Carta da Terra
Curso sobre sustentabilidade II///BANCO REAL--GRUPO SANTANDER
Material extraído do site:http://planetasustentavel.abril.com.br
O tema do segundo capítulo do Curso on Line, do Banco Real/Santander, é o conceito de SUSTENTABILIDADE. Nele, o personagem Roberto apresenta suas implicações no dia-a-dia, nos negócios e no mundo.
Os três capítulos do “Curso on line de Sustentabilidade” – disponível no site do Banco Real – integra o “Espaço Práticas”, lançado no final de 2007. Para falar do conceito, mas também de ações práticas, o curso se baseia no cotidiano de um personagem muito simpático e brasileiro: o Roberto.
A inovação se reflete também em seu formato do curso: ele é apresentado em três vídeos, com duração média de 6 minutos, cada um, complementados por quizzes e textos (site do Real) para que o participante possa se aprofundar nos temas abordados e receber o certificado.
Curso sobre sustentabilidade I /// BANCO REAL--GRUPO SANTANDER
Material extraído do site:http://planetasustentavel.abril.com.br
Curso sobre sustentabilidade I.
Banco Real/Grupo Santander
O mais novo curso on line lançado pelo Banco Real/Grupo Santander, em seu site, tem como tema a sustentabilidade e integra o “Espaço Práticas”, lançado no final de 2007. Para falar do conceito, mas também de ações práticas, o curso se baseia no cotidiano de um personagem muito simpático e brasileiro: o Roberto.
A inovação se reflete também no formato do curso: ele será apresentado em três vídeos, com duração média de 6 minutos, cada um, complementado por quizzes e textos, para que o participante possa se aprofundar nos temas abordados e receber o certificado. Aqui, apresentamos o primeiro capítulo, que revela um dia na rotina de Roberto sob o título: “Jeitos de ver o mundo”.
Seca dos rios atinge mais de 10 mil pessoas no Amazonas///TERRA BRASIL
Direto de Manaus
A vazante dos rios e a falta de chuvas estão causando prejuízos e deixando isoladas cerca de 10,5 mil pessoas em comunidades de pelo menos quatro municípios do Amazonas. Agricultura e pecuária também sentem os efeitos da estiagem que, em alguns locais, já dura mais de 25 dias, deixando pastos e plantações secos.
Segundo a Defesa Civil do Estado, o município mais atingido é Manaquiri, distante cerca de 65 quilômetros de Manaus. O acesso à cidade se dá por estrada e por água. Mas o rio Manaquiri, que banha a cidade, está tão baixo que embarcações maiores não chegam mais até o porto municipal.
Uma das piores consequências da vazante do rio foi a morte de toneladas de peixes de todas as espécies. "Como houve uma grande enchente, não só em Manaus, mas também em vários outros municípios dessa região, os peixes foram para as cabeceiras de lagos, se reproduziram em grande quantidade e, com a vazante, houve essa mortandade pelo pouco espaço e grande quantidade", explicou Herte Rebelo, pesquisador de geociências do Serviço Geológico do Brasil (CPRM). O fenômeno deixou vários quilômetros das margens do rio Manaquiri cobertas por uma camada de peixe podre causando um forte odor e deixando a água sem condições de consumo humano.
Água potável está escassa. A única fonte disponível são as cacimbas e os poços artesianos construídos nas comunidades. Problema maior enfrentam os moradores das áreas mais distantes que têm de andar horas por leitos de lagos e igarapés secos para conseguir água e comprar alimentos.
Escolas paralisadas
Pela dificuldade de locomoção e transporte, 17 escolas da zona rural do município tiveram de paralisar suas atividades, deixando 2,7 mil alunos sem aula. A prefeitura decretou situação de emergência pelo perigo de doenças transmitidas pela água contaminada. "A situação pode ficar pior porque o rio principal (Manaquiri) está em todo o seu percurso com várias barragens (naturais) e logo o ribeirinho não vai poder chegar nem de canoa a lugar nenhum", disse o coordenador da defesa civil de Manaquiri, Denílson Souto. Uma equipe de técnicos da defesa civil estadual está percorrendo todas as comunidades do município para fechar a Avaliação de Danos (Avadan), documento que será entregue à secretaria nacional de defesa civil.
Além do Manaquiri, os municípios de Anamã, que também fica na calhar do rio Solimões, Santa Isabel do Rio Negro e São Gabriel da Cachoeira, os dois situados no rio Negro, estão em situação preocupante, segundo a defesa civil estadual. "Para esses municípios, as primeiras ações que estamos implementando são deslocá-las para um local seguro na sede (do município), melhorar o abastecimento de mantimentos para o município, melhorar o atendimento à saúde básica e fazer o levantamento epidemiológico", disse o secretário estadual de Defesa Civil do Amazonas, Roberto Rocha.
Atravessar o rio Negro leva mais de uma hora
A navegação também já está sendo afetada. A travessia do rio Negro de Manaus até o distrito do Cacau-Pirera, município de Iranduba, que é ligação por estrada para vários municípios, aumentou de 25 minutos para mais de uma hora de duração. O porto de atração teve de ser mudado para um local mais acima do rio, onde as balsas e ferry-boats conseguem chegar sem ficarem encalhados.
Problema parecido acontece com a travessia de Manaus até o porto do Careiro, onde continua a BR 319, ligação para municípios da calha do rio Solimões. A balsa leva cerca de uma hora para fazer a travessia. "É comum a gente ficar encalhado porque a balsa não consegue atracar direito e quando fica cheia de carros pesados, não consegue sair. Isso aqui está ficando insuportável", diz o caminhoneiro José Feliz da Silva.
No município do Careiro da Várzea, um dos principais fornecedores de produtos para a capital, os produtores rurais buscam a recuperação dos prejuízos causados pela maior cheia já registrada no Amazonas. As plantações foram perdidas durante a enchente, que durou até início de julho. Mas agora, os agricultores apostam na qualidade do solo de várzea que passou meses submerso e reapareceu com a vazante.
No início de Setembro, o agricultor Francisco Almeida estava com as reservas no fim. Ele foi um dos que perderam toda a plantação de hortaliças durante a enchente, entre março e agosto. Menos de três meses depois, já conseguiu colher cerca de 2,5 mil melancias germinadas das sementes que recebeu da prefeitura local, uma das ações emergenciais para recuperação da lavoura. "Naquela época, estava quase sem nada. Agora, deu pra recuperar um pouco das economias", disse o agricultor.
Além das sementes, governo estadual e prefeitura do Careiro distribuíram farelo, ração e sal grosso para o gado. "Nós estávamos acostumados a enchente de três, quatro meses, essa última durou seis meses", diz o criador Sidney Passos. Ele cria cerca de 100 cabeças de gado leiteiro. A produção diária vai para fábrica de laticínios da cooperativa de produtores rurais.
O município tem hoje um rebanho de aproximadamente 68 mil cabeçcas e produz em torno de 17 mil litros de leite por mês. Mas essa produção ainda está em torno de 40%. "Na pecuária, o pasto que surgiu quando a água baixou estava muito seco. O processo de recuperação foi mais lento do que na agricultura", explica o gerente do escritório do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário (Idam) do Careiro, Ofir de Souza.
Meteorologia
Para responder às expectativas de pecuaristas, agricultores e ribeirinhos, a meteorologia não é muito otimista. Nos últimos cinco meses, a previsão de chuva abaixo do normal se confirmou. Em julho, agosto e setembro, choveu apenas 30% do esperado para esta época do ano. Os dados do CPRM confirmam que outubro foi menos seco, chovendo 80% da média prevista. Com isso, o nível do rio Negro chegou a parar de baixar.
Mas nos úlitmos dez dias, o rio voltou a descer de maneira incomum. "Em outubro, ele (rio Negro) tinha estabilizado. Mas voltou a descer com força chegando baixar 14 centímetros em um dia", diz Valderino Pereira, engenheiro do Porto de Manaus, responsável pelo acompanhamento da régua de medição do nível do rio. A cota do rio Negro nesta sexta-feira (nos fins de semana, não há medição) está em 16,19 metros.
A menor cota registrada durante a vazante histórica de 2005 foi de 17,59 metros. Logo, fenômenos como de Manaquiri, com a morte de peixes, isolamento de mais comunidades e ações de emergência poderão ser vistas em outras partes do Amazonas, nos próximos meses. O perído chuvoso, o que é chamado popularmente de inverno amazônico, era pra ter começado pelo dia 2 de novembro, o que não aconteceu.
The Penguins of Brazil///NY Times
Rio de Janeiro
I HAD set my umbrella and chair near the water in the early hours of what would soon become a perfect summer day. Like most people, I prefer the beach when it is deserted, and I had the place all to myself, no vendors to be seen, parading their sunglasses and suntan oils; no drinks, sandwiches or sweets offered in singing voices. Above all, no kids kicking balls or sand in my face. I held a book and was intent on doing some serious reading.
But then I spotted a small shape emerging from the water. As it landed, I noticed it was flapping its wings feebly. Everything about the little fellow, from the slowness of its movements to its obvious weakness and vulnerability, told me it was not there by choice.
A penguin? On Ipanema Beach? The creature was just a few feet away from me and moving in my direction. For a moment, I had the illusion it was staring back at me. Yes, a penguin. I looked behind me in search of witnesses, sensing that an event of this sort merited a wider audience.
A jogger soon appeared, followed by another. They stopped at my side, amazed, and for a few seconds we remained in silence. The penguin produced a delicate wheezing sound. The first jogger looked at the sea and said, “Poor fellow, so far away from home.” The other guy laughed at this. Our philosopher took offense and, for a while, silence set in again.
The penguin fell to its side. It had swum 2,000 miles, its normal pursuit of anchovies possibly confused by shifting ocean currents and temperatures. It would not survive on the hot sand.
The joggers turned to me, as if waiting for instructions. Then one of them muttered: “I live nearby. I can call for help.”
When the firemen arrived, I felt relieved that the episode would soon be over. To my surprise, however, parting was somewhat painful. The discomfort came from a perception that something out of the ordinary, as yet difficult to grasp, had happened on that beach. “You can come visit it in the zoo,” one of the firemen joked as he noticed my sullen air. That frail, helpless, displaced being had made me suddenly understand our impact on the planet.
This happened some time ago, and it turned out to be only the beginning of an unprecedented penguin migration to Brazil. In the years that followed, dozens and then hundreds of gray-and-white Magellanic penguins appeared on our coasts, coming all the way from Patagonia and the Straits of Magellan. They landed on our sands, exhausted and starving, and were immediately surrounded by children and bikini-clad women. Subjects of curiosity and affection, they often died at the hands of those who tried to help by putting them in refrigerators or walking them on leashes.
