Carta da Terra

"Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade deve escolher o seu futuro. À medida que o mundo torna-se cada vez mais interdependente e frágil, o futuro enfrenta, ao mesmo tempo, grandes perigos e grandes promessas. Para seguir adiante, devemos reconhecer que, no meio da uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino comum. Devemos somar forças para gerar uma sociedade sustentável global baseada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade da vida, e com as futuras gerações." (da CARTA DA TERRA)

Gás de xisto, uma nova revolução energética? Artigo de José Goldemberg // O Estado de SP

Gás de xisto, uma nova revolução energética?
JOSÉ GOLDEMBERG
A Revolução Industrial teve início no fim do século 18 e foi baseada no uso do carvão. A Inglaterra, com suas amplas reservas desse mineral, liderou a revolução. Com ocorrer do tempo, contudo, o petróleo começou a substituir o carvão por causa de suas características mais atraentes, como ser líquido e mais fácil de transportar. Finalmente, em meados do século 20, o gás natural, que é mais limpo, começou a dominar o cenário energético.
 
O que vemos aqui é a confirmação do malicioso comentário atribuído ao secretário-geral da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) de que "a Idade da Pedra não acabou por falta de pedras”, mas pela descoberta de que metais eram melhores para fazer machados (ou lanças) do que pedras.
 
Hoje, no mundo, o carvão representa 26% do consumo de energia; o petróleo, 32%; e o gás natural, 20%. O petróleo é ainda dominante, mas a produção mundial está se concentrando no Oriente Médio porque nos Estados Unidos (o maior consumidor mundial) e na maioria dos demais países ela está caindo.
 
Os Estados Unidos importam do Oriente Médio metade do petróleo que consomem (cerca de 10 milhões de barris por dia), a um custo de mais de US$ 300 bilhões por ano, e não são poucos os que acreditam que as guerras naquela região do mundo (principalmente no Iraque) têm que ver com a necessidade de obter garantias de fornecimento por governos mais amistosos.
Daí a importância que discussões sobre "independência energética”tem nos Estados Unidos e que é prometida por todos os governos desde os tempos de John Kennedy e Richard Nixon, por volta de 1960. Essa independência nunca foi alcançada e, ao contrário, o que aumentou foi a dependência das importações de petróleo do Oriente Médio.
 
Eis que desenvolvimentos tecnológicos nos últimos dez anos estão mudando drasticamente esse cenário, com a exploração do gás de xisto. A possibilidade técnica de usar esse gás é conhecida há muito tempo, mas o custo de exploração só a tornou viável nos últimos anos. A partir do ano 2000 houve uma "explosão” no aumento da produção: em 2000 o gás de xisto representava 1% do gás natural produzido nos Estados Unidos, em 2010 eram 20% e existem previsões de que em 2035 serão quase 50%.
 
Com isso os Estados Unidos, que até recentemente importavam gás, estão começando a exportar. Além disso, os preços do gás caíram drasticamente nesse país, que está importando menos petróleo, uma vez que aquele combustível vem substituindo derivados do petróleo tanto na indústria quanto no transporte.
 
Havendo mais petróleo disponível no mundo, os seus preços tenderão a cair, tornando inviáveis projetos para sua produção, muito caros. Até a exploração do pré-sal no Brasil poderia ser afetada por essa queda de preços.
Estamos, pois, diante do que poderá ser uma nova revolução energética e da ascensão de uma "era do gás”, como foi a do carvão no século 19.
 
Quão realista, todavia, é essa possibilidade?
Xisto é uma camada de mineral situada a três ou quatro quilômetros abaixo da superfície do solo, na qual gás se encontra aprisionado. É preciso "fraturar” o xisto para libertar o gás, o que é feito com jatos de água a alta pressão, a qual se adicionam certas substâncias químicas. É nessa área que muitos progressos tecnológicos ocorreram entre os anos de 1980 e 2000. Existem camadas de xisto no subsolo em muitos países do mundo, o Brasil incluído.
 
Há, porém, problemas para a sua utilização, que são de diversos tipos:
 
Viabilidade econômica, que depende do tamanho da reserva de gás;
 
duração da produção de gás, uma vez que os depósitos de xisto são finitos;
 
problemas regulatórios na autorização para perfurar poço;
 
e problemas ambientais.
 
Nos Estados Unidos houve uma combinação favorável de fatores que permitiu o rápido sucesso da exploração. Em primeiro lugar, naquele país o subsolo é propriedade do dono da terra e a decisão de perfurar é dele; no Brasil, por exemplo, o subsolo é da União e a exploração exige autorização do governo federal.
Em segundo lugar, as exigências ambientais eram poucas no início da exploração e existiam grandes depósitos de xisto.
 
É essa combinação que explica porque num curto período de dez anos foram abertos cerca de 20 mil poços de gás de xisto nos Estados Unidos. Mas é pouco provável que todas essas condições favoráveis se repitam tanto na Europa como em outras partes do mundo. Problemas ambientais já levaram até os Estados de Nova York, da Pensilvânia e do Texas a introduzir regulamentações mais exigentes. Na França a exploração de gás de xisto foi proibida.
 
Os problemas ambientais originam-se no fato de que grande quantidade de água tem de ser usada, misturada com areia e um "coquetel” de substâncias químicas (cuja composição tem sido mantida confidencial pelas empresas) para "fraturar”o xisto. Cerca de 50% a 70% da água injetada é recuperada e trazida de volta para a superfície, onde é colocada em lagoas que podem poluir o lençol freático. Além disso, o gás liberado do xisto não é metano puro, vem acompanha do de nitrogênio (que não queima) e de várias impurezas, como sulfato de hidrogênio (que é tóxico e corrosivo), tolueno e outros solventes.
 
Outro problema que lança dúvidas sobre a realidade de uma revolução na área de gás, causada pelo uso de gás de xisto, é que a produção de cada poço não deve ultrapassar 15 ou 20 anos. Se esse for realmente o caso, não estamos de fato diante de uma "revolução”, mas talvez de uma "bem organizada campanha de relações públicas”, como declarou recentemente Alexei Miller, presidente da Gazprom, a empresa russa que é a maior produtora mundial de gás.
 
Professor emérito da Universidade de São Paulo

Mostra Ecofalante de Cinema Ambiental tem semana de debates De 24 a 30 de Maio - Cine Livraria Cultura - SP

Confira aqui a programação:Debates sobre o meio ambiente e a relação entre o homem e a natureza, fazem parte da 2ª Mostra Ecofalante de Cinema Ambiental que acontece até o dia 30 de maio.

Os debates são antecedidos pela exibição de um filme que expõe a temática que será discutida e acontecerão todas as noites no Cine Livraria Cultura:

Sexta dia 24, 20:30h- Debate Economia “A Indústria dos Orgânicos” com exibição do filme: A Fé nos Orgânicos (presença do diretor Kip Pastor)

Sábado dia 25, 19h – Debate Cidades “Rios Urbanos” - com exibição do filme: Rios Perdidos (presença da ativista Ann-Marie) Domingo dia 26, 19h – Debate Água : “Gestão pública da Água” - com exibição do filme: A Crise Global da Água

Segunda dia 27, 20:30h – Debate Povos e Lugares : “Questão Indígena” – com exibição do filme: Desterro Guarani

Terça dia 28, 20:30h – Debate Globalização: “Efeitos da Globalização” – com exibição do filme: Amargas Sementes (presença do diretor Micha X. Peled)

Quarta dia 29, 20:30h – Debate Contaminação: “Contaminação e Saúde Pública” – com exibição do filme:Petróleo: O Grande Vício (com presença do diretor Josh Tickell)

Quinta dia 30, 20:30h – Debate Mobilização: “Sociedade Civil Organizada” – com exibição do filme: Rebeldes com Causa Gratuita, a mostra é organizada em sete eixos temáticos (Água, Cidades, Contaminação, Economia, Globalização, Mobilização e Povos e Lugares) e os debates acontecem após a exibição de um filme que expõe a temática a ser discutida.

A ‘Mostra Ecofalante de Cinema Ambiental’ é uma iniciativa da ONG Ecofalante, nascida em 2003 a partir da ação de um grupo de educadores, comunicadores, cineastas e profissionais, com o objetivo de chamar a atenção da população paulista para de meio ambiente, sustentabilidade, cidadania, governança, participação e políticas públicas.

Confira a programação completa do evento aqui.

