Carta da Terra

"Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade deve escolher o seu futuro. À medida que o mundo torna-se cada vez mais interdependente e frágil, o futuro enfrenta, ao mesmo tempo, grandes perigos e grandes promessas. Para seguir adiante, devemos reconhecer que, no meio da uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino comum. Devemos somar forças para gerar uma sociedade sustentável global baseada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade da vida, e com as futuras gerações." (da CARTA DA TERRA)

Setor saúde consome cerca de 10% da energia mundial

Publicado em dezembro 13, 2012 por

Tags: energia, saúde

Setor saúde consome cerca de 10% da energia mundial

A missão do Projeto Hospitais Saudáveis (PHS) é transformar o setor da saúde num exemplo para a sociedade em aspectos de proteção ao meio ambiente e à saúde do trabalhador, do paciente e da população em geral

O centro de estudos da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz) realizado em 5 de dezembro reuniu dois temas: Agenda global para os hospitais verdes e saudáveis e Agenda Ambiental da Escola. A relevância do assunto é pertinente. “Quase 10% da energia mundial é consumida pelo setor saúde. Então, é óbvia a necessidade de investir em energias alternativas”, afirmou Vital Ribeiro, arquiteto da Divisão de Meio Ambiente do Centro de Vigilância Sanitária de São Paulo. Já Rejane Tavares, coordenadora-adjunta da Comissão de Gestão Ambiental da Escola, informou que a agenda ambiental proposta pela Ensp está aliada ao Plano Quadrienal da Fiocruz e ao Programa Fiocruz Saudável. “A instituição assume o compromisso socioambiental de incorporar princípios e critérios de gestão ambiental em suas atividades rotineiras”, disse.

Sobre os impactos ambientais do setor da saúde, Ribeiro informou que o consumo de recursos naturais e a poluição movimentaram R$ 342 bilhões, aproximadamente 6% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, em 2011. Desse montante, cerca de 50% foram gastos com produtos, equipamentos, tecnologia, energia, água, instalações e edificações. “Não se trata apenas de diminuir o lucro, valorizar o bem-estar, respeitar as culturas, proteger as florestas. Falamos da convergência do setor da saúde. Desenvolvimento sustentável é colocar o ser humano no centro da questão”, disse.

Segundo Ribeiro, a missão do Projeto Hospitais Saudáveis (PHS) é transformar o setor da saúde num exemplo para a sociedade em aspectos de proteção ao meio ambiente e à saúde do trabalhador, do paciente e da população em geral. “A sociedade espera do setor da saúde atitudes, posições, opiniões a seguir”. O PHS, que existe desde 2008, é uma associação sem fins econômicos com objetivo de ser o ponto focal para o Saúde Sem Dano (SSD) no Brasil. Criado há cerca de 16 anos nos Estados Unidos, o SSD trabalha na mesma linha do PHS, mas se desenvolveu como uma organização internacional que, hoje, está presente em mais de 50 países. No Brasil, o PHS já conta com mais de 200 membros individuais, 17 hospitais e 4 sistemas de saúde que somam mais outros 80 hospitais. Em setembro de 2013, ocorrerá o próximo seminário do PHS.

Durante o centro de estudos, Rejane apresentou a proposta da Agenda Ambiental da Ensp. Ela explicou que o compromisso ambiental das instituições públicas começou com a Conferência Rio 92, cujo principal documento, intitulado Agenda 21, estabeleceu os padrões sustentáveis de desenvolvimento e consumo para todas as nações. Para fomentar a Agenda 21, foi criada pelo governo federal a Agenda Ambiental da Administração Pública (A3P), cuja missão é sensibilizar os gestores públicos para a importância das questões ambientais e incorporar princípios e critérios de gestão ambiental.

A proposta da Agenda Ambiental da Ensp tem quatro eixos estratégicos: ecoeficiência; qualidade de vida; gerenciamento integrado de resíduos sólidos; e transparência, comunicação, sensibilização e sustentabilidade. Entre os vários objetivos da agenda estão: incentivar o uso racional dos recursos; adquirir produtos e contratar serviços com critérios socioambientais; estimular o deslocamento saudável e a alimentação saudável; integrar as ações de biossegurança e saúde do trabalhador aos princípios da gestão sustentável; reduzir o volume de resíduos; promover o descarte seletivo; e aprimorar o conhecimento e difundir a informação entre os profissionais.

Rejane citou alguns bons exemplos que já foram implementados, como o convênio com a Eletrobras, em 2008, que promoveu a troca de aparelhos de ar-condicionado com vistas à economia de energia. “A Ensp já compra produtos atóxicos, biodegradáveis, sem amianto. Também consultamos o Ibama quando compramos mobiliário, para saber da procedência do material utilizado pela empresa fornecedora”, informou. Outra iniciativa lembrada foi o Projeto Pedalando pela Sua Saúde, pelo Nosso Planeta, cujo objetivo é estimular a adoção de bicicletas como transporte interno no campus Fiocruz. Foram disponibilizadas 24 bicicletas divididas em dois bicicletários instalados dentro do campus da Fiocruz. A escola também faz coleta seletiva do lixo em parceria com a Diretoria de Administração do campus (Dirac). Por fim, Rejane anunciou que, em 12 de dezembro, será lançado o livro Compra sustentável (Fundação Getulio Vargas), no qual se relata a experiência da Ensp.
Informe Ensp / Agência Fiocruz de Notícias, publicado pelo EcoDebate, 13/12/2012

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