But this troubling story doesn’t end there: some of these penguins have since been shipped or even flown back to colder waters further south. And, as I wonder how they feel about this journey, I keep hoping that their plight will help us understand ours.
Edgard Telles Ribeiro is the author of “I Would Have Loved Him if I Had Not Killed Him.”
On the Copenhagen Agenda, Saving Forests May Still Work/// Time
This month, the journal Nature Geoscience published a study calculating that deforestation is responsible for about 15% of global carbon emissions, down from earlier estimates of 20% or more. Most of the world's deforestation is concentrated in a few tropical nations, like Brazil and Indonesia where trees are disappearing fast — when these trees die or are burned, they release into the atmosphere all the carbon they've sucked up while they were alive. According to the Nature Geoscience study, the problem of deforestation is becoming a lot less dire than previously thought.
Unfortunately, the study's findings couldn't be further from the truth. The authors' recalculation had less to do with a reduction in deforestation than with an unexpected increase in emissions from the burning of fossil fuels. Indeed trees are still being lost at an alarming rate, at about 13 million hectares per year as of 2005, according to the U.N. Exacerbating the deforestation problem is that there is no global system in place to discourage it. (The global carbon market created by the Kyoto Protocol, by contrast, offers carbon cap and trading as a way to begin reducing carbon emissions from energy or transportation.) "Forests are worth more dead than alive," says Russell Mittermeier, the president of the green group Conservation International. (Read "Is There Any Hope for Agreement at Copenhagen?")
There is some hope that valuation will shift, as the world stumbles toward the U.N. climate change summit in Copenhagen next month. Negotiators are trying to include a system to protect forests — called Reduced Emissions from Deforestation and Degradation (REDD) — in the international treaty that is meant to be hammered out at the summit. Broadly speaking, REDD would allow countries to trade on the carbon value of their forests. If successful, it could be a relatively inexpensive way to quickly reduce deforestation, cut emissions and preserve the habitats of some of the most endangered species on the planet. "Forests are a part of the climate problem, so they need to be part of the solution," says Kevin Conrad, the lead climate negotiator for Papua New Guinea and a major advocate of the REDD process.
Here's how it would work in detail: developing nations would accept some kind of limit on deforestation rates, and in exchange for preserving those forests, they would receive compensation from developed countries, which would then be able to use the carbon they're saving to meet their own carbon caps. It's as simple as that, a recognition that rich nations will have to provide developing countries an economic rationale to stop cutting down trees. The benefits would be global (reducing climate change) and local (helping conservation efforts). Loss of habitat is the No. 1 cause of extinction, and the tropical rain forests that hold the most carbon are also home to the most diverse collection of species. "REDD is a new, exciting opportunity in conservation," says Brett Jenks, the CEO of RARE Conservation.
But it's not an easy opportunity. Tropical forests are vast, so it might be expensive and time-consuming to accurately track which trees are being cut down and which are being saved, although better satellite technology is making that easier. If REDD is implemented on a project-by-project basis, rather than across entire nations, there's a real risk of leakage; deforestation would be stopped in one area, only to bleed somewhere else, and carbon emissions wouldn't be reduced. Activists for indigenous groups — the native people who actually live in tropical forests — worry that they won't benefit financially from the REDD process, or even be forced to move off their land. If the preserved trees are burned or cut down later, the carbon would be lost. And it doesn't help that countries with high rates of deforestation aren't exactly well governed, which could make the implementation of REDD on the ground a real headache. "The cost is not going to be cheap to do," says Nigel Sizer, RARE's vice president for Pacific and Asia operations. "There is legal uncertainty at every level of this."
The upcoming Copenhagen summit is meant to clear up that uncertainty, and there is real hope that REDD could be a bright spot in a meeting that might otherwise be considered a failure. While the larger negotiations remain deadlocked between developed and developing countries over future carbon-emission cuts, both sides have an interest — environmentally and financially — in reducing forest loss. There's already progress being made: on Nov. 12 provincial governors from Indonesia, Laos and the Philippines agreed to back REDD. In Brazil, new statistics show the country has cut deforestation rates in half, signs that the government is finally taking the problem seriously. The South American nation stands to be a major beneficiary of REDD — the head of the Brazilian Carbon Markets Association estimated that the country could earn $16 billion a year from REDD.
For that to happen, some version of REDD must become a part of a new global climate deal — and, of course, there must actually be a new global carbon deal. Although preventing deforestation won't be the solution to climate change, it's a necessary start.
See why India is playing hard to get on climate change.
A TERCEIRA ONDA ;OUTSOURCING DA PRODUÇÃO DE ALIMENTOS NOS PAÍSES POBRES: O NOVO NEOCOLONIALISMO.
São diversos os objetivos perseguidos por estes países. A seguir listamos alguns:
(i) manter uma posição segura frente á escassez mundial de alimentos que em algumas décadas assolará o planeta, haja vista o crescimento das populações pobres,a concentração do capital financeiro e intelectual , assim como da tecnologia nas mãos de poucos e desta forma impossibilitando qualquer ação eficaz e autonoma em relação aos ricos ao mesmo tempo que mantendo as atuais posições de submissão e;
(ii) garantir espaço para produzir em escala global, proporcionando o auto-sustento e comercializando o excedente á preços exorbitantes(inclusive para os nativos destes países), como já é hoje e trata-se de uma das principais razões da Fome e Subnutrição do mundo pobre.
Esta e a chamada Terceira Onda; o outsourcing da produção de alimentos.
Abaixo selecionamos e postamos alguns artigos que discorrem de forma objetiva sobre o tema.
CESTRAS, de Portugal
"Antes de questionarmos se a compra de terras é boa ou má - ou melhor,
para respondermos a essa questão - devemos analisar o fenómeno à luz
dos conceitos de Pegada Ecológica e de Biocapacidade, e das noções
afins de Credores e Devedores Ecológicos (remeto para o Living Planet
Report 2008, que o CESTRAS editou em português).
A newsletter da Global Footprint Network acaba de lançar uma nota
sobre o tema:
The world's economic powers are engaged in a new wave of outsourcing –
one that poses a stark distinction with that of manufacturing in the
1980s, and information technology in the 1990s, according to a recent
report in The Economist (“Buying Farmland Abroad: Outsourcing's Third
Wave,” May 23, 2009). Concerned by recent world food shortages, rich
governments are buying up tracks of land in foreign (mostly
low-income) countries to ensure continued access to food and other
vital agricultural resources."
Talvez esvaziemos a perspectiva moral ("bom ou mau?") se remetermos o
tema para uma simples questão de mercado. Aqui, resta saber quando é
que os credores ecológicos vão perceber que detêm um bem escasso - uma
campanha que a Global Footprint Network vem fazendo.
Nessa altura, por elementar efeito da lei da oferta e da procura,
comprar terra passará a ser mais caro - o que pode ter várias
consequências. Entre as quais, uma nova abordagem à questão da dívida
externa dos países em desenvolvimento que tenham elevada biocapacidade.
Links:
http://assets.panda.org/downloads/living_planet_report_2008.pdf
David da Silva e Sousa
Director
CESTRAS
Centro de Estudos e Estratégias para a Sustentabilidade
www.cestras.org
NÃO DEIXE DE LER ESTE ARTIGO PUBLICADO NO "THE ECONOMIST":
"Outsourcing's third wave"
May 21st 2009
From The Economist print edition
Rich food importers are acquiring vast tracts of poor countries' farmland. Is this beneficial foreign investment or neocolonialism?
(...) Investment in foreign farms is not new. After the collapse of the Soviet Union in 1991 foreign investors rushed to snap up former state-owned and collective farms. Before that there were famous—indeed notorious—examples of European attempts to set up flagship farms in ex-colonies, such as Britain’s ill-fated attempt in the 1940s to turn tracts of southern Tanzania into a limitless peanut prairie (the southern Tanganyika groundnut scheme). The phrase “banana republics” originally referred to servile dictatorships running countries whose economies were dominated by foreign-owned fruit plantations.
(...) The Saudi programme is an example of a powerful but contentious trend sweeping the poor world: countries that export capital but import food are outsourcing farm production to countries that need capital but have land to spare. Instead of buying food on world markets, governments and politically influential companies buy or lease farmland abroad, grow the crops there and ship them back.
(...) But several things about the current fashion are new. One is its scale. A big land deal used to be around 100,000 hectares (240,000 acres). Now the largest ones are many times that. In Sudan alone, South Korea has signed deals for 690,000 hectares, the United Arab Emirates (UAE) for 400,000 hectares and Egypt has secured a similar deal to grow wheat. An official in Sudan says his country will set aside for Arab governments roughly a fifth of the cultivated land in Africa’s largest country (traditionally known as the breadbasket of the Arab world).
It is not just Gulf states that are buying up farms. China secured the right to grow palm oil for biofuel on 2.8m hectares of Congo, which would be the world’s largest palm-oil plantation. It is negotiating to grow biofuels on 2m hectares in Zambia, a country where Chinese farms are said to produce a quarter of the eggs sold in the capital, Lusaka. According to one estimate, 1m Chinese farm labourers will be working in Africa this year, a number one African leader called “catastrophic”.
Read here the full article:
http://www.economist.com/world/international/PrinterFriendly.cfm?story_id=13692889
Mongabay.com
Jeremy Hance
mongabay.com
May 26, 2009
Over two-and-half million hectares in the Democratic Republic of the Congo; half a million hectares in Tanzania; and a quarter of a million hectares in Libya: these figures represent just some of the recent international land deals where wealthy countries buy up land in poorer nations for food, and sometimes biofuel, production. The controversial trend has sparked a recent report from the International Food Policy Research Institute (IFPRI) highlighting what nations have to gain—and lose—from participating in such deals.
Read the full article here:
http://print.news.mongabay.com/2009/0525-hance_landbuys.html?print
O ARTIGO ABAIXO FOI PUBLICADO EM DEZEMBRO DE 2008.
Desde então, passado hum ano não mudou absolutamente nada.
Semana passada em ROMA, aconteceu a Reunião Mundial da FAO, Orgamismo Mundial que cuida da Fome. Aconteceu em Roma, Lula esteve presente assim como diversos outros lideres mundiais.
Leia o artigo abaixo. Ele completa o "overview" com os artigos anteriores sobre este tema.
Número dos subnutridos aumentou para os 963 milhões
Publicado em Dezembro 12, 2008 por maritamari
Mais 40 milhões de pessoas foram empurradas para a fome este ano devido, principalmente, ao aumento do preço dos alimentos, revela uma estimativa publicada pela FAO a 9 de Dezembro, no The State of Food Insecurity in the World 2008 . Isto significa que o número de sub-nutridos no mundo é de 963 milhões, comparado com os 923 milhões de 2007, mas também que a crise económica e financeira actual pode atirar ainda mais pessoas para a fome e pobreza, avisou a FAO.
