SIM, a tecnologia também ameniza a vida dos explorados!!!
Carta da Terra
"Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade deve escolher o seu futuro. À medida que o mundo torna-se cada vez mais interdependente e frágil, o futuro enfrenta, ao mesmo tempo, grandes perigos e grandes promessas. Para seguir adiante, devemos reconhecer que, no meio da uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino comum. Devemos somar forças para gerar uma sociedade sustentável global baseada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade da vida, e com as futuras gerações." (da CARTA DA TERRA)
Brasil;Pensando o Futuro
por Laércio Bruno Filho
O Brasil se projeta no cenário internacional como o país que em médio prazo deve atingir o patamar de economia desenvolvida. Atravessou o pior momento da recente crise global de forma praticamente incólume, sabiamente utilizando suas reservas financeiras e oportunamente estimulando o consumo interno, apesar de algumas distorções, como por exemplo, o altissimo custo interno do dinheiro. Mas enfim sobreviveu bem à crise.
Quando comparado á alguns outros países desenvolvidos ainda profundamente envoltos na recessão econômica, como por exemplo Espanha, , que tem alto índice de desemprego (ultrapassando 11%)ou Inglaterra cujo PIB encolheu 0,4 % no ultimo trimestre, nota-se que o país estabilizou sua economia e retoma o crescimento de forma surpreendente e promissora.
Fatores Contribuintes
Energia
A divulgação da descoberta do Pré-Sal funcionou como um empurrão para frente,uma mola propulsora da auto-estima econômica para o País e aos brasileiros,atraindo bilhões de dólares em investimento produtivo.
Projeções técnicas apontam que dentro dos próximos 10 anos a riqueza vinda do pré-sal já esteja à tona e convertida em volumosos recursos financeiros fundamentais ao desenvolvimento e o crescimento sustentável do país. Inclusive já oferecendo visões de um futuro economicamente mais estabilizado e amplo , com grande geração de novos negócios, serviços, produtos e tecnologias. Principalmente na área de infra-estrutura que edificará o suporte necessário à logística da extração do petróleo, o refino e sua distribuição trazendo junto toda a cadeia de serviços e produtos correlatos.
Esporte, Educação Turismo e Serviços
A Copa do mundo de 2014.
O Brasil vai movimentar dezenas de bilhões de dólares na construção da infra-estrutura esportiva, logística, hoteleira e na educação e capacitação profissional da população. Já hoje o BNDES sinaliza com oferta de recursos que serão direcionados, entre outros, à modernização do segmento aeroportuário.Haverá intenso ingresso de capital externo por conta do fluxo de visitantes resultando em grandes lucros para o país.
Sendo uma atividade produtiva que não polui,o Turismo exige em contra-partida um criterioso preparo da mão de obra envolvida na sua operação.
Serão necessários profissionais adequadamente capacitados no atendimento ao turista; dominio de linguas estrangeiras; incorporação de valores sociais como cidadania, conhecimento da cultura local – historia e costumes brasileiros e comprometimento com a preservação do meio-ambiente.
Este conjunto de habilidades incorporados de forma integrada e simultânea, distribuídos de forma fisicamente equânime nos pontos críticos, as cidades-sedes, edificará o sucesso do evento. Haverá ganhos concretos de imagem e reputação perceptíveis em nível mundial.
No ano de 2014 o Brasil será a grande vitrine para o mundo.
Olimpíadas de 2016.
O país será novamente o centro da atenção mundial tendo a grande oportunidade para apresentar-se como nação socioambiental educada e tecnicamente capacitada. Mostrando padrões educacionais adequados, contemporâneos com as demandas de nação economicamente desenvolvida. Rede de ensino formal capilar distribuída em todo o território eliminando o analfabetismo funcional. Enfase à ética e redução da corrupção. Distribuição de renda mais equitativa.
Formas inovadoras de contratação e prestação serviços, criação de novas indústrias e produtos ampliação a oferta de empregos para a população.
E quem sabe, o país incorpore o esporte e a educação socioambiental como fatores-chave adicionais para alcançar e manter o desenvolvimento sustentável.
A Questão Climática
Restam apenas algumas semanas que nos separam da Conferencia Climática, em Copenhagen.
O Brasil deveria se posicionar como líder na questão climática. Por conta de suas fortes vantagens comparativas: extensão territorial continental, crescente importância geopolítica e econômica e gigantescas (e ameaçadas) reservas de recursos naturais.
Este posicionamento significa liderar o grupo dos países em desenvolvimento, encabeçando as discussões sobre as exigências e pleitos feitas pelos países e as respectivas negociações necessárias. Assumir agressivas metas próprias de redução das suas emissões (que em sua maior parte são de desmatamento) servindo como exemplo às demais nações, principalmente as grandes emissoras.
A sustentação desta posição se daria por conta de uma coalizão internacional bem articulada com todos os países em desenvolvimento,BRIC inclusive. Formação um bloco único, mesmo considerando-se suas enormes diferenças, com o poder de pressionar e barganhar em favor da contenção do aquecimento global ao mesmo tempo que preservando crescimento sustentável.
Os mais pobres são os que mais sofrerão com os impactos causados pelo aumento da temperatura: escassez de alimentos, epidemias, desaparecimento gradual de água potável e para agricultar, êxodo de populações; aliados á dificuldade de acesso à tecnologias,conhecimento e analfabetismo, culminando com a relutância na transferencia de recursos financeiros para adaptação ao novo clima por parte dos países ricos, o que só agrava o estado de pobreza. Indicadores já amplamente divulgados pelos estudos científicos do IPCC, OMS e ONU.
No cenário global, climático, não existe um líder definido.
Dúvidas pairam sobre esta questão. Todos esperam pelo posicionamento dos EUA, que sabidamente “sofre” muita pressão interna quando se trata do controle interno de suas emissões de GEE. Existe um fortíssimo lobby que é contra reduções de emissões maiores que 20%, ano base 2005, alegando alto impacto negativo na economia americana.
Os demais países europeus não consensam sobre metas e no Japão o segmento industrial duvida do atingimento às metas anunciadas.
“Momentum”
As recentes posições declaradas por entidades brasileiras como a Manifestação publica do Agrobusiness e da Industria Paulista (Fiesp); a lei aprovada pela Assembléia Legislativa Paulista estabelecendo metas de redução e controle dos gases efeito estufa em nível estadual, o posicionamento da industria da carne em controlar o desmatamento, do Estado do Amazonas , do Mato Grosso e do Pará em reduzir e punir o desmatamento e incentivar a conservação da floresta em pé, dos gestores públicos se reunirem para discutir metas de controle de emissões,representam todos, sinais concretos que são muito bem vistos e interpretados pela comunidade internacional.
O país inteiro aguarda apenas um sinal verde, apresentando medidas pragmáticas e metas realizáveis, para abraçar a questão climática.
E este sinal deve partir do governo e sociedade, simultaneamente e em comum acordo.
Cabe ao Brasil, uma vez que possui os pré-requisitos originais reconhecidos e respeitados em nível mundial, se posicionar e trabalhar de forma habilidosa o contexto diplomático afim de modelar o papel de líder climático e incorporá-lo.
O país assumindo esta posicão formal frente à comunidade internacional, evoluiria para um estágio socioambiental muito mais avançado em relação ás outras potencias em desenvolvimento, como China, Índia e Rússia.
E,para se tonar uma nação desenvolvida este posicionamento é muito significante.
Os eventos programados para os próximos anos representam passos edificantes da grande caminhada que deve culminar com o Brasil tornando-se a próxima nação desenvolvida,ainda na primeira metade deste século e ocupar o lugar que lhe cabe no contexto mundial.
Assim, a liderança climática é um fator de vital importância.
O Brasil se projeta no cenário internacional como o país que em médio prazo deve atingir o patamar de economia desenvolvida. Atravessou o pior momento da recente crise global de forma praticamente incólume, sabiamente utilizando suas reservas financeiras e oportunamente estimulando o consumo interno, apesar de algumas distorções, como por exemplo, o altissimo custo interno do dinheiro. Mas enfim sobreviveu bem à crise.
Quando comparado á alguns outros países desenvolvidos ainda profundamente envoltos na recessão econômica, como por exemplo Espanha, , que tem alto índice de desemprego (ultrapassando 11%)ou Inglaterra cujo PIB encolheu 0,4 % no ultimo trimestre, nota-se que o país estabilizou sua economia e retoma o crescimento de forma surpreendente e promissora.
Fatores Contribuintes
Energia
A divulgação da descoberta do Pré-Sal funcionou como um empurrão para frente,uma mola propulsora da auto-estima econômica para o País e aos brasileiros,atraindo bilhões de dólares em investimento produtivo.
Projeções técnicas apontam que dentro dos próximos 10 anos a riqueza vinda do pré-sal já esteja à tona e convertida em volumosos recursos financeiros fundamentais ao desenvolvimento e o crescimento sustentável do país. Inclusive já oferecendo visões de um futuro economicamente mais estabilizado e amplo , com grande geração de novos negócios, serviços, produtos e tecnologias. Principalmente na área de infra-estrutura que edificará o suporte necessário à logística da extração do petróleo, o refino e sua distribuição trazendo junto toda a cadeia de serviços e produtos correlatos.
Esporte, Educação Turismo e Serviços
A Copa do mundo de 2014.
O Brasil vai movimentar dezenas de bilhões de dólares na construção da infra-estrutura esportiva, logística, hoteleira e na educação e capacitação profissional da população. Já hoje o BNDES sinaliza com oferta de recursos que serão direcionados, entre outros, à modernização do segmento aeroportuário.Haverá intenso ingresso de capital externo por conta do fluxo de visitantes resultando em grandes lucros para o país.
Sendo uma atividade produtiva que não polui,o Turismo exige em contra-partida um criterioso preparo da mão de obra envolvida na sua operação.
Serão necessários profissionais adequadamente capacitados no atendimento ao turista; dominio de linguas estrangeiras; incorporação de valores sociais como cidadania, conhecimento da cultura local – historia e costumes brasileiros e comprometimento com a preservação do meio-ambiente.
Este conjunto de habilidades incorporados de forma integrada e simultânea, distribuídos de forma fisicamente equânime nos pontos críticos, as cidades-sedes, edificará o sucesso do evento. Haverá ganhos concretos de imagem e reputação perceptíveis em nível mundial.
No ano de 2014 o Brasil será a grande vitrine para o mundo.
Olimpíadas de 2016.
O país será novamente o centro da atenção mundial tendo a grande oportunidade para apresentar-se como nação socioambiental educada e tecnicamente capacitada. Mostrando padrões educacionais adequados, contemporâneos com as demandas de nação economicamente desenvolvida. Rede de ensino formal capilar distribuída em todo o território eliminando o analfabetismo funcional. Enfase à ética e redução da corrupção. Distribuição de renda mais equitativa.
Formas inovadoras de contratação e prestação serviços, criação de novas indústrias e produtos ampliação a oferta de empregos para a população.
E quem sabe, o país incorpore o esporte e a educação socioambiental como fatores-chave adicionais para alcançar e manter o desenvolvimento sustentável.
A Questão Climática
Restam apenas algumas semanas que nos separam da Conferencia Climática, em Copenhagen.
O Brasil deveria se posicionar como líder na questão climática. Por conta de suas fortes vantagens comparativas: extensão territorial continental, crescente importância geopolítica e econômica e gigantescas (e ameaçadas) reservas de recursos naturais.
Este posicionamento significa liderar o grupo dos países em desenvolvimento, encabeçando as discussões sobre as exigências e pleitos feitas pelos países e as respectivas negociações necessárias. Assumir agressivas metas próprias de redução das suas emissões (que em sua maior parte são de desmatamento) servindo como exemplo às demais nações, principalmente as grandes emissoras.
A sustentação desta posição se daria por conta de uma coalizão internacional bem articulada com todos os países em desenvolvimento,BRIC inclusive. Formação um bloco único, mesmo considerando-se suas enormes diferenças, com o poder de pressionar e barganhar em favor da contenção do aquecimento global ao mesmo tempo que preservando crescimento sustentável.
Os mais pobres são os que mais sofrerão com os impactos causados pelo aumento da temperatura: escassez de alimentos, epidemias, desaparecimento gradual de água potável e para agricultar, êxodo de populações; aliados á dificuldade de acesso à tecnologias,conhecimento e analfabetismo, culminando com a relutância na transferencia de recursos financeiros para adaptação ao novo clima por parte dos países ricos, o que só agrava o estado de pobreza. Indicadores já amplamente divulgados pelos estudos científicos do IPCC, OMS e ONU.
No cenário global, climático, não existe um líder definido.
Dúvidas pairam sobre esta questão. Todos esperam pelo posicionamento dos EUA, que sabidamente “sofre” muita pressão interna quando se trata do controle interno de suas emissões de GEE. Existe um fortíssimo lobby que é contra reduções de emissões maiores que 20%, ano base 2005, alegando alto impacto negativo na economia americana.
Os demais países europeus não consensam sobre metas e no Japão o segmento industrial duvida do atingimento às metas anunciadas.
“Momentum”
As recentes posições declaradas por entidades brasileiras como a Manifestação publica do Agrobusiness e da Industria Paulista (Fiesp); a lei aprovada pela Assembléia Legislativa Paulista estabelecendo metas de redução e controle dos gases efeito estufa em nível estadual, o posicionamento da industria da carne em controlar o desmatamento, do Estado do Amazonas , do Mato Grosso e do Pará em reduzir e punir o desmatamento e incentivar a conservação da floresta em pé, dos gestores públicos se reunirem para discutir metas de controle de emissões,representam todos, sinais concretos que são muito bem vistos e interpretados pela comunidade internacional.
O país inteiro aguarda apenas um sinal verde, apresentando medidas pragmáticas e metas realizáveis, para abraçar a questão climática.
E este sinal deve partir do governo e sociedade, simultaneamente e em comum acordo.
Cabe ao Brasil, uma vez que possui os pré-requisitos originais reconhecidos e respeitados em nível mundial, se posicionar e trabalhar de forma habilidosa o contexto diplomático afim de modelar o papel de líder climático e incorporá-lo.
O país assumindo esta posicão formal frente à comunidade internacional, evoluiria para um estágio socioambiental muito mais avançado em relação ás outras potencias em desenvolvimento, como China, Índia e Rússia.
E,para se tonar uma nação desenvolvida este posicionamento é muito significante.
Os eventos programados para os próximos anos representam passos edificantes da grande caminhada que deve culminar com o Brasil tornando-se a próxima nação desenvolvida,ainda na primeira metade deste século e ocupar o lugar que lhe cabe no contexto mundial.
Assim, a liderança climática é um fator de vital importância.
A Arquitetura da Sustentabilidade Empresarial
Por Laércio Bruno Filho
O artigo a seguir tem como objetivo servir como um argumento adicional à reflexão sobre a questão da Sustentabilidade Empresarial e suas interfaces.
Arquitetura: termo que vem do grego arché — αρχή — significando "primeiro" ou "principal" e tékton — τέχνη — significando "construção" e refere-se à arte ou a técnica de projetar e edificar o ambiente habitado pelo ser humano. Fonte :wikpédia.
Sustentabilidade: Segundo o Relatório de Brundtland (1987), sustentabilidade é: "suprir as necessidades da geração presente sem afetar a habilidade das gerações futuras de suprir as suas".Colocando de forma mais direta: a sustentabilidade é prover o melhor para as pessoas e para o ambiente tanto agora como para um futuro indefinido.
A Arquitetura da Sustentabilidade corresponde à arte de projetar e edificar o ambiente habitado pelo ser humano em comunhão com as 4 dimensões que constituem o Desenvolvimento Sustentável. O resultado desta ação deve criar um ambiente que seja:
1- ecologicamente correto;
2- economicamente viável;
3- socialmente justo; e
4- culturalmente aceito.
Em consonância com estas dimensões o artigo discorrerá sobre como estruturar e implementar no âmbito empresarial uma política corporativa de sustentabilidade.
As empresas que objetivam estabelecer o seu posicionamento estratégico através da incorporação dos valores e princípios sustentáveis,devem transmitir de forma efetiva ao seu publico de que esta atitude não se trata apenas de uma ação pontual, mas sim, de uma política corporativa de sustentabilidade a ser implementada em médio e longo prazo com iniciativas mensuráveis e com metas bem definidas.
Diante deste pressuposto, uma política corporativa de sustentabilidade que seja abrangente e integradora deve ser concebida de acordo com o seguinte modelo:
O passo inicial será o entendimento e avaliação da cultura empresarial existente, sendo examinados missão e valores,observando-se o grau de atenção direcionado aos temas socioambientais. A seguir, a análise do Plano de Negócios (BP) buscando o entendimento em como serão realizadas as metas de sucesso estabelecidas em médio e longo prazo e as correlações pragmáticas com as dimensões do triple botton line (triplo resultado). O Balanço Anual de resultados será avaliado e entendido onde e como são alocados os passivos e os ativos socioambientais. Por fim os relatórios gerenciais e operacionais, referentes aos processos produtivos, verificando-se a regularidade e o conteúdo reportado, com indicações de correção de desvios.
A existência de reportes periódicos referentes às iniciativas pode indicar um parte de caminho já percorrido dentro da empresa, facilitando a concepção e implementação de uma política corporativa de sustentabilidade. Estas iniciativas correspondem aos projetos mais operacionais, diretamente ligados aos processos.
A política deve ser concebida em acordo com as dimensões ambiental, social e econômica (TBL), sendo a questão cultural inserida dentro da dimensão social.
As metas para o sucesso da implementação da política na empresa devem ser projetadas respeitando-se o grau de flexibilidade para mudanças (monitorado por indicadores específicos) e sua capacidade para absorção e amadurecimento da nova cultura, agora com o viés da sustentabilidade.
Alguns resultados concretos podem ser monitorados e avaliados em curto prazo, ao fim dos primeiros dois anos. O restante deverá ser identificado e avaliado em médio e longo prazos, a partir do terceiro ano em diante.
Os resultados serão contínuos dado que a característica original da sustentabilidade é seu dinamismo. Será um ciclo virtuoso que periodicamente retornará ao inicio para rever objetivos e metas.
As dimensões do triple botton line são concomitantes e uma diversidade de iniciativas transversais coexistirá de forma simultânea. A seguir comentamos algumas delas:
- Gestão Energética: ações de reavaliação estratégica e redesenho de processos cujo resultado pode indicar adoção de iniciativas para otimização do uso da energia. Uso intensivo de energia significa investimento de recursos. Portanto, usar de forma racional é primordialmente importante para a empresa e para o planeta.
- Gestão de Resíduos: adoção de iniciativas que apresentam as melhores práticas no trato dos resíduos gerados antes, durante e após os processos. Coleta, transporte e armazenamento final adequados reduzem o custo da operação, além de contribuir para a preservação dos recursos naturais.
- Gestão dos Recursos Hídricos: água é um recurso finito e caro. Algumas ações podem reduzir seu uso e custo. Por exemplo, a implantação de ETEs (estação de tratamento de esgotos); a captação e uso de águas pluviais, a contratação de água para reuso; a adoção de equipamentos mais eficientes e a implantação de métodos que apontem sua produtividade (input X output). Estudos recentes de Analise de Ciclo de Vida (LCA) apontam que a água é utilizada muito mais do que se imagina e contabilizado de forma inadequada no computo geral do custo dos produtos.
- Gestão das Emissões dos GEE : regularmente a primeira ação tomada é a realização de um inventário de emissões para identificar o quanto e onde a empresa está emitindo. Depois parte-se para a gestão e se possível, a redução das emissões de GEE.
