Carta da Terra

"Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade deve escolher o seu futuro. À medida que o mundo torna-se cada vez mais interdependente e frágil, o futuro enfrenta, ao mesmo tempo, grandes perigos e grandes promessas. Para seguir adiante, devemos reconhecer que, no meio da uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino comum. Devemos somar forças para gerar uma sociedade sustentável global baseada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade da vida, e com as futuras gerações." (da CARTA DA TERRA)

'Inclusão e clima são escudos contra crise' /// PNUD

Administradora-geral do PNUD afirma que fórmula de desenvolvimento passa por crescimento inclusivo e o combate às mudanças climáticas
da PrimaPagina
Os países menos desenvolvidos – grupo formado pelas 48 nações mais pobres do mundo – precisam lidar com o binômio crescimento inclusivo e combate às mudanças climáticas para encontrar o caminho do progresso e se tornar mais resilientes aos choques externos, afirmou nesta terça-feira (10) a administradora-geral do PNUD, Helen Clark, durante a 4ª Conferência da ONU sobre os Países Menos Desenvolvidos, realizada em Istambul, capital da Turquia, entre 9 e 13 de maio.

Resiliência é a capacidade de um objeto retomar seu estado original mesmo após ser atingido por alguma força externa. Aplicado a um país, indica o poder de, depois de um choque causado por determinada conjuntura internacional, voltar ao ponto em que estava antes. Segundo Helen Clark, "fortalecer a resiliência (a choques externos) deve ser parte integrante da política de desenvolvimento e do planejamento dos países menos desenvolvidos."

A administradora do PNUD ressalta que os reflexos da crise global puderam ser percebidos na queda do PIB (Produto Interno Bruto) per capita e no aumento da pobreza, e lembra que a nova alta dos preços de alimentos pode minar os avanços em desenvolvimento humano.

Helen Clark completa que a solução para tornar esses países mais resistentes seria adotar medidas norteadas por dois princípios: promoção do crescimento inclusivo e combate a vulnerabilidades climáticas. "Medidas para melhorar a agricultura são especialmente importantes, pois o sucesso (dessas políticas agrícolas) sustenta o desenvolvimento econômico, a redução da pobreza, a segurança alimentar e subsistência para todos", afirma.

Ainda para fomentar o crescimento inclusivo, é importante gerar trabalho decente e definir investimentos em saúde, educação e infraestrutura física. Já a questão ambiental deve também ser prioridade para os governos das  48 nações mais pobres. "Em algumas estimativas, 40% de todas as mortes relacionadas a desastres naturais de todos os tipos durante o período de 2000 a 2010 estiveram nos países menos desenvolvidos", lembra Helen Clark.

Recuperar-se dos desastres requer dinheiro. No mesmo período, essas nações experimentaram recorde de perdas econômicas (US$ 14,1 bilhões no total), com Bangladesh e Mianmar em pior situação, ressalta a administradora do PNUD, afirmando que a melhor forma de combater as mudanças climáticas é investindo na redução do risco dos desastres.

"Forte apoio da comunidade internacional é importante, incluindo parcerias com os doadores tradicionais e agências multilaterais, e por meio do rápido crescimento da cooperação Sul-Sul e triangular", afirma Helen Clark.

Conferência
Durante a 4ª Conferência da ONU sobre os Países Menos Desenvolvidos foi lançado o relatório "Integração Regional e Desenvolvimento Humano: Caminho a ser Seguido na África".

O documento afirma que investimentos regionais integrados em matéria de energia, em conjunto com políticas que favoreçam os pobres, poderiam resultar em aumento acumulado de 10% no padrão de vida do continente africano entre 2012 e 2020.

"Agora se reconhece o potencial que a integração regional tem de promover um maior crescimento econômico", comentou Helen Clark. Os vínculos da região poderiam também ter um impacto positivo sobre o crescimento da renda e na redução da pobreza no âmbito nacional, ao oferecer melhor acesso aos serviços públicos e estabelecer políticas mais acertadas para a sustentabilidade do meio ambiente.

Segundo o relatório, laços regionais mais estreitos poderiam dar aos países menos desenvolvidos novas formas de políticas industriais e comerciais que levassem a uma maior variedade nos setores comerciais, pois a economia da maioria dessas nações depende, em grande medida, dos produtos agrícolas como algodão e café, além dos minerais.

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