“Os preços dos alimentos cairam desde o início de 2008, mas a baixa de preços não acabaram com a crise alimentar em muitos países pobres”, referiu um assistente da FAO. “Para milhões de pessoas nos países em desenvolvimento, comer um mínimo por dia para ter uma vida activa e saudável é um sonho distante. Os problemas estruturais da fome, como a falta de acesso à terra, crédito e emprego, combinados com os preços elevados continuam uma realidade grave”, referiu.
O preço dos principais cereais cairam cerca de 50% dos seus picos no início de 2008 mas continuaram elevados comparados com os anos anteriores. Apesar da sua queda acentuada nos recentes meses, o Index de Preços da FAO de Outubro era 28% superior do que em Outubro de 2006. Com os preços das sementes e fertiizantes (e outros inputs) a mais que duplicar desde 2006, os agricultores pobres viram-se impossibilitados de aumentar a produção. Mas os agricultores ricos, em particular os dos países desenvolvidos, conseguiram pagar os maiores custos de produção. Em resultado, a produção de cereais nos países desenvolvidos deverá aumentar pelo menos 10% em 2008. Nos países em desenvolvimento não deverá aumentar sequer 1%.
“Se os preços altos e a crise de crédito forçarem os agricultores a cultivarem menos alimentos, outro ciclo dramático de preços elevados para os alimentos pode acontecer no próximo ano”, referiu. “A cimeira mundial para a alimentação para 1996 propôs-se a reduzir os esfomeados para metade em 2015, o que requer um compromisso político forte e um investmento nos países pobres de pelo menos 30 mil milhões de dólares por ano para a protecção da agricultura e social dos pobres”, disse.
65% dos sub-nutridos vivem em 7 países: Índia, China, Congo, Bangladesh, Indonésia, Paquistão e Etiópia. Na África sub-sahariana, 1 em cada 3 pessoas são esfomeados crónicos.
Link:
http://images.google.com/imgres?imgurl=http://outrapolitica.files.wordpress.com/2008/12/fome.jpg&imgrefurl=http://outrapolitica.wordpress.com/2008/12/12/numero-dos-subnutridos-aumentou-para-os-963-milhoes/&usg=__DECHBZz-dwhrhR-hmcdmeLTTs-g=&h=349&w=450&sz=43&hl=en&start=10&sig2=1xkMwTeB4ey2DX6ykS03hw&tbnid=RvCiM_1fYYF5HM:&tbnh=98&tbnw=127&prev=/images%3Fq%3Dfome%26gbv%3D2%26hl%3Den%26sa%3DG&ei=4isLS8zmEtPR8AbZgpXNDg
Crise alimentar: Fracasso anunciado
Crise alimentar e climática
Crise alimentar
A fome é obscena
Por que tantos passam fome?
Plantar o que, para quê e para quem?
A fome e o caso brasileiro
Crise alimentar e climática
Dois dos mais graves problemas do planeta – a crise alimentar e a crise climática – não serão enfrentados pela comunidade política internacional com a urgência que exigem. A semana começou com notícias desalentadoras. Simultaneamente ao anúncio do fracasso da Cúpula Mundial contra a Fome, anunciou-se o fracasso da Conferência do Clima de Copenhague.
Esvaziada, sem metas nem líderes dos países ricos, a Cúpula Mundial contra a Fome organizada nessa semana em Roma pela FAO é um rotundo fracasso. Ainda mais, é uma triste manifestação de que o mundo deu as costas para o problema da fome. Ao mesmo tempo a reunião da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec), em Cingapura, anunciou o que já se previa: a Conferência de Copenhague, um dos eventos mais aguardados do ano, “flopou” – palavra sonora para definir fiasco, como descreve o jornalista Cláudio Angelo.
A crise alimentar (1 bilhão de pessoas passam fome) e a crise climática (o planeta levado ao esgotamento) não tiveram a mesma sorte da crise econômica. Na oportunidade, o desfecho à crise financeira – que pode retornar a qualquer momento – encontrou por parte das lideranças políticas mundiais uma resposta rápida, ágil e célere: abriram-se os cofres dos Estados e o derrame de dinheiro público resgatou bancos e banqueiros do atoleiro.
A negligência do mundo diante dos que passam fome e a passividade para com a lenta agonia do planeta em que os recursos se encontram no limite do suportável, deve-se ao fato de que os interesses econômicos, do mercado, continuam subordinando a política – a capacidade de respostas aos problemas coletivos. A economia faz tempo deixou de ser a “serva” da sociedade para se tornar a sua “senhora”.
A fome no mundo e a crise ecológica não podem ser interpretadas desconectadas da economia. É o “modo de produzir” e o “modo de consumir” da sociedade capitalista que explicam as crises alimentar e ecológica. Associadas a essas duas, poder-se-ia ainda acrescentar a crise energética e a crise do trabalho. Essas crises manifestam algo mais grave, uma crise de modelo de desenvolvimento de tipo civilizacional.
Crise alimentar. A fome é obscena
Novamente fracassou – o mesmo se deu em 2008 – a Cúpula Mundial contra a Fome ocorrida nessa semana em Roma. O texto evasivo da Cúpula não passa de uma “carta de boas intenções”. Segundo Francisco Sarmento, da entidade ActionAid, “o encontro e a declaração final não passam de discursos vazios e velhos”.
O fracasso do mundo no combate à fome desvenda uma hipocrisia: os Objetivos do Milênio, a fórmula-slogan com que os poderosos da terra tinham assumido o compromisso de diminuir radicalmente a fome no mundo, não passa de palavras ao vento. A verdade nua e crua é que o mundo não está nem aí para o flagelo do 1 bilhão que passam fome no mundo.
A insensibilidade dos países ricos é taxada como criminosa pelo diretor da Campanha pelas Metas do Milênio, Salil Shetty: “Sempre digo que se você fizer uma promessa e não cumprir, é quase um pecado, mas se fizer uma promessa a pessoas pobres e não cumprir, então é praticamente um crime”. O mesmo pensa Jean Ziegler, ex-relator da ONU contra a Fome: “A morte pela fome hoje não é algo inevitável. É um assassinato”.
Em julho desse ano, por ocasião da reunião do G-8, Jacques Diouf, diretor-geral da FAO, afirmava “que o tempo das palavras acabou” e que se fazia necessário agir e com urgência. Mas nada foi feito. O grito de dor e súplica por ajuda não foi ouvido pelos países ricos. Ainda pior, segundo o próprio Diouf, “hoje são destinados à agricultura só 5% dos recursos, contra 3,6% de antes do G-8 de L’Aquila”.
De nada adiantou a convocatória da vigília em solidariedade aos desnutridos e a greve de fome de 24 hs de Jacques Diouf com o objetivo de chamar a atenção para a Cúpula Mundial de Segurança Alimentar. A ambiciosa agenda da Cúpula de apresentar uma nova estratégia mundial para o campo e para os mais de 1 bilhão de famintos virou pó. Os mais ricos sequer foram ao encontro.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, preferiu ir à China, onde junto ao seu colega presidente Hu Jintao, descartou a possibilidade de um acordo definitivo em Copenhague. A principal preocupação da maior potência do mundo é como preservar o seu modo de vida, de produção e consumo. O problema da fome saiu da agenda das grandes potências faz tempo.
A obscenidade da fome, entretanto, se torna ainda maior quando se sabe que:
1) A fome mata 24 mil pessoas a cada dia – 70% delas crianças, afirmam Ongs;
2) No mundo de hoje há mais comida do que em qualquer outro momento da história da humanidade;
3) Temos 6,7 bilhões de habitantes, e produzimos mais de 2 bilhões de toneladas de grãos, o que significa que produzimos quase um quilo de grãos por pessoa e por dia no planeta, amplamente suficiente para alimentar a todos;
4) Segundo a FAO o mundo precisaria de US$ 30 bilhões por ano para lutar contra a fome, recursos que significam apenas uma fração do US$ 1,1 trilhão aprovado pelo G-20 para lidar com a recessão mundial;
5) 65% dos famintos vivem em somente sete países;
6) Nos últimos meses irromperam revoltas por causa da fome em 25 países;
7) Os que sobrevivem à fome carregam seqüelas para sempre. A fome mina as vidas e acaba com a capacidade produtiva, enfraquece o sistema imunológico, impede o trabalho e nega a esperança;
8) No mesmo momento em que 1 bilhão de pessoas passando fome, outro 1 bilhão sofre de obesidade por excesso de consumo;
9) Uma criança americana consome o equivalente a 50 crianças africanas da região subsaariana;
10) Cerca de 200 milhões de crianças de países pobres tiveram seu desenvolvimento físico afetado por não ter uma alimentação adequada, segundo o Unicef
Por que tantos passam fome?
Muitos pensam que o problema da fome se deve ao excesso da população, de que não há alimentos para todos e se faz necessário o controle da natalidade. Essa tese não se justifica. A FAO, organismo da ONU dedicada à alimentação, há vinte anos afirma que o problema é político. A fome é um problema, sobretudo, de acesso à comida e não de disponibilidade de alimentos, ou seja, a crise alimentar não é uma crise fundamentalmente de produção, mas de distribuição. O problema está no mercado.
“Hoje produzimos alimentos demais. Muito mais do que seria necessário para alimentar a população atual, sendo que ainda nem estamos perto de esgotar o potencial da alimentação direta. E, para pequenos produtores rurais, dobrar a produção custa pouco”, argumenta Benedikt Haerlin, da fundação Zukunftsstiftung Landwirtschaft, que apoia projetos ecológicos e sociais no setor agrícola. “A ideia de que somos cada vez mais numerosos e por isso precisamos produzir mais é equivocada. Precisamos é produzir melhor. Menos da metade dos grãos hoje em dia é destinada à alimentação, enquanto a maior parte serve para fabricar rações animais, biocombustíveis e outros produtos industriais”, explica Benedikt Haerlin.
O problema é de acesso à comida, diz David Dawe, Ph.D. em Economia pela Universidade de Harvard. Segundo ele, “a fome crescente é um problema de acesso à comida, e não de disponibilidade de alimentos”. “Se temos 1 bilhão de pessoas que passam fome por não ter dinheiro para comprar comida e outro bilhão de clinicamente obesos, alguma coisa está obviamente errada”, alerta Janice Jiggings, do Instituto Internacional para Meio Ambiente e Desenvolvimento em Londres.
A razão para o aumento da fome está ainda associada, entre outros fatores, a crise econômica (leia-se especulação das grandes corporações com os alimentos que chamam de commodities), às mudanças climáticas que provocam em alguns momentos inundações e, em outros, secas terríveis, e ao aumento das controvertidas plantações para produzir combustível, que rouba áreas da agricultura de subsistência.