Estas reduções acontecem via revisão ou aprimoramento de processos produtivos. São monitorados por metodologias especificas aprovadas pela ONU (UNFCCC), sendo os mais conhecidos, os projetos de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) que podem gerar ativos ambientais (créditos de carbono) com alto valor agregado e grande liquidez no mercado.
-Gestão de Stakehoders: a agenda social da sustentabilidade.
Podem ser considerados “atores participantes” (stakeholders) ao entorno do projeto: comunidades, associações de bairro, grupos jurídicos, promotoria pública, associações religiosas, escolas e universidades, colaboradores da empresa, acionistas (stockholders), consumidores, fornecedores, entre outros.
Diversas iniciativas podem ser concebidas e implementadas.
Para o Público Interno;criação e adoção de políticas de remuneração e reconhecimento, planos de carreira, assistência para saúde, suporte para especializaçã0 profissional.
Para o Publico Externo; criação de estratégias e ações para a disseminação dos conceitos e das boas práticas da Sustentabilidade. Por exemplo, capacitando comunidades de entorno, fornecedores ou consumidores em como lidar com temas como consumo consciente, preservação e utilização dos recursos naturais, impactos ambientais, descarte adequado de resíduos e valores de cidadania.
- Governança Corporativa: incorporação de ações efetivas de transparência empresarial para o publico. Na prática significa adoção de indicadores que buscam apresentar de forma direta, transparente e acessível a performance empresarial.
Alguns índices como o ISE-Indice de Sustentabilidade Empresarial, e o DJSI-Down Jones Sustainability Index agregam empresas que atendem aos pré-requisitos de sustentabilidade exigidos, contribuindo para criar valor real para as empresas.
- Green IT: iniciativas que acontecem a partir do ambiente de TI e são voltadas para redução do consumo de materiais e recursos naturais.
A reavaliação e redesenho de processos assim como o incremento do nível de utilização de alguns equipamentos, como por exemplo, Servidores. São medidas que quando adotadas e alinhadas com a estratégia global da empresa podem resultar em reduções significativas do custo operacional ou da necessidade de recursos para investimento futuros.
- Plano de Comunicação com o Mercado: é o instrumento de interação e informação entre empresa e stakeholders.
Apresenta de forma estruturada, todas as iniciativas planejadas e em andamento assim como os benefícios econômicos e socioambientais obtidos.
Comunica o posicionamento formal da empresa podendo ter a forma de um Relatório de Sustentabilidade, divulgado em períodos específicos e mostrando a regularidade e continuidade da Politica de Sustentabilidade.
O plano de comunicação contribui diretamente para que o Mercado possa perceber o valor criado e incentivar a empresa à continuidade das suas ações.
Por fim, o sucesso efetivo na adoção de uma política de sustentabilidade, deve construir valor real para o produto, empresa,individuo e comunidades.
A grande recompensa para a empresa será a preferência dada pelo Mercado. No momento de decisão de compra será escolhido o produto que apresenta a menor “pegada socioambiental” em seu rótulo. Isto rentabilizará a empresa e contribuirá para a sua continuidade e perenidade.
O beneficio maior será a contribuição efetiva para a preservação do planeta e da qualidade de vida para as futuras gerações.
O artigo a seguir tem como objetivo servir como um argumento adicional à reflexão sobre a questão da Sustentabilidade Empresarial e suas interfaces.
Arquitetura: termo que vem do grego arché — αρχή — significando "primeiro" ou "principal" e tékton — τέχνη — significando "construção" e refere-se à arte ou a técnica de projetar e edificar o ambiente habitado pelo ser humano. Fonte :wikpédia.
Sustentabilidade: Segundo o Relatório de Brundtland (1987), sustentabilidade é: "suprir as necessidades da geração presente sem afetar a habilidade das gerações futuras de suprir as suas".Colocando de forma mais direta: a sustentabilidade é prover o melhor para as pessoas e para o ambiente tanto agora como para um futuro indefinido.
A Arquitetura da Sustentabilidade corresponde à arte de projetar e edificar o ambiente habitado pelo ser humano em comunhão com as 4 dimensões que constituem o Desenvolvimento Sustentável. O resultado desta ação deve criar um ambiente que seja:
1- ecologicamente correto;
2- economicamente viável;
3- socialmente justo; e
4- culturalmente aceito.
Em consonância com estas dimensões o artigo discorrerá sobre como estruturar e implementar no âmbito empresarial uma política corporativa de sustentabilidade.
As empresas que objetivam estabelecer o seu posicionamento estratégico através da incorporação dos valores e princípios sustentáveis,devem transmitir de forma efetiva ao seu publico de que esta atitude não se trata apenas de uma ação pontual, mas sim, de uma política corporativa de sustentabilidade a ser implementada em médio e longo prazo com iniciativas mensuráveis e com metas bem definidas.
Diante deste pressuposto, uma política corporativa de sustentabilidade que seja abrangente e integradora deve ser concebida de acordo com o seguinte modelo:
O passo inicial será o entendimento e avaliação da cultura empresarial existente, sendo examinados missão e valores,observando-se o grau de atenção direcionado aos temas socioambientais. A seguir, a análise do Plano de Negócios (BP) buscando o entendimento em como serão realizadas as metas de sucesso estabelecidas em médio e longo prazo e as correlações pragmáticas com as dimensões do triple botton line (triplo resultado). O Balanço Anual de resultados será avaliado e entendido onde e como são alocados os passivos e os ativos socioambientais. Por fim os relatórios gerenciais e operacionais, referentes aos processos produtivos, verificando-se a regularidade e o conteúdo reportado, com indicações de correção de desvios.
A existência de reportes periódicos referentes às iniciativas pode indicar um parte de caminho já percorrido dentro da empresa, facilitando a concepção e implementação de uma política corporativa de sustentabilidade. Estas iniciativas correspondem aos projetos mais operacionais, diretamente ligados aos processos.
A política deve ser concebida em acordo com as dimensões ambiental, social e econômica (TBL), sendo a questão cultural inserida dentro da dimensão social.
As metas para o sucesso da implementação da política na empresa devem ser projetadas respeitando-se o grau de flexibilidade para mudanças (monitorado por indicadores específicos) e sua capacidade para absorção e amadurecimento da nova cultura, agora com o viés da sustentabilidade.
Alguns resultados concretos podem ser monitorados e avaliados em curto prazo, ao fim dos primeiros dois anos. O restante deverá ser identificado e avaliado em médio e longo prazos, a partir do terceiro ano em diante.
Os resultados serão contínuos dado que a característica original da sustentabilidade é seu dinamismo. Será um ciclo virtuoso que periodicamente retornará ao inicio para rever objetivos e metas.
As dimensões do triple botton line são concomitantes e uma diversidade de iniciativas transversais coexistirá de forma simultânea. A seguir comentamos algumas delas:
- Gestão Energética: ações de reavaliação estratégica e redesenho de processos cujo resultado pode indicar adoção de iniciativas para otimização do uso da energia. Uso intensivo de energia significa investimento de recursos. Portanto, usar de forma racional é primordialmente importante para a empresa e para o planeta.
- Gestão de Resíduos: adoção de iniciativas que apresentam as melhores práticas no trato dos resíduos gerados antes, durante e após os processos. Coleta, transporte e armazenamento final adequados reduzem o custo da operação, além de contribuir para a preservação dos recursos naturais.
- Gestão dos Recursos Hídricos: água é um recurso finito e caro. Algumas ações podem reduzir seu uso e custo. Por exemplo, a implantação de ETEs (estação de tratamento de esgotos); a captação e uso de águas pluviais, a contratação de água para reuso; a adoção de equipamentos mais eficientes e a implantação de métodos que apontem sua produtividade (input X output). Estudos recentes de Analise de Ciclo de Vida (LCA) apontam que a água é utilizada muito mais do que se imagina e contabilizado de forma inadequada no computo geral do custo dos produtos.
- Gestão das Emissões dos GEE : regularmente a primeira ação tomada é a realização de um inventário de emissões para identificar o quanto e onde a empresa está emitindo. Depois parte-se para a gestão e se possível, a redução das emissões de GEE.
Estas reduções acontecem via revisão ou aprimoramento de processos produtivos. São monitorados por metodologias especificas aprovadas pela ONU (UNFCCC), sendo os mais conhecidos, os projetos de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) que podem gerar ativos ambientais (créditos de carbono) com alto valor agregado e grande liquidez no mercado.
-Gestão de Stakehoders: a agenda social da sustentabilidade.
Podem ser considerados “atores participantes” (stakeholders) ao entorno do projeto: comunidades, associações de bairro, grupos jurídicos, promotoria pública, associações religiosas, escolas e universidades, colaboradores da empresa, acionistas (stockholders), consumidores, fornecedores, entre outros.
Diversas iniciativas podem ser concebidas e implementadas.
Para o Público Interno;criação e adoção de políticas de remuneração e reconhecimento, planos de carreira, assistência para saúde, suporte para especializaçã0 profissional.
Para o Publico Externo; criação de estratégias e ações para a disseminação dos conceitos e das boas práticas da Sustentabilidade. Por exemplo, capacitando comunidades de entorno, fornecedores ou consumidores em como lidar com temas como consumo consciente, preservação e utilização dos recursos naturais, impactos ambientais, descarte adequado de resíduos e valores de cidadania.
- Governança Corporativa: incorporação de ações efetivas de transparência empresarial para o publico. Na prática significa adoção de indicadores que buscam apresentar de forma direta, transparente e acessível a performance empresarial.
Alguns índices como o ISE-Indice de Sustentabilidade Empresarial, e o DJSI-Down Jones Sustainability Index agregam empresas que atendem aos pré-requisitos de sustentabilidade exigidos, contribuindo para criar valor real para as empresas.
- Green IT: iniciativas que acontecem a partir do ambiente de TI e são voltadas para redução do consumo de materiais e recursos naturais.
A reavaliação e redesenho de processos assim como o incremento do nível de utilização de alguns equipamentos, como por exemplo, Servidores. São medidas que quando adotadas e alinhadas com a estratégia global da empresa podem resultar em reduções significativas do custo operacional ou da necessidade de recursos para investimento futuros.
- Plano de Comunicação com o Mercado: é o instrumento de interação e informação entre empresa e stakeholders.
Apresenta de forma estruturada, todas as iniciativas planejadas e em andamento assim como os benefícios econômicos e socioambientais obtidos.
Comunica o posicionamento formal da empresa podendo ter a forma de um Relatório de Sustentabilidade, divulgado em períodos específicos e mostrando a regularidade e continuidade da Politica de Sustentabilidade.
O plano de comunicação contribui diretamente para que o Mercado possa perceber o valor criado e incentivar a empresa à continuidade das suas ações.
Por fim, o sucesso efetivo na adoção de uma política de sustentabilidade, deve construir valor real para o produto, empresa,individuo e comunidades.
A grande recompensa para a empresa será a preferência dada pelo Mercado. No momento de decisão de compra será escolhido o produto que apresenta a menor “pegada socioambiental” em seu rótulo. Isto rentabilizará a empresa e contribuirá para a sua continuidade e perenidade.
O beneficio maior será a contribuição efetiva para a preservação do planeta e da qualidade de vida para as futuras gerações.
EDUCAÇÃO: Para que Ser tenha mais valor do que Ter
Se a maioria dos adultos encontra-se despreparada para enfrentar os apelos do consumismo, nesses tempos de globalização econômica e cultural e de assédio de mídias poderosas, como crianças e adolescentes haverão de fazê-lo?
Na tese de doutorado intitulada “Procedimentos utilizados pelas famílias na educação econômica de seus filhos”, a autora Valéria Cantelli procura lançar luz sobre o problema.
“Os tempos estão difíceis para as famílias, pois os valores se relativizam e, em muitos lares, ter parece mais relevante do que ser. É importante refletir sobre como enfrentar as pressões da sociedade de consumo”.
A educação econômica é um novo campo na área do conhecimento social, com estudos pioneiros desenvolvidos no país por pesquisadores da Faculdade de Educação da Unicamp. Esses pesquisadores atuam no Laboratório de Psicologia Genética (LPG), sob a coordenação da professora Orly Zucatto Mantovani de Assis, orientadora desta tese de doutorado e de outros estudos realizados sobre o tema (veja texto nesta página). “Há muitos trabalhos nas áreas de marketing, publicidade, economia, mas poucos no âmbito da educação e da psicologia”, informa Valéria Cantelli.
A autora explica que a pesquisa foi realizada em uma amostra com 270 famílias de uma cidade da Região Metropolitana de Campinas, com pelo menos um filho em idades entre 3 e 16 anos. “Procurei equilibrar os grupos em relação aos estratos socioeconômicos (baixo, médio e alto) e à constituição familiar: biparental (a tradicional, com ambos os pais vivendo no lar), monoparental (no caso deste estudo, apenas com a mãe assumindo o cuidado dos filhos) e recomposta (de uma nova união, na qual existam filhos de um vínculo anterior). A coleta de dados ocorreu a partir de um questionário criado exclusivamente para este trabalho”.
Dentre os principais achados do estudo, Valéria Cantelli destaca que as famílias, no geral, acreditam que a educação econômica deva fazer parte da formação das crianças, mas não promovem ações sistemáticas para fomentar hábitos e condutas adequadas para o consumo. “O comportamento dos pais e seus procedimentos para educar os filhos nessa questão são intuitivos e não planejados. É pequeno o número de famílias que adotam condutas simples como elaborar uma lista de compras, registrar as despesas do dia e utilizar a mesada como forma de entrega de dinheiro para os filhos”.
A autora acrescenta que as crianças ouvem sobre a importância de controlar o dinheiro e de poupar, mas presenciam, cotidianamente, os adultos realizando compras impulsivas, recorrendo frequentemente ao cartão de crédito e ao cheque pré-datado. “Observa-se ainda a ausência de práticas voluntárias de poupança e economia doméstica. Essas condutas refletem a distância entre o que os pais dizem fazer e o modelo que oferecem para a educação dos filhos”.
De acordo com a pesquisadora, ainda que as famílias implementem ações de forma espontânea, como respostas às demandas dos filhos, o nível socioeconômico apareceu como a variável de maior diferenciação entre os grupos. “As famílias de estrato alto se destacam por maior sistematização do planejamento, além de ser mais disseminada entre elas a adoção da mesada. Ainda assim, é comum darem mais dinheiro aos filhos ao longo do mês, atendendo a outras solicitações. A mesada não é uma forma de ensinar a administrar o dinheiro, tomar decisões sobre os gastos e se planejar para atingir objetivos futuros”.
Chamou a atenção de Valéria Cantelli o número expressivo de famílias, em todos os níveis, que disponibilizam dinheiro ou fazem compras para os filhos sempre que pedem. A prerrogativa de atender prontamente às solicitações das crianças também demonstra a dificuldade em proporcionar o aprendizado da escolha, ensinado-as a diferenciar o essencial do supérfluo. “Para os pais de maior nível socioeconômico, esta é uma forma de se fazerem presentes diante do pouco tempo que passam com os filhos; já os de menor nível, não querem que as crianças passem por privações e procuram proporcionar para elas as oportunidades que não tiveram”.
Poupança
Outro dado interessante é o pequeno número de famílias preocupadas em controlar as despesas domésticas e realizar práticas voluntárias de poupança, embora todas queiram que os filhos aprendam a poupar. “O cofrinho de moedas e a caderneta de poupança, por exemplo, visam à educação dos filhos, mas mesmo essas ações não chegam a assumir um caráter pedagógico: as crianças não participam de etapas importantes deste processo, como registrar as entradas ou doações, acompanhar a ida ao banco e conversar sobre a regularidade e o objetivo dos depósitos – ações que fazem parte da dinâmica de socialização e resultam em uma maior educação econômica”.
A pesquisadora atenta inclusive para um movimento contrário, provocado pelo acesso fácil ao crédito e pelo conceito de felicidade ligada ao consumo. “Percebe-se atualmente certa banalização da dívida nos vários grupos sociais, principalmente na classe média, onde as famílias não veem como algo ruim a ideia de comprar agora e pagar depois. É a saída que esses pais encontram diante da pressão no contexto social e da publicidade para que consigam satisfazer imediatamente os próprios desejos e os dos filhos”.
Valéria Cantelli lembra que os pais de hoje foram criados num período em que a inflação no Brasil tornava impossível qualquer planejamento. “Eles não foram preparados para lidar de forma mais inteligente com o dinheiro e muitos se sentem despreparados para ensinar os filhos a enfrentar os apelos do consumismo. Isso resulta em uma lacuna preocupante na formação das novas gerações, que extrapola o âmbito econômico e alcança uma dimensão ética: ao vincular a felicidade à aquisição bens, o modelo social atual atrela a construção da identidade de crianças e jovens à ideia de que para ser, precisam ter”.
Mãe sozinha
Com relação à variável da estrutura familiar, a autora encontrou em lares chefiados por mães um maior envolvimento dos filhos no planejamento do orçamento e uma análise sistemática da situação financeira antes das compras. “O uso menos frequente de cheques pré-datado ou cartão de crédito na família monoparental indica melhor controle dos gastos. Este elemento deve ser destacado, pois a conduta do responsável direto pela criança serve de referência para a formação de hábitos mais equilibrados em relação ao consumo”.
No caso de pais que estão vivendo uma segunda união, a pesquisa aponta que este grupo vê como prioritária o ensino de práticas de economia e poupança para os filhos. “Há uma forte preocupação em ensinar hábitos de economia e poupança como forma de ajudá-los a usar de forma responsável o dinheiro. O diálogo e as negociações estão presentes e revelam a opção por práticas educativas mais coerentes com um estilo democrático de criação dos filhos”.
Valéria Cantelli, afinal, defende o resgate de comportamentos mais austeros como forma de enfrentar os tempos de consumismo. “Assumir uma postura mais racional pode nos ajudar a educar a vontade de consumo. Os pais não devem ceder. Devem ensinar a criança a diferenciar o que compramos por necessidade e o que compramos porque queremos; ensinar a esperar para ganhar um presente. São importantes aprendizagens que devemos ajudar a criança a realizar”.
Linha de pesquisa já rendeu quatro teses
A pesquisadora Valéria Cantelli afirma que a educação econômica já aparece nos programas curriculares de escolas européias e americanas, mas no Brasil existem apenas iniciativas isoladas, notadamente em unidades particulares. “Os parâmetros curriculares nacionais trazem abertura para a introdução da educação para o consumo como tema transversal, mas não se observa a consolidação deste trabalho nas escolas”.
Para a pesquisadora, os professores também não se acham preparados para atender a esta demanda, visto que muitas das suas condutas ligadas ao mundo econômico foram construídas informalmente, além de apresentarem baixo nível de alfabetização nesta matéria, como ficou demonstrado em outras pesquisas do Laboratório de Psicologia Genética. “A educação econômica não pode ser tratada como um conteúdo curricular isolado. O mundo econômico é um dos pilares da vida social e, por isso, precisa de um tratamento interdisciplinar, englobando crenças, valores e hábitos do indivíduo e do meio em que ele está inserido”.
Os vários trabalhos da linha de pesquisa coordenada pela professora Orly Mantovani de Assis estão fundamentados nos estudos da pesquisadora chilena Marianela Denegri Coria, da Universidade de Temuco (Chile). “A professora Denegri está envolvida com o tema há mais de uma década e colabora com as investigações do nosso laboratório. Seus estudos têm servido de referência para muitos dos trabalhos que vêm sendo realizados aqui no Brasil”.
