No entanto, país ainda enfrenta graves problemas como a poluição.
EUA também lideram ações; crise econômica ajudou a baixar emissões.
Do G1, em São Paulo
A Agência espacial americana (Nasa) divulga imagem de satélite que mostram a névoa espessa de poluição que cobre Pequim, capital da China, no início do ano. Estudo aponta que o país se tornou protagonista no combate às mudanças climáticas (Foto: Reuters/Nasa/Terra - Modis)
A China está rapidamente assumindo um papel de liderança global frente às mudanças climáticas, protagonismo que é dividido com os Estados Unidos, revela um estudo publicado nesta segunda-feira (29), o qual alertou que as emissões globais de gases de efeito estufa continuam a crescer com força.
O informe da Comissão do Clima, uma organização independente sediada na Austrália, intitulado "A década crítica: ação internacional contra as mudanças climáticas" oferece um panorama geral das ações empreendidas nos últimos nove meses.
O documento é divulgado ao mesmo tempo em que inicia uma nova rodada de negociações climáticas da Organização das Nações Unidas, em Bonn, sobre como estimular as ações contra esse processo que já dura duas décadas, tem sido marcado por disputas processuais e defesa de interesses nacionais.
Segundo a agência France Presse, o estudo revelou que todas as grandes economias do mundo têm políticas em andamento para abordar a questão, mas que a China assume um papel de liderança ao fortalecer suas respostas, 'dando passos ambiciosos para inserir as energias renováveis à sua matriz'.
'"A China está acelerando as ações", afirmou Tim Flannery, co-autor do estudo e figura chave da Comissão do Clima, que reúne cientistas internacionalmente reconhecidos, assim como líderes políticos e de negócios.
"Depois de anos de um forte crescimento do uso do carvão, ele começou a se estabilizar. Estão começando a colocar em andamento sete esquemas de comércio de emissões, que cobrirão 250 milhões de pessoas", afirmou.
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Apesar das ações, desde o começo do ano as grandes cidades do país, como Pequim e Xangai, sofrem constantemente com névoas densas de poluição. O governo precisou intervir e anunciou em janeiro que iria divulgar novas regras sobre como a capital da China deve reagir à perigosa poluição do ar.
As regras vão formalizar medidas pontuais tomadas anteriormente, incluindo o fechamento de fábricas, corte na queima de carvão e a proibição de certas classes de veículos nas estradas nos dias em que a poluição atingir níveis inaceitáveis.
Parceria
O estudo acrescentou que a China, que este mês concordou em trabalhar com os Estados Unidos para fazer frente ao aquecimento global, quer "posicionar os dois países na liderança mundial em energias renováveis". "Qualquer que seja a razão, os resultados falam por si. A China está rapidamente movendo-se rumo ao topo da liderança no que diz respeito às mudanças climáticas", afirmou Flannery.
Segundo o estudo, só em 2012 a China investiu US$ 65,1 bilhões em energias limpas, 20% mais que em 2011, um feito comparação com outros países e que representou 30% de todos os investimentos dos membros do G20 no ano passado.
O informe apontou ainda que a capacidade elétrica chinesa a partir da energia solar se expandiu 75% no ano passado, enquanto o volume de eletricidade gerada a partir do vento em 2012 foi 36% maior do que em 2011.
Os Estados Unidos, que ao lado da China produzem 37% das emissões mundiais de gases estufa, também fortaleceram significativamente sua resposta às mudanças climáticas, investindo US$35,6 bilhões em energias renováveis no ano passado, sendo superados apenas por Pequim.
Crise econômica "ajudou" a frear emissões
O informe destacou que o impacto do declínio econômico e a mudança progressiva do carvão para o gás manteve Washington no caminho de alcançar suas metas de redução de emissões em 17% em 2020 com base nos níveis de 2005.
"Foram estabelecidos importantes alicerces que são propensos a ter um impacto duradouro nas próximas décadas", acrescentou, apontando para a Califórnia, a nona maior economia do mundo, e que inicia um esquema de comércio de emissões em janeiro.
Mais da metade dos Estados americanos agora tem políticas para encorajar o uso das energias renováveis. Além de China e Estados Unidos, atualmente 98 países assumiram compromissos para limitar suas emissões.
"A energia renovável aumenta em todo o mundo, com a capacidade solar crescendo 42% e eólica, 21% em apenas um ano", disse Flannery. "Com tanto dinamismo global, esta é claramente o início da era da energia limpa", emendou. Mas apesar dos avanços, o informe alertou que as ações ainda não são suficientes. "As emissões continuam a crescer.
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