A crise alimentar encerra ainda outro paradoxo: ela se dá num contexto de extrema falta e abundante desperdício. Já hoje existe mais comida que o necessário garante o diretor-executivo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), Achim Steiner, e sem cultivar um quilômetro quadrado que seja a mais, seria possível alimentar toda a população do planeta. Segundo ele, “ao mesmo tempo em que temos uma crise de alimentos, jogamos fora 30% a 40% dos alimentos produzidos. Ao invés de nos perguntarmos onde podemos encontrar mais terra para cultivar ou se será preciso plantar na Lua, deveríamos olhar para o nosso quintal. Temos que encontrar estímulos financeiros para evitar que se jogue comida fora”.
A crise alimentar está também associado ao escandaloso subsidio concedido aos fazendeiros dos países ricos. Existe muito dinheiro para subsidiar a agricultura dos que já tem muito e pouco, ou quase nada, para os países pobres que mais precisam.
Vandana Shiva, a ativista e intelectual indiana, defende a tese de que “são os métodos de desenvolvimento equivocados que causam a fome de centenas de milhões de pessoas”. Segundo ela, “hoje, nos dizem que um bilhão de pessoas passam fome. Eu acho que se deveria perguntar o porquê. O porquê é explicado há muitos anos pelos especialistas, economistas e climatologistas como eu, que a FAO não ouviu. Há estudos qualificados que defendem que as monoculturas tornam a agricultura mais vulnerável, e que o uso de fertilizantes químicos contribui para as mudanças climáticas”.
Nas últimas décadas, o livre comércio e as políticas neoliberais favoreceram e incrementaram o agronegócio, em detrimento da agricultura familiar, da reforma agrária, da produção ecológica.
A ativista dá o exemplo do seu país, a Índia: “A globalização não significou o livre comércio de comida de alguns países para outros. Pelo contrário, ela esmaga os países que podem produzi-la. Em troca, um bilhão de pessoas passa fome. Em um mundo que produz mais comida do que nunca, o consumo per capita, na Índia, caiu de 270 quilos por ano para 150 quilos, menos do que na grande crise alimentar de Bengala [1945]. Hoje, 70% das crianças estão desnutridos, e as mulheres estão anêmicas porque plantam sementes sem ferro”.
Vandana Shiva alerta para o mito da Revolução Verde, o que inclui os transgênicos: “Hoje, falar de Revolução Verde como solução é absurdo. A Revolução Verde só produziu mais arroz e trigo porque houve mais irrigação. O ruim é que são usados pesticidas para sementes transgênicas que não são afetadas por esses produtos. E as famílias se endividam ao comprar esses produtos. Hipotecam até as terras. Hoje, os que passam fome são os produtores de comida, porque não podem comer o que semearam. A indústria química, a revolução verde e os transgênicos baseiam-se na morte. Vendem-na como milagrosa, mas quando se substitui ciência por mitologia, nunca se sabe se os colegas cientistas irão mentir. E a Revolução Verde é um mito”.
A “revolução verde”, 40 anos depois, mostra seus limites econômicos, ambientais e sociais. O modelo agrícola dominante no mundo, o agronegócio, é destruidor da natureza, assentado no monocultivo, concentrador de recursos, protagonizado pelo grande capital, gera um reduzido número de postos de trabalho e atende fundamentalmente interesses transnacionais, ao mesmo tempo em que persegue objetivos mercadológicos. Os fertilizantes químicos e os defensivos agrícolas, causam estragos ambientais muitos deles irreversíveis. Insistir nesse modelo como resposta ao problema da fome é uma mentira.
Plantar o que, para quê e para quem?
Em um instigante artigo, o ambientalista e jornalista Washington Novaes, pergunta: “Qual é hoje a questão central, mais grave, no mundo? A população de 6,8 bilhões, que pode chegar a 9 bilhões em 2050 (ou a 12 bilhões, segundo demógrafos mais pessimistas)? O consumo de recursos e serviços naturais, já quase 30% além da capacidade de reposição do planeta (e que tende a crescer mais)? A fome (mais de 1 bilhão de pessoas) e a pobreza (cerca de 40% da humanidade)”?
O mérito da pergunta está no fato de que ao contrário de isolar os problemas é necessário conectá-los. A crise alimentar está entrelaçada à crise climática. No artigo, Washington de Novaes chama a atenção para o fato de que na África Subsaariana, hoje com cerca de 800 milhões de pessoas, 200 milhões já passam fome. Segundo ele, “a produtividade agrícola ali, de 1,2 tonelada por hectare, é menos de metade da média nos demais países pobres, de 3 toneladas por hectare. E só 3% das terras são irrigadas; 80% das propriedades rurais têm menos de 2 hectares. Mas a moeda tem outra face: os pobres africanos (como os asiáticos) emitem 0,1 tonelada de dióxido de carbono por ano, enquanto o norte-americano médio emite cerca de 20 toneladas”.
Esse fato permite a vinculação com o tema da crise ecológica e Washington Novaes faz menção a uma discussão promovida pela revista New Scientist com alguns pensadores respeitados. O ambientalista cita, entre eles, a tese de Fred Pearce, para quem o problema não é de população, mas consumo excessivo. Jesse Aubels, da Universidade Rockefeller, acredita que a solução virá de tecnologias que permitam produzir mais em menos terra, gerar mais energia com equipamentos mais eficientes e não poluentes, replantar florestas, mudar hábitos de consumo (uma dieta vegetariana, diz ele, pode ser viabilizada com metade da área exigida por uma alimentação à base de carnes). Na sua opinião, novas tecnologias permitiriam ao planeta ter até 20 bilhões de pessoas.
Fred Pearce, autor de Peoplequake (terremoto populacional), entende que, mesmo se se estabilizar a população (com a queda da taxa de fertilidade das mulheres), o consumo continuará sendo a questão crucial, tanto pelo lado da sobrecarga em matéria de recursos e serviços naturais como pelo ângulo das emissões de poluentes que afetam o clima, intensificadas pelo alto consumo. Hoje, lembra ele, os 500 milhões de pessoas mais ricas (7% da população mundial) respondem por 50% das emissões; os 50% mais pobres da população (3,4 bilhões) respondem por 7% das emissões totais. Um norte-americano emite tanto quanto toda a população de uma pequena cidade africana.
O modo de produção e consumo dos países ricos é insustentável. A pressão que colocam sobre o planeta para preservar o seu modo de vida é diretamente responsável pelo que falta aos outros. A questão crucial a ser debatida é plantar o que, para quê e para quem.
A fome e o caso brasileiro
Numa Conferência em que os governantes dos países mais ricos não foram, o Brasil sobressaiu como modelo a ser perseguido, sobretudo em função do programa de transferência de renda, o Bolsa Família. De acordo com um ranking elaborado pela ONG anti-pobreza Action Aid, o Brasil é líder no combate à fome entre os emergentes.
O presidente Lula esteve na Cúpula Mundial sobre Segurança Alimentar da ONU e afirmou que a fome “é a mais temível arma de destruição em massa que existe no nosso planeta”, acusou os países ricos ao dizer que “metade dos recursos usados para salvar bancos erradicaria fome no mundo” e fez uma veemente defesa do programa Bolsa Família – responsável, segundo ele, por retirar 20,4 milhões da pobreza e reduzir em 62% a desnutrição infantil – e criticou aqueles que criticam o programa: “Qualquer esforço para socorrê-los da pobreza, da exclusão e da desigualdade era visto, e ainda é, por alguns, como assistencialismo ou populismo”.
“No caso da fome, acho que o Primeiro Mundo falhou. O Brasil, na verdade, se tornou um exemplo a ser seguido, tendo criado um modelo de transferência de renda, o do Bolsa Família, que poderia, e ao meu ver deveria, ser universalizado via ONU, com a transferência de recursos dos países ricos para os países mais pobres com o objetivo precípuo de erradicar a insegurança alimentar grave. Não vejo outra posição eticamente sustentável tendo em vista a dimensão do problema. Acho, realmente, que o mundo tem se omitido diante da tragédia da fome”, afirma o cineasta José Padilha, vencedor do Urso de Ouro com o filme Tropa de Elite (2007), e diretor do filme Garapa, produzido neste ano, e que discute o problema da fome.
Segundo ele, “é eticamente inadmissível que alguém, no grupo dos beneficiados históricos deste país, olhe para os miseráveis que não têm o que comer e diga que os R$ 58 que o governo dá a ele são uma política errada”.
A política do governo Lula de combate a fome é hoje vendida pela própria FAO como um programa ser seguido por outros países. “No caso brasileiro, ao contrário, sucessivas decisões de governo carimbadas por alguns como assistencialistas foram corajosamente alçadas à condição de políticas de Estado nos últimos sete anos. Nascia assim, silenciosamente, uma engrenagem de fomento à demanda popular que se antecipou ao ‘mundo keynesiano’ legitimado pela explosão da bolha imobiliária nos EUA”, escreve José Graziano da Silva, representante regional da FAO para América Latina e Caribe.
Apesar dos esforços e progresso no combate à fome no país, cabe sempre alertar que o Brasil ainda não acabou com o problema e isso é ainda mais vergonhoso quando se sabe que o país está entre os maiores exportadores de alimento do mundo e entre os 10 países que mais desperdiçam comida no mundo.
Em que pese o fato do investimento em tecnologia de ponta nas últimas décadas ter colocado o Brasil entre os países mais competitivos do agronegócio no mercado internacional, o mesmo não foi suficiente para acabar com um problema básico: o desperdício de alimentos ao longo da cadeia produtiva. Sobre o desperdício, há outra situação incomoda manifestada pelo economista italiano Bruno Parmentier. Pergunta ele sobre o Brasil: “Como é possível que cause alegria em seu país, por exemplo, a abertura de restaurantes em que se paga um preço fixo ao entrar e a comida é ilimitada? Isso é provavelmente algo que tem suas raízes na cultura brasileira, mas que não corresponde de modo algum às exigências e aos desafios do século 21”.
Conjuntura da Semana. Uma leitura das ‘Notícias do Dia’ do IHU de 10 a 17 de novembro de 2009
A análise da conjuntura da semana é uma (re)leitura das ‘Notícias do Dia’ publicadas, diariamente, no sítio do IHU. A presente análise toma como referência as “Notícias” publicadas de 10 a 17 de novembro de 2009. A análise é elaborada, em fina sintonia com o IHU, pelos colegas do Centro de Pesquisa e Apoio aos Trabalhadores – CEPAT – com sede em Curitiba, PR, parceiro estratégico do Instituto Humanitas Unisinos – IHU.
(Ecodebate, 23/11/2009) publicado pelo IHU On-line, parceiro estratégico do EcoDebate na socialização da informação.
[IHU On-line é publicado pelo Instituto Humanitas Unisinos - IHU, da Universidade do Vale do Rio dos Sinos – Unisinos, em São Leopoldo, RS.]
