Carta da Terra

"Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade deve escolher o seu futuro. À medida que o mundo torna-se cada vez mais interdependente e frágil, o futuro enfrenta, ao mesmo tempo, grandes perigos e grandes promessas. Para seguir adiante, devemos reconhecer que, no meio da uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino comum. Devemos somar forças para gerar uma sociedade sustentável global baseada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade da vida, e com as futuras gerações." (da CARTA DA TERRA)

Cultura consumista dos EUA é uma ameaça ambiental para o planeta/// Relatório Worldwatch Institute

Suzanne Goldenberg US environment correspondent ///The Guardian

Um norte americano consome por dia em média uma quantidade de produtos que somados é maior mais que o seu próprio peso. Isto alimenta uma cultura que está se tornando globalizada e cada vez mais ameaçadora ao planeta, divulgado por um relatório em 13/jan ultimo,

No seu relatório anual o Instituto Worldwatch vai adiante e afirma que o consumismo e a ganância podem juntos devastar os ganhos resultantes da iniciativas governamentais relacionadas às mudanças climáticas ou até mesmo os esforços relacionados á mudança para uma economia mais limpa que utilizasse energia renovável.

O diretor do projeto, Erik Assadourian,disse que “até que reconheçamos que nossos problemas ambientais, desde as mudanças climáticas até desmatamento com perdas da biodiversidade, são conseqüências de hábitos insustentáveis, nós não seremos capazes de solucionar a atual crise ecológica que ameaça a civilização.

A população mundial está exaurindo os recursos do planeta numa velocidade imprudente,complementou. Na ultima década o consumo de bens e serviços cresceu por volta de 28%, 30,5 trilhões de dólares.

A cultura do consumo não é mais um hábito restrito aos norte-americanos. Está se espalhando por todo o planeta. Ao longo dos últimos 50 anos, o excesso foi adotado como símbolo de sucesso em países em desenvolvimento, desde o Brasil até Índia e China, cita o relatório. A China esta semana ultrapassou os EUA como sendo maior o mercado de automóveis do globo. A mesma China que hoje já e maior emissora de gases que provocam o efeito estufa, aponta o estudo.

Tais tendências não foram apenas conseqüências naturais do crescimento econômico, mas resultado do massivo esforço de empresas em criar e conquistar cada vez mais consumidores. Produtos como o hambúrguer, um produto rejeitado e tido como não saudável era um alimento para os pobres no início do século 20 e as garrafas (pet) de água, agora são lugar-comum.
Uma família padrão médio no ocidente, gasta mais com o seu animal de estimação do que é gasto por um ser humano em Bangladesh.

O relatório alerta para sinais encorajadores no sentido de que esta cultura de gastos excessivos apresenta sinais de mudanças. Menciona os programas de merenda escolar como sendo um dos grandes esforços para incentivar hábitos alimentares mais saudáveis entre as crianças. O relatório também indica que a geração mais jovem está mais consciente do seu impacto sobre o meio ambiente.

O estudo menciona “ tem que haver uma mudança radical de valores e atitudes”.Nas atuais taxas de consumo, o mundo precisa erguer 24 turbinas eólicas por hora para produzir energia suficiente para repor o combustível fóssil utilizado.

Assadourian afirma “ temos visto esforços encorajadores para combater a crise global do clima nestes últimos anos, mas trabalhar a política e a tecnologia enquanto a cultura se mantém centrada no consumismo não será o suficiente”.
“ Se não mudarmos nossa cultura teremos ainda que enfrentar muitas novas crises. O consumismo não será mais viável por conta do crescimento populacional,em torno dos 2 bilhões, e também porque mais países estão economicamente emergindo”.

No prefácio do relatório, o presidente do instituto, Christopher Flavin, escreve ““ Enquanto o mundo luta para recuperar-se da mais grave crise econômica desde a Grande Depressão, temos uma oportunidade sem precedentes para enfrentar e descartar o consumismo. No final, o instinto humano de sobrevivência deve triunfar sobre o desejo de consumir a qualquer custo".

Tradução de Laércio Bruno Filho

Read the article:
http://www.guardian.co.uk/environment/2010/jan/12/climate-change-greed-environment-threat

Saiba mais sobre O Relatório "State of the World 2010: Transforming Cultures" do Worldwatch Institute:
http://www.worldwatch.org/sow10

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