Saneamento – será que desta vez vai? artigo de Washington Novaes



 
Publicado em maio 27, 2013 por
[O Estado de S.Paulo] Segundo este jornal (15/5), o governo federal está anunciando que no mês que vem, como parte de um “pacote de investimentos para impulsionar a economia”, começa a implantar o Plano Nacional de Saneamento Básico, em discussão desde 2007 e que prevê R$ 508,5 bilhões a serem aplicados até 2033, “para universalizar o acesso de todas as residências a água de boa qualidade, assim como o tratamento dos esgotos coletados”. Mais 20 anos. E para “impulsionar a economia”…
Mas será que desta vez os planos conseguem sair do campo das intenções? Garante o Ministério das Cidades que já no segundo semestre R$ 50 bilhões devem sair dos cofres públicos para as obras ainda em 2013 e 2014. E que também haverá uma complementação de R$ 2 bilhões por ano, com a isenção do pagamento do PIS e da Cofins para as empresas do setor. Com esses e outros recursos se pretende investir em saneamento R$ 298,1 bilhões “nos próximos 20 anos”. Os restantes R$ 210,4 bilhões deverão vir “dos Estados, municípios e empresas privadas”.
Sempre ficam dúvidas. Ainda falta assinar contratos com grande parte das empresas que operarão com os R$ 40 bilhões projetados para ocorrerem imediatamente. Hoje só estão sendo investidos pelo governo federal R$ 500 milhões, ou a centésima parte do projetado – e ainda assim, segundo o ministério, é “mais do que era investido em todo o setor há seis anos”. Porque, segundo o próprio ministro, “a área do saneamento básico não tinha projeto e nem política; faltava formulação de política”. Nesse caso, onde ficam os dois mandatos do governo anterior e os primeiros anos deste, seu sucessor?
O fato é que ainda temos 10% das residências sem receber água de boa qualidade e, de acordo com a Pnad (2011), 37,4% sem ligação com redes de esgotos (23 milhões de casas, 70 milhões de pessoas). Para completar, diz o IBGE (maio de 2012) que 11% dos domicílios estão em áreas com esgotos a céu aberto.
Não são as únicas dúvidas. Do orçamento total de R$ 16,1 bilhões para essa área em 2012, apenas R$ 3,5 bilhões foram aplicados. Não espanta, assim, que até em algumas capitais de Estados os esgotos coletados não cheguem a 10%. Ou que apenas 36,3% dos esgotos das cem maiores cidades sejam canalizados. E que 5,4 bilhões de litros de esgotos não tratados sejam despejados a cada dia em cursos d’água e no mar – onde são a principal causa de poluição (O Globo, 25/9/2012). Por essas e outras causas, cidades como Ribeirão Preto (SP), com mais de 500 mil habitantes, só podem consumir água subterrânea. Também só pode ser de perplexidade a reação ante a notícia de que as redes de água no Brasil continuem a perder 37,5% da que sai das estações de tratamento. A grande exceção é Brasília, onde a perda está próxima de zero. No Estado de São Paulo, é de 32,5%; na capital, 25,6%, com a redução nos últimos anos permitindo uma economia de R$ 275,8 milhões anuais.
O ceticismo quanto à possibilidade de avanços ainda encontra argumentos no fato de que a partir de janeiro de 2014 deixarão de receber recursos da União para o saneamento municípios que não formularam projetos para os serviços de coleta e tratamento de esgotos, além do abastecimento de água – mas só 11% deles os apresentaram no prazo, tal como ocorreu com os projetos para a área dos resíduos sólidos.
Levantamento do Instituto Trata Brasil mostra (21/5) que mesmo as maiores cidades, acima de 500 mil habitantes, não têm usado recursos no setor; 65% das 138 obras monitoradas em dezembro de 2012, apesar do valor de R$ 6,1 bilhões, estavam paralisadas atrasadas ou não iniciadas. Só 20 obras estavam concluídas no final de 2012. De um ano para o outro, as obras paralisadas passaram de 23% para 34%.
É lamentável que seja assim, num momento em que estão sendo encontradas soluções em várias partes, no Brasil e fora. Brasília mesmo chegou a praticamente 100% no abastecimento de água e na coleta de esgotos. Nesta última, como já se comentou neste espaço, foi vital a adoção, há mais de 20 anos, do sistema de coleta por ramais condominiais, que reduz entre 30% e 50% os custos, sem prejuízo da qualidade (apenas enfrentando a resistência das grandes empreiteiras). Criado pelo engenheiro pernambucano José Carlos Mello, esse sistema já atende hoje a mais de 15 milhões de pessoas em diversos locais do País, embora viva “escondido”. Portugal também avançou extraordinariamente no setor, com outros métodos: trata 90% de seus esgotos e abastece com água 97,1% da população, graças, inclusive, a consórcios intermunicipais.
Esse tipo de consórcio também deveria ter sido adotado há muito tempo no Brasil, principalmente na área dos resíduos, na qual cerca de 50% do que é coletado vai parar em lixões a céu aberto (que terão de ser eliminados, conforme a Política Nacional de Resíduos Sólidos). Aterros adequados, instalados em locais equidistantes dos municípios que se associassem, economizariam recursos e permitiriam soluções mais rápidas. Da mesma forma, é preciso que os municípios se convençam da necessidade de reciclar, por meio de compostagem, os resíduos orgânicos, que significam pelo menos 50% do lixo coletado. O processo de compostagem permite em pouco tempo transformar em fertilizante (para jardins e canteiros públicos, contenção de encostas e outros usos que não a alimentação humana – de modo a evitar riscos com metais pesados) a parcela maior do lixo domiciliar e comercial, que contribui decisivamente para em poucos anos esgotar um aterro sanitário.
Retornando ao início, não estamos condenados, como os moradores de Londres (EcoD, 14/5), a utilizar nas casas água de esgotos tratada e reciclada, como comentou o jornal The Guardian, porque em 25 anos a capital britânica aumentará em 80% seu consumo. Temos condições privilegiadas por aqui. Mas continuamos achando que temos todo o tempo para enfrentar os dramas. Não é assim.
* WASHINGTON NOVAES É JORNALISTA. E-MAIL: WLRNOVAES@UOL.COM.BR.
Artigo originalmente publicado em O Estado de S.Paulo

Ética Empresarial //

"A cultura ética dentro da empresa vai além do ser bonzinho ou se fazer de bonzinho. Não basta ser bonzinho, tem que ser justo. Não basta ser justo, tem que ser ético e para tanto é necessário que valores deixados ao longo do tempo - em função da ganância e do individualismo a qualquer preço – sejam reincorporados em cada um dos dirigentes de forma que todos os colaboradores sejam influenciados às boas maneiras e princípios do bem comum."..

 
* Degmar Augusta
Advogada há mais de dez anos, com vasta experiência e atuação em grandes empresas, como EMSA, Unibanco e Santander. Gestora de grandes carteiras, com visão sistêmica e liderança.

Falha na comunicação da sustentabilidade

Com as redes sociais, não é mais possível limitar-se a divulgar os relatórios: as empresas precisam falar e ouvir, inclusive, aquilo que não gostariam

24 de Maio de 2013 12:06
Não adianta ter apenas boa lábia, será preciso uma estratégia de comunicação profissional, eficiente e completa
+ Não adianta ter apenas boa lábia, será preciso uma estratégia de comunicação profissional, eficiente e completa Crédito: Divulgação
 
(*) Por Ernesto Bernardes

Parecia apenas uma falha de comunicação. Agora, na Conferência Global sobre Sustentabilidade e Relatórios Corporativos, em Amsterdã, Holanda, ficou claro que se trata de algo muito maior: um problema de comunicação. Isso porque, quando se somam a revolução digital e as novas diretrizes divulgadas nesta quinta-feira, 23, pela Global Reporting Initiative (GRI), fica claro que toda a gestão da sustentabilidade de uma empresa depende de uma engrenagem que hoje é frágil – a comunicação da sustentabilidade.

Relatórios sempre foram chamados de "peças de prestação de contas". Por isso eram divulgados ao mercado de maneira solene e, em seguida, solenemente ignorados. Eram. Com o advento das mídias sociais, não é mais possível limitar-se a divulgar. As empresas precisam dialogar: falar e ouvir. Ouvir inclusive aquilo que não gostariam. Marcas, empresas e seus executivos estão diariamente nas telas de computadores, tablets e celulares de seus clientes, fornecedores e fiscalizadores, queiram ou não.

Os dados desconfortáveis, que as companhias poderiam manter sob uma discreta sombra, agora estão disponíveis na nuvem de big data que paira sobre elas. Somente a Bloomberg, provedora líder de informações financeiras ao mercado, armazena dados de sustentabilidade das 10 mil maiores empresas do planeta (121 brasileiras), num volume assombroso. Eles vão de índices de acidentes de trabalho até consumo de água por unidade fabril, passando por todos os dados financeiros de praxe. Esses números não são estáticos. Podem ser analisados através de 17 mil funções, que cruzam 60 mil campos de Excel para cada empresa.

Se parecia suficientemente complicado, ontem a coisa se complicou ainda mais. O GRI anunciou, em sua nova geração de diretrizes para relatórios de sustentabilidade, que o foco será na materialidade (traduzindo: nos assuntos que realmente importam). E que essa lista da materialidade tem de ser feita considerando as demandas dos diversos públicos da empresa, os chamados stakeholders. As empresas também terão de explicar, em seus relatórios, como incorporam as demandas desses públicos em suas políticas e como os ouvem ao tomar decisões de gestão. É um passo e tanto para quem ainda estava se acostumando a ouvir. Dois passos e tanto para quem considerava que ouvir era manter um estagiário deletando as reclamações de consumidores da página do Facebook.

Para que as empresas sejam efetivas em sua gestão de sustentabilidade, terão de aprender primeiro a explicar seu negócio e sua estratégia aos diversos públicos. Então, ouvi-los para saber o que acham. E, a partir daí, formular uma abordagem que não pode ser somente vencedora - tem de ser convincente e engajadora. Não adiantará ter apenas o que antigamente se chamava de uma boa lábia, será preciso uma estratégia de comunicação de via dupla, realmente profissional, eficiente e completa.

(*) Ernesto Bernardes é diretor executivo da TV1 Conteúdo. Ele está em Amsterdã, na Holanda, e escreve em colaboração para Meio & Mensagem.