Mudanças climáticas em pauta na Embrapa Cerrados
A abertura do evento foi feita pelo diretor-executivo da Embrapa, Kepler Euclides Filho. Segundo ele, é preciso buscar cada vez mais uma integração de esforços relativa ao tema, para que se chegue a uma produção mais rápida e melhor. “Temos muita informação técnico-científica, é de extrema importância que ela chegue à sociedade”, afirmou.
O pesquisador da Embrapa Informática Agropecuária e coordenador de projetos na área de mudanças climáticas e seus impactos na agricultura, Eduardo Assad, traçou um histórico dos trabalhos da Plataforma de Mudanças Climáticas da Embrapa, implantada com o objetivo de coordenar as atividades realizadas na empresa sobre o tema. Ele informou que está sendo estudada a criação de uma unidade virtual da empresa focada no assunto.
Em sua palestra Mudanças Climáticas: modelagem, mitigação e adaptação para a agricultura, afirmou que ao utilizar boas práticas, a agricultura deixa de ser considerada vilã. “Ela passa de emissora a sequestradora de carbono”.
Segundo Assad, as prioridades de pesquisa estão relacionadas ao desenvolvimento de modelos com vistas a definir e quantificar futuros impactos das mudanças climáticas sobre a agricultura e seus consequentes cenários; influência das mudanças climáticas sobre pragas e doenças, avaliação da eficiência e adaptação de sistemas de produção frente aos novos cenários agrícolas, dentre outras.
Entre as prioridades estratégicas ele pontuou a agregação e interação de projetos em andamentos nas diversas instituições de pesquisa no país sobre o tema; e estabelecimento de ações de transferência de tecnologia para adoção por parte dos agricultores de técnicas limpas e mitigadores dos efeitos do aquecimento global, além de outros temas.
Estoque de carbono
O estoque de carbono no solo pode ser semelhante entre áreas nativas e áreas de pastagens, se estas forem bem manejadas. A conclusão é do pesquisador da UnB, Alexandre de Siqueira Pinto, também presente no primeiro dia do workshop. Para estudar o modelo da dinâmica de carbono do solo nos biomas Cerrado e Amazônia, o pesquisador simulou sistemas de pastagens, tanto produtiva quanto não, de integração lavoura-pecuária, e integração lavoura-pecuária com plantio direto.
No Cerrado, de acordo com os estudos do pesquisador, o sistema integração lavoura-pecuária com plantio direto foi o que apresentou menor perda de carbono no solo. Na Amazônia, as pastagens mais produtivas conseguiram recuperar o carbono disponível na mata nativa. Enquanto, a maior perda de carbono foi com as pastagens com menor produção.
Contribuir com alternativas para mitigação dos efeitos das emissões de gases na atmosfera também tem sido uma preocupação do setor produtivo. O gerente de mercados da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Marco Olívio de Oliveira, afirmou que as mudanças climáticas têm exigido uma busca permanente de soluções.
A OCB junto com algumas cooperativas agropecuárias desenvolve os programas de MDL – Mecanismos de Desenvolvimento Limpo – Florestal para recuperação de áreas degradadas e de Mercado de Carbono.
As ações propostas pelo governo para a redução de emissões de gases de efeito estufa foram comentadas por Thais Juvenla, do Serviço Florestal Brasileiro. Ela apresentou um histórico sobre a legislação brasileira que busca a mitigação dos efeitos da mudança do clima. Para controlar esses efeitos neste século é necessário reduzir as emissões em 17 giga toneladas (gt) até 2020. Calcula-se que 12 gt deverão ser reduzidos em países em desenvolvimento, dos quais 5gt em florestas.
Informações da Embrapa Cerrados, publicadas pelo EcoDebate, 21/11/2009
link:
http://www.ecodebate.com.br/2009/11/21/mudancas-climaticas-em-pauta-na-embrapa-cerrados/
Oceanos: Capacidade Esgotada para Absorver CO2.
A consequência, apontam, poderá ser desastrosa para o clima no futuro do planeta. A pesquisa, feita nos Estados Unidos, foi publicada na edição desta quinta-feira (19/11) da revista Nature.
Samar Khatiwala, da Universidade Columbia, e colegas estimaram que os oceanos absorveram um recorde de 2,3 bilhões de toneladas de dióxido de carbono resultantes da queima de combustíveis fósseis em 2008. Mas, com o aumento na quantidade total de emissões, a proporção absorvida pelos oceanos desde 2000 caiu em cerca de 10%.
Modelos climáticos desenvolvidos anteriormente haviam previsto uma diminuição nesse processo, mas o novo estudo é o primeiro a quantificar essa queda.
Enquanto trabalhos anteriores haviam atribuído a mudança à diminuição do ozônio na estratosfera e a alterações na circulação oceânica induzidas pelas mudanças climáticas, a nova pesquisa sugere que o motivo é mais simples: os oceanos chegaram ao limite, tanto físico como químico, de sua capacidade de absorver o dióxido de carbono.
“Quanto mais dióxido de carbono, mais ácido fica o oceano, reduzindo a capacidade de manter o CO2”, disse Khatiwala. “Por causa dessa consequência, com o tempo o oceano se torna um repositório menos eficiente do carbono antrópico. A surpresa é que podemos estar diante das primeiras evidências disso, talvez combinado com a circulação mais lenta por causa do aumento nas emissões.”
Segundo o estudo, o acúmulo de carbono industrial nos oceanos aumentou enormemente na década de 1950, à medida que os oceanos passaram a tentar acompanhar o ritmo acelerado das emissões em todo o mundo.
As emissões continuaram a crescer e, no ano 2000, atingiram tal volume que os oceanos passaram a absorver menos CO2 proporcionalmente, ainda que o total em peso tenha continuado a aumentar. Hoje, segundo a pesquisa, os oceanos mantêm cerca de 150 bilhões de toneladas de carbono industrial, um terço a mais do que em meados da década de 1990.
Cerca de 40% do carbono entra nos oceanos por meio das águas geladas próximas à Antártica, porque o dióxido de carbono se dissolve mais rapidamente nas águas mais frias e mais densas do que nas mais quentes. Dali, as correntes transportam o carbono para o norte do planeta.
O artigo Reconstruction of the history of anthropogenic CO2 concentrations in the ocean, de Samar Khatiwala e outros, pode ser lido por assinantes da Nature em www.nature.com.
Energia Verde ou só Propaganda?
As solicitações têm lotado a caixa de e-mail das pessoas: pague um pouco mais pela eletricidade gerada por energia eólica, 100% limpa. Ou, de acordo com panfletos, compre “certificados de energia verde” para compensar suas emissões de gases estufa.
Quase um milhão de consumidores de energia elétrica adquiriu esse tipo de produto voluntariamente, e a quantidade fornecida deste tipo de energia quase triplicou desde 2005, em meio à crescente preocupação sobre as mudanças climáticas e a segurança na energia. Mas tais consumidores são minoria distinta, representando uma taxa de aquisição de cerca de apenas 2% dos planos das prestadoras de serviço.
A baixa aquisição levanta uma questão: se a grande maioria dos americanos é a favor de apoiar o governo na questão de energia limpa, como sugerem as pesquisas, por que tantas pessoas estão relutantes em adquiri tais planos quando comparam o preço extra que terão de pagar?
Uma das razões é que as pessoas consideram o preço adicional a ser pago alto demais. A energia solar e eólica geralmente custa mais do que a energia gerada por combustíveis fósseis. Enquanto muitas pessoas apoiam o princípio da energia alternativa, elas particularmente não querem gastar centenas de dólares a mais por eletricidade, especialmente na situação econômica atual.
Mas na cabeça de algumas pessoas, há outro motivo: será que esses programas realmente resultam em mais criações de projetos de energia renovável? O governo avaliou à questão, e disse que é difícil tirar uma conclusão geral. Os especialistas dizem acreditar que os programas de energia verde funcionam melhor que os outros.
“É um assunto polêmico. Não é um mercado de tamanho único”, disse Lori Bird, analista sênior do Laboratório Nacional de Energia renovável no Colorado e co-autor do relatório sobre mercados de energia verdade, publicado em setembro.
Ao menos um grande programa já teve problemas com os reguladores. No ano passado, o programa de energia verde da Florida Power and Light, chamado Sunshine Energy, foi fechado pelo Conselho de Serviços Públicos do Estado após uma auditoria descobrir que os centros de energia solar prometidos estavam muito aquém do cronograma. Havia mais de 38 mil consumidores e então o sexto maior do país, de acordo com o laboratório de energia renovável.
A auditoria também descobriu que a vasta maioria dos pagamentos feitos por proprietários foram direcionados para a administração e marketing.
“Nenhuma pessoa sensata teria contribuído com o programa Sunshine Energy se soubessem que aproximadamente 76,4% das contribuições seriam gastas com despesas de administração e marketing ao invés de energia renovável”, escreveu Nathan Skop, integrante do Conselho de Serviços Públicos da Flórida, em um comunicado sobre a decisão do fechamento.
Eric Silagy, vice-presidente de desenvolvimento da Florida Power and Light, disse em uma entrevista que o programa havia excedido os objetivos da energia renovável. “Sim, gastamos mais dinheiro na educação dos consumidores, mas não sei como o projeto poderia ser feito de outra forma”, disse.
De acordo com o relatório do laboratório nacional, no geral uma média de 19% do dinheiro que as prestadoras de serviços arrecadam com esses programas voluntários vai para promoção e marketing, e os números das prestadoras menores costumam ser bem maiores.
Cerca de um quarto das empresas do ramo no país fornecem programas de energia verde, e a forma como eles são estruturados variam. Na prática, nenhuma prestadora grande fornece 100% de energia renovável para nenhum cliente, porque a eletricidade de todos os tipos de fontes – carvão mineral, eólica, painéis solares – se associam em seus diversos fios. As companhias estão essencialmente coletando dinheiro extra, o qual eles prometem usar para dar apoio ao desenvolvimento da energia renovável, uma jogada que os consumidores consideram bem convincente.
“Está em questão o que é bom para o planeta”, disse Mark Renfrow, proprietário de Dalas que começou a pagar cerca de US$ 26 a mais por mês para sua fornecedora de eletricidade, a Direct Energy, pelo fornecimento de 100% de energia eólica.
Tipicamente, os preços adicionais influenciam nos equipamentos das fazendas eólicas e solares por meio da compra e venda de certificados de energia renovável. Muitas delas fornecem esses certificados, que servem para agregar um valor em dinheiro aos benefícios ambientais associados à energia renovável.