Além da pesquisa de Valéria Cantelli – “Procedimentos utilizados pelas famílias para a educação econômica de seus filhos” (2009) –, foram defendidas pelo grupo do LPG mais três teses de doutorado e outras duas encontram-se em andamento. A primeira foi defendida em 2007 por Regina Araújo, que investigou o desenvolvimento do pensamento econômico em crianças de 3ª e 4ª séries do ensino fundamental. Em 2008, Sonia Bessa da Silva verificou o nível de alfabetização econômica de estudantes de pedagogia, e também propôs um programa de formação que permitissem aos futuros professores trabalhar o tema com as crianças.
No último mês de agosto, Maria Fernanda Ortiz defendeu a tese “Educação para o consumo: diagnóstico da compreensão do mundo econômico do aluno da educação de jovens e adultos”. Há mais dois trabalhos em andamento, ambos também de doutorado, cujos resultados serão conhecidos no início de 2010: um sobre os hábitos familiares, de consumo e culturais de crianças e pré-adolescentes, e outro relacionando consumo e meio ambiente.
Valéria Cantelli informa que o grupo de pesquisas em educação econômica está para ser formalizado. “Nosso compromisso, além de abrir essa linha de investigação, é com a composição de um banco de dados que possa subsidiar as práticas de pais e professores na organização de ações educativas. O objetivo último é contribuir para que as crianças desenvolvam noções econômicas básicas, permitindo a elas se situar diante da sociedade de consumo como pessoas conscientes, críticas, responsáveis e solidárias”.
Artigo de Luis Fujimoto, Jornal da UNICAMP.
Na tese de doutorado intitulada “Procedimentos utilizados pelas famílias na educação econômica de seus filhos”, a autora Valéria Cantelli procura lançar luz sobre o problema.
“Os tempos estão difíceis para as famílias, pois os valores se relativizam e, em muitos lares, ter parece mais relevante do que ser. É importante refletir sobre como enfrentar as pressões da sociedade de consumo”.
A educação econômica é um novo campo na área do conhecimento social, com estudos pioneiros desenvolvidos no país por pesquisadores da Faculdade de Educação da Unicamp. Esses pesquisadores atuam no Laboratório de Psicologia Genética (LPG), sob a coordenação da professora Orly Zucatto Mantovani de Assis, orientadora desta tese de doutorado e de outros estudos realizados sobre o tema (veja texto nesta página). “Há muitos trabalhos nas áreas de marketing, publicidade, economia, mas poucos no âmbito da educação e da psicologia”, informa Valéria Cantelli.
A autora explica que a pesquisa foi realizada em uma amostra com 270 famílias de uma cidade da Região Metropolitana de Campinas, com pelo menos um filho em idades entre 3 e 16 anos. “Procurei equilibrar os grupos em relação aos estratos socioeconômicos (baixo, médio e alto) e à constituição familiar: biparental (a tradicional, com ambos os pais vivendo no lar), monoparental (no caso deste estudo, apenas com a mãe assumindo o cuidado dos filhos) e recomposta (de uma nova união, na qual existam filhos de um vínculo anterior). A coleta de dados ocorreu a partir de um questionário criado exclusivamente para este trabalho”.
Dentre os principais achados do estudo, Valéria Cantelli destaca que as famílias, no geral, acreditam que a educação econômica deva fazer parte da formação das crianças, mas não promovem ações sistemáticas para fomentar hábitos e condutas adequadas para o consumo. “O comportamento dos pais e seus procedimentos para educar os filhos nessa questão são intuitivos e não planejados. É pequeno o número de famílias que adotam condutas simples como elaborar uma lista de compras, registrar as despesas do dia e utilizar a mesada como forma de entrega de dinheiro para os filhos”.
A autora acrescenta que as crianças ouvem sobre a importância de controlar o dinheiro e de poupar, mas presenciam, cotidianamente, os adultos realizando compras impulsivas, recorrendo frequentemente ao cartão de crédito e ao cheque pré-datado. “Observa-se ainda a ausência de práticas voluntárias de poupança e economia doméstica. Essas condutas refletem a distância entre o que os pais dizem fazer e o modelo que oferecem para a educação dos filhos”.
De acordo com a pesquisadora, ainda que as famílias implementem ações de forma espontânea, como respostas às demandas dos filhos, o nível socioeconômico apareceu como a variável de maior diferenciação entre os grupos. “As famílias de estrato alto se destacam por maior sistematização do planejamento, além de ser mais disseminada entre elas a adoção da mesada. Ainda assim, é comum darem mais dinheiro aos filhos ao longo do mês, atendendo a outras solicitações. A mesada não é uma forma de ensinar a administrar o dinheiro, tomar decisões sobre os gastos e se planejar para atingir objetivos futuros”.
Chamou a atenção de Valéria Cantelli o número expressivo de famílias, em todos os níveis, que disponibilizam dinheiro ou fazem compras para os filhos sempre que pedem. A prerrogativa de atender prontamente às solicitações das crianças também demonstra a dificuldade em proporcionar o aprendizado da escolha, ensinado-as a diferenciar o essencial do supérfluo. “Para os pais de maior nível socioeconômico, esta é uma forma de se fazerem presentes diante do pouco tempo que passam com os filhos; já os de menor nível, não querem que as crianças passem por privações e procuram proporcionar para elas as oportunidades que não tiveram”.
Poupança
Outro dado interessante é o pequeno número de famílias preocupadas em controlar as despesas domésticas e realizar práticas voluntárias de poupança, embora todas queiram que os filhos aprendam a poupar. “O cofrinho de moedas e a caderneta de poupança, por exemplo, visam à educação dos filhos, mas mesmo essas ações não chegam a assumir um caráter pedagógico: as crianças não participam de etapas importantes deste processo, como registrar as entradas ou doações, acompanhar a ida ao banco e conversar sobre a regularidade e o objetivo dos depósitos – ações que fazem parte da dinâmica de socialização e resultam em uma maior educação econômica”.
A pesquisadora atenta inclusive para um movimento contrário, provocado pelo acesso fácil ao crédito e pelo conceito de felicidade ligada ao consumo. “Percebe-se atualmente certa banalização da dívida nos vários grupos sociais, principalmente na classe média, onde as famílias não veem como algo ruim a ideia de comprar agora e pagar depois. É a saída que esses pais encontram diante da pressão no contexto social e da publicidade para que consigam satisfazer imediatamente os próprios desejos e os dos filhos”.
Valéria Cantelli lembra que os pais de hoje foram criados num período em que a inflação no Brasil tornava impossível qualquer planejamento. “Eles não foram preparados para lidar de forma mais inteligente com o dinheiro e muitos se sentem despreparados para ensinar os filhos a enfrentar os apelos do consumismo. Isso resulta em uma lacuna preocupante na formação das novas gerações, que extrapola o âmbito econômico e alcança uma dimensão ética: ao vincular a felicidade à aquisição bens, o modelo social atual atrela a construção da identidade de crianças e jovens à ideia de que para ser, precisam ter”.
Mãe sozinha
Com relação à variável da estrutura familiar, a autora encontrou em lares chefiados por mães um maior envolvimento dos filhos no planejamento do orçamento e uma análise sistemática da situação financeira antes das compras. “O uso menos frequente de cheques pré-datado ou cartão de crédito na família monoparental indica melhor controle dos gastos. Este elemento deve ser destacado, pois a conduta do responsável direto pela criança serve de referência para a formação de hábitos mais equilibrados em relação ao consumo”.
No caso de pais que estão vivendo uma segunda união, a pesquisa aponta que este grupo vê como prioritária o ensino de práticas de economia e poupança para os filhos. “Há uma forte preocupação em ensinar hábitos de economia e poupança como forma de ajudá-los a usar de forma responsável o dinheiro. O diálogo e as negociações estão presentes e revelam a opção por práticas educativas mais coerentes com um estilo democrático de criação dos filhos”.
Valéria Cantelli, afinal, defende o resgate de comportamentos mais austeros como forma de enfrentar os tempos de consumismo. “Assumir uma postura mais racional pode nos ajudar a educar a vontade de consumo. Os pais não devem ceder. Devem ensinar a criança a diferenciar o que compramos por necessidade e o que compramos porque queremos; ensinar a esperar para ganhar um presente. São importantes aprendizagens que devemos ajudar a criança a realizar”.
Linha de pesquisa já rendeu quatro teses
A pesquisadora Valéria Cantelli afirma que a educação econômica já aparece nos programas curriculares de escolas européias e americanas, mas no Brasil existem apenas iniciativas isoladas, notadamente em unidades particulares. “Os parâmetros curriculares nacionais trazem abertura para a introdução da educação para o consumo como tema transversal, mas não se observa a consolidação deste trabalho nas escolas”.
Para a pesquisadora, os professores também não se acham preparados para atender a esta demanda, visto que muitas das suas condutas ligadas ao mundo econômico foram construídas informalmente, além de apresentarem baixo nível de alfabetização nesta matéria, como ficou demonstrado em outras pesquisas do Laboratório de Psicologia Genética. “A educação econômica não pode ser tratada como um conteúdo curricular isolado. O mundo econômico é um dos pilares da vida social e, por isso, precisa de um tratamento interdisciplinar, englobando crenças, valores e hábitos do indivíduo e do meio em que ele está inserido”.
Os vários trabalhos da linha de pesquisa coordenada pela professora Orly Mantovani de Assis estão fundamentados nos estudos da pesquisadora chilena Marianela Denegri Coria, da Universidade de Temuco (Chile). “A professora Denegri está envolvida com o tema há mais de uma década e colabora com as investigações do nosso laboratório. Seus estudos têm servido de referência para muitos dos trabalhos que vêm sendo realizados aqui no Brasil”.
Além da pesquisa de Valéria Cantelli – “Procedimentos utilizados pelas famílias para a educação econômica de seus filhos” (2009) –, foram defendidas pelo grupo do LPG mais três teses de doutorado e outras duas encontram-se em andamento. A primeira foi defendida em 2007 por Regina Araújo, que investigou o desenvolvimento do pensamento econômico em crianças de 3ª e 4ª séries do ensino fundamental. Em 2008, Sonia Bessa da Silva verificou o nível de alfabetização econômica de estudantes de pedagogia, e também propôs um programa de formação que permitissem aos futuros professores trabalhar o tema com as crianças.
No último mês de agosto, Maria Fernanda Ortiz defendeu a tese “Educação para o consumo: diagnóstico da compreensão do mundo econômico do aluno da educação de jovens e adultos”. Há mais dois trabalhos em andamento, ambos também de doutorado, cujos resultados serão conhecidos no início de 2010: um sobre os hábitos familiares, de consumo e culturais de crianças e pré-adolescentes, e outro relacionando consumo e meio ambiente.
Valéria Cantelli informa que o grupo de pesquisas em educação econômica está para ser formalizado. “Nosso compromisso, além de abrir essa linha de investigação, é com a composição de um banco de dados que possa subsidiar as práticas de pais e professores na organização de ações educativas. O objetivo último é contribuir para que as crianças desenvolvam noções econômicas básicas, permitindo a elas se situar diante da sociedade de consumo como pessoas conscientes, críticas, responsáveis e solidárias”.
Artigo de Luis Fujimoto, Jornal da UNICAMP.
...E finalmente o Carbono chegou á nossa mesa!!
Este artigo traz a experiencia sueca em estampar nas embalagens a quantidade de CO2 emitida pela produção de cada alimento.
Agora,o consumidor pode escolher entre comprar um alimento que emite menos carbono e preserva o planeta e outro que faz o inverso . Ou pelo menos não informa o comprador sobre suas açoes de redução de gases que provocam o efeito estufa.
"Por enquanto não entendo bem o que isto significa", diz uma compradora no mercado.
Mas nós podemos já imaginar como será o comportamento dos conusmidores muito breve. Isto vem confirmar a tese de que empresas ( e países) que não estiverem alinhadas com as questões socioambinetais estarão "fora do Jogo".
Num futuro não muito distante esta atitude terá grande impacto em nossa economia.A soja e carne que atualmente o Brasil exporta carrega um estigma de que para serem produzidos desmatam florestas.
Além disso para chegarem ao destino final, na mesa do europeu, por exemplo, emitem muitas toneladas de GEE no processo logistico.
Abaixo seguem alguns trechos do artigo:
“Somos os primeiros a tomar esta iniciativa, e para nós isto consiste em uma nova forma de pensar”, explica Ulf Bohman, diretor do Departamento de Nutrição da Administração Nacional de Alimentos sueca, que no ano passado foi incumbida de criar novas diretrizes alimentares, conferindo peso igual ao clima e à saúde. “Estamos acostumados a pensar na segurança e na nutrição como sendo algo desvinculado do meio ambiente”.
Algumas das novas diretrizes alimentares propostas, divulgadas durante o último verão do hemisfério norte, podem parecer desnorteantes para quem não estiver acostumado a ver isso. Elas recomendam, por exemplo, que os suecos deem preferência ao consumo de cenouras, e não ao de pepinos e tomates (ao contrário das cenouras, na Suécia os pepinos e os tomates precisam ser cultivados em estufas aquecidas, o que consome muita energia).
Eles não são aconselhados a comer mais peixe, apesar dos benefícios à saúde, porque as reservas de pescado da Europa estão praticamente esgotadas.
E, de forma um pouco menos surpreendente, aconselha-se aos suecos que substituam a carne vermelha por feijão ou frango, devido ao fato de a criação de gado bovino gerar muita emissão de gases causadores do efeito estufa.
(...) Cerca de 25% das emissões produzidas pelos seres humanos nas nações industrializadas estão vinculadas aos alimentos que eles comem, segundo uma recente pesquisa divulgada aqui. E o nível de emissões liberadas na produção de alimentos varia enormemente de um produto para outro.
Embora os consumidores norte-americanos e europeus atuais possam estar acostumados a verificar o conteúdo de nutrientes, calorias ou gordura, eles frequentemente nada sabem quando se trata de determinar se o consumo de tomates, frango ou arroz é positivo ou negativo para o clima.
(...)A Max, a maior rede doméstica de lanchonetes especializadas em hambúrgueres na Suécia, exibe os cálculos de emissões ao lado de cada produto no seu menu. A Lantmannen, o maior grupo especializado em produtos agrícolas do país, passou a colocar rótulos precisos nas embalagens de certos alimentos vendidos nos supermercados, incluindo frango, aveia, cevada e massas.
Os consumidores que prestarem atenção poderão, por exemplo, descobrir que o volume de emissões geradas pela produção do arroz, o grão mais popular no país, é duas ou três vezes maior do que o da pouco utilizada cevada.
Alguns produtores argumentam que os novos programas são exageradamente complexos e que eles ameaçam os lucros. As recomendações alimentares, que estão sendo distribuídas para análise e comentários não só na Suécia, mas em toda a União Europeia, têm sido atacadas pelo setor de produção de carne do continente, pelos criadores noruegueses de salmão e pelos produtores de óleo de palmeira, para citar apenas alguns.
“Este é um processo de aprendizado à base de tentativas e erros; ainda estamos tentando determinar se isto funciona”, explica Bohman.
(...)No ano que vem, o Krav exigirá que sejam utilizados biocombustíveis para o aquecimento de estufas. Os produtores de laticínios terão que obter pelo menos 70% dos alimentos para o seu rebanho no mercado local; muitos deles costumavam importar soja barata do Brasil, que gera emissões com o transporte e destrói as florestas, já que árvores são derrubadas para dar lugar aos campos de plantio.
A iniciativa sueca é derivada de um estudo conduzido em 2005 pela agência nacional ambiental da Suécia no sentido de identificar de que maneira o consumo gera emissões. Os pesquisadores descobriram que 25% das emissões nacionais per capita – duas toneladas métricas por ano – estão vinculadas à alimentação.
O governo percebeu que se encorajasse uma dieta mais voltada para frango e legumes e informasse os produtores rurais sobre como reduzir as emissões, haveria um enorme impacto positivo.
(...)“Decidimos ser honestos e publicar toda a informação para o cliente, bem como dizer que faremos tudo o que pudermos no sentido de reduzir as emissões”, afirma Bergfors, 40. Além de exibir os dados referentes a emissões no menu, Max eliminou as caixas das suas refeições para crianças, instalou lâmpadas de baixo consumo energético e passou a usar energia elétrica gerada por turbinas eólicas.
Desde que os números referentes às emissões passaram a ser exibidos no menu, as vendas de produtos que agridem menos o meio ambiente aumentaram 20%. Mesmo assim, muita gente vai para as lanchonetes de fast food decidida a comer somente hambúrgueres tradicionais.
Tradução UOL.
leia o artigo completo em ingles de ELISABETH ROSENTHAL
Published: October 22, 2009, NYtimes.
Link : http://www.nytimes.com/2009/10/23/world/europe/23degrees.html?th&emc=th
Agora,o consumidor pode escolher entre comprar um alimento que emite menos carbono e preserva o planeta e outro que faz o inverso . Ou pelo menos não informa o comprador sobre suas açoes de redução de gases que provocam o efeito estufa.
"Por enquanto não entendo bem o que isto significa", diz uma compradora no mercado.
Mas nós podemos já imaginar como será o comportamento dos conusmidores muito breve. Isto vem confirmar a tese de que empresas ( e países) que não estiverem alinhadas com as questões socioambinetais estarão "fora do Jogo".
Num futuro não muito distante esta atitude terá grande impacto em nossa economia.A soja e carne que atualmente o Brasil exporta carrega um estigma de que para serem produzidos desmatam florestas.
Além disso para chegarem ao destino final, na mesa do europeu, por exemplo, emitem muitas toneladas de GEE no processo logistico.
Abaixo seguem alguns trechos do artigo:
“Somos os primeiros a tomar esta iniciativa, e para nós isto consiste em uma nova forma de pensar”, explica Ulf Bohman, diretor do Departamento de Nutrição da Administração Nacional de Alimentos sueca, que no ano passado foi incumbida de criar novas diretrizes alimentares, conferindo peso igual ao clima e à saúde. “Estamos acostumados a pensar na segurança e na nutrição como sendo algo desvinculado do meio ambiente”.
Algumas das novas diretrizes alimentares propostas, divulgadas durante o último verão do hemisfério norte, podem parecer desnorteantes para quem não estiver acostumado a ver isso. Elas recomendam, por exemplo, que os suecos deem preferência ao consumo de cenouras, e não ao de pepinos e tomates (ao contrário das cenouras, na Suécia os pepinos e os tomates precisam ser cultivados em estufas aquecidas, o que consome muita energia).
Eles não são aconselhados a comer mais peixe, apesar dos benefícios à saúde, porque as reservas de pescado da Europa estão praticamente esgotadas.
E, de forma um pouco menos surpreendente, aconselha-se aos suecos que substituam a carne vermelha por feijão ou frango, devido ao fato de a criação de gado bovino gerar muita emissão de gases causadores do efeito estufa.
(...) Cerca de 25% das emissões produzidas pelos seres humanos nas nações industrializadas estão vinculadas aos alimentos que eles comem, segundo uma recente pesquisa divulgada aqui. E o nível de emissões liberadas na produção de alimentos varia enormemente de um produto para outro.
Embora os consumidores norte-americanos e europeus atuais possam estar acostumados a verificar o conteúdo de nutrientes, calorias ou gordura, eles frequentemente nada sabem quando se trata de determinar se o consumo de tomates, frango ou arroz é positivo ou negativo para o clima.
(...)A Max, a maior rede doméstica de lanchonetes especializadas em hambúrgueres na Suécia, exibe os cálculos de emissões ao lado de cada produto no seu menu. A Lantmannen, o maior grupo especializado em produtos agrícolas do país, passou a colocar rótulos precisos nas embalagens de certos alimentos vendidos nos supermercados, incluindo frango, aveia, cevada e massas.