Leia Mais: http://www.meioemensagem.com.br/home/marketing/noticias/2013/05/24/Falha-de-comunicacao-da-sustentabilidade.html#ixzz2UExTvR90
Follow us: @meioemensagem on Twitter | Meioemensagem on Facebook

Operação de Seguro para Projetos de MDL // Insurance for CDM projects - Parhelion Eligibilty Insurance

The Parhelion Post 2012 Eligibility Insurance is a new product based on the interest shown by a number of carbon trading houses, financial institutions and project developers. Uncertainty surrounding the post 2012 eligibility of CERs under the EU ETS has recently been enhanced by the decision to block the use of CERs from HFC 23 and adipic acid N2O projects for compliance from May 2013.
This uncertainty can lead to "eligibility clauses" being inserted into purchase contracts which negate the obligation of the purchaser to buy the credits in the event they are deemed ineligible. Where purchasers are willing to assume the eligibility risk, the price they are willing to pay for the CERs is significantly lower due to the uncertainty surrounding eligibility.
The insurance product developed by Parhelion removes eligibility risk and is designed to be flexible enough to work efficiently and economically in a number of different spot, forward purchase or option structures.

Riscos das Mudanças Climáticas no Brasil // INPE




Elaborado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e o Met Office Hadley Centre (MOHC), o estudo conclui que o aumento na temperatura e o descréscimo das chuvas na Amazônia acima da variação global são fatores críticos para a região. O documento é resultado de três anos de trabalho de pesquisadores do Reino Unido e do Brasil, com financiamento da Embaixada Britânica.
Os estudos mostram a importância da Amazônia para o clima global e como provedora de serviços ambientais para o Brasil. O objetivo do projeto é subsidiar os formuladores de políticas com evidências científicas das mudanças climáticas e de seus possíveis impactos no Brasil, na América do Sul e em nível global.

O documento está dividido em duas seções: a primeira fornece o contexto para o trabalho; a segunda detalha a nova ciência levada a cabo e antecipa avanços científicos importantes para o planejamento e a política.
Fonte: http://www.inpe.br/noticias/arquivos/pdf/relatorioport.pdf

Amazônia em Pauta - Nº1 /// IPAM



O Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia – IPAM lançou nesta segunda-feira, 20, a primeira edição do boletim Amazônia em Pauta,publicação trimestral que irá abordar pesquisas produzidas no Instituto, bem como por seus pesquisadores associados sobre temas relacionados ao desenvolvimento e sustentabilidade da Amazônia brasileira.

O boletim irá relatar dados de atividades em andamento na região amazônica, dos quatro programas de pesquisa do IPAM, com o objetivo de informar, propor reflexões e subsidiar a tomada de decisões em relação às políticas publicas nessa região.

A primeira edição traz resultados relacionados ao novo Código Florestal dentro de Assentamentos Rurais. Após aprovação do novo Código Florestal (lei 12651/12) alterou-se drasticamente a composição do que antes era passivo de Reserva Legal dentro dos assentamentos.

Nesse estudo, o levantamento é feito para toda a Amazônia legal, particularizando a situação do passivo e ativo florestal sob o ponto de vista jurídico, além do remanescente de Reserva legal para cada superintendência do INCRA na região. 

Ao final da publicação, são considerados os impactos dessas mudanças no aumento do desmatamento e como politicas publicas dentro de uma agenda positiva podem desestimular essa possibilidade.
 
"O novo Código Florestal trouxe uma notícia importante para os assentados da reforma agrária na Amazônia: uma boa parte das áreas de Reserva Legal desmatada nos assentamentos será legalizada.

Em outras palavras, não terá obrigatoriedade de recomposição de Reserva Legal, como exigia a antiga Lei. Estima-se que cerca de 4,8 milhões de hectares ou 1/3 da área desmatada dentro dos assentamentos da região deixaram de ser passivo de Reserva Legal com o novo Código Florestal. Contudo, essas áreas que tiveram o passivo legalizados dentro dos assentamentos precisam ser recuperadas e/ou adequadas para finalidade agrosilvopastoris, de forma a garantir sua sustentabilidade ambiental e econômica.

Com o passivo da Reserva Legal “resolvido” pelo novo uma agenda de sustentabilidade nos assentamentos da região, visando ao licenciamento de suas atividades produtivas e acesso a políticas públicas pró-sustentabilidade, que induzam ao melhor aproveitamento de áreas já abertas e favoreçam uma economia de base florestal.
 
Sem esta agenda, o risco do desmatamento aumentar nos assentamentos, nos próximos anos, será elevado. Neste boletim, o IPAM fornece novos números do passivo de Reserva Legal nos assentamentos da região e levanta pontos importantes que devem ser levados em consideração para que esta nova realidade pós-aprovação do Código Florestal não implique em aumento na taxa de desmatamento nos assentamentos da Amazônia."
(o texto acima foi extraído do Boletim #1)

 Acesse aqui a publicação na íntegra

GRI G4 é apresentada em Amsterdã // report

A nova versão das diretrizes para elaboração de relatórios da GRI nasce com a promessa de tornar o processo mais fácil para as empresas e, ao mesmo tempo, mais útil para a integração da sustentabilidade aos negócios.

A G4, lançada em Amsterdã nesta manhã (22/5), traz a materialidade para o centro do processo. As empresas poderão reportar apenas aqueles impactos considerados fundamentais para a estratégia do negócio e para seus stakeholders, mesmo que isso signifique publicar, por exemplo, apenas meia dúzia de indicadores. Por outro lado, ganha importância a realização de um processo de definição da materialidade, ou seja, de identificação das questões e dos indicadores que realmente sejam críticos para o bom desempenho da companhia.

Assim, acabam-se os níveis de aplicação, que atazanaram a vida de muita gente. As empresas declararão se o relatório está in accordance com as diretrizes GRI. Haverá dois tipos de in accordance: core, para as empresas que utilizaram a materialidade para definir o conteúdo do relatório; e comprehensive, para as que publicarão todos os indicadores – no caso, 91.

acesse aqui o site     report:sustentabilidade

PSI - PRINCIPIOS PARA SUSTENTABILIDADE EM SEGUROS // UNEP



"...Nosso mundo está enfrentando crescentes desafios ambientais, sociais e de governança (ASG). Este cenário de risco em mutação está levando a riscos diferentes, interligados e complexos, e apresenta novas oportunidades de negócios. Consequentemente, acreditamos ser prudente para o mercado de seguros ajustar a gama de fatores de risco considerados na gestão de seus negócios. Questões ASG estão influenciando cada vez mais fatores de risco tradicionais, e podem ter um impacto significativo na viabilidade do mercado. Portanto, um mercado de seguros resiliente depende de gestão de risco holística e previdente, na qual questões ASG sejam consideradas.

Como gestores e tomadores de risco e investidores, o mercado de seguros tem uma participação crucial e desempenha um importante papel no encorajamento do desenvolvimento sustentável, econômico e social. Acreditamos que uma melhor gestão de questões ASG reforçará a contribuição do mercado de seguros para construir uma sociedade resiliente, inclusiva e sustentável. Todavia, muitas questões ASG são bastante grandes e complexas, e necessitam de ação ampla na sociedade, inovação e soluções de longo prazo.
Portanto, é nossa aspiração ampliar a base que o mercado de seguros preparou ao apoiar uma sociedade sustentável. O futuro que queremos é uma sociedade na qual as pessoas estejam alinhadas às práticas sustentáveis e sejam incentivadas a adotá-las. Para alcançar este objetivo, usaremos nossas capacidades intelectual, operacional e de capital, a fim de implementar os Princípios para Sustentabilidade em Seguros (os “Princípios”) em nossas esferas de influência, sujeitos às leis, normas e regulamentos aplicáveis, e aos deveres para com os acionistas e segurados".

texto retirado da brochura "Principios para Sustentabildiade em Seguros - PSI" 

Acesse o documento em sua íntegra aqui.

KPMG debate sustentabilidade com empresários do LIDE amanhã em São Paulo

 

Encontro organizado pelo LIDE Sustentabilidade abordará "Como as megaforças da sustentabilidade afetarão a economia e os negócios"...

SÃO PAULO, 20 de maio de 2013 /PRNewswire/ -- Estudo global da consultoria KPMG identificou dez megaforças da sustentabilidade que afetarão toda e qualquer empresa nos próximos 20 anos. Para debater o impacto dessas forças na economia e nos negócios, o LIDE SUSTENTABILIDADE, liderado pelo empresário Roberto Klabin, convidou o ambientalista Fabio Feldmann; Sidney Ito, sócio-diretor da KPMG; e Ricardo Zibas, especialista sênior em Sustentabilidade da KPMG Brasil. Mudanças climáticas, energias e combustíveis, escassez de recursos materiais e de água, crescimento populacional, riqueza, urbanização, segurança alimentar, declínio de ecossistemas e desmatamento são as dez megaforças apontadas pelo estudo. O ENCONTRO LIDE SUSTENTABILIDADE acontece amanhã, 21 de maio, das 19h às 21h30, no Auditório da Omint, em São Paulo.
 
Segundo o primeiro Índice de Imposto Verde da KPMG, publicação da KPMG Internacional que analisa incentivos fiscais verdes e penalidades em 21 principais economias, os governos de todo o globo estão enfrentando os desafios de mudanças ambientais e sociais, incluindo o crescimento populacional, segurança energética, escassez de água e mudanças climáticas. Como resposta, estão usando cada vez mais os impostos como uma ferramenta para mudar o comportamento das empresas e ajudar a atingir os objetivos de políticas verdes, como a redução das emissões de carbono e eficiência de recursos.

Ainda de acordo com a pesquisa, o Brasil ocupa a 18ª posição entre os países mais ativos no uso de impostos como uma ferramenta para impulsionar o comportamento corporativo sustentável e atingir os objetivos de uma política verde (ou ecológica).

Empresas participantes: patrocínio da BRASKEM, GREEN FARM, KPMG, SABESP e TRUCKVAN. Os mídia partners são ANTENA 1 e ROBB REPORT. Fornecedores oficiais: são DE LONGHI, CDN, ECCAPLAN e PR NEWSWIRE.

SOBRE O LIDE - Fundado em junho de 2003, o LIDE - Grupo de Líderes Empresariais é uma organização de caráter privado, que reúne empresários em onze países e quatro continentes. Atualmente tem 1.300 empresas filiadas (com as unidades nacionais e internacionais), que representam 49% do PIB privado brasileiro. O objetivo do Grupo é difundir e fortalecer os princípios éticos de governança corporativa no Brasil e no exterior, promover e incentivar as relações empresariais e sensibilizar o apoio privado para educação, sustentabilidade e programas comunitários. Para isso, são realizados inúmeros eventos ao longo do ano, promovendo a integração entre empresas, organizações, entidades privadas e representantes do poder público, por meio de debates, seminários e fóruns de negócios.

Informações para imprensa:

Rose Rocha: (11) 3643-2952/ rose-rocha@cdn.com.br

FONTE LIDE Sustentabilidade

 

 

INDUSTRIA DE TABACO PRESSIONA CIDADÃO!!!!

Impressionante abordagem sobre a pressão sobre um cidaddão ( stakeholder,,,,vamos acordar patetas) sofre ao discordar das regras da industria de tabaco.Quem não viu, veja!! Verá nosso mundo REAL!!!

http://www.youtube.com/watch?v=qcoLd2v8GB8


TRAFICO DE PESSOAS.

Trafico de pessoas (mulheres) na Bósnia.Fortissimo filme sobre este tema, que aterroriza  todo o mundo, Ocidente e Oriente; basta ter um pouco de consciencia...
Pior; temos visto que em paises em desenvolvimento; como Brasil p exemplo; pessoas e crianças são traficadas para o "desmonte".

ttp://cinezencultural.com.br/site/2011/08/29/a-informante-relata-escandalo-que-envolveu-a-onu-na-bosnia/


CDM reforms: what project developers want, need and expect /// CARBON FINANCE

Hopes are high but expectations low for this year’s once-in-a-decade review of the rules governing the Clean Development Mechanism, says Gareth Phillips
It is important to be clear about the scope of the forthcoming review of the rules governing the Clean Development Mechanism (the ‘CDM Modalities and Procedures’, or M-P). The most important thing that project developers want is greater demand for high quality compliance-grade emission reductions. What we, the global population, need is greater ambition – if governments do not step up to the challenge by announcing tougher targets, emissions of greenhouse gases (GHGs) will not decrease and we will not achieve the aim of limiting the average rise in global temperatures to 2⁰C above pre-industrial levels.

Neither of these wants or needs are directly within the scope of the review. However, we do believe that changes which can be implemented via the review could influence demand for certified emission reductions (CERs) by improving the CDM’s credibility, and thereby helping governments to increase their levels of ambition.
So, the review of the CDM M-P – hopefully to be concluded in Warsaw later this year – is critically important for the future of the global fight against climate change. What do we expect? Unfortunately, we expect very little, but we hope that negotiators will take up the challenge of reviewing the CDM’s processes with the objective of making the CDM fit for the next stage of the fight against climate change.
The Project Developer Forum’s (PD Forum’s) full list of wants is laid out in our various submissions to the CDM Executive Board (EB) and the Subsidiary Body for Implementation (SBI), and is available at www.pd-forum.net. We have defined a package of measures which we believe are radical enough to alter the nature of the CDM such that it fulfills the expectations of a wide range of stakeholders. In summary, the most important improvements we seek include:
  • Strengthening the environmental integrity of CDM projects, for example through the adoption of positive lists of technologies which are considered automatically additional, in terms of the emission reductions they achieve
  • Addressing governments’ expectations that the CDM contributes to host country mitigation and is not just a pure offsetting mechanism. This could be achieved, inter alia, by ensuring that a share of the credits issued to CDM projects would be deducted and cancelled in favour of the host country’s emissions reduction target or pledge, or through the use of CERs in a host country's regional or sectoral emissions trading system.
  • Fairer and more transparent treatment of conservativeness, through the adoption of accurate baseline and monitoring methodologies combined with the creation of a single methodology-specific conservativeness factor which is applied when CERs are issued.
  • Allowing all nations to use CERs for offsetting purposes.
  • Clear commitment to the rules of law, including the establishment of an appeals panel.
  • A transparent review of the duration of the crediting period, with input from all stakeholders.
  • Removal of the executive function from the EB (accordingly, renamed the Board) so that it focuses on guiding the CDM and ensuring that it generates the kinds of emission reductions which governments want to buy.
  • Increased membership of the EB to 24 members (from 10), including two from civil society and two from the private sector, doing away with alternates.Creation of an Executive CDM Director within the UN climate secretariat to oversee the expanded role of the secretariat in the transparent execution of the CDM.
  • Clarity on the role of E+ and E- policies (ie, those favouring more emission–intensive technologies or less emission-intensive technologies respectively) including a time limit on E- policies and the right to include E- policies in the establishment of the baseline and proof of additionality.
  • Shorter time frames for registration and issuance.
In addition, the PD Forum has proposed that the CDM EB abandon the concept of small-scale projects on the basis that they are no easier to implement than normal-scale projects and have significantly complicated the CDM. With the removal of the small-scale classification, there is no need for Programmes of Activities (PoAs) which, to date, have taken up massive amounts of resources but not yet issued a significant number of CERs. PoA can be moved to the registry of Nationally Appropriate Mitigation Actions (NAMAs) where independent auditors – or Designated Operational Entities (DOEs) – can verify credits under a different accreditation programme.
Likewise, afforestation and reforestation (A/R) can be taken out of the CDM and relocated to the REDD+ mechanism (reduced emissions from deforestation and forest degradation). Again, A/R has consumed massive amounts of resources but issued very few CERs – on top of which, the main markets have shown no appetite for these credits or the underlying technologies.
We consider that such changes would reinforce the CDM’s role as the single standard for emission reduction projects and enable both developed and developing countries to use the CDM as a project-based mechanism which delivers: high quality emission reductions at a low price; sustainable development for host countries; host country mitigation; helps to build capacity for the development of NAMAs, domestic emissions trading schemes; and the most effective means of financing the development of renewable energy in developing countries. Additionally, the CDM could become a service provider to any new approaches under the Framework for Various Approaches, which seeks to account for efforts to reduce emissions outside the UN climate convention.
As to what project developers need, the overwhelming requirement at the current time is demand for emission reductions and higher prices for CERs. While this is beyond the scope of the current review, we believe that if negotiators give the right directions, starting at the Subsidiary Body 38 meeting in June, then they could trigger the start of a turn-around in the future of the CDM.
The right directions would include:
  • a clear commitment to complete the review of the CDM M-P in Warsaw this year and not to drag it out for longer;
  • full engagement at the planned workshop, where Parties and stakeholders can discuss their proposals; and
  • clear commitment from the Parties to making the CDM the leading emission reduction mechanism of the future.
What do we expect to happen? Currently there are few signs of real commitment and no nation is stepping forward to champion the issues:
  • The workshop on the review of CDM M-P is now scheduled, to take place during June’s meeting rather than before, which does not give stakeholders such as the PD Forum, and DOE Forum a chance to interact with negotiators before they adopt their positions on the review.
  • The Executive Board’s input to the M-P consultation, in our opinion, falls far short of the kind of proposals we need to see to change the fate of the CDM. Given that several of the EB members are also negotiators for the mechanisms, we already face an uphill struggle.
  • The media and the general public are largely unaware of the significance of the CDM and its role in international and, potentially, domestic emissions trading, alongside the many other benefits it brings.
  • Environmental NGOs seem happy to see the mechanism remain constrained and despite the lack of other alternatives, they tend to focus on historic criticisms of the CDM.
  • Investors are indifferent – they can more easily make adequate returns from fossil fuel than from CDM-supported renewables.
So, in conclusion, project developers have plenty of ideas about the future of the CDM and we hope that negotiators will make the most of this once-in-a-decade chance to listen to practitioners and other stakeholders. We hope that they will take the opportunity to build upon and improve the successes which we have already seen under the CDM and work to avoid more superstorms, droughts, wildfires and geopolitical instability.
Gareth Phillips is chief climate change officer with Sindicatum Sustainable Resources and chairman of the Project Developer Forum. E-mail: gareth.phillips@pd-forum.net

Ethos lança Carta de Compromisso pela Gestão Sustentável de Resíduos Sólidos

 

Agência Brasil

São Paulo – Pelo menos 62 empresas já aderiram à Carta de Compromisso pela Gestão Sustentável de Resíduos Sólidos, lançada hoje (14) pelo Instituto Ethos, na capital paulista. O documento busca a adesão voluntária de companhias em todos os setores para agilizar a implementação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) entre os governos e o âmbito corporativo. Entre os compromissos das empresas estão a destinação ambientalmente correta dos resíduos gerados em suas atividades, a promoção de coleta seletiva em projetos patrocinados pela empresa e o estímulo a pesquisas sobre o ciclo de vida dos produtos.

O gerente executivo de Políticas Públicas do Instituto Ethos, Caio Magri, explicou que para os governos a Carta pede a revisão fiscal e tributária para auxiliar na ampliação do mercado da reciclagem e da logística reversa; a criação de mecanismos eficientes para fiscalização e autuação, visando a garantia dos acordos setoriais, e o investimento para abertura de mais aterros sanitários em todo o país. “O objetivo é que essas novas políticas públicas, aqui sinalizadas, possam ser um vetor de indução de mudanças para as empresas e o mercado, contribuindo de forma decisiva para a PNRS”.