Por exemplo, o departamento de energia verde de uma empresa como a Con Edison, de Nova York, deve vender esse produto para seus clientes e então comprar certificados para essa quantidade de energia no mercado aberto. Defensores da energia limpa argumentam que esses pagamentos ajudam a construir novos centros, apesar de saberem que outros fatores, como financiamento bancário, têm papéis mais importantes.
Paul Copleman, porta-voz da Iberdrola Renewables, uma grande fomentadora do ramo, qualificou o sistema de pagamentos voluntários “como um componente essencial para o financiamento das fazendas eólicas”, apesar de dizer que nenhum projeto da Iberdrola em particular tenha sido construído para suprir essa demanda voluntária.
“Não estipulamos no começo do processo de desenvolvimento uma determinação para construir um projeto que suprisse o mercado voluntário especificamente”, disse Copleman por e-mail. “Mas sua presença proporciona flexibilidade e ajuda a melhorar projetos econômicos”.
Bob Harmon, chefe do gabinete de inovação da Bonneville Environmental Foundation, grupo sem fins lucrativos de Oregon que administra os pagamentos voluntários de fazendas eólicas e solares, disse que os projetos nos quais ele trabalhou, tipicamente, aumentaram a receita em cerca de 17% por causa desse tipo de pagamento. Além disso, ele acrescentou que essa quantidade representou um salto na margem de lucro da empresa, o suficiente para fazer a diferença na decisão de se um projeto deveria ou não seguir adiante. “Esse mercado está dando certo, está prosperando, é bom e deveria ser expandido”, disse Harmon.
Mas alguns defensores dos consumidores de eletricidade argumentam que os pagamentos fazem pouca diferença. Matthew Freedman, integrante da equipe de advogados da Utility Reform Network, grupo de advocacia voltado para o contribuinte na Califórnia, disse que a natureza de curto prazo desses compromissos voluntários com a energia verde significa que eles serão não terão sentido nos projetos de longo prazo como os de fazendas solares e eólicas.
“Poucas evidências sugerem que as aquisições dos clientes resultem em quaisquer novas contribuições ao poder renovável”, disse Freedman.
Os serviços da cidade de Palo Alto, Califórnia, têm a maior porcentagem de alistamento no país, com 21% da participação dos consumidores, de acordo com um estudo do laboratório do governo.
Mas para muitos grupos, mesmo aqueles defensores da sustentabilidade, o alto preço da energia limpa deixou as pessoas pensativas e hesitantes. No começo deste ano, o governo da cidade de Durango, no Colorado, parou de comprar energia renovável de sua fornecedora, economizando US$ 45 mil por ano. A eletricidade limpa custava 40% a mais – e o administrador da cidade, Ron Leblanc, ficou irritado porque parte desse pagamento foi usada para colocar painéis solares em uma escola de outra cidade.
“Pagar um valor adicional para investir em uma comunidade a 28 km de distância foi uma ofensa para muitos de nós”, disse, acrescentando que Durando estava explorando outras opções para desenvolver energia limpa localmente.
No Texas, a Austin Energy é a concessionária que mais fornece energia verde no país, comprando eletricidade de fazendas eólicas no leste do Texas. Mas o apetite de seus clientes por energia renovável diminuiu com o aumento dos preços.
No começo deste ano, ela pretendia vender apenas 1% da carga de energia eólica que fornecia aos consumidores – sem dúvida porque o programa necessitaria cobrar mais US$ 58 por mês pelo fornecimento de energia a uma casa de uma família americana comum. Isso é bem mais do que nos anos anteriores, o que é resultado de uma combinação de fatores, como o congestionamento das linhas de transmissão no Texas.
Desde então, a concessionária de energia têm cortado os preços, e Roger Duncan, gerente-geral da empresa, disse que a Austin Energy deve começar a mudar seu programa para que os custos da energia verde nos projetos futuros sejam distribuídos entre todos os consumidores – e não apenas aqueles que pagam valores extras voluntariamente.
“Se vamos fazer uma transição para a energia renovável”, disse Duncan, “você não pode depender de uma pequena porcentagem de consumidores para realizá-la”.
Leia o artigo em ingles:
http://www.nytimes.com/2009/11/17/business/energy-environment/17power.html?hpw
U.S.-China Clean Energy Announcements
Office of the Press Secretary
For Immediate Release November 17, 2009
U.S.-China Clean Energy Announcements
Today, President Barack Obama and President Hu Jintao announced a far-reaching package of measures to strengthen cooperation between the United States and China on clean energy. Attached are six fact sheets on the U.S-China clean energy announcements.
1. U.S.-China Clean Energy Research Center. The two Presidents announced the establishment of the U.S.-China Clean Energy Research Center. The Center will facilitate joint research and development of clean energy technologies by teams of scientists and engineers from the United States and China, as well as serve as a clearinghouse to help researchers in each country. The Center will be supported by public and private funding of at least $150 million over five years, split evenly between the two countries. Initial research priorities will be building energy efficiency, clean coal including carbon capture and storage, and clean vehicles. The Protocol formally establishing the Center was signed in Beijing by U.S. Energy Secretary Steven Chu, Chinese Minister of Science and Technology Wan Gang, and Chinese National Energy Agency Acting Administrator Zhang Guobao.
2. U.S.-China Electric Vehicles Initiative. The two Presidents announced the launch of the U.S.-China Electric Vehicles Initiative. Building on the first-ever US-China Electric Vehicle Forum in September 2009, the initiative will include joint standards development, demonstration projects in more than a dozen cities, technical roadmapping and public education projects. The two leaders emphasized their countries’ strong shared interest in accelerating the deployment of electric vehicles in order to reduce oil dependence, cut greenhouse gas emissions and promote economic growth.
3. U.S. China Energy Efficiency Action Plan. The two Presidents announced the launch of a new U.S.-China Energy Efficiency Action Plan. Under the new plan, the two countries will work together to improve the energy efficiency of buildings, industrial facilities, and consumer appliances. U.S. and Chinese officials will work together and with the private sector to develop energy efficient building codes and rating systems, benchmark industrial energy efficiency, train building inspectors and energy efficiency auditors for industrial facilities, harmonize test procedures and performance metrics for energy efficient consumer products, exchange best practices in energy efficient labeling systems, and convene a new U.S.-China Energy Efficiency Forum to be held annually, rotating between the two countries.
4. U.S. China Renewable Energy Partnership. The two Presidents announced the launch of a new U.S.-China Renewable Energy Partnership. Under the Partnership, the two countries will develop roadmaps for wide-spread renewable energy deployment in both countries. The Partnership will also provide technical and analytical resources to states and regions in both countries to support renewable energy deployment and will facilitate state-to-state and region-to-region partnerships to share experience and best practices. A new Advanced Grid Working Group will bring together U.S. and Chinese policymakers, regulators, industry leaders, and civil society to develop strategies for grid modernization in both countries. A new U.S.-China Renewable Energy Forum will be held annually, rotating between the two countries.
5. 21st Century Coal. The two Presidents pledged to promote cooperation on cleaner uses of coal, including large-scale carbon capture and storage (CCS) demonstration projects. Through the new U.S.-China Clean Energy Research Center, the two countries are launching a program of technical cooperation to bring teams of U.S. and Chinese scientists and engineers together in developing clean coal and CCS technologies. The two governments are also actively engaging industry, academia, and civil society in advancing clean coal and CCS solutions. The Presidents welcomed: (i) a grant from the U.S. Trade and Development Agency to the China Power Engineering and Consulting Group Corporation to support a feasibility study for an integrated gasification combined cycle (IGCC) power plant in China using American technology, (ii) an agreement by Missouri-based Peabody Energy to invest participate in GreenGen, a project of several major Chinese energy companies to develop a near-zero emissions coal-fired power plant, (iii) an agreement between GE and Shenhua Corporation to collaborate on the development and deployment of IGCC and other clean coal technologies; and (iv) an agreement between AES and Songzao Coal and Electric Company to use methane captured from a coal mine in Chongqing, China, to generate electricity and reduce greenhouse gas emissions.
6. Shale Gas Initiative. The two Presidents announced the launch of a new U.S.-China Shale Gas Resource Initiative. Under the Initiative, the U.S. and China will use experience gained in the United States to assess China’s shale gas potential, promote environmentally-sustainable development of shale gas resources, conduct joint technical studies to accelerate development of shale gas resources in China, and promote shale gas investment in China through the U.S.-China Oil and Gas Industry Forum, study tours, and workshops.
7. U.S. China Energy Cooperation Program. The two Presidents announced the establishment of the U.S.-China Energy Cooperation Program. The program will leverage private sector resources for project development work in China across a broad array of clean energy projects, to the benefit of both nations. More than 22 companies are founding members of the program. The ECP will include collaborative projects on renewable energy, smart grid, clean transportation, green building, clean coal, combined heat and power, and energy efficiency.
See more details here:
http://www.whitehouse.gov/the-press-office/us-china-clean-energy-announcements
Florestas são solução mais rápida para o clima// NY Times//Thomas L. Friedman
Por mais que já as tenhamos escutado, algumas estatísticas simplesmente nos surpreendem. Uma que sempre me espanta é a seguinte: imaginem que se pegassem todos os carros, caminhões, aviões, trens e navios do mundo e se somassem suas emissões a cada ano. A quantidade de dióxido de carbono, ou CO2, que todos esses carros, caminhões, aviões, trens e navios coletivamente emitiram na atmosfera seria na verdade menor que as emissões anuais de carbono resultantes da derrubada e desmatamento de florestas tropicais em lugares como Brasil, Indonésia e Congo.
Estamos perdendo hoje uma floresta tropical do tamanho do Estado de Nova York a cada ano. E o carbono que isso libera na atmosfera responde por aproximadamente 17% de todas as emissões globais que contribuem para as mudanças climáticas.
Vai demorar um bom tempo até eliminarmos as emissões da frota de transporte mundial. Mas agora - e amanhã - poderíamos eliminar 17% de todas as emissões globais se pudéssemos interromper a derrubada e queima de florestas tropicais. Isso, porém, requer a criação de todo um novo sistema de desenvolvimento econômico - um que torne mais lucrativo para as nações mais pobres e ricas em florestas preservar e administrar suas árvores em vez de derrubá-las para fazer móveis e plantar soja.
Sem um novo sistema de desenvolvimento econômico nos trópicos ricos em madeira, podemos dizer adeus às florestas tropicais. O velho modelo de crescimento econômico as devorará. A única Amazônia (em inglês, Amazon) com a qual nossos netos se relacionarão um dia é a que termina em "pontocom" e vende livros.
Para compreender melhor essa questão, estou em visita à Floresta Nacional do Tapajós, no coração da Amazônia brasileira, numa viagem organizada pela Conservação Internacional e pelo governo brasileiro. Viajando de Manaus para cá em avião a hélice, pode-se compreender por que a floresta amazônica é considerada um dos pulmões do mundo. Mesmo de 6 mil metros de altitude, tudo que se pode ver em qualquer direção é uma extensão ininterrupta das copas de árvores da floresta tropical que, do ar, lembram um vasto e interminável tapete de brócolis.