Os consumidores que prestarem atenção poderão, por exemplo, descobrir que o volume de emissões geradas pela produção do arroz, o grão mais popular no país, é duas ou três vezes maior do que o da pouco utilizada cevada.
Alguns produtores argumentam que os novos programas são exageradamente complexos e que eles ameaçam os lucros. As recomendações alimentares, que estão sendo distribuídas para análise e comentários não só na Suécia, mas em toda a União Europeia, têm sido atacadas pelo setor de produção de carne do continente, pelos criadores noruegueses de salmão e pelos produtores de óleo de palmeira, para citar apenas alguns.
“Este é um processo de aprendizado à base de tentativas e erros; ainda estamos tentando determinar se isto funciona”, explica Bohman.
(...)No ano que vem, o Krav exigirá que sejam utilizados biocombustíveis para o aquecimento de estufas. Os produtores de laticínios terão que obter pelo menos 70% dos alimentos para o seu rebanho no mercado local; muitos deles costumavam importar soja barata do Brasil, que gera emissões com o transporte e destrói as florestas, já que árvores são derrubadas para dar lugar aos campos de plantio.
A iniciativa sueca é derivada de um estudo conduzido em 2005 pela agência nacional ambiental da Suécia no sentido de identificar de que maneira o consumo gera emissões. Os pesquisadores descobriram que 25% das emissões nacionais per capita – duas toneladas métricas por ano – estão vinculadas à alimentação.
O governo percebeu que se encorajasse uma dieta mais voltada para frango e legumes e informasse os produtores rurais sobre como reduzir as emissões, haveria um enorme impacto positivo.
(...)“Decidimos ser honestos e publicar toda a informação para o cliente, bem como dizer que faremos tudo o que pudermos no sentido de reduzir as emissões”, afirma Bergfors, 40. Além de exibir os dados referentes a emissões no menu, Max eliminou as caixas das suas refeições para crianças, instalou lâmpadas de baixo consumo energético e passou a usar energia elétrica gerada por turbinas eólicas.
Desde que os números referentes às emissões passaram a ser exibidos no menu, as vendas de produtos que agridem menos o meio ambiente aumentaram 20%. Mesmo assim, muita gente vai para as lanchonetes de fast food decidida a comer somente hambúrgueres tradicionais.
Tradução UOL.
leia o artigo completo em ingles de ELISABETH ROSENTHAL
Published: October 22, 2009, NYtimes.
Link : http://www.nytimes.com/2009/10/23/world/europe/23degrees.html?th&emc=th
Business for Social Responsibility, BSR
por Luís Roberto Pires Ferreira, de São Francisco,CA/EUA
Aron Cramer, presidente do BSR - Business for Social Responsibility, abriu oficialmente o evento de 2009 na última terça-feira numa palestra para mais de 1400 líderes de 42 países afirmando que as ações de responsabilidade social e ambiental tem um papel fundamental no novo modelo de negócios e são um dos instrumentos mais poderosos que as corporações tem para enfrentrar os efeitos e aproveitar as oportunidades depois da recessão, do colapso nas relações de confiança nos negócios e da aceleração dos efeitos da mudança de clima .
Segundo Cramer o resultados de suas conversas com líderes de grandes corporações mundiais e governantes o leva a, mais do que nunca, a ter a certeza de que as estratégias inovadoras de sustentabilidade são necessárias para agregar valor ao negócio e contribui para que empresas de todos os segmentos enfrentem com êxito desafios maiores à frente.
A revista Forbes tem coberto o evento e afirmou que o BSR está entre os "top 10" encontros que mais influenciam as lideranças empresariais.
A programação de palestras e eventos do BSR 2009 é intensa e os encontros se sucedem da manhã até a noite durante quatro dias.
Os destaques são muitos e as nacionalidades diversas: temos John Donahoe, President & Chief Executive Officer do eBay, Ben Verwaayen
CEO, Alcatel-Lucent, Hannah Jones, Vice President de Sustentabilidade e Inovação da NIKE, Fadi Ghandour, Founder and CEO Aramex International, Embaixadora Elizabeth Frawley Bagley, a nova Secretária de Estado do Governo Obama para Parcerias Globais, John Kao, Chairman do Institute for Large Scale Innovation, Rosabeth Moss Kanter, diretora da Universidade de Harvard, Dolores Bernardo diretora Global de Diversidade e Inclusão da Google e Zhang Yue, Chairman & CEO da BROAD.
Visite o site do evento: http://www.bsr.org/bsrconferences/2009/index.cfm
Luís Roberto Pires Ferreira é Vice Presidente de Responsabilidade Social do Grupo ABC de Comunicação
Aron Cramer, presidente do BSR - Business for Social Responsibility, abriu oficialmente o evento de 2009 na última terça-feira numa palestra para mais de 1400 líderes de 42 países afirmando que as ações de responsabilidade social e ambiental tem um papel fundamental no novo modelo de negócios e são um dos instrumentos mais poderosos que as corporações tem para enfrentrar os efeitos e aproveitar as oportunidades depois da recessão, do colapso nas relações de confiança nos negócios e da aceleração dos efeitos da mudança de clima .
Segundo Cramer o resultados de suas conversas com líderes de grandes corporações mundiais e governantes o leva a, mais do que nunca, a ter a certeza de que as estratégias inovadoras de sustentabilidade são necessárias para agregar valor ao negócio e contribui para que empresas de todos os segmentos enfrentem com êxito desafios maiores à frente.
A revista Forbes tem coberto o evento e afirmou que o BSR está entre os "top 10" encontros que mais influenciam as lideranças empresariais.
A programação de palestras e eventos do BSR 2009 é intensa e os encontros se sucedem da manhã até a noite durante quatro dias.
Os destaques são muitos e as nacionalidades diversas: temos John Donahoe, President & Chief Executive Officer do eBay, Ben Verwaayen
CEO, Alcatel-Lucent, Hannah Jones, Vice President de Sustentabilidade e Inovação da NIKE, Fadi Ghandour, Founder and CEO Aramex International, Embaixadora Elizabeth Frawley Bagley, a nova Secretária de Estado do Governo Obama para Parcerias Globais, John Kao, Chairman do Institute for Large Scale Innovation, Rosabeth Moss Kanter, diretora da Universidade de Harvard, Dolores Bernardo diretora Global de Diversidade e Inclusão da Google e Zhang Yue, Chairman & CEO da BROAD.
Visite o site do evento: http://www.bsr.org/bsrconferences/2009/index.cfm
Luís Roberto Pires Ferreira é Vice Presidente de Responsabilidade Social do Grupo ABC de Comunicação
EDUCAÇÃO:As Novas Faculdades para a Sobrevivência
por Laércio Bruno Filho-21/out/2009
Competências como criatividade, empreendedorismo e capacidade de inovação são imprescindíveis no mercado de trabalho que hoje suporta a economia. No mundo atual existe enorme disponibilidade de tecnologia que realiza as tarefas mais rotineiras de forma mais barata e eficaz, através de computadores, robôs, etc.
Isto desclassifica da competição o profissional cujo perfil é conhecido por “tarefeiro”, que representa a grande maioria da força de trabalho disponível, e de forma geral vem sendo isto o que as escolas têm ensinado: a cumprir tarefas.
No mundo globalizado existe uma massiva oferta de trabalhadores "tarefeiros" disponíveis e cujo valor de aquisição do Homem/Hora é extremamente baixo. Haja vista a tercerização da contabilidade de varias empresas dos EUA, hoje feitas por contadores na India, assim como a operação de call-centers. Razões: fluência na lingua inglesa e baixo custo de H/H. Outro exemplo; a transferencia de fábricas de automóveis para paises em desenvolvimento onde a mão de obra é farta, barata e os recursos naturais abundantes (e não são computados no valor final do bem produzido)Em curto prazo este perfil de trabalhador já não interessará mais aos países desenvolvidos. O modelo de transferencia do trabalho sim.
Nestes países,em paralelo, ocorre uma rápida transição do trabalho considerado "tarefeiro", repetitivo, para um outro tipo diferente, onde as capacidades de argumentação, raciocínio e reflexão são qualidades de grande valia as mais requeridas.
O que realmente interessa no mundo de hoje, pós-crise financeira e pré-crise socioambiental são profissionais capazes de produzir muito mais utilizando menos recursos,com a qualidade exigida, atendendo de forma sustentável às demandas e limitações do cliente, as suas próprias e as do ambiente onde ele vive.
A questão da sustentabilidade é condição fundamental para lidar com a nova realidade mundial que se instaura e que projeta escassez de recursos cada vez maiores.
O sistema educacional vigente que provê formação ao jovem estudante visando formar o adulto realizador de tarefas medianas, rotineiras,está ultrapassado e carece de uma imediata revisão. Neste contexto, existe o risco de que as novas gerações passem por crises de desemprego contínuo por conta de descompassos entre o perfil ofertado e o realmente necessário.
O modelo educacional proposto deve fornecer às futuras gerações ferramentas adequadas para sobreviverem , através da venda de seu trabalho, em um mundo que atravessará crises constantes.
Neste ponto, nós brasileiros temos uma larga experiência, pois aprendemos como sobreviver num mundo onde a inflação era de 80% ao dia e os níveis de desemprego altíssimos e as respectivas interfaces negativas. Ou seja, em constante torpor, apenas não percebíamos.
Vivemos uma forte crise economica com graves consequencias sociais por mais de duas décadas e aprendemos a nos defender e sobreviver. Entre tantos obstáculos, a distribuição da renda, o acesso real ao capital de investimento e à educação (adequada) sempre foi limitada a uma pequena parcela da população contribuindo assim para a estagnação econômica e social
O brasileiro é um povo empreendedor, criativo e inovador. Valores que devem ser reconhecidos, incentivados e preservados.
Exemplos? São inumeros,olhemos bem ao nosso redor, veremos as mais diferentes experiências de sobrevivência, trabalho e competição.
Apenas o volume de capital ainda é muito menor, por conta de sermos uma economia em desenvolvimento.
Mas isto,apenas por enquanto!
Pessimism on climate deal hangs over carbon market
* Climate deal uncertainty clouds investment decisions
* If no binding deal struck, will harm investments
By Nina Chestney
LONDON, Oct 20 (Reuters) - The uncertain outcome of December's climate summit in Copenhagen is hanging over the carbon market, denting confidence in the future of emissions trading, market participants said at a conference on Tuesday.
World leaders are working to meet a December deadline to replace or extend the Kyoto Protocol, which expires in 2012, with the aim of cutting greenhouse gas emissions and slowing global warming. (...)
Full article here.
* If no binding deal struck, will harm investments
By Nina Chestney
LONDON, Oct 20 (Reuters) - The uncertain outcome of December's climate summit in Copenhagen is hanging over the carbon market, denting confidence in the future of emissions trading, market participants said at a conference on Tuesday.
World leaders are working to meet a December deadline to replace or extend the Kyoto Protocol, which expires in 2012, with the aim of cutting greenhouse gas emissions and slowing global warming. (...)
Full article here.
Pessimismo sobre Acordo Global do Clima suspende o Mercado de Carbono///Reuters
Londres, 20-outubro//Reuters
O Mercado de carbono encontra-se receoso com o encontro de Copenhagen, dezembro próximo. Isto tem prejudicado as operações de comercialização de créditos de carbono.
A preocupação geral é com os países desenvolvidos que não acordam sobre as metas de redução, com os pleitos solicitados pelos países em desenvolvimento e para completar, sobre a ajuda financeira destinada á ajudar os países pobres com medidas de Adaptação às mudanças do clima. A preocupação central é como o mercado verá o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) após o ano de 2012. Isto ainda representa uma incógnita que dificulta enxergar o horizonte do Mercado de Carbono.
Um desenvolvedor de projeto que atua na área de Energia Limpa, enfatiza: “ O Mercado está obcecado com o Encontro de Copenhagen, o quanto antes sair o resultado, seja ele qual for, melhor será.A incerteza está nos prejudicando”.
O mercado global de carbono dobrou em valor no ultimo ano, compondo 126 bilhões de dólares, segundo números do Banco Mundial. O mercado do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) encolheu em 1 bilhão de dólares, agora estabilizando em 6,5 bilhões de dólares.
A demanda pelos créditos de carbono originados no âmbito do MDL caiu devida à falta de uma política clara sobre o que virá pela frente e também pela ausência de preços mais atrativos que justificassem investimento na originação e desenvolvimento de novos projetos com limites no ano de 2012.
“Haverá futuro para este Mercado? A União Européia gostaria de ver a reforma do MDL , mas na realidade não sabemos o que vai acontecer. O retrato é sombrio” disse M. Wilkins do Standard & Poors..
Esperança Frágil
O delegados da conferencia, ocorrida em Londres, não esperam que Copenhagen resulte em um novo Tratado de Kyoto, apesar da opinião do primeiro ministro inglês que afirmou que não existe um plano B , caso não se chegue a um acordo global satisfatório.
OS EUA poderiam contribuir muito se neste momento delicado de conversações se apontassem para um plano eficaz de reduções. São bem poucos os que acreditam nesta hipótese.
Existe um sentimento generalizado, de que os EUA farão apenas aquilo que lhes aprouver, não se importando com o resto do mundo, disse o presidente da IETA H. Derwent.
Alguns outros players estão mais otimistas quanto ao Mercado de Carbono, preferindo acreditar que seja qual for o resultado de Copenhagen, ele continuará a existir e operar.
"Se houver uma continuação dos mercados de carbono ele será uma colcha de retalhos, mas não necessariamente desastroso. Existe “cola” suficiente para manter estes mercados juntos", disse Abyd Karmali, chefe global de emissões de carbono na Merrill Lynch.
Tradução de Laércio Bruno Filho, do Artigo: “Pessimism on climate deal hangs over carbon market”, da Agencia Reuters, publicado em 20/out/2009, por Nina Chestney e Anthony Barker.
O Mercado de carbono encontra-se receoso com o encontro de Copenhagen, dezembro próximo. Isto tem prejudicado as operações de comercialização de créditos de carbono.
A preocupação geral é com os países desenvolvidos que não acordam sobre as metas de redução, com os pleitos solicitados pelos países em desenvolvimento e para completar, sobre a ajuda financeira destinada á ajudar os países pobres com medidas de Adaptação às mudanças do clima. A preocupação central é como o mercado verá o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) após o ano de 2012. Isto ainda representa uma incógnita que dificulta enxergar o horizonte do Mercado de Carbono.
Um desenvolvedor de projeto que atua na área de Energia Limpa, enfatiza: “ O Mercado está obcecado com o Encontro de Copenhagen, o quanto antes sair o resultado, seja ele qual for, melhor será.A incerteza está nos prejudicando”.
O mercado global de carbono dobrou em valor no ultimo ano, compondo 126 bilhões de dólares, segundo números do Banco Mundial. O mercado do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) encolheu em 1 bilhão de dólares, agora estabilizando em 6,5 bilhões de dólares.
A demanda pelos créditos de carbono originados no âmbito do MDL caiu devida à falta de uma política clara sobre o que virá pela frente e também pela ausência de preços mais atrativos que justificassem investimento na originação e desenvolvimento de novos projetos com limites no ano de 2012.
“Haverá futuro para este Mercado? A União Européia gostaria de ver a reforma do MDL , mas na realidade não sabemos o que vai acontecer. O retrato é sombrio” disse M. Wilkins do Standard & Poors..
Esperança Frágil
O delegados da conferencia, ocorrida em Londres, não esperam que Copenhagen resulte em um novo Tratado de Kyoto, apesar da opinião do primeiro ministro inglês que afirmou que não existe um plano B , caso não se chegue a um acordo global satisfatório.
OS EUA poderiam contribuir muito se neste momento delicado de conversações se apontassem para um plano eficaz de reduções. São bem poucos os que acreditam nesta hipótese.
Existe um sentimento generalizado, de que os EUA farão apenas aquilo que lhes aprouver, não se importando com o resto do mundo, disse o presidente da IETA H. Derwent.
Alguns outros players estão mais otimistas quanto ao Mercado de Carbono, preferindo acreditar que seja qual for o resultado de Copenhagen, ele continuará a existir e operar.
"Se houver uma continuação dos mercados de carbono ele será uma colcha de retalhos, mas não necessariamente desastroso. Existe “cola” suficiente para manter estes mercados juntos", disse Abyd Karmali, chefe global de emissões de carbono na Merrill Lynch.
Tradução de Laércio Bruno Filho, do Artigo: “Pessimism on climate deal hangs over carbon market”, da Agencia Reuters, publicado em 20/out/2009, por Nina Chestney e Anthony Barker.
ALIMENTOS: Carne Rastreada do Pasto ao Prato///Agencia Fapesp
Do pasto ao prato
20/10/2009
Por Cláudia Izique
Duas empresas brasileiras desenvolveram, com apoio do Programa FAPESP Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE), sistemas capazes de rastrear a cadeia de carnes, permitindo identificar a trajetória do produto desde o nascimento do animal até a chegada do bife no prato. O objetivo é agregar valor à produção de carne bovina e suína no país, abrindo mercados e aumentando a margem de lucro da atividade pecuária.
No caso da carne bovina, com o maior rebanho comercial do mundo, o Brasil exportou 1,3 bilhão de toneladas em 2008, volume 14% inferior ao registrado em 2007. A cotação da tonelada, no entanto, compensou a queda: o setor fechou o ano com ingressos de US$ 5,3 bilhões, 20% a mais do que no período anterior.
O país, agora, procura se alinhar às exigências do mercado externo para se consolidar na posição de maior exportador global de carnes. Mas, para tanto, ainda há barreiras a vencer e a principal delas é atender às exigências de controle do rebanho.
Para isso, o governo federal já conta com o Sistema Brasileiro de identificação Bovina e Bubalina (Sisbov) que permite rastrear a cadeia da carne do campo, garantindo a origem e manejo adequado do gado, entre outras informações.
Mas, a partir do frigorífico até o varejo, há o risco desse acervo se perder: ao desossar uma banda de carne identificada por um chip, por exemplo, pode haver erro na identificação das peças e ainda não existe um sistema que permita o seu monitoramento.
Foi exatamente para cobrir essa área cinzenta da cadeia de comercialização e, ao mesmo tempo, alinhar-se às demandas futuras do mercado externo, que a Sima Comércio e Serviços, empresa de consultoria de negócios e de desenvolvimento de tecnologias, arquitetou, em 2004, o projeto Rastro.
Com o apoio do PIPE, a empresa projetou um software para permitir ao consumidor final rastrear a origem da carne. “Constatamos que já existiam softwares semelhantes para atender a criação do gado no campo e outro, para identificação de origem, nos frigoríficos”, disse Arnaldo Ferreira Sima, diretor da empresa, à Agência FAPESP.
Os dois sistemas, no entanto, não são integrados. Essa falha de informação foi constatada in loco. “Pegamos 20 picanhas identificadas como sendo de um novilho macho, de 11 meses, e, depois de teste genético, constatamos que oito eram de fêmeas”, contou.
O projeto então foi modificado e o Rastro se transformou em uma plataforma de integração de vários softwares disponíveis no mercado, inclusive o do Sisbov. Assim, quando o consumidor digitasse o código de barras da embalagem de uma determinada peça de carne, poderia recuperar todas as informações sobre o novilho: fazenda de origem, dados sobre vacinação, sexo, idade do abate, entre outras.
De acordo com Sima, o projeto, que está iniciando a Fase 2 do Pipe, está quase pronto. Por razões de marca, o nome Rastro foi alterado para Pathfinder.
