipea e autora de diversos livros sobre idosos, fez uma primeira análise da PNAD e concluiu que o envelhecimento afeta os arranjos familiares e domiciliares. “Com os filhos criados, os idosos saem de casa e os domicílios ficam menores”.
A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) 2009 divulgada na quarta-feira, dia 8, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que, no Brasil, os domicílios com apenas um morador passaram de 10,04% em 2004 para 12% em 2009. Além disso, dos 58,6 milhões de domicílios particulares permanentes estimados em 2009, 18,3% tinham cinco ou mais moradores, enquanto em 2004 esse número era de 23,3%. Para Camarano, esse registro evidencia o processo de envelhecimento da população brasileira, que vem aumentando nos últimos 20 anos. Os domicílios com dois e três moradores aumentaram conjuntamente de 42,8% para 47,7% entre 2004 e 2009.
Segundo a pesquisadora, a tendência são as pessoas morarem sozinhas, e há um aumento de “ninhos vazios” (domicílios com idosos). A PNAD mostra que o número médio de pessoas por família residente em domicílio particular foi o mesmo de 2008: 3,1 pessoas. “Os domicílios com menos pessoas são chamados de unipessoais. Pode-se dizer que a família (domicílio) brasileira está menor, mas os dados me chamaram muito a atenção pela grande mudança que ocorreu em apenas cinco anos, porque as mudanças nos domicílios são lentas”, explica a pesquisadora.
Camarano disse que a causa deste fenômeno não pode ter sido a queda da fecundidade, por ser um processo que vem ocorrendo durante toda a década. Segundo ela, as principais causas são o envelhecimento, depois as mudanças na nupcialidade (descasamentos), e, em terceiro lugar, a mudança nos valores das pessoas.
A PNAD 2009 investigou 399.387 pessoas em 153.837 domicílios por todo o País a respeito de temas como família, domicílios, mercado de trabalho e rendimento, tendo setembro como mês de referência.
Fonte: IPEA
EcoDebate, 17/09/2010
Carta da Terra
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