Uma vez em terra, seguimos de carro de Santarém para Tapajós, onde nos reunimos com a cooperativa comunitária que administra os negócios de cunho ecológico que sustentam os 8 mil moradores que vivem nessa floresta protegida. O que se aprende quando se visita uma minúscula comunidade brasileira que realmente vive na e da floresta é uma verdade simples, mas crucial: para um ecossistema da natureza, é preciso um ecossistema de mercados e governança.
"É preciso um novo modelo de desenvolvimento econômico. Um que se baseie em elevar os padrões de vida das pessoas preservando seu capital natural e não simplesmente convertendo esse capital natural em agroindústria, pecuária, ou indústria madeireira", disse José Maria Silva, vice-presidente para a América do Sul da Conservação Internacional.
Atualmente, as pessoas que protegem a floresta tropical recebem uma ninharia - em comparação com os que a derrubam -, apesar de agora sabermos que a floresta tropical oferece de tudo, de retirar o CO2 da atmosfera a manter o fluxo de água doce nos rios.
INVESTIMENTO
A boa nova é que o Brasil criou todos os elementos de um sistema para remunerar seus moradores das florestas para que eles as preservem. O Brasil já reservou 43% da floresta tropical amazônica para preservação e para povos indígenas. Outros 19% da Amazônia, porém, já foram desflorestados por agricultores e pecuaristas.
A grande questão, portanto, é o que acontecerá com os outros 38%. Quanto mais fizermos o sistema brasileiro funcionar, mais desses 38% serão preservados e menos reduções de carbono o mundo todo terá de fazer. O problema é que isso exige dinheiro.
Os moradores de Tapajós já estão organizados em cooperativas que vendem ecoturismo em trilhas florestais, móveis e outros produtos de madeira feitos a partir de uma derrubada seletiva sustentável e uma linha muito atraente de bolsas feitas com "couro ecológico", ou seja, a borracha da floresta. Eles também recebem subsídios do governo.
Sérgio Pimentel, de 48 anos, explicou-me que cultivava cerca de 2 hectares de terra para a subsistência, mas agora está usando apenas cerca de meio hectare para sustentar sua família de seis pessoas. O resto da renda vem de negócios florestais cooperativos. "Nós nascemos dentro da floresta", ele acrescentou. "Então nós sabemos a importância de ela ser preservada, mas precisamos ter mais acesso aos mercados globais para os produtos que fazemos aqui. Poderia nos ajudar nisso?"
Há cooperativas comunitárias como essa por todas as áreas protegidas da floresta amazônica. Mas esse sistema requer dinheiro - dinheiro para expandi-lo para mais mercados, dinheiro para manter o monitoramente e a fiscalização policial e dinheiro para aumentar a produtividade da agricultura em terras já degradadas para que as pessoas não queiram avançar sobre mais floresta. É por isso que precisamos garantir que qualquer legislação sobre energia e clima que venha a sair do Congresso americano e qualquer estrutura que venha a sair da conferência de Copenhague no próximo mês incluam provisões para financiar sistemas de conservação da floresta tropical como os do Brasil. Os últimos 38% da Amazônia ainda estão disponíveis. Estão lá para nós salvarmos. Nossos netos agradecerão.
Thomas L. Friedman é colunista de assuntos internacionais do The New York Times
Trucks, Trains and Trees////NY Times
Tapajós National Forest, Brazil
No matter how many times you hear them, there are some statistics that just bowl you over. The one that always stuns me is this: Imagine if you took all the cars, trucks, planes, trains and ships in the world and added up their exhaust every year. The amount of carbon dioxide, or CO2, all those cars, trucks, planes, trains and ships collectively emit into the atmosphere is actually less than the carbon emissions every year that result from the chopping down and clearing of tropical forests in places like Brazil, Indonesia and the Congo. We are now losing a tropical forest the size of New York State every year, and the carbon that releases into the atmosphere now accounts for roughly 17 percent of all global emissions contributing to climate change.
It is going to be a long time before we transform the world’s transportation fleet so it is emission-free. But right now — like tomorrow — we could eliminate 17 percent of all global emissions if we could halt the cutting and burning of tropical forests. But to do that requires putting in place a whole new system of economic development — one that makes it more profitable for the poorer, forest-rich nations to preserve and manage their trees rather than to chop them down to make furniture or plant soybeans.
Without a new system for economic development in the timber-rich tropics, you can kiss the rainforests goodbye. The old model of economic growth will devour them. The only Amazon your grandchildren will ever relate to is the one that ends in dot-com and sells books.
To better understand this issue, I’m visiting the Tapajós National Forest in the heart of the Brazilian Amazon on a trip organized by Conservation International and the Brazilian government. Flying in here by prop plane from Manaus, you can understand why the Amazon rainforest is considered one of the lungs of the world. Even from 20,000 feet, all you see in every direction is an unbroken expanse of rainforest treetops that, from the air, looks like a vast and endless carpet of broccoli.
Once on the ground, we drove from Santarém into Tapajós, where we met with the community cooperative that manages the eco-friendly businesses here that support the 8,000 local people living in this protected forest. What you learn when you visit with a tiny Brazilian community that actually lives in, and off, the forest is a simple but crucial truth: To save an ecosystem of nature, you need an ecosystem of markets and governance.
“You need a new model of economic development — one that is based on raising people’s standards of living by maintaining their natural capital, not just by converting that natural capital to ranching or industrial farming or logging,” said José María Silva, vice president for South America of Conservation International.
Right now people protecting the rainforest are paid a pittance — compared with those who strip it — even though we now know that the rainforest provides everything from keeping CO2 out of the atmosphere to maintaining the flow of freshwater into rivers.
The good news is that Brazil has put in place all the elements of a system to compensate its forest-dwellers for maintaining the forests. Brazil has already set aside 43 percent of the Amazon rainforest for conservation and for indigenous peoples. Another 19 percent of the Amazon, though, has already been deforested by farmers and ranchers.
So the big question is what will happen to the other 38 percent. The more we get the Brazilian system to work, the more of that 38 percent will be preserved and the less carbon reductions the whole world would have to make. But it takes money.
The residents of the Tapajós reserve are already organized into cooperatives that sell eco-tourism on rainforest trails, furniture and other wood products made from sustainable selective logging and a very attractive line of purses made from “ecological leather,” a k a, rainforest rubber. They also get government subsidies.
Sergio Pimentel, 48, explained to me that he used to farm about five acres of land for subsistence, but now is using only about one acre to support his family of six. The rest of the income comes through the co-op’s forest businesses. “We were born inside the forest,” he added. “So we know the importance of it being preserved, but we need better access to global markets for the products we make here. Can you help us with that?”
There are community co-ops like this all over the protected areas of the Amazon rainforest. But this system needs money — money to expand into more markets, money to maintain police monitoring and enforcement and money to improve the productivity of farming on already degraded lands so people won’t eat up more rainforest. That is why we need to make sure that whatever energy-climate bill comes out of the U.S. Congress, and whatever framework comes out of the Copenhagen conference next month, they include provisions for financing rainforest conservation systems like those in Brazil. The last 38 percent of the Amazon is still up for grabs. It is there for us to save. Your grandchildren will thank you.
link:
http://www.nytimes.com/2009/11/11/opinion/11friedman.html?_r=2&pagewanted=print
NÃO HAVERÁ UM ACORDO GLOBAL SOBRE O CLIMA EM COPENHAGEN
NY Times,November 15, 2009
By HELENE COOPER
tradução LBF
Os presidentes das nações reunidas na APEC – Ásia –Pacific Economic Cooperation Summit, decidiram hoje em Cingapura que vão adiar a difícil tarefa de consolidar um acordo global sobre a questão climática. Tema central e desejado pelo mundo todo para que viesse a acontecer na Conferencia das Partes, COP 15 , em dezembro próximo em Copenhagen.
A noticia foi anunciada, por Obama e diversos outros líderes,inclusive por Lokke Lars Rasmussen, primeiro-ministro da Dinamarca e presidente da conferência sobre o clima, que complementou afirmando que além da postergação o tema seria possivelmente retomado na próxima reunião de cúpula que acontecerá na Cidade do México. Com isto não se perderia todo o esforço realizado até agora e principalmente tudo aquilo que se abordará e se discutirá em Copenhagen.
“Houve um consenso por parte dos líderes e concluiu-se que o período de 22 dias compreendido entre hoje e a COP 15 é impossível para que se estabeleça qualquer acordo internacional sobre esta questão”,disse Michael Froman, o assessor de segurança nacional (EUA) para assuntos econômicos internacionais.
Complementou ainda: "Eu não acredito que as negociações até hoje tenham decorrido de forma a insinuar que qualquer um dos líderes acreditasse que fosse possível alcançar um acordo final em Copenhaguen, e ainda penso que Copenhagen será um importante passo dado á frente, representando desdobramentos já operacionais "
Principais Causas
Incapacidade do congresso dos EUA em promulgar uma legislação climática que estabeleça metas obrigatórias de redução dos gases que provocam o efeito estufa.
Sem este compromisso por parte dos EUA, as outras nações estão relutantes em apresentar suas promessas de redução.
Pior ainda
Funcionários do governo norte-americano apontam que isto talvez ocorra apenas no segundo semestre de 2010.
Leia o artigo na íntegra:
http://www.nytimes.com/2009/11/15/world/asia/15prexy.html?_r=1&th&emc=th
THE GUARDIAN///UK
ESPERANÇAS POR UM ACORDO CLIMÁTICO EM COPENHAGEN DESAPARECEM APÓS DECLARAÇÃO DE OBAMA
Jonathan Watts, Asia environment correspondent, and agencies guardian.co.uk, Sunday 15 November 2009 12.05 GMT
Tradução:LBF
Obama admite que o tempo é escasso e opta por um processo de 2 estágios,atrasando o pacto global do clima até 2010, no minimo.
Obama apóia o plano dinamarquês para salvar alguma coisa do encontro de Copenhagen. O plano indica para o consenso de um grande acordo político que prepare o terreno visando estabelecimento uma nova data para que os países apresentem suas metas de redução, níveis de financiamento e verificação de seus compromissos. Recomenda: “...não deixem que o ótimo seja o inimigo do bom”, no sentido de que deseja realismo para a abordagem nas próximas reuniões.
O fato de postergar a decisão sobre o acordo global daria fôlego á Obama para que buscasse aprovação da legislação junto ao congresso dos EUA.
Decididamente as questões sobre metas de redução, financiamento e transferência de tecnologia não serão temas concluídos na Dinamarca, segundo o informe.
