Carta da Terra

"Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade deve escolher o seu futuro. À medida que o mundo torna-se cada vez mais interdependente e frágil, o futuro enfrenta, ao mesmo tempo, grandes perigos e grandes promessas. Para seguir adiante, devemos reconhecer que, no meio da uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino comum. Devemos somar forças para gerar uma sociedade sustentável global baseada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade da vida, e com as futuras gerações." (da CARTA DA TERRA)

SUSTENTABILIDADE VIRA DESTAQUE NAS EMPRESAS

14/05/2012

A questão da sustentabilidade ganhou notoriedade no ambiente

corporativo. As empresas vêm adotando políticas sustentáveis em toda a

cadeia produtiva. Segundo pesquisa realizada junto a trinta grandes

executivos brasileiros, pela Hill & Knowlton, a reputação de uma

instituição é um bem intangível que gera resultados de negócio

palpáveis. Para os entrevistados, a reputação corporativa tornou-se

tema de alta prioridade, podendo influenciar positivamente o

comportamento dos principais grupos de interesse, em especial clientes,

investidores e funcionários. Já na pesquisa realizada em 2010, pelos

Institutos Akatu e Ethos, ficou claro que, com a ascensão da classe C e a

entrada de mais de 30 milhões de pessoas no mercado consumidor, as

empresas, e os valores que elas difundem, têm a possibilidade de atuar

como um agente indutor de atitudes mais socialmente responsáveis,

praticando o Consumo Consciente.

Para Daniela Lacombe, diretora da Agência de Soluções Ambientais e

Sociais (Asas), está claro que o principal papel de uma empresa em

relação à sustentabilidade diz respeito a sua atuação como

influenciadora junto aos seus stakeholders, incentivando uma potencial

mudança de comportamento e adoção de princípios de responsabilidade

social e ambiental.

Ela ainda chama atenção para o papel do Estado. "Se antes o Estado

tinha uma atuação interventora, atualmente o que se encontra é uma

redefinição deste modelo. O Estado assume, cada vez mais, um papel

mais regulador, fiscalizador, e menos agente, o que torna ainda mais

necessária a ação das empresas na área da sustentabilidade. Afinal,

investir no desenvolvimento social de suas comunidades,

pragmaticamente falando, representa a garantia de mercado consumidor

para as empresas comercializarem seus produtos e serviços", analisa a

especialista da Asas.

Ecoeficiência parece ser a palavra de ordem das empresas. As

instituições investem para melhorá-la em suas operações. Daniela

Lacombe explica que, gerenciamento de resíduos, menor consumo de

energia e processos para reuso de água são temas que passaram a fazer

parte do cotidiano operacional das corporações. E isso se deve não só a

uma questão de imagem institucional, mas também à consciência de

que os recursos naturais produzidos pela Terra são finitos, e as

Diário Abrapp http://www.abrapp.org.br/diario/DescricaoNoticia.aspx?id=22443

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empresas dependem deles para continuar a produzir.

"Hoje, as empresas investem pesadamente em pesquisas, a fim de

descobrir formas menos poluentes de produção. Os produtos derivados

desse tipo de fabricação ainda chegam ao consumidor final com preços

mais elevados que os tradicionais. Entretanto, espera-se que a

popularização dessas tecnologias e a própria dinâmica do mercado se

encarreguem de baratear esses produtos, tornando-os competitivos",

afirma Daniela.

Segundo estudo realizado nos EUA em 2010, 50% dos funcionários de

grandes corporações diz que trabalhar para uma empresa socialmente

responsável faz a diferença. Da mesma forma, os CEOs dessas

companhias entendem que o principal público a quem se deve

comunicar as iniciativas sustentáveis da corporação são seus próprios

colaboradores. Além disso, os especialistas acreditam que princípios

praticados no ambiente de trabalho tendem a ser repetidos em casa e

nos momentos de lazer.

Para Alexandre Luz, diretor da PMLUZ Consultoria Recursos Humanos,

os profissionais que trabalham em empresas que contam com políticas

sustentáveis percebem a importância do que estão fazendo e passam a

adotar algumas dessas práticas no seu dia-a-dia, tanto no trabalho

quanto em casa, no prédio onde moram e nos locais que frequentam.

"Funcionários que têm a cultura da sustentabilidade no seu local de

trabalho aprendem a utilizá-la em casa, com sua família, com seus

amigos. Eles percebem que a sustentabilidade pode gerar uma economia

em suas despesas do dia-a-dia e, que adotá-las é uma questão de

inteligência e economia financeira. Os hábitos sustentáveis passam a

ser enxergados como melhoria da qualidade de vida e, isso extrapola o

ambiente de trabalho", analisa Luz.

A PREVI, por meio de seu programa de consumo consciente, monitora o

consumo de água, energia, papel, cartucho e toner de impressora. Como

exemplo de resultado desse esforço, de 2010 para 2011 houve a

redução de cerca de 11% no volume total de papel utilizado pela

entidade. Além disso, quanto à reciclagem de lixo, a instituição

implantou em todas as suas gerências latas para recolhimento de

resíduos úmidos, visando preservar o lixo seco (principalmente papel),

permitindo, dessa forma, maior alinhamento com o processo de

reciclagem adotado pelo prédio em que está instalada (Centro

Empresarial Mourisco). O Centro Empresarial Mourisco possui a

certificação ISO 14.001.

Como forma de estimular a adoção de tais práticas de consumo

consciente também fora da instituição, a PREVI, em 2010, no

lançamento do programa interno PREVI Consciente, distribuiu para

todos os funcionários sacolas retornáveis feitas de banners antigos de

eventos. Segundo o funcionário Renam Brandão, tal iniciativa "me

estimulou a diminuir o uso de sacolas plásticas no mercado. Sempre uso

a sacola que recebi da PREVI em minhas compras". (Previ)

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