11/05/2011 - Fonte: Ecossystem Marketplace
Muitos projetos de compensação de carbono já estão reduzindo as emissões de gases do efeito estufa, salvando florestas tropicais e capturando carbono em árvores, mas os seus esforços não receberão créditos da ONU se eles não se adaptarem a padrões emergentes que acompanham as florestas de cada país em escala nacional. Isto é o que todos os desenvolvedores de projetos deveriam saber sobre ‘nesting’.
O estado peruano de Madre de Dios é lar de uma das florestas tropicais mais ricas em biodiversidade do planeta – que também é vista como uma área nobre para o crescimento imobiliário. Isso fará o local ser um dia a escolha ideal para projetos de compensação de carbono que reduzem emissões de gases do efeito estufa pelo desmatamento e degradação florestal (REDD), salvando florestas tropicais ameaçadas, e para projetos de REDD combinado com manejo sustentável da floresta, conservação e melhoria dos estoques de carbono florestais (REDD+).
Tais projetos podem ajudar a salvar a floresta tropical, mas eles não gerarão compensações além do mercado voluntário até que o Peru tenha a sua própria estrutura de REDD – e isso não vai acontecer até que áreas valiosas tenham sido desmatadas e degradadas.
Isso não impediu os desenvolvedores verdes de lançarem ao menos 11 projetos de REDD em Madre de Dios e muitos outros lugares do mundo todo. O objetivo de diminuir o desmatamento para ganhar créditos de carbono e o risco de serem prejudicados por seguirem regras que podem não se adaptar a diferentes países está gerando planos nacionais.
À medida que estruturas internacionais e nacionais de REDD+ evoluem, essas atividades subnacionais precisarão ser colocadas sob estruturas mais abrangentes para garantir que quaisquer créditos de carbono emitidos por projetos ou programas sejam ‘adicionais’ – mantendo a integridade ambiental enquanto catalisa ações em várias escalas de implementação. O ato de integrar níveis diferentes de ações locais e nacionais ficou conhecido como ‘nesting’ e é importante por inumeras razões, que são defendidas em um novo relatório do Forest Trends (do Ecosystem Marketplace) e do Climate Focus, intitulado Abordagens Integradas para REDD+, uma visão geral de problemas e opções.
Projetos de ‘nesting’ em regiões
O relatório apresenta dados de uma oficina internacional de Abordagens Integradas para REDD+, desenvolvida pelo Forest Trends em março de 2011 e direcionada a partes engajadas nas decisões sobre como direcionar o REDD+. A oficina discutiu os principais problemas e opções que precisam ser considerados no desenvolvimento de estruturas integradas para harmonizar as reduções de emissões nas escalas jurídica e de projetos, e mostra muitas razões para a importância do ‘nesting’.
O seu principal foco, no entanto, está nos problemas e opções de ‘nesting’ para atividades de projetos com estruturas mais abrangentes , presumindo que os problemas serão em geral similares dentro das jurisdições mais amplas nos quais estão embasados os projetos nacionais e subnacionais. O relatório tem como objetivo explicar as técnicas relevantes e os aspectos regulatórios que requerem mais esclarecimento (e explicações mais simples) para que as opções de REDD+ para a integração de diferentes níveis de governança possam ser mais facilmente entendidas e aplicadas nacional e internacionalmente.
Porque ‘nesting’ é importante
Primeiramente, incentivos precisam ser colocados no nível apropriado de governança. Enquanto reformas políticas mais amplas podem levar anos para serem implementadas, ações de REDD+ podem ser desenvolvidas mais rapidamente em nível regional ou de projeto, proporcionando reduções das emissões em curto prazo. Em segundo lugar, o nível do projeto é o ponto chave para o engajamento do setor privado e pode possibilitar opções importantes para o engajamento da comunidade com o REDD+. Por fim, as atividades subnacionais são uma parte crítica das estruturas emergentes nacionais para a administração e contabilidade de REDD+.
Estabelecer mecanismos de investimento local e capacidade de mensuração, reporte e verificação (MRV) antes das estruturas nacionais proporciona uma experiência valiosa para arquiteturas e capacidades mais amplas. O termo ‘nesting’ é usado tanto para se referir a níveis estaduais e de província integrados com sistemas de nível nacional, como para atividades de projetos de sistemas nacionais (ou subnacionais) mais abrangentes
Traduzido por Jéssica Lipinski, Instituto CarbonoBrasil.
Carta da Terra
"Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade deve escolher o seu futuro. À medida que o mundo torna-se cada vez mais interdependente e frágil, o futuro enfrenta, ao mesmo tempo, grandes perigos e grandes promessas. Para seguir adiante, devemos reconhecer que, no meio da uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino comum. Devemos somar forças para gerar uma sociedade sustentável global baseada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade da vida, e com as futuras gerações." (da CARTA DA TERRA)
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