Carta da Terra

"Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade deve escolher o seu futuro. À medida que o mundo torna-se cada vez mais interdependente e frágil, o futuro enfrenta, ao mesmo tempo, grandes perigos e grandes promessas. Para seguir adiante, devemos reconhecer que, no meio da uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino comum. Devemos somar forças para gerar uma sociedade sustentável global baseada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade da vida, e com as futuras gerações." (da CARTA DA TERRA)

...E finalmente o Carbono chegou á nossa mesa!!

Este artigo traz a experiencia sueca em estampar nas embalagens a quantidade de CO2 emitida pela produção de cada alimento.

Agora,o consumidor pode escolher entre comprar um alimento que emite menos carbono e preserva o planeta e outro que faz o inverso . Ou pelo menos não informa o comprador sobre suas açoes de redução de gases que provocam o efeito estufa.

"Por enquanto não entendo bem o que isto significa", diz uma compradora no mercado.

Mas nós podemos já imaginar como será o comportamento dos conusmidores muito breve. Isto vem confirmar a tese de que empresas ( e países) que não estiverem alinhadas com as questões socioambinetais estarão "fora do Jogo".

Num futuro não muito distante esta atitude terá grande impacto em nossa economia.A soja e carne que atualmente o Brasil exporta carrega um estigma de que para serem produzidos desmatam florestas.

Além disso para chegarem ao destino final, na mesa do europeu, por exemplo, emitem muitas toneladas de GEE no processo logistico.


Abaixo seguem alguns trechos do artigo:

“Somos os primeiros a tomar esta iniciativa, e para nós isto consiste em uma nova forma de pensar”, explica Ulf Bohman, diretor do Departamento de Nutrição da Administração Nacional de Alimentos sueca, que no ano passado foi incumbida de criar novas diretrizes alimentares, conferindo peso igual ao clima e à saúde. “Estamos acostumados a pensar na segurança e na nutrição como sendo algo desvinculado do meio ambiente”.

Algumas das novas diretrizes alimentares propostas, divulgadas durante o último verão do hemisfério norte, podem parecer desnorteantes para quem não estiver acostumado a ver isso. Elas recomendam, por exemplo, que os suecos deem preferência ao consumo de cenouras, e não ao de pepinos e tomates (ao contrário das cenouras, na Suécia os pepinos e os tomates precisam ser cultivados em estufas aquecidas, o que consome muita energia).

Eles não são aconselhados a comer mais peixe, apesar dos benefícios à saúde, porque as reservas de pescado da Europa estão praticamente esgotadas.

E, de forma um pouco menos surpreendente, aconselha-se aos suecos que substituam a carne vermelha por feijão ou frango, devido ao fato de a criação de gado bovino gerar muita emissão de gases causadores do efeito estufa.

(...) Cerca de 25% das emissões produzidas pelos seres humanos nas nações industrializadas estão vinculadas aos alimentos que eles comem, segundo uma recente pesquisa divulgada aqui. E o nível de emissões liberadas na produção de alimentos varia enormemente de um produto para outro.

Embora os consumidores norte-americanos e europeus atuais possam estar acostumados a verificar o conteúdo de nutrientes, calorias ou gordura, eles frequentemente nada sabem quando se trata de determinar se o consumo de tomates, frango ou arroz é positivo ou negativo para o clima.

(...)A Max, a maior rede doméstica de lanchonetes especializadas em hambúrgueres na Suécia, exibe os cálculos de emissões ao lado de cada produto no seu menu. A Lantmannen, o maior grupo especializado em produtos agrícolas do país, passou a colocar rótulos precisos nas embalagens de certos alimentos vendidos nos supermercados, incluindo frango, aveia, cevada e massas.

Os consumidores que prestarem atenção poderão, por exemplo, descobrir que o volume de emissões geradas pela produção do arroz, o grão mais popular no país, é duas ou três vezes maior do que o da pouco utilizada cevada.

Alguns produtores argumentam que os novos programas são exageradamente complexos e que eles ameaçam os lucros. As recomendações alimentares, que estão sendo distribuídas para análise e comentários não só na Suécia, mas em toda a União Europeia, têm sido atacadas pelo setor de produção de carne do continente, pelos criadores noruegueses de salmão e pelos produtores de óleo de palmeira, para citar apenas alguns.

“Este é um processo de aprendizado à base de tentativas e erros; ainda estamos tentando determinar se isto funciona”, explica Bohman.

(...)No ano que vem, o Krav exigirá que sejam utilizados biocombustíveis para o aquecimento de estufas. Os produtores de laticínios terão que obter pelo menos 70% dos alimentos para o seu rebanho no mercado local; muitos deles costumavam importar soja barata do Brasil, que gera emissões com o transporte e destrói as florestas, já que árvores são derrubadas para dar lugar aos campos de plantio.

A iniciativa sueca é derivada de um estudo conduzido em 2005 pela agência nacional ambiental da Suécia no sentido de identificar de que maneira o consumo gera emissões. Os pesquisadores descobriram que 25% das emissões nacionais per capita – duas toneladas métricas por ano – estão vinculadas à alimentação.

O governo percebeu que se encorajasse uma dieta mais voltada para frango e legumes e informasse os produtores rurais sobre como reduzir as emissões, haveria um enorme impacto positivo.

(...)“Decidimos ser honestos e publicar toda a informação para o cliente, bem como dizer que faremos tudo o que pudermos no sentido de reduzir as emissões”, afirma Bergfors, 40. Além de exibir os dados referentes a emissões no menu, Max eliminou as caixas das suas refeições para crianças, instalou lâmpadas de baixo consumo energético e passou a usar energia elétrica gerada por turbinas eólicas.

Desde que os números referentes às emissões passaram a ser exibidos no menu, as vendas de produtos que agridem menos o meio ambiente aumentaram 20%. Mesmo assim, muita gente vai para as lanchonetes de fast food decidida a comer somente hambúrgueres tradicionais.
Tradução UOL.


leia o artigo completo em ingles de ELISABETH ROSENTHAL
Published: October 22, 2009, NYtimes.


Link : http://www.nytimes.com/2009/10/23/world/europe/23degrees.html?th&emc=th

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