Desenvolvimento sustentável, biodiversidade, alterações climáticas, sequestro de carbono, Carbono Social. Palavras aparentemente sem relação, mas que merecem uma abordagem profunda. Biodiversidade e Carbono Social, uma ligeira modificação de uma tese de doutorado em Biologia apresentada e defendida em 2009, na Universidade de Aveiro, em Portugal, vem preencher parcialmente uma lacuna e uma necessidade.
Durante a Cúpula da Terra, no Rio de Janeiro, em 1992, foram assinados dois importantes instrumentos: a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima e a Convenção sobre Diversidade Biológica. O primeiro trouxe avanços e resultados práticos no que diz respeito à definição de metas e resultados. Este fato deveu-se, principalmente, pelo caráter econômico resguardado à Convenção Quadro, que originou o Protocolo de Kyoto, criando assim um mecanismo de mercado. Entretanto, a Convenção sobre Diversidade Biológica ainda não conseguiu mostrar avanços e a perda da biodiversidade é um dos maiores problemas desta década, com perda de milhares de hectares de florestas e de espécies ainda desconhecidas.
Esta obra aponta que no trio Biodiversidade – Mercado de créditos de carbono – Metodologia do CARBONOSOCIAL – pode estar uma oportunidade de transportar benefícios mensuráveis para o desenvolvimento sustentável de diferentes regiões, com forte enfoque no uso racional da biodiversidade e da sua preservação, levando-se em conta diferentes recursos necessários para um meio de vida sustentável.
O livro apresenta o conceito do CARBONOSOCIAL, que segundo Rezende e Merlin, é o carbono absorvido/reduzido através de ações que viabilizem e melhorem as condições de vida das comunidades envolvidas nos projetos de redução de emissões/ mudanças climáticas, visando o bem-estar e a cidadania, sem degradar a base de recursos. Esse conceito surgiu da necessidade de garantir que os projetos dde redução e mitigação de emissões dos gases causadores do efeito estufa pudessem inserir não só as questões de desenvolvimento sustentável, com também garantir um meio de se medir e dimensionar os ganhos sociais e a sustentabilidade das comunidades envolvidas nos projetos.
Hoje, o conceito do CARBONOSOCIAL está sendo utilizado como um standard do mercado voluntário em projetos de diferentes âmbitos, tais como troca de combustível, energia renovável, aterros sanitários, entre outros. Biodiversidade e Carbono Social apresenta exemplos reais de estudos de caso no Brasil, mas que não deixam, por isso, de serem exemplos como essa aplicação pode se generalizar.
Sobre os autores
Divaldo Rezende é engenheiro agrônomo graduado pela Universidae de Lavras (UFLA) e possui metrado em Políticas Ambientais e Recursos Rurais pela Universidade de londres, WYE College, e é PhD em Biologia pela Universidade de Aveiro, Portugal. Co-fundador do Instituto Ecológica, possui vasta experiência em planejamento ambiental, mudanças climáticas, sequestro de carbono e desenvolvimento sustentável. Durante os seus 18 anos de experiência, foi consultor em diversas organizações e governos, como o Banco Mundial, o PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), o Ministérios e Minas e Energia, o Ministério da Ciência e Tecnologia e Ministério do Meio Ambiente. Publicou três obras sobre mudanças climáticas e o mercado de carbono. Atualmente, é diretor executivo da CantorCO2e Brasil.
Stefano Merlin nasceu em Bressanone, Itália e, atualamente, reside em São Paulo. É graduado em Economia e Administração Empresarial pela Universidade Ca´Foscari, de Veneza, e possui pós-graduação emc Gestão Empresarial pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Tem larga experiência em administração de empresas, desenvolvimento de mercados e negócios sustentáveis, implementação de projetos de mudança climática e de desenvolvimento comunitário. É co-fundador e presidente do Instituto Ecológica e consultor do PNUD na área de energias renováveis no Brasil.
Atualmente é sócio-diretor da Sustainable Carbon, que desenvolve projetos voltados para o mercado voluntário de carbono na América Latina e que hoje é uma das empresas líderes no panorama internacional do mercado de carbono.
Biodiversidade e Carbono Social
Autores: Divaldo Rezende e Stefano Merlin
Edições Afrontamento – 1a. edição – 2009 - 150 páginas
ISBN: 978-972-36-1050-5
Informações:
Cecilia Michellis
(11) 2649-0036
cecilia@socialcarbon.org
Carta da Terra
"Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade deve escolher o seu futuro. À medida que o mundo torna-se cada vez mais interdependente e frágil, o futuro enfrenta, ao mesmo tempo, grandes perigos e grandes promessas. Para seguir adiante, devemos reconhecer que, no meio da uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino comum. Devemos somar forças para gerar uma sociedade sustentável global baseada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade da vida, e com as futuras gerações." (da CARTA DA TERRA)
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