Segundo ele, o projeto estava em andamento quando, em 2007, a FAPESP percebeu que a proposta tinha sinergia com outro PIPE, da empresa BiomicroGen Soluções em Biotecnologia, residente na Incubadora de Empresas de Base Tecnológica (Incamp), que desenvolve sistema de identificação de genética de matrizes de suínos.
“A FAPESP promoveu o nosso encontro com a Sima”, contou José Luiz Donato, diretor da BiomicroGen, cujo projeto, atualmente, também está na Fase 2 do Pipe. Diferentemente dos bovinos, a identificação suína ainda utiliza sistemas convencionais, como brinco na orelha e tatuagem. Por meio de marcadores genéticos é possível identificar a matriz e, assim, a fazenda ou local de criação de origem.
A parceria entre a Sima e BiomicroGen foi bem sucedida, de acordo com Donato. “Fizemos vários encontros e pensamos, no futuro, em uma associação em uma terceira empresa para, juntos, poder comercializar os dois produtos”, disse.
Quando isso ocorrer, ao adquirir uma peça da carne produzida no Brasil, um consumidor em outro país poderá rastrear, por meio da internet, e em seu próprio idioma, a história do animal que lhe deu origem: a região onde cresceu, se a fazenda neutralizava emissões de carbono proveniente do gado, idade do abate e vacinação.
“Se ainda assim, ele tiver dúvidas quanto à certificação do produto, pode ter acesso à prova genética, já que esses dados estarão armazenados no sistema. Será uma espécie de teste de maternidade”, afirmou Sima.
Carnes nobres
O Sistema Rastro – Pathfinder é um sistema aberto, baseado na web e que opera de maneira integrada com os sistemas de gestão dos diversos elos da cadeia produtiva. Tem uma arquitetura composta por sete módulos funcionais – em diversos idiomas – que poderão ser acessadas pelos usuários: agrícola, de gestão e produção de insumos, pecuária a manejo, frigorífico, logística, varejo e genética.
Essas informações serão ainda mais estratégicas em caso, por exemplo, de contaminação. “A vigilância sanitária poderá percorrer o caminho de volta daquela carne na cadeia produtiva e fazer o controle de segurança mais preciso”, disse Sima.
Ele observa, por exemplo, que sem ferramentas de rastreabilidade adequadas, o Brasil não conseguirá cumprir a Cota Hilton, uma parcela de exportação de carne bovina sem osso de alta qualidade e valor que a União Européia outorga anualmente a países produtores e exportadores de carnes.
No caso brasileiro, são 11 mil toneladas de cortes nobres, cotadas a US$ 15 mil a tonelada, ante os US$ 7.740 da tonelada de carne comum, e que podem gerar receita superior a US$ 300 milhões.
20/10/2009
Por Cláudia Izique
Duas empresas brasileiras desenvolveram, com apoio do Programa FAPESP Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE), sistemas capazes de rastrear a cadeia de carnes, permitindo identificar a trajetória do produto desde o nascimento do animal até a chegada do bife no prato. O objetivo é agregar valor à produção de carne bovina e suína no país, abrindo mercados e aumentando a margem de lucro da atividade pecuária.
No caso da carne bovina, com o maior rebanho comercial do mundo, o Brasil exportou 1,3 bilhão de toneladas em 2008, volume 14% inferior ao registrado em 2007. A cotação da tonelada, no entanto, compensou a queda: o setor fechou o ano com ingressos de US$ 5,3 bilhões, 20% a mais do que no período anterior.
O país, agora, procura se alinhar às exigências do mercado externo para se consolidar na posição de maior exportador global de carnes. Mas, para tanto, ainda há barreiras a vencer e a principal delas é atender às exigências de controle do rebanho.
Para isso, o governo federal já conta com o Sistema Brasileiro de identificação Bovina e Bubalina (Sisbov) que permite rastrear a cadeia da carne do campo, garantindo a origem e manejo adequado do gado, entre outras informações.
Mas, a partir do frigorífico até o varejo, há o risco desse acervo se perder: ao desossar uma banda de carne identificada por um chip, por exemplo, pode haver erro na identificação das peças e ainda não existe um sistema que permita o seu monitoramento.
Foi exatamente para cobrir essa área cinzenta da cadeia de comercialização e, ao mesmo tempo, alinhar-se às demandas futuras do mercado externo, que a Sima Comércio e Serviços, empresa de consultoria de negócios e de desenvolvimento de tecnologias, arquitetou, em 2004, o projeto Rastro.
Com o apoio do PIPE, a empresa projetou um software para permitir ao consumidor final rastrear a origem da carne. “Constatamos que já existiam softwares semelhantes para atender a criação do gado no campo e outro, para identificação de origem, nos frigoríficos”, disse Arnaldo Ferreira Sima, diretor da empresa, à Agência FAPESP.
Os dois sistemas, no entanto, não são integrados. Essa falha de informação foi constatada in loco. “Pegamos 20 picanhas identificadas como sendo de um novilho macho, de 11 meses, e, depois de teste genético, constatamos que oito eram de fêmeas”, contou.
O projeto então foi modificado e o Rastro se transformou em uma plataforma de integração de vários softwares disponíveis no mercado, inclusive o do Sisbov. Assim, quando o consumidor digitasse o código de barras da embalagem de uma determinada peça de carne, poderia recuperar todas as informações sobre o novilho: fazenda de origem, dados sobre vacinação, sexo, idade do abate, entre outras.
De acordo com Sima, o projeto, que está iniciando a Fase 2 do Pipe, está quase pronto. Por razões de marca, o nome Rastro foi alterado para Pathfinder.
Segundo ele, o projeto estava em andamento quando, em 2007, a FAPESP percebeu que a proposta tinha sinergia com outro PIPE, da empresa BiomicroGen Soluções em Biotecnologia, residente na Incubadora de Empresas de Base Tecnológica (Incamp), que desenvolve sistema de identificação de genética de matrizes de suínos.
“A FAPESP promoveu o nosso encontro com a Sima”, contou José Luiz Donato, diretor da BiomicroGen, cujo projeto, atualmente, também está na Fase 2 do Pipe. Diferentemente dos bovinos, a identificação suína ainda utiliza sistemas convencionais, como brinco na orelha e tatuagem. Por meio de marcadores genéticos é possível identificar a matriz e, assim, a fazenda ou local de criação de origem.
A parceria entre a Sima e BiomicroGen foi bem sucedida, de acordo com Donato. “Fizemos vários encontros e pensamos, no futuro, em uma associação em uma terceira empresa para, juntos, poder comercializar os dois produtos”, disse.
Quando isso ocorrer, ao adquirir uma peça da carne produzida no Brasil, um consumidor em outro país poderá rastrear, por meio da internet, e em seu próprio idioma, a história do animal que lhe deu origem: a região onde cresceu, se a fazenda neutralizava emissões de carbono proveniente do gado, idade do abate e vacinação.
“Se ainda assim, ele tiver dúvidas quanto à certificação do produto, pode ter acesso à prova genética, já que esses dados estarão armazenados no sistema. Será uma espécie de teste de maternidade”, afirmou Sima.
Carnes nobres
O Sistema Rastro – Pathfinder é um sistema aberto, baseado na web e que opera de maneira integrada com os sistemas de gestão dos diversos elos da cadeia produtiva. Tem uma arquitetura composta por sete módulos funcionais – em diversos idiomas – que poderão ser acessadas pelos usuários: agrícola, de gestão e produção de insumos, pecuária a manejo, frigorífico, logística, varejo e genética.
Essas informações serão ainda mais estratégicas em caso, por exemplo, de contaminação. “A vigilância sanitária poderá percorrer o caminho de volta daquela carne na cadeia produtiva e fazer o controle de segurança mais preciso”, disse Sima.
Ele observa, por exemplo, que sem ferramentas de rastreabilidade adequadas, o Brasil não conseguirá cumprir a Cota Hilton, uma parcela de exportação de carne bovina sem osso de alta qualidade e valor que a União Européia outorga anualmente a países produtores e exportadores de carnes.
No caso brasileiro, são 11 mil toneladas de cortes nobres, cotadas a US$ 15 mil a tonelada, ante os US$ 7.740 da tonelada de carne comum, e que podem gerar receita superior a US$ 300 milhões.
Lo alternativo frente a lo ecológico///El País
Lo alternativo frente a lo ecológico
Según Edward M. Kerschner es un error común confundir las practicas que intentan frenar el cambio climático con lo verde o ecológico, cuando son expresiones cuyo significado es totalmente distinto e incluso, en algunos casos, contradictorio.
Por ejemplo, la energía nuclear es 100% alternativa, ya que no genera gases de efecto invernadero. Sin embargo, es contaminante ya que produce residuos radiactivos. El viento, por su parte, también es considerado una fuente de energía alternativa, ya que no contribuye al cambio climático. En cambio, en numerosas ocasiones las grandes estructuras que generan la energía eólica provocan la muerte de pájaros, insectos y otros animales, además de producir contaminación acústica.
Otro caso es el de los cultivos necesarios para la producción de los biocombustibles. La utilización del aceite de palma, por ejemplo, usado industrialmente como materia prima en la producción de Biodiesel, no fomenta el cambio climático. Los cultivos del producto, muy atractivo desde el punto de vista de las compañías que ven en los biocombustibles el futuro de los automóviles, están siendo implantados de manera masiva en algunos países del Sudeste Asiático como Malasia.
El boom de esta materia prima, que para ciertos estados se ha convertido en una de sus principales fuentes de beneficios, está provocando, sin embargo, la desaparición de algunas especies en zonas tropicales. No es correcto, por tanto, utilizar las expresiones alternativo y ecológico como sinónimos, ya que en la mayoría de los casos las energías alternativas, a pesar de no generar gases de efecto invernadero, no son 100% ecológicas al producir otros efectos adversos en la naturaleza.
Según Edward M. Kerschner es un error común confundir las practicas que intentan frenar el cambio climático con lo verde o ecológico, cuando son expresiones cuyo significado es totalmente distinto e incluso, en algunos casos, contradictorio.
Por ejemplo, la energía nuclear es 100% alternativa, ya que no genera gases de efecto invernadero. Sin embargo, es contaminante ya que produce residuos radiactivos. El viento, por su parte, también es considerado una fuente de energía alternativa, ya que no contribuye al cambio climático. En cambio, en numerosas ocasiones las grandes estructuras que generan la energía eólica provocan la muerte de pájaros, insectos y otros animales, además de producir contaminación acústica.
Otro caso es el de los cultivos necesarios para la producción de los biocombustibles. La utilización del aceite de palma, por ejemplo, usado industrialmente como materia prima en la producción de Biodiesel, no fomenta el cambio climático. Los cultivos del producto, muy atractivo desde el punto de vista de las compañías que ven en los biocombustibles el futuro de los automóviles, están siendo implantados de manera masiva en algunos países del Sudeste Asiático como Malasia.
El boom de esta materia prima, que para ciertos estados se ha convertido en una de sus principales fuentes de beneficios, está provocando, sin embargo, la desaparición de algunas especies en zonas tropicales. No es correcto, por tanto, utilizar las expresiones alternativo y ecológico como sinónimos, ya que en la mayoría de los casos las energías alternativas, a pesar de no generar gases de efecto invernadero, no son 100% ecológicas al producir otros efectos adversos en la naturaleza.
Mudanças Climáticas: O Futuro do Mundo está Sendo Decidido.
por Nicholas Stern The Observer, Sunday 18 October 2009
Ministros do meio ambiente e energia de diversos países estão reunidos hoje em Londres para tentar consensar e acelerar os pontos mais cruciais sobre as negociações relativas ao tratado internacional sobre mudanças climáticas.
Alguns progressos significativos foram feitos nas últimas semanas, como Japão, por exemplo, que anunciou sua intenção em reduzir as suas emissões de dióxido de carbono e outros gases de estufa em 25% até 2020,tendo o ano de 1990 como base.
Mas ainda há obstáculos importantes e algumas dúvidas pairam sobre se um sólido pacto global pode ser forjado em tempo hábil para ser apresentado na conferência sobre mudanças climáticas em Copenhague, que acontecerá dentro de sete semanas.
Este acordo poderá ser consolidado caso os governos concentrem-se na questão primordial: as exigidas e necessárias reduções globais das emissões , com os países ricos a assumindo a liderança através da assunção de metas agressivas,dando o exemplo, e apoio financeiro aos países em desenvolvimento para que estes também possam assumir metas significativas de redução.
Os números são importantes para isso, então deixe-me explicar o porquê.
As emissões globais de gases com efeito de estufa apenas no ano de 2010 devem atingir o patamar dos 47 bilhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente (podendo ultrapassar os 50 bilhões de toneladas, caso não haja uma desaceleração econômica global). Países ao redor do mundo têm delineado e apresentado programas que podem reduzir as emissões anuais em cerca de 49 bilhões de toneladas de CO2 equivalente até o ano de 2020. Caso nada seja feito,nenhum acordo global assinado entre os países e tudo continue na mesma;cenário conhecido como “business as usual”; as emissões de CO2 chegarão aos 55 a 60 bilhões de toneladas.
No entanto, para que seja economicamente viável e mantendo o aumento da temperatura em até 2 graus centigrados; o que os cientistas já apontam como perigoso; as metas de reduções não devem ser menores que 44 bilhões de toneladas até 2020. Outras projeções mais conservadoras apontam para 35 bilhões de toneladas em 2030 e 20 bilhões de toneladas até 2050.
Colocado de outra forma, isto quer dizer que as emissões no mundo atual, na média per capita é cerca de 7 toneladas de dióxido de carbono equivalente a cada ano. Existem grandes variações entre os países: por exemplo, os Estados Unidos emitem cerca de 24 toneladas per capita, enquanto a Índia emite per capita menos que 2 toneladas .
Em 2050,a população mundial deverão chegar a 9 bilhões, de forma que a emissão média per capita terá que ser inferior a 2 toneladas por ano. Para os países ricos, isso vai exigir uma redução das suas emissões anuais em pelo menos 80% até 2050.
Dado que as emissões da China hoje são de 6 toneladas por habitante e devem crescer, e que os países em desenvolvimento possuirão 8 bilhões de pessoas em 2050, fica muito claro que estes países representarão um importantíssimo foco de atenção na questão das alterações climáticas.
Desta forma será necessário encontrar uma modelo para reduzir 5 bilhões de toneladas de CO2 até 2020.
Isso é possível. Por exemplo, um esforço concentrado na luta contra o desmatamento poderá reduzir as emissões de forma efetiva em pelo menos mais 2,5 bilhões de toneladas. O transporte aéreo e marítimo internacional poderão diminuir ainda mais o total global em pelo menos meio bilhão de toneladas.
Os países ricos também poderiam reduzir o total global de emissões em mais de hum bilhão de toneladas, caso implementassem suas ambiciosas ações de cortes.A união Européia, por exemplo, sinaliza que vai reduzir os seus níveis de emissão entre 20 e 30% até o ano de 2020(tendo como ano-base 1990, caso haja um acordo global significativo).
Os países em desenvolvimento também deveriam fazer uma contribuição similar, descobrindo caminhos viáveis de desenvolvimento e expansão de suas economias ao mesmo tempo que reduzindo as suas emissões médias per capita.
Tanto os países Desenvolvidos quanto os em Desenvolvimento possuem grande potencial para programas de eficiência energética e desenvolvimento de novas tecnologias com baixa-emissão.
Tudo isto poderá ser realizado na próxima década através da estruturação de criteriosas politicas.Na realidade se investirmos fortemente nesta área criaremos uma nova era de prosperidade e crescimento.Os inovadores possuem muitas idéias e os investidores reconhecem que existem grandes oportunidades.O que é necessário agora é a criação de uma política internacional confiável.
Muitos países em Desenvolvimento já possuem seus planos prontos para fazer a transição para uma nova economia de baixa emissão de CO2 e já deram importantes passos nesta direção nas ultimas semanas
A China por exemplo. Seu presidente Hu Jintao anunciou recentemente na conveção da ONU em Nova York que seu país cortará suas emissões de forma significativa até o ano de 2020, tomando por base o ano de 1990.
O ministro do meio-ambiente da India, Jairam Ramesh, anunciou ou na ultima semana uma serie de medidas importantes que o país deseja adotar em sua economia. Destacou que 1/5 de sua energia deve vir de fontes renováveis como solar, eólica e hidrológica, até o ano de 2020.
Os países “ricos” deverá dar sua contrapartida para fomentar tais planos. A quantia estimada é de 100 bilhões de dólares por ano até o ano de 2020, direcionados para medição e redução das emissões. Outros 100 bilhões de dólares adicionais devem ser dedicados para ações de Adaptação às Mudanças Climáticas já que não mais poderão ser evitadas.
Os países em desenvolvimento tendem a duvidar da credibilidade de tais promessas, a menos que os países ricos também definam uma meta intermédia de US $ 50 bilhões por ano até 2015
Estes montantes deveriam ser maiores que os atuais compromissos de assistência oficial ao desenvolvimento. Eles podem parecer grandes, mas US $ 200 bilhões representam apenas cerca de 0,5% do atual produto interno bruto dos países ricos, e é minúsculo quando comparados com os riscos que podem ser evitados através de um acordo internacional. Também não será possível lidar com a questão da pobreza nos países pobres, sem também combater a ameaça das alterações climáticas: o Acordo Global deve basear-se em um claro entendimento de que estas duas questões estão intimamente ligadas entre si.
Um acordo ambicioso em matéria de alterações climáticas, que seja eficaz, eficiente e eqüitativo está ao nosso alcance, mas apenas se os nossos líderes políticos mantiverem o foco nos objetivos comuns mantendo a sua determinação em chegar a um comum acordo.
link para o artigo em Ingles: http://www.guardian.co.uk/commentisfree/cif-green/2009/oct/18/nicholas-stern-carbon-emission
Ministros do meio ambiente e energia de diversos países estão reunidos hoje em Londres para tentar consensar e acelerar os pontos mais cruciais sobre as negociações relativas ao tratado internacional sobre mudanças climáticas.
Alguns progressos significativos foram feitos nas últimas semanas, como Japão, por exemplo, que anunciou sua intenção em reduzir as suas emissões de dióxido de carbono e outros gases de estufa em 25% até 2020,tendo o ano de 1990 como base.
Mas ainda há obstáculos importantes e algumas dúvidas pairam sobre se um sólido pacto global pode ser forjado em tempo hábil para ser apresentado na conferência sobre mudanças climáticas em Copenhague, que acontecerá dentro de sete semanas.
Este acordo poderá ser consolidado caso os governos concentrem-se na questão primordial: as exigidas e necessárias reduções globais das emissões , com os países ricos a assumindo a liderança através da assunção de metas agressivas,dando o exemplo, e apoio financeiro aos países em desenvolvimento para que estes também possam assumir metas significativas de redução.
Os números são importantes para isso, então deixe-me explicar o porquê.
As emissões globais de gases com efeito de estufa apenas no ano de 2010 devem atingir o patamar dos 47 bilhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente (podendo ultrapassar os 50 bilhões de toneladas, caso não haja uma desaceleração econômica global). Países ao redor do mundo têm delineado e apresentado programas que podem reduzir as emissões anuais em cerca de 49 bilhões de toneladas de CO2 equivalente até o ano de 2020. Caso nada seja feito,nenhum acordo global assinado entre os países e tudo continue na mesma;cenário conhecido como “business as usual”; as emissões de CO2 chegarão aos 55 a 60 bilhões de toneladas.
No entanto, para que seja economicamente viável e mantendo o aumento da temperatura em até 2 graus centigrados; o que os cientistas já apontam como perigoso; as metas de reduções não devem ser menores que 44 bilhões de toneladas até 2020. Outras projeções mais conservadoras apontam para 35 bilhões de toneladas em 2030 e 20 bilhões de toneladas até 2050.