Magri reforçou que é preciso colocar a PNRS como um marco regulatório para todos os estados, harmonizando as políticas públicas, já que em alguns pontos há políticas locais contraditórias ou incompletas do ponto de vista da PNRS. “Precisamos de um marco regulatório que seja igual para todos e a referência e o mais avançado que nós temos é a PNRS. Há municípios, por exemplo, que têm leis de tratamento de resíduos que não incluem os catadores. Isso é um equívoco. A lei tem que ser mudada. Os estados e municípios têm que mudar a lei”.

O representante do Ministério do Meio Ambiente, Nei Maranhão, falou que o Brasil é assimétrico em muitos aspectos e com avanço diferenciado para a evolução das prática das políticas públicas estabelecidas pelo governo federal. “Eu acho que nossa lei de resíduos sólidos é muito inovadora porque propõe gestão compartilhada, obrigando que haja envolvimento entre consumidores, fabricantes e a cadeia de distribuição, assim como o poder público”.

O presidente do Instituto Ethos, Jorge Abrahão, destacou que a entidade tem tentando contribuir com a criação de espaços que propiciem o avanço das agendas e reconhecendo a importância da integração com a sociedade civil. “Somente com a combinação de esforços das empresas, aprendendo com a sociedade civil e dialogando fortemente com o governo, é que o país conseguirá vencer os desafios que existem”.

ATINGIMOS FINALMENTE AS 400 PPM DE CO2 NA ATMOSFERA

No ano Zero (AD) a concentração de Co2 na atmosfera era de aproximadamente 250 ppm e veio se mantendo até meados de 1850. Com o advento da Revolução Industrial no Hemisferio Norte isto mudo. Neste momento de novas descobertas e de inicio de crescimento populacional, surgem novos combustiveis; vapor e logo depois no inicio do seculo 20 o uso industrial do petroleo as emissões iniciam uma curva ascendente bastante rápida.

O grafico interativo publicado no The Guardian oferece uma visão bastante didática de tais eventos e observe que hoje, ano 2013, atingimos 400 ppm de CO2. Vale lembrar que o IPCC tem como ponto limite de segurança climática o patamar de 350 ppm. Isto já ficou para trás no ano de 1988.

Acesse o grafico no link abaixo, está em ingles mas é de facil compreensão.

http://www.guardian.co.uk/environment/interactive/2013/may/10/climate-warming-gas-carbon-dioxide-levels-interactive?CMP=twt_gu


Conheça homens e mulheres que optaram por uma vida mais simples

 

Postado em: 16 abr 2013 às 10:51

Na contramão da sociedade contemporânea, homens e mulheres optam por uma vida mais simples. Eles garantem que são mais felizes. Conheça as histórias

Você pode ter passado a vida inteira, ou parte dela, ouvindo a expressão: tempo é dinheiro. Conhecido de perto um universo em que ter do “bom e do melhor” é sinônimo de uma vida sossegada. Também deve ter escutado, e acreditado, que comprar roupas, sapatos e supérfluos alivia o estresse, principalmente, das mulheres durante a tensão pré-menstrual (TPM). Que shopping é e será um dos melhores lazeres desta vida moderna. Agora, suponha que tudo isso virasse de cabeça para baixo. Em nome da simplicidade do ser, homens e mulheres, de idades diferentes, chacoalharam esses velhos conceitos cada vez mais impostos à sociedade e optaram, sem culpa e com leveza, por uma vida simples. Acreditam que precisam de pouco para se satisfazer e asseguram que o lucro com tudo isso não se vende nem se troca, e tem nome: felicidade.

Não se trata de um movimento, mas um fenômeno sem causa única e nenhuma regra. Essas pessoas estão, aos poucos, caminhando por conta própria em busca da simplicidade, sem fazer publicidade disso. Alguns mudaram de cidade, outros conseguiram isso morando em uma capital como Belo Horizonte. E não estão sós. A tal simplicidade já chama a atenção do mundo, já que grandes homens, que poderiam esbanjar mordomias, disseram “não” a elas e a tudo que elas remetem. O ex-guerrilheiro José Mujica, atual presidente do Uruguai, por exemplo, mora em uma casa deteriorada na periferia de Montevidéu, sem empregado nenhum. Seu aparato de segurança: dois policiais à paisana estacionados em uma rua de terra.

Outro que recebeu os olhares do planeta é o papa argentino Francisco, que despertou a simpatia dos católicos e até mesmo de quem não segue a religião, por quebrar protocolos da Igreja. Sabe-se que antes de chegar ao cargo mais alto da instituição, no dia 13, quando foi escolhido como papa, ele andava de metrô e ônibus por Buenos Aires e cozinhava a própria comida. Já como líder do catolicismo, ele dispensou o carro oficial ao celebrar uma missa e caminhou pelas ruas, aproximando-se mais do povo.

BONS EXEMPLOS

Mas não é preciso ir a Roma ou ao Uruguai para conhecer pessoas que apostam nesse modo de vida. O Bem Viver conheceu bons exemplos dessa vida simples. São guerreiros que nadam contra a maré em uma sociedade que, cada vez mais, valoriza o supérfluo como a garantia para ser feliz. “Hoje, o que predomina é o consumismo mais exacerbado, mas se há grupos buscando essa simplicidade é um sintoma de que essa exaustão das buscas frenéticas acaba não levando a lugar nenhum”, comenta o psicólogo, psicanalista e doutor em filosofia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Carlos Roberto Drawin.
homens mulheres vidas simples
Advogada Débora Paglioni, de 23 anos, acredita que ser simples é uma postura que tem a ver com bem-estar e consciência (Foto:Estado de Minas)

Certos de que há muito mais quando se tem menos, os entrevistados para esta reportagem servem como verdadeiras lições de vida. Maria Madalena Aguiar, de 66 anos, diz ser “feliz demais” em levar uma vida baseada na simplicidade e acredita, por exemplo, que está mais perto de Deus. Já Guilherme Moreira da Silva, de 56, mora em um sítio em Macacos, na Grande BH, e garante que “ser simples” traz a ele conforto, alegria, prazer e felicidade. A mesma sensação tem Priscila Maria Caliziorne Cruz, de 23, que ao optar por esse estilo de vida diz ter ampliado sua consciência, ficando mais inteira e presente na vida. “A simplicidade nos obriga a olhar para nós mesmos”, comenta o frei Jonas Nogueira da Costa, que desde menino se encantou pela vida de São Francisco de Assis e adotou a espiritualidade franciscana. Para a advogada Débora Paglioni, de 23 anos, ser simples vai muito além de ter dinheiro. “Tem a ver com bem-estar e consciência”, afirma.

SOMENTE O NECESSÁRIO

Carro, só ser for para locomoção. Telefone é para se comunicar, não precisa de touch screen nem aplicativos mirabolantes. Roupas ou sapatos novos somente quando forem de extrema necessidade, afinal, para quê mais? Comer bem não é ir a restaurante refinado, mas aquilo que é feito em casa. Ter uma vida simples passa por muitas dessas posturas, que não são regras.
Mas quem decide viver com o que é necessário nega o que hoje é tão valorizado, como a corrida disparada pelos melhores celulares, casa, carros e as mais belas joias. E acaba consciente de que o tempo e a energia investidos para a aquisição de coisas podem minguar as oportunidades de conviver com o outro, de buscar a espiritualidade, autoconhecimento e senso de comunidade. É como se essas pessoas se abrissem mais para o mundo ao seu redor e dissessem: “Desapeguei”. Talvez por isso, elas são serenas, sorridentes e leves, vivendo somente com o necessário, aquilo que para elas é essencial.
Leia também

Esse desapego e vontade de viver somente com o que precisa não é algo que a humanidade conheceu hoje. O psicólogo, psicanalista e doutor em filosofia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Carlos Roberto Drawin destaca que esse comportamento é antigo e vem desde antes do cristianismo. “Vem de uma sabedoria grega. Não é só no sentido de não ter bens materiais, mas não transformá-los em uma tirania.” Ele conta que existia uma corrente da filosofia grega, o chamado estoicismo, que mostrava que o homem só atinge a felicidade se ele for livre, ao se livrar das dependências dos bens materiais. “Isso foi seguido tanto por um escravo quanto pelo imperador.”
De tanto desapegar desses bens, Guilherme Moreira da Silva, de 56 anos, é chamado de Mazzaropi pelos amigos, em alusão ao cineasta, ator de rádio, TV, de circo, cantor e diretor Amácio Mazzaropi, que, mesmo rico, foi conhecido como o gênio da simplicidade. Ele marcou a história do cinema nacional ao mostrar personagens simples e uma linguagem bem próxima do povo. Guilherme não optou pela arte. Desde menino, sofria de bronquite e a medicina não lhe dava esperança de cura. Por meio de uma vida que ele mesmo chama de alternativa, conseguiu se livrar da doença, desafiando até o diagnóstico médico.

Nascido e criado em Belo Horizonte, há 30 anos Guilherme se mudou para São Sebastião das Águas Claras, mais conhecido como Macacos, na Grande BH. Formado em arquitetura e especializado em paisagismo, ele morou na Espanha por um ano. Mas foi em Macacos, em um sítio em meio à natureza, que se encontrou. Por 15 anos, morou ali sem energia elétrica. Ele diz até hoje não comprar roupas e só usar aquelas que seus irmãos lhe dão. “Não atribuo grandes valores ao materialismo. Tenho uma caminhonete porque preciso dela para trabalhar.”

Guilherme hoje mexe com produtos naturais, vende pães integrais e come tudo o que planta. Onde mora não há internet. “A minha bronquite que me incomodava muito. Queria uma vida saudável. Esse modelo que adotei tem raízes profundas em querer sobreviver e gostar da vida. Chegou o momento em que o mais importante era a qualidade do ar que respirava , o contato com a terra e a comida que comia.”

Em uma casa de alvenaria sem luxos nem precariedade, Guilherme tem uma televisão, que de vez em quando é ligada. “A vida pode ser muito mais simples. A busca por ter tudo, trocar o velho pelo novo, traz desconforto. A sociedade nunca está satisfeita.” Para ele, a vida no campo traz essa simplicidade, alegria, conforto e prazer.

ESFORÇO

Professor do curso de ciências sociais da Pontifícia Universidade Católica (PUC Minas), Ricardo Ferreira Ribeiro diz que hoje as pessoas fazem um esforço danado para ter renda e, por outro lado, geram um estresse, acúmulo de trabalho e problemas de saúde. “A opção pela vida simples tem sido mais singela, há menos requinte, mas exige menos esforços.” Ele lembra que os hippies chegaram a optar por esse modo de vida, como crítica ao consumismo. “Esse modo de viver aproxima mais as pessoas, cria-se uma empatia.”

Para o frei Jonas Nogueira da Costa, de 37, viver com pouco se aprende ao estar perto daqueles que têm poucas condições financeiras. De família simples e católica, ele sempre participou das atividades da igreja de Três Rios, sua cidade natal, no interior do Rio de Janeiro, o que despertou sua vontade de ser padre. Em 1995, entrou para a Ordem dos Frades Menores, motivado pelo exemplo de São Francisco de Assis, que dedicou a vida à simplicidade e aos pobres. “A proposta de simplicidade, de viver como irmão e ter uma vida de oração são pilares que me encantaram”, diz. A simplicidade para Jonas é entendida como partilha. “Você não pode chegar a Deus com títulos acadêmicos, roupas e outros. Deus é simples.”

O frei conta que a principal mudança que sentiu na sua opção devida foi no conceito de posse. “As coisas que eram da minha família pertenciam a eles e a mim. Hoje, tenho o conceito do nosso.” Suas posses, segundo ele, são os livros. Não se importa com roupas e compra só o necessário. “A simplicidade tem o campo prático e político. No primeiro, é o contato com as pessoas mais simples e afetos com as plantas e animais. No segundo, é a denúncia do consumismo que gera frustrações.”
Ele ensina que a vida simples permite o contato consigo mesmo. “Nos obriga a olhar para nós mesmos e ao nos depararmos com o ser humano que somos nos libertamos das grandes tentações do consumismo.” O grande ganho para o frei é a felicidade como comunhão, prazer nas pequenas coisas , estar bem consigo mesmo. “Temos que fazer o que gostamos. A minha opção me faz bem, humano e feliz.”

Para o frei, quem segue a vida baseada na simplicidade, independentemente da religião, tem que aprender a escutar os pobres materialmente e socialmente. “Eles são os nossos mestres. Há muita coisa que dissemos que são fundamentais para nós, e vemos que outras pessoas conseguem viver sem aquilo. Às vezes temos tudo e não abrimos mão de nada, e esse pobre consegue sorrir e falar de Deus. Por trás disso, há uma sabedoria. Não há uma receita pronta para essa vida simples. Cada um tem que fazer a própria síntese”, aconselha.

Estilo de vidas

Existe um movimento chamado simplicidade voluntária, que é um estilo de vida no qual os indivíduos conscientemente escolhem minimizar a preocupação com o “quanto mais melhor”, em termos de riqueza e consumo. Seus adeptos escolhem uma vida simples por diferentes razões, que podem estar ligadas a espiritualidade, saúde, qualidade de vida e do tempo passado com família e amigos, redução do estresse, preservação do meio ambiente, justiça social ou anticonsumismo. Algumas pessoas agem conscientemente para reduzir as suas necessidades de comprar serviços e bens, e, por extensão, reduzir também a necessidade de vender o seu tempo. Alguns usarão as horas a mais para ajudar os seus familiares ou a sociedade, ou sendo voluntário em alguma atividade.

Compra consciente

Mudar os hábitos de consumo e só adquirir produtos de que realmente precisa é uma opção de vida de quem busca ser mais saudável
Não é preciso sair da capital ou se dedicar integralmente ao sacerdócio para ter uma vida simples. Essa opção de vida, apesar de a luta ser ainda maior, é bem possível na cidade grande, mesmo com as tentações do consumo e seus exageros bem próximos. A simplicidade, muitas vezes, está na essência da alma e em atitudes conscientes, e não é preciso radicalismo para chegar até ela. O professor do curso de ciências sociais da Pontifícia Universidade Católica (PUC Minas) Ricardo Ferreira Ribeiro diz que essa opção de vida pode ser uma certa crítica aos valores ligados à ostentação e ao padrão de vida de pessoas que não conseguem abrir mão dos bens materiais. “A gente acaba consumindo muitas coisas, para quê? Qual a finalidade desse bem que se adquire?”, provoca.

Foram essas as perguntas que motivaram a psicóloga Marina Paula Silva Viana, de 28 anos, a enfrentar um desafio: um ano sem compras. De junho de 2011 até junho de 2012, ela não comprou nada de supérfluo e criou um blog na internet relatando sua experiência durante esse período. A página levou o nome do desafio, Um Ano sem Compras. Mineira de Belo Horizonte, a jovem mora desde 2008 em Curitiba e achava que a proposta seria difícil. “O mais complicado é conter o primeiro impulso. Mas vi que isso é bem possível.” O dinheiro que usava para comprar roupas, bolsas, calçados e cosméticos foi gasto em lazer. “Sempre gostei dessa opção de vida, e queria fazer essa experiência. Você percebe que tem outras prioridades na vida. Passei a fazer mais programas ao ar livre, a aproveitar atividades intelectualizadas. Quando estamos imersos no consumo, deixamos o que nos dá prazer em segundo plano. Passada essa experiência, hoje compro bem menos e me foquei no que é essencial para mim.”

Como psicóloga, Marina conta que muitos pacientes trazem para o consultório frustrações vindas do consumo. “As pessoas estão consumindo mais. E isso acaba tendo uma função psicológica. Ela acabam acreditando que a personalidade está ligada ao que consomem.” Formada em teatro, produtora do curso de educação gaia em BH e estudante de letras na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Priscila Maria Caliziorne Cruz, de 23, diz que a vida simples vem dos pilares que recebeu em casa e das suas buscas e anseios. “São escolhas diárias. Encontrei em BH, no meio urbano, uma alternativa mais simples para viver.”

Ela conta que o segredo dessa opção está na consciência do que se busca. “Sabemos que ter um telefone é importante para atender a necessidade. Mas nem sempre essa necessidade por um produto acompanha moda e o que está no mercado.” Há 10 anos, a jovem não entra em shopping, pois, segundo ela, é um ambiente que a incomoda, principalmente pelo objetivo daqueles que estão ali e os tipos de relações estabelecidas. “Participo de um encontro anual de trocas de roupas. Para a minha alimentação, participo de redes de agricultura urbana, que são alimentos produzidos na cidade. Compramos diretamente dos produtores, sai mais barato e não acumula tanto valores.”

A maior preocupação de Priscila é com o meio ambiente. Ela procura ter atitudes sustentáveis, como reciclagem de lixo, usar carona ou transporte público. “Essa opção de vida me faz sentir em harmonia comigo mesma. Quando fiz essa escolha, é como se tivesse responsabilidade com as pessoas ao meu redor.” Ela diz que o encontro com esse modo de vida foi motivado por uma busca de vida saudável, da saúde do corpo e da mente . “Nunca fiz escolhas motivada pelo financeiro.”

BENS MATERIAIS

Por mais que as quatro filhas insistam, Maria Madalena Aguiar, de 66 anos, fica bons anos sem comprar roupas. Prefere consertar as que tem e não se importa com a idade delas. Um vestido e um tamanco já estão de bom tamanho. Mesmo morando na capital, a essência, adquirida na infância, na roça e durante os três anos que morou em um convento em São Paulo, ela mantém intacta e com orgulho. Diz já ter conhecido muitas pessoas que ostentam bens materiais. “É de dar dó”, comenta.

Certo dia, uma de suas filhas a chamou para sair. Ela logo pegou a bolsa de pano e disse estar pronta para acompanhá-la. A filha sugeriu que mudasse de roupa. “Você quer o que visto ou a minha companhia?”, respondeu Madalena. Apaixonada pelas poesias que cria, ela conta que prefere andar de ônibus ou a pé a ir de carro. “Temos pernas é para andar.” Compras com ela, só o essencial. O seu lazer é mexer na terra, com as plantas e aprender com elas. “A vida simples é uma sabedoria”, avisa. Para ela, ajudar o outro a ter um coração bom são as grandes riquezas do ser humano.

