Carta da Terra

"Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade deve escolher o seu futuro. À medida que o mundo torna-se cada vez mais interdependente e frágil, o futuro enfrenta, ao mesmo tempo, grandes perigos e grandes promessas. Para seguir adiante, devemos reconhecer que, no meio da uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino comum. Devemos somar forças para gerar uma sociedade sustentável global baseada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade da vida, e com as futuras gerações." (da CARTA DA TERRA)

Estudo do MIT prova que Sustentabilidade gera Lucro

Boas novas na área de Sustentabilidade foram reveladas com a publicação da terceira edição do Estudo Executivo Global de Sustentabilidade e Inovação, conduzido pelo MIT Sloan Management Review, com o apoio do The Boston Consulting Group. O estudo foi feito com base em pesquisas com gerentes e executivos de companhias, alcançando 4.000 respondentes em 113 países. Entre as boas notícias está a evidência da relação direta entre investimento responsável em sustentabilidade e lucratividade: 33% das empresas participantes da pesquisa já comprovam que este investimento se paga e contribui para a lucratividade. De acordo com a amostra, 70% das empresas já incluiu o tema sustentabilidade em suas agendas permanentes. Em tempos de vacas magras, onde seria esperada uma baixa nestes investimentos, a realidade mostra justamente o contrário: apesar de não figurar entre os itens mais prioritários da agenda (em geral, ficou na oitava posição do ranking geral de prioridades), o tema ganha cada vez mais compromisso e recursos. Esta tendência se verifica em todas as indústrias, embora tenha mais força naquelas mais intensivas no uso de recursos - energia e utilidades, bens de consumo, commodities, químicas e automotivas. Neste tipo de indústria há muita incerteza sobre o futuro das regulamentações ambientais, e algumas empresas estrategicamente já se antecipam na construção de reputação e relacionamento junto a ONGs e governos. Entre as lanternas do ranking, estão as indústrias de tecnologia e serviços, que ainda não percebem sustentabilidade como requisito para competitividade, embora comparativamente a edições anteriores, esta situação é cada vez menos comum. Entre os principais direcionadores externos para o investimento em sustentabilidade figuram a pressão dos clientes por produtos e serviços mais sustentáveis, e os investidores institucionais: •Clientes pessoa-física ainda não estão abertos para pagar mais caro pela sustentabilidade embarcada, mas clientes corporativos já o fazem pela redução de custos futuros; •Investidores institucionais - como universidades e fundos de pensão - têm demandado cada vez mais informações de desempenho em sustentabilidade, aumentando o valor e necessidade de métricas acuradas. Entre os principais benefícios do investimento em sustentabilidade figura claramente a ligação com inovação: •25% dos respondentes indicaram a melhoria da capacidade de inovação em produtos e serviços; •22%, a melhoria dos modelos de negócio e processos de inovação. Esta terceira edição foca sua análise nas características do grupo de empresas que já está lucrando com a sustentabilidade, a quem chamou de "Harvesters" - ou numa tradução livre, os "Semeadores" - representando 31% dos respondentes. Algumas características dos Semeadores: •Têm um business case para sustentabilidade (probabilidade 3x maior) •50% mais provável de terem compromisso do CEO para o tema •Têm um processo de reporting próprio para sustentabilidade (2x) •Têm um executivo designado (CSO, ou Chief Sustainability Officer) e um Comitê próprio (2,5x) •Têm indicadores de desempenho pessoais e operacionaois ligados a sustentabilidade (2x) •Têm maior colaboração com stakeholders dentro e fora da empresa - incluindo clientes e fornecedores Os Semeadores evidenciam o sucesso potencial do investimento em sustentabilidade para os concorrentes. E mudam o ambiente competitivo em que operam. Outro aspecto importante é que a mudança por eles empreendida é mais estrutural (novas estratégias e modelos operacionais) do que apenas incremental (como ações individuais para redução de carbono, consumo de energia ou compliance regulatório). Evidenciou-se também que os que adotaram práticas sustentáveis principalmente como resposta a riscos regulatórios, e não necessariamente transformando seus processos de negócio, não capturaram benefícios para a lucratividade decorrentes destas ações. Quanto mais se adia a inclusão da sustentabilidade na agenda de gestão, maior o risco de fazê-lo por uma questão de compliance regulatório. Portanto, está provado que é possível e real a capacidade de realizar lucros a partir do investimento responsável e comprometido em sustentabilidade. E isso vai bastante além de melhorar a comunicação, estreitar o relacionamento, e gerenciar riscos e reputação. O relatório está disponível mediante solicitação, em formato digital e gratuito no website da MIT Sloan Management Review (em inglês). Vale a pena conferir, além do texto integral também os gráficos interativos com o perfil das respostas e análises por tema. PUBLICADO NO BLOGG THINKING biz

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