Terra
04 de dezembro de 2012 • 09h26
A aprovação de uma segunda etapa para Quioto é o principal ponto que pode atenuar o fracasso de uma conferência marcada pelo ceticismo. Quioto é o único acordo internacional que obriga países a reduzir suas emissões de gases estufa.
Pelo acordo, que vence dia 31, as emissões dos países desenvolvidos no período de 2008 a 2012 deveriam ser reduzidas em 5,2%, tendo como base as emissões registradas em 1990. No caso das nações em desenvolvimento, a redução é voluntária. O problema está no fato de que algumas nações ricas já anunciaram que estão fora de uma segunda fase para o acordo e várias nações em desenvolvimento hoje emitem mais do que muitas nações desenvolvidas.
Hoje, as economias dos países em desenvolvimento respondem por 58% do carbono liberado para a atmosfera, ante 35% das emissões registradas em 1990. Os casos da China e Índia são exemplares. As emissões da China cresceram 10% desde 2011 e da Índia, 7,5%.
A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, diz que os negociadores brasileiros trabalham por uma segunda etapa para Quioto. Mas, salienta, o Brasil também fará pressão por avanços nos debates sobre a Plataforma Durban. Conhecida como acordo global, a ação foi acertada por todos os países no ano passado e prevê que tanto as economias desenvolvidas quanto as de países em desenvolvimento tenham compromissos obrigatórios com a redução das emissões a partir de 2020.
"Diferentemente das últimas conferências, que começaram com tarefas bem complicadas, esta não tem uma tarefa tão difícil. Os negociadores só precisam fechar o segundo período de Quioto e começar os trabalhos para depois de 2020 (Plataforma Durban). Mas há certas delegações complicando esse processo", afirma coordenador da Câmara Temática de Clima do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (Cebds), Fernando Malta.
Um estudo apresentado em Doha pela ONG Oil Change International pede corte de subsídios aos combustíveis fósseis. A organização mostra que os incentivos ultrapassam os US$ 500 bilhões anuais em países em desenvolvimento. Se o corte de subsídios ocorresse, seria possível reduzir em 10% as emissões de combustíveis fósseis no planeta até 2050, informa
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