Madalena conta a lenda que lhe serve de inspiração. “Uma vez, um turista viajou para conhecer um grande sábio. Quando chegou, disse a ele que queria conhecer seus móveis. O sábio, muito tranquilo, mostrou que só tinha uma cama e uma cadeira e o convidou a entrar. O homem não aceitou, disse estar só de passagem. O sábio respondeu: ‘Eu também’.” Para essa senhora, a história aponta o que devemos pensar antes dos bens materiais serem nossos donos. “Caixão não tem gaveta. Estamos aqui só de passagem.” (LE)

Viver com o essencial

Este mês, o New York Times publicou um artigo sobre a vida de Graham Hill, que vive em um estúdio de 420 pés. Ele tem seis camisas, 10 tigelas rasas que usa para saladas e pratos principais. Não tem um único CD ou DVD. Era rico, tinha uma casa gigantesca e cheia de coisas – eletrônicos , carros e eletrodomésticos. “De uma certa forma, essas coisas acabaram me consumindo”, disse na entrevista. Em 1998, em Seattle, vendeu sua empresa de consultoria de internet, Sitewerks, por muito dinheiro e passou a comprar muito. Entre as compras, um Volvo preto turbinado. Mas tudo isso passou a incomodá-lo e a ficar sem graça. E ele decidiu viver somente com o essencial.
Luciane Evans, Estado de Minas

Crack provoca maior porcentagem de morte de neurônios // NÃO USE ISTO!!

Redação.. - 11 de maio de 2013 às 11:14

SÃO PAULO (Agência USP) - O usuário de crack, ao fumar uma pedra da droga, inala não apenas a cocaína, mas também uma substância derivada de sua pirólise, um éster denominado metilecgonidina (AEME). Essa substância provoca a morte de neurônios de um modo muito mais agressivo do que aquele observado quando o usuário cheira ou injeta a cocaína, como mostram estudos in vitro realizados na Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da USP. O crack é a mistura da pasta bruta de cocaína, bicarbonato de sódio e água.

“Quando o usuário aquece a pedra de crack, ele acaba por inalar não apenas a cocaína, um alcaloide, mas também a AEME, um éster. Por isso, os danos são muito maiores, pois o usuário sofre os efeitos tanto da cocaína como da AEME”, explica a professora Tania Marcourakis, do Departamento de Análises Clínicas e Toxicológicas da FCF, que é responsável por uma linha de pesquisa sobre o tema.

Os pesquisadores realizaram estudos in vitro utilizando uma cultura primária de neurônios extraídos do hipocampo — região do encéfalo ligada à memória — de fetos de ratos. Os cientistas descobriram que nas amostras onde incubaram a AEME e a cocaína juntas, durante um período de 48 horas, houve pelo menos 50% mais mortes de neurônios, em comparação às amostras onde a cocaína e a AEME foram incubadas isoladamente na cultura primária de neurônios. Estes resultados indicam que o usuário de crack pode estar exposto a uma maior neurodegeneração em relação aos usuários de outras formas de uso da cocaína.

Este estudo foi realizado durante o mestrado do aluno Raphael Caio Tamborelli Garcia, Efeitos neurodegenerativos da metilecgonidina e da cocaína em cultura celular primária de hipocampo, apresentado em 2009 sob a orientação da professora Tania.

Atualmente, Garcia está cursando o doutorado “sanduiche” nos Estados Unidos onde investiga os efeitos da AEME no cérebro de ratos. “A pesquisa de doutorado tem o objetivo de verificar se a AEME é apenas neurotóxica ou se também contribui para a dependência ao crack”, explica a professora. A defesa deve ocorrer no próximo semestre.

Sabe-se que a fumaça que o usuário inala com a queima da pedra do crack é absorvida rapidamente pelo organismo, provocando, do mesmo modo, um efeito muito rápido. Então, quanto mais o usuário fuma, mais rápido é o efeito. E quanto mais ele fuma, mais ele quer fumar, e mais rápido se torna dependente da droga.

Necrose e apoptose
Já o estudo de mestrado da aluna Livia Mendonça Munhoz Dati, Caracterização das vias de morte celular induzida pela metilecgonidina, produto da pirólise da cocaína, investigou por quais vias ocorria a morte dos neurônios: necrose ou apoptose. A necrose ocorre quando a célula inflama, incha e se rompe. Já a apoptose é a morte celular programada, onde ela morre e desaparece.

Os resultados mostraram que, no caso da cocaína, ocorre a morte tanto via necrose como apoptose. A AEME provoca a morte das células via apoptose. Mas quando a cocaína e a AEME estão juntas, elas provocam tanto a apoptose como a necrose. A dissertação, defendida em 2012, também foi realizada em cultura primária de células cerebrais de fetos de ratos

Relatório da ONU destaca práticas sustentáveis na indústria e comércio do Brasil

 

11 de maio de 2013 · Notícias

Share
Floresta Nacional dos Tapajós, no Brasil. Foto: ONU/Eskinder Debebe
Floresta Nacional dos Tapajós, no Brasil. Foto: ONU/Eskinder Debebe

O relatório Economia Verde e Comércio — Tendências, Desafios e Oportunidades, do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), ressaltou iniciativas sustentáveis na indústria e comércio brasileiros. O documento, publicado esta semana, aborda as oportunidades que as políticas de economia verde geram para o comércio sustentável e os incentivos que o comércio internacional podem criar para promover uma economia mais verde.

Foram analisados seis setores econômicos — agricultura, pesca, florestas, indústria, energia renovável e turismo.
O estudou destacou a empresa brasileira de cosméticos Natura, que adotou o uso sustentável da biodiversidade como referência para inovação. O relatório lembrou que a companhia desenvolveu alternativas vegetais para as matérias-primas petroquímicas, que permitiram reduzir o uso de carbono e criar uma nova linha de produtos baseados no uso sustentável da biodiversidade.
Em 2010, lembrou o estudo, a empresa madeireira Rondobel, que atua no estado do Pará, se tornou a primeira companhia da América Latina a atender os princípios da organização não governamental (ONG) Rainforest Alliance, em prol da Verificação da Origem Legal (VLO, na sigla em inglês), que examina se a fonte da madeira é legal.

Em dezembro de 2011 a empresa foi auditada pela ONG Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora) com base nos princípios da ONG Conselho de Manejo Florestal (FSC, na sigla em inglês). Em junho de 2012, a companhia recebeu um certificado da FSC por suas atividades na floresta e na serraria.
Segundo o relatório, o certificado e o comprometimento da Rondobel com a sustentabilidade e a excelência ambiental abriram novos mercados para a companhia, pois, além das vendas domésticas, a empresa agora comercializa produtos para os Estados Unidos, Europa e Panamá.

Comercialização sustentável na Amazônia

O documento também destacou a Bolsa Amazônia, atualmente em operação na Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador e Venezuela. A iniciativa busca a comercialização sustentável de produtos amazônicos, envolvendo comunidades rurais e as capacitando com informação.
De acordo com o estudo, os países em desenvolvimento com abundantes recursos renováveis estão em boa posição para capitalizar as oportunidades oferecidas por produtos “verdes” e podem assim aumentar sua participação no mercado internacional de bens e serviços sustentáveis.
Em 2011, as economias em desenvolvimento representaram 35% do investimento mundial em energia limpa, sendo que os investimentos no Brasil, China e Índia, responderam por quase 60 bilhões de dólares, ou 90% dos investimentos dos países em desenvolvimento.
O Brasil investiu uma soma considerável de 70 milhões de dólares em tecnologia de hidrogênio entre 2001 e 2007, e no futuro próximo objetiva aumentar esses investimentos nacionais e exportar ônibus de combustível de hidrogênio.

Certificação em alta

Enquanto ainda representa apenas uma pequena percentagem do mercado global, o comércio de produtos certificados e de bens e serviços ambientais está em crescimento em termos absolutos, diz o relatório. O mercado global de tecnologias eficientes de baixo carbono e energia, que incluem produtos de fornecimento de energia renováveis, deverá quase triplicar para 2,2 trilhões de dólares em 2020.
Segundo o relatório, como a demanda por créditos de carbono florestal nos mercados de regulamentação ainda é baixa, o investimento por empresas privadas e instituições financeiras no setor ainda está em um estágio inicial.
O documento aponta que em 2010 mais da metade do volume de comércio de créditos de carbono florestal foi fornecido pela América Latina, a maioria dos quais vieram de 28 projetos florestais no Peru e Brasil.
Para ler o relatório em inglês, clique aqui.

Como a mídia social está revolucionando a sustentabilidade

Mariela Castro
 
Está quase saindo do forno a versão brasileira do Social Media Sustainability Index 2013, um abrangente relatório que revela que, ano após ano, as empresas de todos os setores estão dando importância crescente às diferentes mídias sociais para suas ações relacionadas a sustentabilidade e responsabilidade social corporativa (RSC).
 
A coletânea de cases de sucesso e melhores práticas que compõe o relatório pode inspirar outras empresas a gerenciar melhor suas estratégias, ferramentas e propostas para uso das mídias sociais na comunicação corporativa com foco em sustentabilidade.
Há dois aspectos aí. Um é a utilização dessas novas mídias para fortalecer o relacionamento e incrementar o engajamento dos stakeholders nos diferentes canais online dos quais eles participam. A outra é divulgar as ações de sustentabilidade realizadas, oferecendo inclusive a possibilidade de compartilhar em diferentes plataformas digitais o todo ou partes de relatórios de formato inovador (veja mais abaixo alguns exemplos).
 
Mais ação, menos falação — O que ficou bastante evidente na versão 2012 do Social Media Sustainability Index – e que deve se tornar ainda mais relevante em 2013 – é que as comunidades online adoram saber que as companhias têm práticas sustentáveis dignas de aplauso. E as companhias, por sua vez, têm muito a ganhar com os inputs de seus públicos de interesse.
E mais: as empresas mais inteligentes já entenderam que as mídias sociais permitem a elas mostrar como podem ser úteis à sociedade, trocando o simples discurso pela prática real.
 
Mas que ninguém se iluda: as pessoas percebem quando uma empresa tenta forjar seu caráter sustentável e “dourar a pílula”, alerta o responsável pelo Social Media Sustainability Report, Matthew Yeomans. E certamente vão chover críticas nas redes sociais se houver esse tipo de comportamento. Yeomans participou ontem, no Rio de Janeiro, de uma mesa redonda no evento Sustainable Brands Conference, que reuniu “cabeças pensantes” de todo o mundo para discutir tecnologia, sustentabilidade e novas mídias, jogando luz sobre como aprimorar a comunicação com os stakeholders.
 
Yeomans defende que Responsabilidade Social Corporativa e mídias sociais devem andar de mãos dadas. Sem dúvida, o poder desses canais para estimular o diálogo, promover o engajamento e construir a reputação é imenso, e as empresas que fizerem direitinho a lição de casa só têm a ganhar. E que lição de casa é essa? Entender que as mídias sociais estão alterando – para melhor – a comunicação de ações de sustentabilidade. E quanto à desculpa de que é muito arriscado abrir-se via redes sociais, o risco é muito maior de não embarcar nessa tendência.
Algumas das melhores práticas:
  • Formatos inovadores — Os relatórios anuais de sustentabilidade, que se tornaram importantes peças de marketing para empresas de todos os portes e segmentos, têm sido cada vez mais criativos e apresentados de tal forma que permitem o compartilhamento em redes sociais. A velha versão em papel ou PDF abre espaço para um diálogo mais fluido, mais rico e mais frequente com o leitor, acostumado a um ambiente digital. O próprio Facebook, por exemplo, criou um infográfico muito dinâmico e divertido para trazer suas informações.

  • Para que esperar o fim do ano? — Algumas companhias, como SAP e o banco BBVA, optam por publicar online a cada trimestre um balanço de suas ações de sustentabilidade, ao invés de esperar por um maciço relatório só no fim do ano. Ambas as empresas embalam suas mensagens na área de meio ambiente, governança corporativa e responsabilidade social em formatos úteis e simples, facilmente compartilháveis.

  • Novas perguntas – Se procurar formatos inovadores é uma tendência, vale ir bem mais além do que simplesmente se perguntar “como podemos apresentar melhor nosso Relatório de Sustentabilidade?” , para buscar “quem é a nossa audiência nas mídias sociais e como podemos fornecer informação de maneira mais atraente e relevante?”.
  • Sem medo de ousar – Para responder a pergunta anterior, blogs, revistas virtuais, infográficos e até Instagram e Pinterest, cujo foco principal são imagens, já têm sido usados para disseminar de maneira consistente e interativa o posicionamento de sustentabilidade das companhias mais ligadas no engajamento dos stakeholders. Ou seja, não é necessário se ater a uma versão online no estilo site
  • Apps, mapas e jogos interativos – A comunicação não se cansa de inventar novas formas de transmitir conteúdo de sustentabilidade. Alguns exemplos são os mapas da Petrobras, que mostram a biodiversidade brasileira e a colaboração da empresa para sua conservação; o aplicativo da Opower em parceria com o Facebook, para ajudar as pessoas a identificar e adotar maneiras de economizar energia; e o game interativo da Novo Nordisk, que simula um desafio para construir uma boa reputação corporativa ao equilibrar as ações que você desenvolve como funcionário.
O Social Media Sustainability Index 2013 ainda não tem data para ser publicado em português, mas é certo que a edição brasileira será fruto de uma parceria com a Eight Sustainability Platform e a Report Sustentabilidade, e que analisará também casos de empresas com atuação no Brasil.

E o Brasil continua a defender o amianto - ARTIGO - Washington Novaes

 

É constrangedor. Contrariando parecer do Ministério do Meio Ambiente, o Brasil há poucos dias absteve-se devotar em Genebra uma resolução no âmbito da Convenção de Roterdã que obrigaria qualquer país exportador de qualquer produto baseado em qualquer variedade de amianto a informar previamente o importador sobre o conteúdo dessa carga perigosa. Não se tratava de proibição de exportar, apenas de informação prévia.

Os Ministérios brasileiros do Desenvolvimento e de Minas e Energia tomaram posição contra a resolução sob o argumento de que poderia prejudicar as exportações brasileiras da variedade crisotila, que não seria problemática, embora centenas de pareceres científicos no mundo todo digam que é tão prejudicial quanto o amianto. Por isso 66 países já baniram o uso de qualquer variedade - incluídos Alemanha, Austrália, Áustria, Bélgica, Dinamarca, Espanha, Holanda, Japão, Itália, Hungria, Grã-Bretanha e Estados Unidos; na América do Sul, Argentina, Chile e Uruguai estão entre os países que proibiram a importação. A União Europeia condena o uso. Recentemente, na Itália, dois proprietários de uma grande empresa produtora de artefatos de amianto foram condenados a 16 anos de prisão pelos danos à saúde dos trabalhadores.

Os ministérios que se posicionaram contra a adesão do Brasil alegam prejuízos econômicos à produção e à geração de empregos - o Brasil é o terceiro maior produtor mundial, com 306,3 mil toneladas anuais no último balanço (a Rússia é o maior), e o segundo na exportação (134,1 mil toneladas de fibras, no valor de US$ 79,9 milhões, e 49,9 mil toneladas de manufaturados, no valor de US$ 145,3 milhões). Toda a produção nacional para consumo no mercado interno está hoje concentrada na mina de Cana Brava, em Minaçu (GO), que tem vida útil prevista para quase mais 30 anos.

A indústria de construção civil interna consome a maior parte da produção que aqui fica, em telhas onduladas, chapas de revestimento, tubos e caixas d"água. Na indústria automobilística, o consumo está concentrado em produtos de fricção (freios, embreagens). Mas há consumo também em produtos têxteis, filtros, papel e papelão, isolantes térmicos. E o setor que produz fibras alternativas à crisotila assegura que pode atender a todo o consumo dos produtos problemáticos.
E, no mínimo, curiosa a posição brasileira contrária à informação prévia na exportação, pois desde 1984 a variedade nacional de amianto vem sendo questionada pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), que na Resolução 348 incluiu os resíduos de amianto na classe dos perigosos e passou a exigir uma advertência impressa aos consumidores, em todos os produtos, quanto ao risco do consumo.

    Só que a legislação "não pegou". Dois anos depois, uma portaria do Ministério do Trabalho relacionou os perigos dos materiais a que os trabalhadores nessa área estavam expostos. A Convenção da Organização Internacional do Trabalho (OIT) sobre os mesmos riscos, assim como sobre a prevenção e proteção dos trabalhadores no setor, é de 1986. No Senado brasileiro há muito tempo tramita um projeto do senador Eduardo Suplicy que propõe o banimento do produto.
Não é só. Vários Estados brasileiros já aprovaram legislação que proíbe o uso do amianto e a exportação, entre eles São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Pernambuco e Mato Grosso.

A execução da lei, entretanto, está suspensa, à espera do julgamento de recursos dos produtores no Supremo Tribunal Federal. A alegação é de "inconstitucionalidade" dessas leis estaduais.
É problemático, já que a Organização Mundial de Saúde calcula que a cada ano morrem 100 mil pessoas que foram expostas aos produtos extraídos - que ela considera cancerígenos - ou seus derivados. E serão 10 milhões de pessoas até 2030, vítimas de cânceres do sistema respiratório e de membranas que recobrem os pulmões, o peritônio e o pericárdio. As mortes também podem estar associadas ao câncer de laringe e ao câncer do ovário.

Tudo isso tem levado os críticos do amianto/crisotila a propor o fim da extração, do transporte, da industrialização, da comercialização e da utilização do produto, em todas as suas formas, em todo o País - até porque "não há limite de tolerância seguro para a exposição e o manuseio".
Já o argumento central dos defensores do amianto/crisotila está nos prejuízos que advirão para o município e a região de Minaçu, onde está a extração. Ali quase tudo depende dessa atividade - o emprego, o transporte, a comercialização, a hospedagem, etc. Em mais de três décadas de discussões e questionamentos, entretanto, nada foi feito para lá criar novas atividades substitutivas.

Um parecer da Unicamp, de agosto de 2010, observa que o prejuízo econômico "pode ser minimizado por meio de algumas medidas de política industrial (...) e de fomento à pesquisa de novos produtos e materiais alternativos, além dos atualmente disponíveis". Acrescenta que "haverá quem defenda a continuidade das exportações, sob o argumento econômico de que desta forma o País continuará a contar com preciosas divisas (...). Mas o que é imperioso é colocar em evidência o fato de que o Brasil exporta amianto para outros países periféricos e com isso coloca em risco a vida de milhões de trabalhadores". E lembra o veto da União Europeia ao amianto desde 2005.

A conclusão final é contundente: "Triste sina a desses países condenados a ficar à mercê de interesses econômicos mais espúrios. Mais triste ainda é o país que permite a exploração desses miseráveis, que possibilita que interesses econômicos se beneficiem da ignorância de populações de países carentes". Observa ainda que se beneficiarão os países que desenvolvem tecnologias mais adequadas.
Não está no parecer, mas pode ser lembrado que a indústria produtora em Minaçu é uma das maiores financiadoras de campanhas eleitorais no País.

A indústria produtora em Minaçu é uma das maiores financiadoras de campanhas eleitorais.

Senadores relacionados:

  • Eduardo Suplicy

Órgãos relacionados:

  • Senado Federal

Informação & Conhecimento