Colocado de outra forma, isto quer dizer que as emissões no mundo atual, na média per capita é cerca de 7 toneladas de dióxido de carbono equivalente a cada ano. Existem grandes variações entre os países: por exemplo, os Estados Unidos emitem cerca de 24 toneladas per capita, enquanto a Índia emite per capita menos que 2 toneladas .
Em 2050,a população mundial deverão chegar a 9 bilhões, de forma que a emissão média per capita terá que ser inferior a 2 toneladas por ano. Para os países ricos, isso vai exigir uma redução das suas emissões anuais em pelo menos 80% até 2050.
Dado que as emissões da China hoje são de 6 toneladas por habitante e devem crescer, e que os países em desenvolvimento possuirão 8 bilhões de pessoas em 2050, fica muito claro que estes países representarão um importantíssimo foco de atenção na questão das alterações climáticas.
Desta forma será necessário encontrar uma modelo para reduzir 5 bilhões de toneladas de CO2 até 2020.
Isso é possível. Por exemplo, um esforço concentrado na luta contra o desmatamento poderá reduzir as emissões de forma efetiva em pelo menos mais 2,5 bilhões de toneladas. O transporte aéreo e marítimo internacional poderão diminuir ainda mais o total global em pelo menos meio bilhão de toneladas.
Os países ricos também poderiam reduzir o total global de emissões em mais de hum bilhão de toneladas, caso implementassem suas ambiciosas ações de cortes.A união Européia, por exemplo, sinaliza que vai reduzir os seus níveis de emissão entre 20 e 30% até o ano de 2020(tendo como ano-base 1990, caso haja um acordo global significativo).
Os países em desenvolvimento também deveriam fazer uma contribuição similar, descobrindo caminhos viáveis de desenvolvimento e expansão de suas economias ao mesmo tempo que reduzindo as suas emissões médias per capita.
Tanto os países Desenvolvidos quanto os em Desenvolvimento possuem grande potencial para programas de eficiência energética e desenvolvimento de novas tecnologias com baixa-emissão.
Tudo isto poderá ser realizado na próxima década através da estruturação de criteriosas politicas.Na realidade se investirmos fortemente nesta área criaremos uma nova era de prosperidade e crescimento.Os inovadores possuem muitas idéias e os investidores reconhecem que existem grandes oportunidades.O que é necessário agora é a criação de uma política internacional confiável.
Muitos países em Desenvolvimento já possuem seus planos prontos para fazer a transição para uma nova economia de baixa emissão de CO2 e já deram importantes passos nesta direção nas ultimas semanas
A China por exemplo. Seu presidente Hu Jintao anunciou recentemente na conveção da ONU em Nova York que seu país cortará suas emissões de forma significativa até o ano de 2020, tomando por base o ano de 1990.
O ministro do meio-ambiente da India, Jairam Ramesh, anunciou ou na ultima semana uma serie de medidas importantes que o país deseja adotar em sua economia. Destacou que 1/5 de sua energia deve vir de fontes renováveis como solar, eólica e hidrológica, até o ano de 2020.
Os países “ricos” deverá dar sua contrapartida para fomentar tais planos. A quantia estimada é de 100 bilhões de dólares por ano até o ano de 2020, direcionados para medição e redução das emissões. Outros 100 bilhões de dólares adicionais devem ser dedicados para ações de Adaptação às Mudanças Climáticas já que não mais poderão ser evitadas.
Os países em desenvolvimento tendem a duvidar da credibilidade de tais promessas, a menos que os países ricos também definam uma meta intermédia de US $ 50 bilhões por ano até 2015
Estes montantes deveriam ser maiores que os atuais compromissos de assistência oficial ao desenvolvimento. Eles podem parecer grandes, mas US $ 200 bilhões representam apenas cerca de 0,5% do atual produto interno bruto dos países ricos, e é minúsculo quando comparados com os riscos que podem ser evitados através de um acordo internacional. Também não será possível lidar com a questão da pobreza nos países pobres, sem também combater a ameaça das alterações climáticas: o Acordo Global deve basear-se em um claro entendimento de que estas duas questões estão intimamente ligadas entre si.
Um acordo ambicioso em matéria de alterações climáticas, que seja eficaz, eficiente e eqüitativo está ao nosso alcance, mas apenas se os nossos líderes políticos mantiverem o foco nos objetivos comuns mantendo a sua determinação em chegar a um comum acordo.
link para o artigo em Ingles: http://www.guardian.co.uk/commentisfree/cif-green/2009/oct/18/nicholas-stern-carbon-emission
The world's future is being decided this weekend///The Guardian
by Nicholas Stern The Observer, Sunday 18 October 2009
We must agree to halt deforestation and curtail air travel now if the Copenhagen summit is to succeed
Energy and environment ministers from the world's major economies are meeting in London today to try to accelerate crucial negotiations over an international treaty on climate change.
Strong progress has been made in the past few weeks, with Japan, for example, announcing that it will cut its emissions of carbon dioxide and other greenhouse gases by 25% by 2020 relative to levels in 1990.
read the complete article here: http://www.guardian.co.uk/commentisfree/cif-green/2009/oct/18/nicholas-stern-carbon-emission
We must agree to halt deforestation and curtail air travel now if the Copenhagen summit is to succeed
Energy and environment ministers from the world's major economies are meeting in London today to try to accelerate crucial negotiations over an international treaty on climate change.
Strong progress has been made in the past few weeks, with Japan, for example, announcing that it will cut its emissions of carbon dioxide and other greenhouse gases by 25% by 2020 relative to levels in 1990.
read the complete article here: http://www.guardian.co.uk/commentisfree/cif-green/2009/oct/18/nicholas-stern-carbon-emission
The Power in 11/9
By THOMAS L. FRIEDMAN
Published: October 17, 2009
A few weeks ago, Americans “observed” the eighth anniversary of 9/11 — that day in 2001 when the Twin Towers were brought down by Al Qaeda. In a few weeks, Germans will “celebrate” the 20th anniversary of 11/9 — that day in 1989 when the Berlin Wall was brought down by one of the greatest manifestations of people power ever seen.
Read the complete article here: http://www.nytimes.com/2009/10/18/opinion/18friedman.html?_r=1&th&emc=th
Published: October 17, 2009
A few weeks ago, Americans “observed” the eighth anniversary of 9/11 — that day in 2001 when the Twin Towers were brought down by Al Qaeda. In a few weeks, Germans will “celebrate” the 20th anniversary of 11/9 — that day in 1989 when the Berlin Wall was brought down by one of the greatest manifestations of people power ever seen.
Read the complete article here: http://www.nytimes.com/2009/10/18/opinion/18friedman.html?_r=1&th&emc=th
O campo brasileiro, os Movimentos Sociais e a diversidade cultural
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Postado por
Unknown
em
10/16/2009 05:42:00 AM
Marcadores:
agronegócio,
camponeses,
MST,
revolução verde
Em outubro de 2003, o Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (PRONERA),iniciava, no Rio Grande do Sul, no Instituto de Capacitação e Pesquisa na Reforma Agrária (Iterra), um novo curso: era o Pedagogia da Terra, cuja finalidade era a formação deeducadores para atuarem nos anos iniciais do Ensino Fundamental.
Graças a um Convênio estabelecido entre a Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS) e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), 50 jovens das áreas de Reforma Agrária, entre os milhares de camponeses e camponesas, acessaram mais um curso de nível superior.
Essa foi uma entre as centenas de parcerias estabelecidas com as mais de 50 instituições de ensino médio e superior, ao longo dos 10 anos, que ofereceram condições para que cerca de 400 mil jovens e adultos assentados tivessem se escolarizado e acessado níveismais elevados de escolaridade. Somente neste ano de 2008, estão em processo educativo formal 48 mil estudantes em 134 cursos.
O texto abaixo á parte do estudo: "Discutindo a cultura camponesa no
processo de ensino-aprendizagem em três escolas do sul do Brasil",autores: Luiz Paulo de Almeida,Maria Rosenilda Pingas,Paula Elizabete Pinto,Gelsa Knijnik.
O estudo faz parte de um conjunto que compõe o livro Teoria e prática da educação do campo cuja coordenação é de: Carmen Lucia Bezerra Machado,Christiane Senhorinha Soares Campos e Conceição Paludo. O livro é resultante do Convênio estabelecido entre a Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS) e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA).
O campo brasileiro, os Movimentos Sociais e a diversidade cultural
"Na longa história deste nosso país e agora reforçado na conjuntura contemporânea,com a implementação das políticas neoliberais, dentre elas o agronegócio, o espaço geográfico denominado “campo” pelos trabalhadores organizados é visto como um lugar atrasado porque não se inclui no que é visto como “padrão da sociedade”. Além disso, é rotulado como monótono, sem vida e que apenas serve para produzir alimentos e matéria-prima para o lugar considerado civilizado: a cidade.
Quando os educadores não são camponeses, é essa cultura urbana que é considerada superior e, portanto, a que merece destaque na escola. Os livros didáticos reforçam essa idéia, mostrando o camponês como ingênuo, atrasado, “sem cultura”.
Isso faz com que nos acampamentos e assentamentos, muitas vezes os modos de vida camponesa, seus valores e suas crenças sejam desprezados, até mesmo pelos camponeses. A partir dos parâmetros hegemônicos, é possível compreender como os próprios agricultores se desacreditam, permanecendo num limite de reprodução apenas de seus meios de existência, envergonhados a ponto de negarem sua própria cultura ou abandonarem suas terras em busca de outra vida na cidade, que lhes é apresentada como melhor, mesmo que a maioria acabe indo parar nas favelas, vivendo uma vida desumana.
Por outro lado, há uma invasão cultural de mercado, de compra e venda, de lucro, de exploração não só dos bens materiais como também dos simbólicos. Essa invasão da sociedade capitalista também atinge o campo, principalmente o pequeno camponês que, por muitas vezes, tem seus direitos negados, entre esses a educação escolar, até o próprio reconhecimento de sua profissão e que acaba, muitas vezes, por abandonar o campo e entrar na lógica do capital.
Com esses inúmeros mecanismos de dominação, podemos perceber que já não há mais somente a apropriação da força de trabalho, das riquezas naturais e do poder econômico e político, mas também fica silenciada a cultura popular e no seu lugar se instala uma cultura da ambição, da violência, da destruição e principalmente, uma cultura do consumismo.
Com isso, os camponeses vêem negada sua forma de vida, seu jeito de se relacionar com as outras pessoas e com o mundo e passam a se enxergar como “jecas”, atrasados, sem saber qualquer.
Contudo, toda vez que se produz a negação cultural, a exclusão social e a desigualdade, se instaura a resistência. Assim, uma das maneiras de resistir, permanecendo no campo e se contrapondo à lógica do capital, é passar a fazer parte de um movimento social, como o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra – MST que, por seu jeito de produzir ações e modos de resistência tem grande reconhecimento na sociedade.
Atualmente muitas pessoas estão fazendo um percurso inverso ao feito na chamada Revolução Verde, ao longo das décadas anteriores. Muitas pessoas que haviam abandonado o campo, que possuem suas raízes na agricultura, muitas pessoas jovens, por falta de espaço na sociedade, estão voltando a viver no campo e uma das alternativas encontradas por elas acaba sendo participar do MST.
Essa nova realidade faz com que hoje exista uma diversidade na composição social do MST, que passou a incorporar pessoas oriundas das periferias das grandes cidades, moradores de rua que, em sua condição de marginalizados, buscam no Movimento uma perspectiva de vida. No centro-oeste paranaense, em particular, o movimento hoje acolhe famílias brasiguaias (que retornam ao país após terem buscado alternativas de sobrevivência, há 30 ou 40 anos, no Paraguai).
Toda essa diversidade social e cultural faz com que aquilo que é comumente chamado de cultura camponesa precise ser re-significado. Assim, o conjunto do MST vai adquirindo formas diferentes de viver, hábitos, costumes, posturas, modo de trabalhar e produzir sua existência, de se relacionar com as pessoas, de educar os filhos. Isso forma os valores desse meio, que não são os mesmos dos camponeses de uma década atrás.
Porém, muitas coisas da cultura camponesa precisam ser resgatadas, como a mística vivida no cotidiano dos camponeses, que sempre foi pouca estudada ou percebida e que recarrega suas energias; e o mutirão, puxirão ou trabalho cooperado, outro símbolo forte da vida camponesa e que foi aos poucos sendo abafado pelo domínio do capital.
Outro aprendizado camponês que é preciso resgatar pode ser sintetizado pelo ditado: “Temos que ter a garantia da próxima planta”, que implica saber guardar as sementes para que não se estraguem, cuidando o período da “lua boa” para o plantio e a colheita.
Assim, fica resgatada uma grande marca da cultura camponesa: a resistência, pois carrega o fardo do seu desaparecimento por antecipação e, mesmo assim, insiste em germinar e dar sinal de vida.
Acesse o livro neste link: http://www.nead.org.br/index.php?acao=biblioteca&publicacaoID=366
Graças a um Convênio estabelecido entre a Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS) e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), 50 jovens das áreas de Reforma Agrária, entre os milhares de camponeses e camponesas, acessaram mais um curso de nível superior.
Essa foi uma entre as centenas de parcerias estabelecidas com as mais de 50 instituições de ensino médio e superior, ao longo dos 10 anos, que ofereceram condições para que cerca de 400 mil jovens e adultos assentados tivessem se escolarizado e acessado níveismais elevados de escolaridade. Somente neste ano de 2008, estão em processo educativo formal 48 mil estudantes em 134 cursos.
O texto abaixo á parte do estudo: "Discutindo a cultura camponesa no
processo de ensino-aprendizagem em três escolas do sul do Brasil",autores: Luiz Paulo de Almeida,Maria Rosenilda Pingas,Paula Elizabete Pinto,Gelsa Knijnik.
O estudo faz parte de um conjunto que compõe o livro Teoria e prática da educação do campo cuja coordenação é de: Carmen Lucia Bezerra Machado,Christiane Senhorinha Soares Campos e Conceição Paludo. O livro é resultante do Convênio estabelecido entre a Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS) e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA).
O campo brasileiro, os Movimentos Sociais e a diversidade cultural
"Na longa história deste nosso país e agora reforçado na conjuntura contemporânea,com a implementação das políticas neoliberais, dentre elas o agronegócio, o espaço geográfico denominado “campo” pelos trabalhadores organizados é visto como um lugar atrasado porque não se inclui no que é visto como “padrão da sociedade”. Além disso, é rotulado como monótono, sem vida e que apenas serve para produzir alimentos e matéria-prima para o lugar considerado civilizado: a cidade.
Quando os educadores não são camponeses, é essa cultura urbana que é considerada superior e, portanto, a que merece destaque na escola. Os livros didáticos reforçam essa idéia, mostrando o camponês como ingênuo, atrasado, “sem cultura”.
Isso faz com que nos acampamentos e assentamentos, muitas vezes os modos de vida camponesa, seus valores e suas crenças sejam desprezados, até mesmo pelos camponeses. A partir dos parâmetros hegemônicos, é possível compreender como os próprios agricultores se desacreditam, permanecendo num limite de reprodução apenas de seus meios de existência, envergonhados a ponto de negarem sua própria cultura ou abandonarem suas terras em busca de outra vida na cidade, que lhes é apresentada como melhor, mesmo que a maioria acabe indo parar nas favelas, vivendo uma vida desumana.
Por outro lado, há uma invasão cultural de mercado, de compra e venda, de lucro, de exploração não só dos bens materiais como também dos simbólicos. Essa invasão da sociedade capitalista também atinge o campo, principalmente o pequeno camponês que, por muitas vezes, tem seus direitos negados, entre esses a educação escolar, até o próprio reconhecimento de sua profissão e que acaba, muitas vezes, por abandonar o campo e entrar na lógica do capital.
Com esses inúmeros mecanismos de dominação, podemos perceber que já não há mais somente a apropriação da força de trabalho, das riquezas naturais e do poder econômico e político, mas também fica silenciada a cultura popular e no seu lugar se instala uma cultura da ambição, da violência, da destruição e principalmente, uma cultura do consumismo.
Com isso, os camponeses vêem negada sua forma de vida, seu jeito de se relacionar com as outras pessoas e com o mundo e passam a se enxergar como “jecas”, atrasados, sem saber qualquer.
Contudo, toda vez que se produz a negação cultural, a exclusão social e a desigualdade, se instaura a resistência. Assim, uma das maneiras de resistir, permanecendo no campo e se contrapondo à lógica do capital, é passar a fazer parte de um movimento social, como o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra – MST que, por seu jeito de produzir ações e modos de resistência tem grande reconhecimento na sociedade.
Atualmente muitas pessoas estão fazendo um percurso inverso ao feito na chamada Revolução Verde, ao longo das décadas anteriores. Muitas pessoas que haviam abandonado o campo, que possuem suas raízes na agricultura, muitas pessoas jovens, por falta de espaço na sociedade, estão voltando a viver no campo e uma das alternativas encontradas por elas acaba sendo participar do MST.
Essa nova realidade faz com que hoje exista uma diversidade na composição social do MST, que passou a incorporar pessoas oriundas das periferias das grandes cidades, moradores de rua que, em sua condição de marginalizados, buscam no Movimento uma perspectiva de vida. No centro-oeste paranaense, em particular, o movimento hoje acolhe famílias brasiguaias (que retornam ao país após terem buscado alternativas de sobrevivência, há 30 ou 40 anos, no Paraguai).
Toda essa diversidade social e cultural faz com que aquilo que é comumente chamado de cultura camponesa precise ser re-significado. Assim, o conjunto do MST vai adquirindo formas diferentes de viver, hábitos, costumes, posturas, modo de trabalhar e produzir sua existência, de se relacionar com as pessoas, de educar os filhos. Isso forma os valores desse meio, que não são os mesmos dos camponeses de uma década atrás.
Porém, muitas coisas da cultura camponesa precisam ser resgatadas, como a mística vivida no cotidiano dos camponeses, que sempre foi pouca estudada ou percebida e que recarrega suas energias; e o mutirão, puxirão ou trabalho cooperado, outro símbolo forte da vida camponesa e que foi aos poucos sendo abafado pelo domínio do capital.
Outro aprendizado camponês que é preciso resgatar pode ser sintetizado pelo ditado: “Temos que ter a garantia da próxima planta”, que implica saber guardar as sementes para que não se estraguem, cuidando o período da “lua boa” para o plantio e a colheita.
Assim, fica resgatada uma grande marca da cultura camponesa: a resistência, pois carrega o fardo do seu desaparecimento por antecipação e, mesmo assim, insiste em germinar e dar sinal de vida.
Acesse o livro neste link: http://www.nead.org.br/index.php?acao=biblioteca&publicacaoID=366
AGRICULTURA FAMILIAR E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Como expressa a Profa. Nazareth Wanderley “A agricultura familiar não é uma categoria social recente, nem a ela corresponde uma categoria analítica nova na sociologia rural. No entanto, sua utilização, com o significado e abrangência que lhe tem sido atribuído nos últimos anos, no Brasil, assume ares de novidade e renovação” (WANDERLEY, 2001: 21).
Muitas terminologias foram empregadas historicamente para se referir ao mesmo sujeito: camponês, pequeno produtor, lavrador, agricultor de subsistência, agricultor familiar. A substituição de termos obedece, em parte, à própria evolução do contexto social e às transformações sofridas por esta categoria, mas é resultado também de novas percepções sobre o mesmo sujeito social.
A partir dos anos 90 vem se observando um crescente interesse pela agricultura familiar no Brasil. Este interesse se materializou em políticas públicas, como o PRONAF (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar) e na criação do MDA (Ministério do Desenvolvimento Agrário), além do revigoramento da Reforma Agrária. A formulação das políticas favoráveis à agricultura familiar e à Reforma Agrária obedeceu, em boa medida, às reivindicações das organizações de trabalhadores rurais e à pressão dos movimentos sociais organizados, mas está fundamentada também em formulações conceituais desenvolvidas pela comunidade acadêmica nacional e apoiada em modelos de interpretação de agências multilaterais, como a FAO, o IICA e o Banco Mundial.
Contudo, não se pode afirmar que este segmento tenha sido reconhecido como prioridade pelos governos, haja vista que a agricultura patronal tem concentrado, nos últimos anos, mais de 70% do crédito disponibilizado para financiar a agricultura nacional. Assim, há hoje dois projetos em pugna os para o campo no Brasil. O primeiro é um enfoque setorial, cuja preocupação central está na expansão da produção e da produtividade agropecuária, na incorporação de tecnologia e na competitividade do chamado agribusiness. Este enfoque se articula em torno dos interesses empresariais dos diversos segmentos que compõem o agronegócio e está claramente representado no Ministério da Agricultura.
Em contraposição, o segundo enfoque enfatiza os aspectos sociais e ambientais do processo de desenvolvimento, de acordo com o que vem se denominando a sustentabilidade do desenvolvimento rural, que procura equilibrar a dimensão econômica, social e ambiental do desenvolvimento.
Este segundo enfoque tem escolhido a agricultura familiar como um dos seus pilares chaves. Uma pesquisa realizada pela FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação) e pelo INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), cujo objetivo principal era estabelecer as diretrizes para um “modelo de desenvolvimento sustentável”, escolheu-se como forma de classificar os estabelecimentos agropecuários brasileiros a separação entre dois modelos: “patronal” e “familiar”. Os primeiros teriam como característica a completa separação entre gestão e trabalho, a organização descentralizada e ênfase na especialização.
O modelo familiar teria como característica a relação íntima entre trabalho e gestão, a direção do processo produtivo conduzido pelos proprietários, a ênfase na diversificação produtiva e na durabilidade dos recursos e na qualidade de vida, a utilização do trabalho assalariado em caráter complementar e a tomada de decisões imediatas, ligadas ao alto grau de imprevisibilidade do processo produtivo (FAO/INCRA, 1994).
A escolha da agricultura familiar está relacionada com multifuncionalidade da agricultura familiar, que além de produzir alimentos e matérias-primas, gera mais de 80% da ocupação no setor rural e favorece o emprego de práticas produtivas ecologicamente mais equilibradas, como a diversificação de cultivos, o menor uso de insumos industriais e a preservação do patrimônio genético.
Assim, o meio rural, sempre visto como fonte de problemas, hoje aparece também como portador de soluções, vinculadas à melhoria do emprego e da qualidade de vida (WANDERLEY, 2002). Este enfoque é representado também pelo Prof. José Eli da Veiga e colaboradores no documento “O Brasil Rural precisa de uma Estratégia de Desenvolvimento”, onde os autores sugerem que o projeto de desenvolvimento para o Brasil rural deve visar a maximização das oportunidades de desenvolvimento humano em todas as regiões do país diversificando as economias locais a começar pela própria agropecuária. Em reportagem publicada pela Revista Rumos em novembro-dezembro de 2003, o mesmo Prof. José Eli da Veiga observa o brutal poder devorador de postos de trabalho da atual modernização das grandes lavouras, exemplificado no caso da cana-de-açúcar, onde a demanda de força de trabalho foi cortada pela metade nos anos 90, apesar da expansão de 10% da área cultivada.
Leia o artigo completo escrito por Alicia Ruiz Olaldeo aqui
4ª Edição da Sala Caatinga Cerrado na ExpoSustentat América Latina 2009
por Catharina Vale - GTZ
Agricultura familiar e volume de negócios – A agricultura familiar é responsável por cerca de 10%do PIB nacional e por 70% dos alimentos consumidos pelos brasileiros. Em relação à agricultura orgânica, ela corresponde a 80% dos mais de 20 mil produtores orgânicos brasileiros e apresenta grande potencial para crescer de forma sustentável. A Sala Caatinga Cerrado contribui ativamente para que as famílias produtoras continuem se profissionalizando e se desenvolvendo.
Em 2008 o investimento realizado para a participação na feira foi compensado. Seis meses após a feira, os agricultores já haviam concretizado um volume de negócio 5 vezes maior que o investido.
Uma comprovação de que a participação profissional na ExpoSustentat América Latina rende bons negócios para todos. Somando os negócios que foram iniciados pelos 26 empreendimentos que participaram da ExpoSustentat de 2008, até junho de 2009 foi efetivamente comercializado cerca de R$ 1.721.000,00.
Empresa e negócios de destaque – O Setor Empresarial também está atento para as oportunidades de parceria com as famílias agricultoras. O Plano Nacional de Promoção das Cadeias de Produtos da Sociobiodiversidade do Governo Federal promove o envolvimento das empresas. Na primeira fase do
Plano Nacional a cadeia do Babaçu tem destaque e foi priorizada juntamente com a Castanha do Brasil. Juntas, essas cadeias de importância socioeconômica geram em torno de R$ 160 milhões de negócios ao ano e envolvem cerca de 500 mil famílias. O Babaçu é vastamente encontrado no Maranhão, Piauí, Tocantins e no Ceará.
Fatos e Dados
Biomas Caatinga Cerrado
• Os biomas cobrem 35% do território nacional
• São dois dos biomas mais ricos do mundo em termos de biodiversidade
• Guarda rios e nascentes importantes, com destaque para: bacia do Parnaíba, bacia do SãoFrancisco,
• Abriga 40% da agricultura familiar nacional
• Grande diversidade sociocultural e produtiva
Sobre a Iniciativa Caatinga Cerrado:
· Rede de articulação permanente e em constante crescimento composta por: 20 redes, 200 empreendimentos e 20 mil famílias
· Atuação: 14 estados brasileiros
· Parceria com o Governo Federal, Cooperação Alemã e organizações não-governamentais
· Exemplo de produtos: castanha de cajú e de caru; licuri, pequi e derivados; mel de abelhas(apis e nativas) e café; frutas in natura; doces e geléias de frutas nativas,madeira reaproveitadas, palha de bananeira e em couro; biojoias; e tecelagem.
· Apoio: Governo Federal – Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), da Integração Nacional (MIN) e do Meio Ambiente (MMA); Codevasf; ISPN; Agendah; Agências da Cooperação Alemã: DED e GTZ e Fundação Konrad Adenauer no Brasil.Histórico da Sala Caatinga Cerrado.
Mais informações: http://www.caatingacerrado.com.br/
Sala Caatinga Cerrado: http://www.biofach-americalatina.com.br/09-portinfo.htm
Extraído de pressrelease de Sala Caatinga Cerrado 2009.
Agricultura familiar e volume de negócios – A agricultura familiar é responsável por cerca de 10%do PIB nacional e por 70% dos alimentos consumidos pelos brasileiros. Em relação à agricultura orgânica, ela corresponde a 80% dos mais de 20 mil produtores orgânicos brasileiros e apresenta grande potencial para crescer de forma sustentável. A Sala Caatinga Cerrado contribui ativamente para que as famílias produtoras continuem se profissionalizando e se desenvolvendo.
Em 2008 o investimento realizado para a participação na feira foi compensado. Seis meses após a feira, os agricultores já haviam concretizado um volume de negócio 5 vezes maior que o investido.
Uma comprovação de que a participação profissional na ExpoSustentat América Latina rende bons negócios para todos. Somando os negócios que foram iniciados pelos 26 empreendimentos que participaram da ExpoSustentat de 2008, até junho de 2009 foi efetivamente comercializado cerca de R$ 1.721.000,00.
Empresa e negócios de destaque – O Setor Empresarial também está atento para as oportunidades de parceria com as famílias agricultoras. O Plano Nacional de Promoção das Cadeias de Produtos da Sociobiodiversidade do Governo Federal promove o envolvimento das empresas. Na primeira fase do
Plano Nacional a cadeia do Babaçu tem destaque e foi priorizada juntamente com a Castanha do Brasil. Juntas, essas cadeias de importância socioeconômica geram em torno de R$ 160 milhões de negócios ao ano e envolvem cerca de 500 mil famílias. O Babaçu é vastamente encontrado no Maranhão, Piauí, Tocantins e no Ceará.
Fatos e Dados
Biomas Caatinga Cerrado
• Os biomas cobrem 35% do território nacional
• São dois dos biomas mais ricos do mundo em termos de biodiversidade
• Guarda rios e nascentes importantes, com destaque para: bacia do Parnaíba, bacia do SãoFrancisco,
• Abriga 40% da agricultura familiar nacional
• Grande diversidade sociocultural e produtiva
Sobre a Iniciativa Caatinga Cerrado:
· Rede de articulação permanente e em constante crescimento composta por: 20 redes, 200 empreendimentos e 20 mil famílias
· Atuação: 14 estados brasileiros
· Parceria com o Governo Federal, Cooperação Alemã e organizações não-governamentais
· Exemplo de produtos: castanha de cajú e de caru; licuri, pequi e derivados; mel de abelhas(apis e nativas) e café; frutas in natura; doces e geléias de frutas nativas,madeira reaproveitadas, palha de bananeira e em couro; biojoias; e tecelagem.
· Apoio: Governo Federal – Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), da Integração Nacional (MIN) e do Meio Ambiente (MMA); Codevasf; ISPN; Agendah; Agências da Cooperação Alemã: DED e GTZ e Fundação Konrad Adenauer no Brasil.Histórico da Sala Caatinga Cerrado.
Mais informações: http://www.caatingacerrado.com.br/
Sala Caatinga Cerrado: http://www.biofach-americalatina.com.br/09-portinfo.htm
Extraído de pressrelease de Sala Caatinga Cerrado 2009.
São Paulo é o primeiro Estado a aprovar meta de redução de emissões de CO2/////////Blog Action Day///////
A Assembleia Legislativa de São Paulo aprovou ontem à noite a Política Estadual de Mudanças Climáticas. A lei prevê que o Estado reduza em 20% suas emissões de gás carbônico (CO2) até 2020, em relação aos níveis de 2005. A cada cinco anos, até 2020, o governo poderá fixar metas intermediárias para atingir o objetivo. O projeto segue para sanção do governador José Serra (PSDB).
Essa é a primeira lei estadual com meta de corte de gases de efeito estufa aprovada no País. A lei municipal de mudança climática, aprovada em junho na capital paulista, tem meta mais ambiciosa: cortar, até 2012, em 30% as emissões de gases-estufa, em relação aos valores verificados em inventário concluído em 2005.
O secretário do Meio Ambiente de São Paulo, Xico Graziano, considerou a aprovação uma vitória e ressaltou que houve oposição do setor industrial à lei, em razão da imposição do corte de CO2, principal gás causador do aquecimento global. Para ele, o Estado saiu na frente dos demais e do governo federal na questão e pode agora ser “copiado”. “Agora São Paulo tem uma lei moderna, com compromissos. O Estado não tem medo da agenda de mudança do clima. Entendemos o desafio como oportunidade para construir uma economia verde.”
O maior foco do governo para a redução das emissões será o setor de transporte. A lei prevê, por exemplo, a adoção de metas para a implantação de rede metroferroviária, de corredores de ônibus e de um bilhete único para incentivar o uso do transporte público.
O deputado estadual Vaz de Lima (PSDB), líder do governo na Assembleia Legislativa, acredita que o Estado dá um exemplo para o Brasil de como atacar de forma efetiva o problema das emissões. “São Paulo vai levar essa experiência para Copenhague no início de dezembro”, afirma Vaz de Lima. Lá acontecerá a conferência do clima da ONU, na qual os países industrializados precisam definir que metas de redução de emissão de gases de efeito estufa adotarão a partir de 2013. Países em desenvolvimento, como o Brasil, não precisam ter metas obrigatórias, mas devem agir para alterar a curva de crescimento das emissões.
A lei estadual também estipula que sejam adotadas metas de eficiência para os diversos setores da economia e que, a cada cinco anos, seja publicado um inventário de emissões discriminado por fontes de emissão. O primeiro deverá ser comunicado até dezembro de 2010.
CONVERSA MOLE
O deputado estadual Adriano Diogo (PT), que já foi secretário municipal do Meio Ambiente em São Paulo, chamou a legislação de clima do Estado de “lei chuchu”. “É incolor, inodora e insípida – e muito vaga. Não fala na queima da palha da cana e não acena com a implantação da inspeção veicular nem com a redução da poluição dos combustíveis.” Para ele, a lei não passa de “conversa mole”. Em sua avaliação, pelo fato de o Estado ainda não ter inventário e não sabe quanto é sua emissão, a meta é vazia.
AÇOES PREVENTIVAS
Meta: Reduzir em 20% as emissões de CO2, relativas a 2005, em 2020. O Executivo pode fixar metas intermediárias a cada cinco anos
Inventário: O Estado deve publicar um inventário das emissões de gases-estufa em dezembro de 2010, que vai nortear as metas
Transporte: Um plano de transporte sustentável deve ser apresentado em até um ano
Licitação: Deve ser organizado um modelo de licitação pública sustentável em até um ano
Adaptação: Deve ser elaborado um plano participativo de adaptação aos efeitos das mudanças climáticas, contemplando catástrofes de origem climática, em até dois anos
Carros: O Estado tornará públicos, em até seis meses, os dados sobre emissões de gases-estufa e outros poluentes dos veículos homologados pelo Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve)
Zoneamento: O governo tem até dois anos para implantar o Zoneamento Econômico Ecológico
Reportagem de Afra Balazina e Alexandre Gonçalves, O Estado de S. Paulo.
EcoDebate, 15/10/2009.
Essa é a primeira lei estadual com meta de corte de gases de efeito estufa aprovada no País. A lei municipal de mudança climática, aprovada em junho na capital paulista, tem meta mais ambiciosa: cortar, até 2012, em 30% as emissões de gases-estufa, em relação aos valores verificados em inventário concluído em 2005.
O secretário do Meio Ambiente de São Paulo, Xico Graziano, considerou a aprovação uma vitória e ressaltou que houve oposição do setor industrial à lei, em razão da imposição do corte de CO2, principal gás causador do aquecimento global. Para ele, o Estado saiu na frente dos demais e do governo federal na questão e pode agora ser “copiado”. “Agora São Paulo tem uma lei moderna, com compromissos. O Estado não tem medo da agenda de mudança do clima. Entendemos o desafio como oportunidade para construir uma economia verde.”
O maior foco do governo para a redução das emissões será o setor de transporte. A lei prevê, por exemplo, a adoção de metas para a implantação de rede metroferroviária, de corredores de ônibus e de um bilhete único para incentivar o uso do transporte público.
O deputado estadual Vaz de Lima (PSDB), líder do governo na Assembleia Legislativa, acredita que o Estado dá um exemplo para o Brasil de como atacar de forma efetiva o problema das emissões. “São Paulo vai levar essa experiência para Copenhague no início de dezembro”, afirma Vaz de Lima. Lá acontecerá a conferência do clima da ONU, na qual os países industrializados precisam definir que metas de redução de emissão de gases de efeito estufa adotarão a partir de 2013. Países em desenvolvimento, como o Brasil, não precisam ter metas obrigatórias, mas devem agir para alterar a curva de crescimento das emissões.
A lei estadual também estipula que sejam adotadas metas de eficiência para os diversos setores da economia e que, a cada cinco anos, seja publicado um inventário de emissões discriminado por fontes de emissão. O primeiro deverá ser comunicado até dezembro de 2010.
CONVERSA MOLE
O deputado estadual Adriano Diogo (PT), que já foi secretário municipal do Meio Ambiente em São Paulo, chamou a legislação de clima do Estado de “lei chuchu”. “É incolor, inodora e insípida – e muito vaga. Não fala na queima da palha da cana e não acena com a implantação da inspeção veicular nem com a redução da poluição dos combustíveis.” Para ele, a lei não passa de “conversa mole”. Em sua avaliação, pelo fato de o Estado ainda não ter inventário e não sabe quanto é sua emissão, a meta é vazia.
AÇOES PREVENTIVAS
Meta: Reduzir em 20% as emissões de CO2, relativas a 2005, em 2020. O Executivo pode fixar metas intermediárias a cada cinco anos
Inventário: O Estado deve publicar um inventário das emissões de gases-estufa em dezembro de 2010, que vai nortear as metas
Transporte: Um plano de transporte sustentável deve ser apresentado em até um ano
Licitação: Deve ser organizado um modelo de licitação pública sustentável em até um ano
Adaptação: Deve ser elaborado um plano participativo de adaptação aos efeitos das mudanças climáticas, contemplando catástrofes de origem climática, em até dois anos
Carros: O Estado tornará públicos, em até seis meses, os dados sobre emissões de gases-estufa e outros poluentes dos veículos homologados pelo Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve)
Zoneamento: O governo tem até dois anos para implantar o Zoneamento Econômico Ecológico
Reportagem de Afra Balazina e Alexandre Gonçalves, O Estado de S. Paulo.
EcoDebate, 15/10/2009.
Mudanças climáticas:O Valor das Convergencias
As empresas brasileiras estão mobilizando-se para prover o Governo Brasileiro com o suporte adequado afim de que na reunião entre os 190 países, COP15, á acontecer em dezembro próximo em Copenhague-Dinamarca; o Brasil possa assumir um papel coerente e de liderança mundial na questão climática.
Há algumas semanas atrás postamos o Manifesto da Agroindustria; Aliança Brasileira pelo Clima http://sendosustentavel.blogspot.com/2009/09/sao-paulo-2-de-setembro-de-2009-catorze.html ; hoje segue o Manifesto da Industrias, publicado pela FIESP.
Trata-se da mobilização das entidades empresariais brasileiras em prol de um Acordo Climático Global.
Alguns trechos do Manifesto da FIESP:
"Os efeitos sociais, econômicos e ambientais das mudanças climáticas
apresentam-se como grandes desafios desta e das próximas gerações. Sua avaliação está embasada em estudos científicos e econômicos conduzidos pelo Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) e aceitos pela comunidade internacional. Eles apontam alterações parcialmente inevitáveis, mas que podem e devem ser mitigadas por iniciativas públicas e privadas no sentido de reduzir as emissões de Gases de Efeito Estufa.
Brasil na Economia de Baixo Carbono
O que para o mundo será o futuro, no Brasil já é o presente. Ao mesmo tempo em que os países ricos criaram historicamente um passivo ambiental, o Brasil desenvolveu uma verdadeira Economia Verde.
O Brasil construiu uma matriz energética limpa, baseada em fontes hidráulicas e em biocombustíveis. Nosso País já utiliza 46% de fontes renováveis, enquanto a média mundial é de 12%, ante 6% nos países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Antecipamo-nos ao criar um programa de biocombustíveis — único no mundo —, desenvolvendo novas tecnologias, invejáveis a qualquer nação, a exemplo da produção e uso em larga escala de etanol a partir da cana-deaçúcar.
Este combustível inovador produzido no Brasil reduz, em até 90%, as emissões de CO2 na atmosfera quando comparado à gasolina. A adição de 10% de etanol brasileiro a toda gasolina consumida no mundo reduziria, em até 9%, o total de emissões provocadas pela utilização deste combustível em automóveis.
No processo de transição para uma economia global de baixo carbono, o Brasil já apresenta vantagens em relação a outros países: produtos e serviços com baixa intensidade de carbono. Tais pontos positivos devem ser aproveitados tendo em vista o aumento da nossa competitividade no mercado global. Isso garantiria ao País uma boa posição econômica no futuro, já que os investimentos a serem previstos pelos setores público e privado deverão levar em consideração as consequências que o aquecimento global poderá acarretar.
O vanguardismo dessas bem-sucedidas experiências coloca o nosso País em posição estratégica para servir de exemplo e liderar a necessária transição à economia global de baixo carbono. E, também, garante ao Brasil uma posição privilegiada nas discussões da 15ª Conferência das Partes da Convenção do Clima (COP-15), que a Organização das Nações Unidas (ONU) realizará em dezembro próximo, na Dinamarca.
Panorama Internacional
Em 2007, os países desenvolvidos comprometeram-se com grandes cortes de emissões de gases de efeito estufa no médio e longo prazo, buscando estabilizar o aumento da temperatura da Terra em aproximadamente 2ºC. Segundo o IPCC, para que este objetivo seja alcançado é necessária uma redução efetiva de emissão de gases de efeito estufa nas nações desenvolvidas, em aproximadamente 80%, até 2050, tendo 1990 como ano base.
O IPCC sugere que os países desenvolvidos reduzam pelo menos de 25% a 40% suas emissões até 2020. Entretanto, as posturas até aqui anunciadas nas negociações internacionais mostram que há forte probabilidade de estas metas não serem alcançadas, colocando em risco a Conferência de Copenhague.
Os Estados Unidos, que até há pouco tempo se mostravam alheios ao processo negociador e às ações significativas de mitigação, começaram a se posicionar nos últimos meses. Um projeto de lei aprovado na Câmara do Deputados norte-americana aguarda o parecer do Senado. No entanto, essa proposta reflete uma tímida evolução no debate sobre esforços internos dos EUA na redução de gases de efeito estufa. Prevendo apenas 17% de diminuição de emissões, tendo 2005 como ano base, representaria apenas uma redução de 4,5% em relação a 1990. Trata-se, portanto, de um esforço muito inferior àquele apropriado para a mitigação acordada em nível
internacional.
Ademais, a soma das emissões dos Estados Unidos, União Europeia, Japão e China representa 80% do total do mundo. O Brasil não responde sequer por 2% e os outros países em desenvolvimento, menos de 20%. Isso demonstra que a estratégia internacional de implantação de uma economia de baixo carbono depende do comprometimento real dos maiores emissores, no médio e longo prazo, com reduções significativas das suas emissões. Com relação aos países em desenvolvimento, o Protocolo(...)"
Leia o Manifesto em sua íntegra aqui.
Há algumas semanas atrás postamos o Manifesto da Agroindustria; Aliança Brasileira pelo Clima http://sendosustentavel.blogspot.com/2009/09/sao-paulo-2-de-setembro-de-2009-catorze.html ; hoje segue o Manifesto da Industrias, publicado pela FIESP.
Trata-se da mobilização das entidades empresariais brasileiras em prol de um Acordo Climático Global.
Alguns trechos do Manifesto da FIESP:
"Os efeitos sociais, econômicos e ambientais das mudanças climáticas
apresentam-se como grandes desafios desta e das próximas gerações. Sua avaliação está embasada em estudos científicos e econômicos conduzidos pelo Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) e aceitos pela comunidade internacional. Eles apontam alterações parcialmente inevitáveis, mas que podem e devem ser mitigadas por iniciativas públicas e privadas no sentido de reduzir as emissões de Gases de Efeito Estufa.
Brasil na Economia de Baixo Carbono
O que para o mundo será o futuro, no Brasil já é o presente. Ao mesmo tempo em que os países ricos criaram historicamente um passivo ambiental, o Brasil desenvolveu uma verdadeira Economia Verde.
O Brasil construiu uma matriz energética limpa, baseada em fontes hidráulicas e em biocombustíveis. Nosso País já utiliza 46% de fontes renováveis, enquanto a média mundial é de 12%, ante 6% nos países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Antecipamo-nos ao criar um programa de biocombustíveis — único no mundo —, desenvolvendo novas tecnologias, invejáveis a qualquer nação, a exemplo da produção e uso em larga escala de etanol a partir da cana-deaçúcar.
Este combustível inovador produzido no Brasil reduz, em até 90%, as emissões de CO2 na atmosfera quando comparado à gasolina. A adição de 10% de etanol brasileiro a toda gasolina consumida no mundo reduziria, em até 9%, o total de emissões provocadas pela utilização deste combustível em automóveis.
No processo de transição para uma economia global de baixo carbono, o Brasil já apresenta vantagens em relação a outros países: produtos e serviços com baixa intensidade de carbono. Tais pontos positivos devem ser aproveitados tendo em vista o aumento da nossa competitividade no mercado global. Isso garantiria ao País uma boa posição econômica no futuro, já que os investimentos a serem previstos pelos setores público e privado deverão levar em consideração as consequências que o aquecimento global poderá acarretar.
O vanguardismo dessas bem-sucedidas experiências coloca o nosso País em posição estratégica para servir de exemplo e liderar a necessária transição à economia global de baixo carbono. E, também, garante ao Brasil uma posição privilegiada nas discussões da 15ª Conferência das Partes da Convenção do Clima (COP-15), que a Organização das Nações Unidas (ONU) realizará em dezembro próximo, na Dinamarca.
Panorama Internacional
Em 2007, os países desenvolvidos comprometeram-se com grandes cortes de emissões de gases de efeito estufa no médio e longo prazo, buscando estabilizar o aumento da temperatura da Terra em aproximadamente 2ºC. Segundo o IPCC, para que este objetivo seja alcançado é necessária uma redução efetiva de emissão de gases de efeito estufa nas nações desenvolvidas, em aproximadamente 80%, até 2050, tendo 1990 como ano base.
O IPCC sugere que os países desenvolvidos reduzam pelo menos de 25% a 40% suas emissões até 2020. Entretanto, as posturas até aqui anunciadas nas negociações internacionais mostram que há forte probabilidade de estas metas não serem alcançadas, colocando em risco a Conferência de Copenhague.
Os Estados Unidos, que até há pouco tempo se mostravam alheios ao processo negociador e às ações significativas de mitigação, começaram a se posicionar nos últimos meses. Um projeto de lei aprovado na Câmara do Deputados norte-americana aguarda o parecer do Senado. No entanto, essa proposta reflete uma tímida evolução no debate sobre esforços internos dos EUA na redução de gases de efeito estufa. Prevendo apenas 17% de diminuição de emissões, tendo 2005 como ano base, representaria apenas uma redução de 4,5% em relação a 1990. Trata-se, portanto, de um esforço muito inferior àquele apropriado para a mitigação acordada em nível
internacional.
Ademais, a soma das emissões dos Estados Unidos, União Europeia, Japão e China representa 80% do total do mundo. O Brasil não responde sequer por 2% e os outros países em desenvolvimento, menos de 20%. Isso demonstra que a estratégia internacional de implantação de uma economia de baixo carbono depende do comprometimento real dos maiores emissores, no médio e longo prazo, com reduções significativas das suas emissões. Com relação aos países em desenvolvimento, o Protocolo(...)"
Leia o Manifesto em sua íntegra aqui.
Moving Stars and Earth for Water
MOSCOU, 12 de outubro /PRNewswire/ -- Guy Laliberte, fundador do
Cirque du Soleil e da ONE DROP(TM) Foundation, divulgou o conceito
artístico por trás da sua missão poética social a ser realizada na
International Space Station (ISS - Estação Espacial Internacional).
Este é o primeiro evento artístico e social de origem espacial.
Para visualizar o News Release de multimídia, acesse:
http://multivu.prnewswire.com/mnr/cirquedusoleil/40521/
Com o tema "Moving Stars and Earth for Water" (Movendo o Céu e a
Terra para Obter Água) a missão poética social foi realizado no dia 9
de outubro de 2009 (GMT) simultaneamente em 14 cidades do mundo.
Durante 120 minutos, a Terra contemplou as estrelas e vibrou ao
ritmo dos artistas e figuras mundialmente conhecidas que demonstraram
o seu compromisso para com a água e fizeram uma homenagem a este
recurso natural de importância vital.
14 cidades em cinco continentes... e o espaço
O evento foi realizado simultaneamente às 20:00 (EDT - Horário da
Costa Leste dos EUA, -4 GMT) em Montreal, Moscou, Santa Monica,
Cidade de Nova York, Johanesburgo, Bombaim, Marrakesh, Sydney, Tóquio,
Tampa, Cidade do México, Rio de Janeiro, Paris, Londres e
International Space Station.
Sustentável Mundo Desenvolvido??
(clique sobre o gráfico para obter melhor leitura)
por Laércio Bruno Filho
As lideranças dos países desenvolvidos, ricos, não pretendem estabelecer metas efetivas de redução dos gases que provocam o efeito estufa. Países como Japão e Noruega arriscam-se a assumir posições; até agora isoladas no grupo dos Desenvolvidos; de reduções de emissões mais ousadas,aliás como tem que ser segundo os cientistas, para não provocar o cenário catastrófico com os 2 graus centigrados adicionais.
Metas Efetivas
Os cientistas afirmam e enfatizam que a redução deverá ser de até 40% de redução nas emissões de GEE nos padrões-base de 1990, durante o periodo 2012 até o ano de 2020. Isto significa que durante este período todas as nações, principalmente as desenvolvidas, "devem" reduzir sua emissões em 40%, tomando-se por base as emissões medidas no ano de 1990. Hoje após muita discussão, há uma concordancia inicial, ainda não formalizada em torno de do estabelecimento 23% de redução.
Isto signfica um corte considerável, mas ainda distante dos necessários 40%. Quando se fala em reduzir emissões, isto significa reduzir produção, consumo,"way of life" e isto os países desenvolvidos não querem, alegam por exemplo, que provocarará desemprego, recessão, riscos à economia local.
Estes países desejam reduzir pouco sua emissões.
EUA por exemplo, apesar de todo o alvoroço provocado por Obama, apresenta um simplório plano de redução de apenas 4% em relação à 1990, que deve ainda passar por aprovação interna do congresso local,enquanto que o Tratado de Kyoto(vigente) propõe 5,2%. Os EUA não o assinaram, não vão e não desejam sua continuidade.
Importante sempre lembrar que as emissões de gases que provocam o esfeito estufa e como consequencia o Aquecimento Global são resultantes da revolução industrial, originada no hemisfério norte, na segunda metade do século 19. Foi a partir deste evento que se consagraram as nações desenvolvidas e a geopolitica mundial vigente até hoje
Posição dos Países emergentes
Por outro lado, os países emergentes, Brasil , China e India, estão sendo fortemente pressionados pela mesma comunidade Desenvolvida para que assumam expressivas metas de redução de emissão dos GEE. Pois são diretamente acusados de que para alavancarem o seu crescimento e se tornarem países desenvolvidos, poluirão mais ainda o mundo.
A mensagem é clara.
Brasil, China e India, não concordam em assumir metas de redução, pois isto significaria sacrificar ainda mais seu desenvolvimento e crescimento, estagnando-os e mantendo-os em eterna dependencia dos Desenvolvidos.
Este é o grande impasse surgido já há anos atrás; apenas que agora, com toda a atenção mundial voltada sobre este encontro em Copenhaguen , ele vem à tona e adquire a sua real proporção. O que é grave.
Mostra o quão Sustentável é o mundo desenvolvido!
Já há uma corrente de opiniões se formando na direção de que este será mais um Encontro entre as Partes onde a vontade do mundo desenvolvido prevalecerá sobre os demais.
E o mundo continuará sem um termo politico definido entre as nações para aplacar o aquecimento global e suas consequencias que prejudicarão, inquestionavelmente,os países mais pobres.
Não podemos concordar com isto! O encontro de Copenhague tem que produzir um postulado equilibrado e positivo para o planeta.
por Laércio Bruno Filho
As lideranças dos países desenvolvidos, ricos, não pretendem estabelecer metas efetivas de redução dos gases que provocam o efeito estufa. Países como Japão e Noruega arriscam-se a assumir posições; até agora isoladas no grupo dos Desenvolvidos; de reduções de emissões mais ousadas,aliás como tem que ser segundo os cientistas, para não provocar o cenário catastrófico com os 2 graus centigrados adicionais.
Metas Efetivas
Os cientistas afirmam e enfatizam que a redução deverá ser de até 40% de redução nas emissões de GEE nos padrões-base de 1990, durante o periodo 2012 até o ano de 2020. Isto significa que durante este período todas as nações, principalmente as desenvolvidas, "devem" reduzir sua emissões em 40%, tomando-se por base as emissões medidas no ano de 1990. Hoje após muita discussão, há uma concordancia inicial, ainda não formalizada em torno de do estabelecimento 23% de redução.
Isto signfica um corte considerável, mas ainda distante dos necessários 40%. Quando se fala em reduzir emissões, isto significa reduzir produção, consumo,"way of life" e isto os países desenvolvidos não querem, alegam por exemplo, que provocarará desemprego, recessão, riscos à economia local.
Estes países desejam reduzir pouco sua emissões.
EUA por exemplo, apesar de todo o alvoroço provocado por Obama, apresenta um simplório plano de redução de apenas 4% em relação à 1990, que deve ainda passar por aprovação interna do congresso local,enquanto que o Tratado de Kyoto(vigente) propõe 5,2%. Os EUA não o assinaram, não vão e não desejam sua continuidade.
Importante sempre lembrar que as emissões de gases que provocam o esfeito estufa e como consequencia o Aquecimento Global são resultantes da revolução industrial, originada no hemisfério norte, na segunda metade do século 19. Foi a partir deste evento que se consagraram as nações desenvolvidas e a geopolitica mundial vigente até hoje
Posição dos Países emergentes
Por outro lado, os países emergentes, Brasil , China e India, estão sendo fortemente pressionados pela mesma comunidade Desenvolvida para que assumam expressivas metas de redução de emissão dos GEE. Pois são diretamente acusados de que para alavancarem o seu crescimento e se tornarem países desenvolvidos, poluirão mais ainda o mundo.
A mensagem é clara.
Brasil, China e India, não concordam em assumir metas de redução, pois isto significaria sacrificar ainda mais seu desenvolvimento e crescimento, estagnando-os e mantendo-os em eterna dependencia dos Desenvolvidos.
Este é o grande impasse surgido já há anos atrás; apenas que agora, com toda a atenção mundial voltada sobre este encontro em Copenhaguen , ele vem à tona e adquire a sua real proporção. O que é grave.
Mostra o quão Sustentável é o mundo desenvolvido!
Já há uma corrente de opiniões se formando na direção de que este será mais um Encontro entre as Partes onde a vontade do mundo desenvolvido prevalecerá sobre os demais.
E o mundo continuará sem um termo politico definido entre as nações para aplacar o aquecimento global e suas consequencias que prejudicarão, inquestionavelmente,os países mais pobres.
Não podemos concordar com isto! O encontro de Copenhague tem que produzir um postulado equilibrado e positivo para o planeta.
Sustainable Developed World?
by Laércio Bruno Filho
The leadership of rich developed countries, does not want to set effective targets to reduce the greenhouse gases. Countries like Japan and Norway are taking isolated alone risk positions in the annex 1 group. Despite the scientists high-alert arguing that a catastrophic scenario will happen with the additional 2 degrees centigrade.
Effective Goals
Scientists say and insist that the reduction should be up to 40% reduction in GHG emissions standards in 1990 year-base during periods from 2012 until the year 2020. This means that during this period the whole world, especially developed countries should reduce its emissions by 40%, taking as basis the emissions measured in the year 1990.Finnally after much discussion, there is an initial concordance, not yet formalized around the establishment of 23% reduction on the GHG.
This means a considerable reduction, but still far from the required 40%. To reducing emissions, could means lower production, consumption, different "way of life" patterns and that developed countries do not want and argues that this assumption could also generate unemployment, recession and risks to their economy.
Reducing slightly their emissions.
USA, for example, despite all the uproar caused by Obama's plan presents a simplistic reduction of only 4% compared to 1990, which must still go through internal approval of U.S. Congress, while the Kyoto treaty proposes 5.2%. The U.S. did not sign; they will not and do not want its continuity.
Important to always remember that GHG emissions and its consequence global warming are the result of the industrial revolution originated in the northern hemisphere in the second half of the 19th century. It was from this event that some nations had started and consolidated their development process and the world is set geopolitically.
The position of the emerging countries
On the other hand, emerging countries like Brazil, China and India, are being strongly pressured by the same community, designed to assume significant reduction targets of GHG emissions. They are directly charged that to leverage their growth and become developed countries, further pollute the world.
The message is clear.
Brazil, China and India do not agree to take on reduction targets, as this would mean sacrificing further development and growth, stagnating their economy and keeping them in eternal dependence of the developed world.
This is the big deadlock for years ago, only now, with the entire world's attention focused on this meeting in Copenhagen; it comes out and gets its due proportion. What is really serious.
This scenario shows how sustainable is the developed world!
There is already a current of opinion forming in the direction that this will be a meeting between the parties where the willing of the developed world will prevail over the others.
And the world will end without a political set between the nations to appease the global warming and its consequences that will harm undoubtedly the poorest countries.
We can not agree with this! The meeting in Copenhagen has to produce a balanced and positive postulate for the planet.
The leadership of rich developed countries, does not want to set effective targets to reduce the greenhouse gases. Countries like Japan and Norway are taking isolated alone risk positions in the annex 1 group. Despite the scientists high-alert arguing that a catastrophic scenario will happen with the additional 2 degrees centigrade.
Effective Goals
Scientists say and insist that the reduction should be up to 40% reduction in GHG emissions standards in 1990 year-base during periods from 2012 until the year 2020. This means that during this period the whole world, especially developed countries should reduce its emissions by 40%, taking as basis the emissions measured in the year 1990.Finnally after much discussion, there is an initial concordance, not yet formalized around the establishment of 23% reduction on the GHG.
This means a considerable reduction, but still far from the required 40%. To reducing emissions, could means lower production, consumption, different "way of life" patterns and that developed countries do not want and argues that this assumption could also generate unemployment, recession and risks to their economy.
Reducing slightly their emissions.
USA, for example, despite all the uproar caused by Obama's plan presents a simplistic reduction of only 4% compared to 1990, which must still go through internal approval of U.S. Congress, while the Kyoto treaty proposes 5.2%. The U.S. did not sign; they will not and do not want its continuity.
Important to always remember that GHG emissions and its consequence global warming are the result of the industrial revolution originated in the northern hemisphere in the second half of the 19th century. It was from this event that some nations had started and consolidated their development process and the world is set geopolitically.
The position of the emerging countries
On the other hand, emerging countries like Brazil, China and India, are being strongly pressured by the same community, designed to assume significant reduction targets of GHG emissions. They are directly charged that to leverage their growth and become developed countries, further pollute the world.
The message is clear.
Brazil, China and India do not agree to take on reduction targets, as this would mean sacrificing further development and growth, stagnating their economy and keeping them in eternal dependence of the developed world.
This is the big deadlock for years ago, only now, with the entire world's attention focused on this meeting in Copenhagen; it comes out and gets its due proportion. What is really serious.
This scenario shows how sustainable is the developed world!
There is already a current of opinion forming in the direction that this will be a meeting between the parties where the willing of the developed world will prevail over the others.
And the world will end without a political set between the nations to appease the global warming and its consequences that will harm undoubtedly the poorest countries.
We can not agree with this! The meeting in Copenhagen has to produce a balanced and positive postulate for the planet.
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