O posicionamento da China em relação à postergação, ainda não é claro até o momento. Mas líderes de outras nações dizem que não há outra escolha.
A continuidade do processo de discussão já era algo esperado por conta do posicionamento de diversos líderes de nações, que apontavam desentendimento sobre a questão das metas de redução.
Mas a demora em uma definição traz grande frustração àqueles que sentem que o tempo está esgotando-se para evitar níveis calamitosos das alterações climáticas.
Leia o artigo na íntegra:
http://www.guardian.co.uk/environment/2009/nov/15/obama-copenhagen-emissions-targets-climate-change/print
LE MONDE
A PESPECTIVA DE UM ACORDO SOBRE O CLIMA SE DISTANCIA
LEMONDE.FR à AFP 15.11.09 11:33
Tradução LBF
Não seria "irreal" acreditar que um "acordo político em nível internacional possa ser negociado entre agora e Copenhagen, que acontecerá em 22 dias". A mensagem do assessor especial de Barack Obama para Assuntos Internacionais, Michael Froman, não foi nada otimista, domingo, no final da cúpula Ásia-Pacífico, em Cingapura.
Cingapura foi a última grande reunião internacional antes da cúpula sobre o aquecimento global em Copenhague, que ocorre de 7 a 18 de dezembro.
Neste cenário foi apresentado por países da zona Ásia-Pacifico um projeto que previa inicialmente reduções de 50% das emissões de GEE, mas ao final do encontro o projeto foi removido da carta- comunicado final.
Os chefes de Estado presentes em Cingapura - incluindo a Barack Obama - também concordam que a reunião de Copenhagen não resultará em um novo tratado global contra o aquecimento global.
A diplomacia norte-americana, no entanto, sugere que deseja alcançar progressos em Copenhagen, optando por uma de estratégia em que contempla duas fases.
1- No início de dezembro, desejam chegar a um acordo politico entre os 191 países em um quadro de negociação, o que inclui uma seção sobre o financiamento da luta contra o aquecimento global.
2- A discussão de um acordo vinculativo para reduzir as emissões de carbono seria adiada indefinidamente
Leia o artigo na íntegra:
http://www.lemonde.fr/planete/article/2009/11/15/la-perspective-d-un-accord-sur-le-climat-s-eloigne_1267420_3244.html#ens_id=1234881
EL PAÍS
EE UU y CHINA HACEN FRACASAR COPENHAGUE
Los dos países más contaminantes no logran sellar un acuerdo para la cumbre del cambio climático.
ANTONIO CAÑO Singapur - (ENVIADO ESPECIAL) - 15/11/2009
Estados Unidos y China, los mayores contaminantes del mundo, han hecho oficial el fracaso de la conferencia del clima que se celebrará el mes próximo en Copenhague. Los líderes de ambos países, apoyados por algunas de las principales naciones emergentes del mundo, han comunicado este domingo en Singapur al Gobierno de Dinamarca que no será posible conseguir en esa ocasión un acuerdo vinculante que permita la reducción de emisiones de dióxido de carbono.
En su lugar, se intentará lo que se ha llamado retóricamente acuerdo en dos etapas, y que, en realidad, consiste en hacer en Copenhague una mera declaración de intenciones, pero se postergarán los compromisos obligatorios para un momento posterior, quizá para otra conferencia que debe de celebrarse el próximo año en México(...)
Leia o artigo na íntegra:
http://www.elpais.com/articulo/internacional/EE/UU/China/hacen/fracasar/Copenhague/elpepuint/20091115elpepuint_8/Tes?print=1
Empresas investem em programas de sustentabilidade
Rachel Biderman é Advogada, Mestre em Ciência Ambiental pela USP, mestre em Direito Internacional, Professora nos Cursos de Bacharelado em Engenharia e de Gestão Ambiental do SENAC, Coordenadora e Professora do Módulo de Meio Ambiente do curso de pós da FGV, em Educação Continuada, em Gestão da Sustentabilidade e autora de diversos livros, como: “Introdução à Mudança Climática Global: Desafios atuais e futuros”, ”Democracia,Cidadania e Proteção ao Meio Ambiente”,entre outros e fez parte do time de organizadores da versão para o Brasil do “Guia de Compras Públicas Sustentáveis”, ferramenta importante e eficiente no desenvolvimento sustentável na esfera pública. Hoje é Coordenadora Adjunta do Centro de Estudos em Sustentabilidade da FGV-SP.
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"O sucesso efetivo na adoção de uma política de sustentabilidade, deve construir valor real para o produto, empresa,individuo e comunidades.
A grande recompensa para a empresa será a preferência dada pelo Mercado. No momento de decisão de compra será escolhido o produto que apresenta a menor “pegada socioambiental” em seu rótulo. Isto rentabilizará a empresa e contribuirá para a sua continuidade e perenidade.
O beneficio maior será a contribuição efetiva para a preservação do planeta e da qualidade de vida para as futuras gerações."
Paragrafo extraído do artigo Arquitetura da Sustentabilidade:
http://sendosustentavel.blogspot.com/2009/07/arquitetura-da-sustentabilidade.html
ALIMENTAÇÃO NO MUNDO: A PESCA COM SUSTENTABILIDADE
Apresentamos ainda um foco especifico sobre as externalidades da pesca industrial e da Aquacultura.
Estudos relatam que para cada 1 Kg de peixe "nobre"(salmão, truta) produzido nas "fazendas de peixes" são necessários outros 4/5 kgs de peixes capturados no mar, considerados menos "nobres", e destinandos para fabricação de ração para as tais fazendas.
Este ciclo, entre outros,torna a atividade pesqueira insustentável a médio prazo.
Os estoques de pescados estão se exaurindo em todos os oceanos.
Abaixo seguem alguns links deste artigo, que postamos em outubro.
http://sendosustentavel.blogspot.com/2009/10/aquacultura-fazendas-de-peixes.html
http://sendosustentavel.blogspot.com/2009/10/fish-farming.html
http://sendosustentavel.blogspot.com/2009/10/problem-with-salmon-farming-in-bc.html
Hoje trazemos um importante artigo sobre a pesca industrial que está sendo discutida na reunião da Comissão Internacional para a Conservação do Atum Atlântico (Iccat), que acontece em Porto de Galinhas, Pernambuco.
"A captura comercial do atum nasceu, em Pernambuco, há mais de 50 anos. Nesta semana, o estado tem nova chance de entrar para a história da pesca. E, desta vez, deixar um saldo positivo. É que a posição brasileira na reunião da Comissão Internacional para a Conservação do Atum Atlântico (Iccat), que acontece até domingo em Porto de Galinhas, segue a tendência da sustentabilidade. Nessa linha, a delegação brasileira deixará uma marca se conseguir um acordo pela redução das cotas de espécies como espadarte, albacora bandolim e atum azul. Mas, para bater o martelo e garantir a sobrevivência de peixes já ameaçados de extinção, será preciso convencer os 50 países membros, inclusive líderes no setor, como Japão e Espanha. Uma batalha polida que pode definir o futuro dos oceanos.
A reunião acontece a portas fechadas, em um cenário semelhante ao de grandes encontros da ONU: cada participante tem na mesa à sua frente uma placa indicando o país que representa e todos usam fones para ouvir a tradução dos discursos. “O encontro não é do Brasil e estamos seguindo normas internacionais. Algumas delegações não querem expor suas posições antes do resultado final”, esclareceu o assessor para assuntos internacionais do Ministério da Pesca, Osvaldo Barbosa. O ponto que tem causado maior repercussão é a revisão e redução da cota do atum azul, posicionamento que não foi aprovado no ano passado e despertou grande polêmica entre as entidades ambientais. Neste ano, a expectativa é que o limite passe de 19,5 mil toneladas para 15 mil.
A redução foi recomendada pelo comitê científico da Iccat desde o ano passado, mas a comissão cedeu à pressão industrial. A medida, de acordo com entidades ambientais, agravou o quadro da espécie que já não é encontrada no Brasil. O presidente da Iccat, o pesquisador e professor da Universidade Federal Rural de Pernambuco Fábio Hazin, informou que o Brasil é favorável à revisão.
Mas as entidades ambientais temem que as decisões entorno do atum azul sirvam para despistar o resto do debate. Ou a ausência dele.”Ouvir o comitê científico é o mínimo. Queremos que a pesca do atum azul seja proibida, assim como a de outras espécies”, destacou a coordenadora de Oceanos do Greenpeace, Leandra Gonçalves.
Ela também defende que o Iccat deveria pressionar os governos a criar métodos de fiscalização e controle da pesca rigorosos.
“Não adianta reduzir as cotas e não garantir o cumprimento dos países. As espécies são migratórias e precisam ser protegidas em toda a extensão. É preciso garantir espaço e tempo para elas se reproduzirem”, disse Leandra, referindo-se as mais de 30 espécies de atuns, agulhões, dourados e tubarões que estão sob a gestão da Iccat. De acordo com Hazin, a pesca brasileira deverá sofrer interferência diante da nova cota para o espadarte. O limite atual é de 17 mil toneladas capturadas em todos os países membros, sendo 4.720 toneladas no Brasil. A expectativa é que a redução total seja de 2 mil toneladas. “Precisamos de cotas novas se quisermos garantir a sustentabilidade da pesca brasileira, que está começando a crescer”, afirmou. A pesca em todo o país é de um milhão de toneladas, sendo 25 mil toneladas em Pernambuco. Mas as novas cotas poderão traçar um novo rumo para o setor pesqueiro e os cardápios de cada país.
A ordem no mar
O que é a ICCAT?
É a Comissão Internacional para a Conservação do Atum Atlântico que tem a responsabilidade de avaliar os estoques pesqueiros e controlar a pesca de espécies migratórias no Oceano Atlântico e Mar Mediterrâneo. São consideradas espécies de atuns e espadartes, agulhões, tubarões e outras.
O que a reunião vai discutir?
Os principais pontos da reunião discutirão a redução da cota de pesca válida para o atum azul e outras espécies, entre elas o espadarte, a albacora bandolim e a albacora do Norte. Além disso, os participantes discutirão estratégias para tornar a comissão mais rigorosa no cumprimento às medidas
Quem participa das delegações?
Membros do governo de 50 países da região, além de empresários, ONGs, organismos multilaterais como a FAO, representantes das universidades e associações diversas
Qual a posição do Brasil?
O Brasil é favorável à redução da cota de 19.500 toneladas de atum azul para 15 mil toneladas, além da redução de 17 para 15 mil toneladas na cota do espadarte e da limitação das albacoras. Outros países, como a União Européia, ainda não se manifestaram."
Fonte: Ministério da Pesca, UFRPE, ICCAT
Fonte: Diario de Pernambuco Caderno Vida Urbana 11/nov/09
Veja o filme sobre pesca predatória e suas consquencias: